aula de conservação do solo e da agua para agronomia

hzerbato 8 views 115 slides Oct 28, 2025
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About This Presentation

aula de agronomia


Slide Content

2025 Prof. Dr. Douglas Henrique Bandeira
EROSÃO HÍDRICA:
FATORES QUE INTERFEREM?
Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Engenharia
Campus de Ilha Solteira
CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA E ZOOTECNIA
unesp

Sumário
2
•Fatoresqueinfluenciamnaerosão:
→Chuva
→Infiltração
→Topografiadoterreno
→Coberturavegetal
→Naturezadosolo
•Literaturarecomendada

•CHUVA
•INFILTRAÇÃO
•TOPOGRAFIA DO TERRENO
•COBERTURA VEGETAL
•NATUREZA DO SOLO
FATORES QUE INTERFEREM NA EROSÃO HÍDRICA
Aerosãoé causadaporforças:
ATIVA
PASSIVA
EROSÃO é sinônimo de degradação, deterioração,
desgaste e, finalmente, perda de solo.

1. erosividadeda chuva (R);
2.erodibilidade do solo (K);
3.comprimento do declive ou da rampa (L);
4.inclinação do declive (S);
5.cobertura e manejo do solo (C); e,
6.prática conservacionista de suporte (P).
A erosão (E) hídrica do solo pela água da
chuva/enxurrada é função de seis fatores:

EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDA DE SOLO - EUPS
Wischmeir & Smith (1965)
E = R x K x L x S x C x P
E = perdas de solos (t ha
-1
)
PREDIÇÃO DE PERDAS DE SOLO

Cap XIV:
EROSÃO DO SOLO
Erosãohídricadosolo
•Chuva
•Solo
•Relevo
•Cobertura
•Manejodosolo
•Práticasconservacionistasdesuporte
•Interaçãodefatoresqueinfluenciama
erosãohídricadosolo
Fonte:Bertolet al. (2019).

FATOR CHUVA
7
As principais características da chuva que afetam a erosão hídrica são:
1) TAMANHO, 2) VELOCIDADE E 3) FORMA DAS GOTAS.
► CHUVA: isoladamente é
o agente mais importante
na causa da erosão hídrica
do solo.

1) Tamanho das gotas
⇨ Varia desde gotas diminutas (cerração) até gotas de 6 a 7 mm.
⇨ Em média possuem um tamanho de 1 a 4 mm.
⇨ Existe uma correlação definida entre o tamanho médio das gotas e a
intensidade da chuva.
Fonte: Kohnke & Bertrand (1959).
Diâmetromédiodas gotas(mm) Intensidadeda chuva(mm h
-1
)
0,75 –1,00 0,25
1,00 –1,25 1,27
1,25 –1,50 2,54
1,75 –2,00 12,70
2,00 –2,25 25,40
2,25 –2,50 50,80
2,75 –3,00 101,60
3,00 –3,25 152,40
TABELA. Relação entre o diâmetro médio das gotas e a intensidade da chuva.

2) Velocidade
⇨ A velocidade de queda das gotas da chuva é determinada pela força
da gravidade, resistência do ar e vento.
⇨ A ação da gravidade é uniforme para todos os tamanhos de gotas.
Porém, a resistência do ar é maior por unidade de massa de água quanto
menor for o diâmetro médio das gotas.
Diâmetromédiodas gotas(mm) Velocidadede queda(m s
-1
)
1,25 4,85
1,50 5,51
2,00 6,58
3,00 8,06
4,00 8,86
5,00 9,25
6,00 9,30
TABELA. Relação entre tamanho médio e velocidade de queda das gotas.
Fonte: Kohnke & Bertrand (1959).

3) Formato das gotas

O formato das gotas está relacionado com o seu tamanho:
⇨ Gotas pequenas são quase esféricas.
⇨ Gotas grandes são elípticas.
↣A curvatura acentuada da superfície esférica
provoca tensão superficial, mantendo a forma
esférica.
↣Gotas grandes, devido ao formato elíptico, são
distintamente mais achatadas no lado inferior.
↣A menor curvatura da superfície destas gotas,
cria uma tensão superficial relativamente
pequena.
↣Por isso, tais gotas rompem-se como
resultado da resistência do ar, razão pela qual
raramente existem gotas de chuva maiores que 7
mm

