Tinha sido construído por Dédalo, um arquiteto e
artesão maravilhoso, inteligente e engenhoso,
hábil em todas as artes. Terminada as obras nos
porões de Minos, seu construtor foi encerrado lá
dentro,
em companhia de Ícaro,seu filho e ajudante.
Mas há quem diga que não foi bem assim e
contam que durante algum tempo ele viveu
bem no palácio.
Dizem que ele só foi aprisionado mais tarde
Depois da fuga de Teseu, porque Minos achou
Que tinha sido ele quem ensinou a Ariadne o
Truque do novelo de lã.
De qualquer modo ao ser preso Dédalo não foi
trancado exatamente no labirinto, mas numa
torre que ficava nas extremidades do palácio.
E se abria para um pátio sobre o mar. Bem no
Alto de um rochedo. Impossível descer dali.
Impossível sair nadando ou navegando.
Impossível sair andando pelos corredores em
Busca de uma saída, por mais labiríntica que
Fosse. Dava até para o rei Minos se fingir de
Bonzinho e deixar Dédalo tomar sol no terraço.
“Se estão fechados os caminhos por terra e por
mar, vou ter de fugir pelos ares...”, constatou
Dédalo. “ Minos não pode controlar o ar.”
E foi o que fez. Observando os pássaros que
voavam, teve uma idéia. Durante muito tempo,
foi juntando pena das aves marinhas que
vinham pousar naquele terraço aberto sobre o
penhasco.
Também atraiu abelhas para que fizessem
colméias lá em cima, até poder ter uma boa
provisão de cera.
Finalmente, reuniu todo o material de que
necessitava. Com as penas dos pássaros,
construiu asas para si mesmo e para Ícaro.
Prendeu as penas maiores com fios e as
menores com a cera, dando ao conjunto uma
curvatura delicada como as das asas dos
pássaros.
-vamos fugir voando sobre mar,Ícaro. Mas
atenção meu filho, tenha cuidado.Não voe
muito baixo,para que a umidade do mar não
emperre as asas.Nem muito alto, perto do sol,
porque o calor intenso pode ser perigoso.Fique
perto de mim e estaremos seguros,os dois.
Beijou o filho, acariciou seu rosto,
Ensinou-lhe a movimentar os braços e a bater as
asas.explicou como deveria se manter imóvel
para planar de vez em quando,descansando nas
condições favoráveis de vento.
E saíram voando,elevando-se nos céus.A
sensação era maravilhosa!
Os pastores da costa se apoiavam em seus
cajados para contemplá-los,sem entender.Os
pescadores,em alto mar,olhavam admirados e
supunham que aqueles seres deviam ser deuses.
Eufórico com o vôo, Ícaro foi se esquecendo do
comselho do pai e começou a se afastar de sua
companhia.tentava cada vez mais alto.Quem sabe
se não conseguiria até chegar ao sol?O deus
Apolo ia se surpreender ao vê-lo de perto...
Mas o calor começou a derreter a cera que
prendia as penas e essas foram se soltando,uma
a uma,tirando o equilíbrio do rapaz e
Descontrolando seu vôo .acabaram por
Desprender-se completamente.
Agitando os braços freneticamente,Ícaro não
Conseguia mais voar sem o apoio das asas e
Despencou nas águas azuis do mar.
Dédalo de reoente o procurou e não o viu mais.
-Ícaro,cadê você,meu filho?
Masnao adiantou chamar.
-Ícaro! Ícaro!
O rapaz não respondia e não era visto em parte
alguma.Finalmente,Dédalo percebeu as penas
flutuando lá embaixo sobre as águas.Desolado,
comprendeu o que tinha ocorrigo. Por maior que
fosse sua dor, não podia fazer mais nada.
Continuou voando até a Sicília,onde contruiu um
Templo para Apolo e depositou como oferenda
As asas que tinham salvo.