SÍNTESE: ARTE COMO LINGUAGEM E CONHECIMENTO “Quando nos deparamos com aquilo que o homem ou a natureza cria, somos induzidos a ter
a manifestação de emoções e sensações agradáveis e prazerosas ou não. Essa condição
permite afirmar a nossa não indiferença diante do mundo e das coisas que nele existem.”
- ENGELMANN, Ademir Antonio. Natureza Simbólica Somos seres com capacidade racional, porém a nossa
comunicação e ações são movidas por algo mais
profundo que o raciocínio, mas pelos sentidos.Simbolos
Sendo seres de natureza simbólica, estabelecemos uma
comunicação/interpretação com base nos símbolos que
percebemos no outro.Arte
A arte se torna a expressão resultante desse fenômeno
simbólico, representando a realidade pela perspectiva do
artistaPercepção dos sentidos
Se a arte comunica através dos símbolos, então é
necessário a pausa e reflexão sobre seus elementos a fim
de compreender a mensagem que está transmitindo.Linguagens
A arte é composta por símbolos, elementos pensados.
Porém, dentro de um sistema de linguagens que se
conectam com um ou mais sentidos humanos (artes
visuais, música, dança, culinária, cinema etc.).Estética
Trata a respeito daquilo que se tem como belo e o que
leva o indivíduo a sentir conexão, prazer de forma
particular.Conhecimento
A percepção que o indivíduo possui da obra de arte
revela uma realidade conhecida de forma subjetiva (nas
emoções e ideias), levando o indivíduo a conhecer a si
mesmo de forma mais profunda. Apresenta também a
realidade particular do outro e até então desconhecida
ao indivíduo, levando este a conhecer novas culturas,
tempos, gostos e ideias.Filosofia da arte
É o exercício que leva o indivíduo a refletir e perceber nas
entrelinhas os efeitos que a arte causa na humanidade,
porém de uma forma mais profunda.Outras funções
Além das nuances filosóficas e contemplativas da arte, os
aspectos externos podem ser pensados para servirem a
um propósito específico, seja ele político, religioso.Educação
A arte se torna um meio essencial de formar e educar um
indivíduo, pois através da ativação dos sentidos e de
exercitar a sensibilidade com a arte e o mundo ao redor,
o indivíduo gerará novas habilidades a partir de uma
visão crítica, responsável e que busca constantemente
conhecer o mundo.Formação cultural
A arte tem o poder de formar e transmitir valores de uma
pessoa para outra, ao enfatizar certos valores e se abster
de outros. A arte, porém, também capacita uma nova
geração a transformar-se a partir da educação e da
expressão de uma nova visão por meio da arte. REFLEXÕES Título: Tempestade no Mar
Artista: Pieter Bruegel, o Velho
Ano: 1569
Tipo: Óleo sobre painel
Dimensões: 70,3 cm × 97 cm (27,7 pol × 38 pol)
Título:Tempestade no mar da Galileia
Autor: Rembrandt
Data: 1633
Técnica: Óleo sobre tela
Dimensões: 160 cm × 128 cmAmbos os quadros utilizam da linguagem visual para retratar sobre o mesmo tema: a impotência humana diante do poder da natureza. Na primeira obra, Bruegel retrata a cena a partir de um ângulo aberto, onde o observador pode ver toda
a vastidão do mar, com diversos barcos espalhados. No entanto, retrata no canto esquerdo um pequeno ponto de luz, com a silhueta de uma igreja, mostrando que, apesar das tempestades, há uma esperança espiritual, mesmo que de
primeiro momento os marinheiros não a enxerguem. Essa esperança, porém, pode ser mais nítida para aqueles que veem a cena de fora, de longe do caos do mar. Retrata assim certa semelhança com a realidade, quando conseguimos ser
otimistas e esperançosos ao motivar um colega que está em problemas, mas quando somos nós, dificilmente mostraremos o mesmo ânimo de primeiro momento. Enquanto que Rembrandt, no segundo quadro, faz um autorretrato de si
mesmo em meio aos discípulos desesperados com a tempestade. Demonstrando que o artista, ao invés de olhar o conflito dos marinheiros de longe, o autor e o observador são incluídos na cena, compartilhando da mesma angústia que os
discípulos. Porém, ao olhar para Jesus, com seu rosto brilhando mesmo no ponto mais escuro da obra, vemos a esperança e o salvador desses homens na tempestade. E se Jesus foi o seu refúgio na tempestade, este também pode ser o
refúgio e salvação oferecidos ao autor e ao observador.