→ A energia cinética das gotas de chuva que
caem em um ano sobre um hectare de terra
corresponde, aproximadamente, à energia
liberada por 50 toneladas de dinamite
(MEYER;MANNERING,1967).
→ O potencial erosivo da chuva é representado
por um índice numérico chamado de
EROSIVIDADE (R) da chuva.
→ Além da energia cinética do impacto das
gotas, a chuva é responsável direta pelo
volume do escoamento superficial, o qual são
dependentes dos fatores: intensidade,
duração, frequência e perfil da chuva.
FATOR CHUVA

FATORES DA CHUVA QUE AFETAM A EROSÃO
a) Intensidade da chuva (I) - mm/h
b) Duração da chuva
c) Quantidade total da chuva
d) Frequência da chuva
e) Distribuição sazonal da chuva
f) Energia cinética da chuva

a) Intensidade da chuva (I) - mm/h
→ Quanto maior a intensidade, mais intensa será a chuva, maior
a massa de água, maior a velocidade, maior a energia cinética e,
portanto, maior a desagregação e maior a erosão do solo.
FATORES DA CHUVA QUE AFETAM A EROSÃO
TABELA. Efeito da intensidade da chuva e a erosão.
Duraçãoda chuvaIntensidadeda ChuvaPerdasde soloPerdasde água
Min mmh
-1
tha
-1
% da chuva
30
60 6,0 54
15 120 15,3 64
Fonte: Bertol(1996).

b) Duração da chuva
FATORES DA CHUVA QUE AFETAM A EROSÃO
⇨ A associação de intensidade com a duração da chuva
determina a precipitação total.
⇨ Para chuvas de mesma intensidade, a de maior
duração poderá causar maior erosão.
Duração Volume Intensidade Perda de solo
h mm mm h
-1
t ha
-1
2 50 25 Maior
5 50 10 Menor
TABELA. Efeito da duração da chuva sobre as perdas de solo por erosão.
Fonte: Adaptado de Neal (1938).

FATORES DA CHUVA QUE AFETAM A EROSÃO
c) Quantidade total da chuva
⇨ É o volume de chuva que precipita em um determinado período.
⇨ Os solos tem uma capacidade limite de absorção de água.
⇨ Ultrapassando esse limite, o excesso ocasionará enxurrada e,
consequentemente, erosão.
Duração Volume Intensidade Perda de solo
h mm mm h
-1
t ha
-1
2 50 25 Menor
5 125 25 Maior
TABELA. Efeito da quantidade total de chuva sobre as perdas de solo por erosão.
Fonte: Adaptado de Neal (1938).

TABELA. Valores de precipitações pluviométricas
mensais e totais pluviométricos anuais em Botucatu, SP.
Fonte: http://www.cbmet.com/cbm-files/14-a30e699bdf9e72866d97d497cf3486fe.pdf

Fonte: Estação Experimental de Valparaí so - Ridesa / UFSCAR
Valores informados em milímetros (mm/mês)
Atualizaç ão: 12/03/2020
Fonte: https://www.udop.com.br/download/estatistica/chuvas/1992a2020_historico_chuva_estacao_ridesa.pdf
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE VALPARAÍ SO - UDOP - União Nacional da Bioenergia

PRECIPTAÇÃO PLUVIOMÉ TRICA

Local PTA (mm)
Bonança 1371
Ilha Solteira 928
Itapura 1090
Marinópolis 1047
Paranapuã 1265
Populina 1281
Santa Adélia 1158
Santa Adélia Pioneiros 1580
BALANÇO HÍDRICO NO NOROESTE PAULISTA EM 2012
TABELA 1 - Valores de precipitação total anual (PTA).
Fonte: http://www.agr.feis.unesp.br/pdf/conbea2013/conbea_2013_balancohidrico.PDF

⇨ É o intervalo entre duas chuvas consecutivas.
⇨ Intervalo curto, maior umidade do solo e o maior escorrimento.
d) Frequência da chuva
FATORES DA CHUVA QUE AFETAM A EROSÃO
Data da
chuva
anterior
Data da chuva
quecausa
erosão
Intensidade
da chuva
Quantidade
de chuva
Perda
de solo
Perda
de água
mmh
-1
mm tha
-1
mm
03/08 20/08 36 18,0 0,0 0,1
20/10 22/10 24 12,5 0,5 2,4
TABELA. Efeitoda frequênciada chuvasobreaerosãodo solo.
Fonte: Bertol(1996).

e) Distribuição sazonal da chuva
FATORES DA CHUVA QUE AFETAM A EROSÃO
⇨ A concentração da chuva em uma ou duas
estações do ano determina uma frequência de
chuvas neste período, aumentando os riscos de
erosão.
⇨ Chuvas bem distribuídas durante o ano
causam menores problemas.

