“Os indígenas também têm sua ‘poesia do
céu’ [...] Elas servem para eles como
medidoras do tempo, como guia dos
caminhos; de acordo com a posição de
algumas constelações em relação a outras,
eles contam as estações do ano e
determinam o trabalho em suas plantações.”
(Koch-Grünberg, 1905)
Pano do povo Ticuna
Uma astronomia tupiniquimUma astronomia tupiniquim
De forma semelhante a diversos povos
antigos, a observação do céu pelos
indígenas brasileiros foi relacionada à
subsistência: agricultura, colheita, pesca e
caça, além de possuir um caráter
religioso.
O religioso Claude d'Abbeville, durante o
século XVI, conviveu com os índios nas
terras onde atualmente se localiza o
estado do Maranhão, realizando registros
das constelações indígenas, de grande
importância histórica.
KuarayKuaray
O sol (Kuaray) era
o regente principal
da vida na Terra.
Os tupi-guaranis
utilizavam relógios
de sol verticais,
que denominavam
Cuaracyraangaba.
CalendárioCalendário
Inspirado na trajetória de Kuaray pelo céu
e dividido em dois tempos (novo e velho).
O início e o fim de cada estação era
marcado com pedras que apontavam para
os locais do nascimento e do pôr do sol.
JaxiJaxi
A Lua era chamada de
Jaxi, o irmão mais novo
de Kuaray.
As diferentes fases
recebiam denominações
distintas:
Jaxi guaxu (lua cheia),
Jaxi nhenpytu mbyte (lua
minguante), jaxi pyau (lua
nova) e jaxy endy mbyte
(lua crescente).
Jaxi e as marésJaxi e as marés
Jaxi regia a vida marinha. Os índios
sabiam que a lua cheia e a lua nova
traziam consigo as marés altas. Esse
conhecimento é anterior ao dos europeus.
A Onça CelesteA Onça Celeste
Os irmãos Kuaray e Jaxi eram
perseguidos permanentemente por xivi
(onça), que tenta devorá-los.
Durante os eclipses solares (kuaray
onheama) e lunares (jaxi onheama), os
índios faziam algazarras para espantar a
onça e evitar a escuridão total.
VênusVênus
O planeta Vênus era interpretado como
duas estrelas distintas:
•Kaaru mbija – a estrela matutina, que
anuncia o nascimento do sol
•Ko’e mbija – a estrela vespertina,
considerada a “mulher da lua”.
JúpiterJúpiter
A aparição de Júpiter indicava o início da
seca na região central do país.
A passagem de Jaxi próximo a Júpiter
anunciava a menstruação das mulheres.
Os pontos cardeaisOs pontos cardeais
Eram considerados deuses, que ajudaram
Nhanderu (Nosso Pai, representado no zênite)
a construir a Terra:
•Nhamandu (sul) – deus do sol, origem do
tempo-espaço original
•Jakaira (norte) – deus da neblina e origem dos
bons ventos
•Karai (leste) – deus do fogo
•Tupã (oeste) – deus da águas, dos relâmpagos
e dos trovões
Tapi’i rapéTapi’i rapé
A Via-Láctea
era conhecida
entre os
índios como
“o caminho da
anta”.
FONTE: http://img168.imageshack.us/img168/4494/imagem077bq6.jpg
ConstelaçõesConstelações
Os índios acreditavam que o céu refletia a
Terra.
As constelações indígenas somavam
cerca de 100 e consideravam as
diferentes texturas, além das estrelas, em
seus “desenhos”.
O Centro do MundoO Centro do Mundo
Os guaranis acreditavam que a
constelação do “Cruzeiro do Sul”
apontava para o centro do mundo, onde
morava o deus Nhandervusu. Todos os
seres vivos morreriam caso essa
constelação sofresse um desvio em sua
orientação.
A constelação da Ema – chegada A constelação da Ema – chegada
do invernodo inverno
A constelação da Anta do Norte A constelação da Anta do Norte
– chegada da primavera– chegada da primavera
A constelação do Homem-Velho A constelação do Homem-Velho
– chegada do verão– chegada do verão
Constelação do Veado – Constelação do Veado –
chegada do outonochegada do outono
CometasCometas
A passagem de um cometa era vista
como sinal de agouro pelos índios.
Significava que uma pessoa próxima ou
parente morreria.