FIGURA. Balanço hídrico normal mensal para Botucatu, SP.
Fonte: http://www.cbmet.com/cbm- files/14-a30e699bdf9e72866d97d497cf3486fe.pdf

FIGURA. Balanço hídrico normal mensal para Jaboticaba l, SP.
Fonte: https://www.fcav.unesp.br/#!/estacao-agroclimatologica/balanco-
hidrico/balanco-hidrico-climatologico/

FIGURA. Balanço hídrico normal mensal para Ilha Solteira, SP.
Fonte: http://www.agr.feis.unesp.br/pdf/conird2010_damiao.pdf

e) Distribuição sazonal da chuva
FATORES DA CHUVA QUE AFETAM A EROSÃO
⇨ Precipitação pluviométrica no Brasil:
404 a 3860 mm ano
-1
Menor valores: Região Nordeste
Maiores valores: Região Norte

Erosividade da chuva no Brasil:
3116 a 20035 MJ mm ha
-1
ano
-1

f) Energia cinética da chuva
FATORES DA CHUVA QUE AFETAM A EROSÃO
→ É o fator da chuva mais importante no estudo da erosão do solo:
→ Primeira causa da desagregação do solo.
→ A energia cinética (Ec) é a forma de energia decorrente do
movimento dos corpos. É a metade do produto da massa pelo
quadrado da velocidade [Ec = m.v
2
/2].
→ A Ec total da chuva afeta a erosão do solo.
→ Uma correlação mais estreita com a erosão é obtida pela
interação da Ec da chuva com sua intensidade máxima em 30
minutos (I
30).
→ Esse efeito multiplicativo proporciona uma medida do poder da
chuva em causar erosão denominado de EI
30 (EROSIVIDADE).

→ Representa o potencial da chuva em causar erosão
e é expresso por meio de índices que têm, como
principais aplicações, o entendimento do processo
erosivo e o desenvolvimento de práticas
conservacionistas.
→ Habilidade potencial da chuva, do vento, da
gravidade ou de outro agente erosivo em causar
erosão.
EROSIVIDADE
(Fator R)

Fonte: Bertoni e Lombradi Neto (2014); Souza et al. (2019).

→ A EROSIVIDADE da chuva tem sido avaliada satisfatoriamente
pelo índice EI
30 (MJ mm ha
-1
h
-1
), para várias regiões do Brasil e
correlacionada linearmente com perdas de solo.
→ A determinação da energia cinética da chuva natural pode ser
calculada pela seguinte equação:
Ec = 12,14 + 8,88 log I
Onde:
•Ec é a energia cinética em toneladas-metro/hectare- milímetro
•I é a intensidade de chuva em mm h
-1
Fonte: Bertoni e Lombradi Neto (2014).

Wischmeier & Smith (1958)

Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v26n3/27.pdf

→ A classificação dos valores de erosividade das chuvas segue o
proposto por Larios (2007), que sugere uma classificação de erosividade
em cinco classes: muito baixa, baixa, média, alta e muito alta.
→ Esta classificação foi adaptada, onde os valores bases foram
transformados para MJ mm ha
-1
h
-1
ano
-1
e MJ mm ha
-1
h
-1
mês
-1
.
→ 69% das chuvas brasileiras: alta
ou muito alta erosividade(Silva, 2004).
Classes de erosividade Valoresde R(Erosividade)
MJ mm ha
-1
h
-1
ano
-1
MJmm ha
-1
h
-1
mês
-1
Muitobaixa R < 2455,0 R < 205,0
Baixa 2455,0 < R < 4910,0 205,0 < R < 410,0
Média 4910,0 < R < 7365,0 410,0 < R < 615,0
Alta 7365,0 < R < 9820,0 615,0 < R < 820,0
Muitoalta R > 9820,0 R > 820,0
TABELA. Classes de erosividadeda chuvamédiaanuale médiamensal.
Fonte: Santos (2008).

Estimativa de erosividade da chuva do Brasil
Fonte: https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/58207136/pesquisadores -geram-mapas-de-suscetibilidade-e-vulnerabilidade-
dos-solos-brasileiros-a-erosao-hidrica?fbclid=IwAR045-Ra0LTkqMYIjPnd2wjQMdR-604x3Nuir0ifoDTwnnERaQ_QM1Xs404

→ Do ponto de vista prático, o conhecimento da distribuição
acumulada do índice de erosividade da chuva ao longo do ano
permite identificar quais os períodos com maior risco ou
potencial de erosão hídrica e, assim, planejar as medidas de
controle.
Índice de erosividade da chuva
Fonte: Souza et al. (2019).

FATOR INFILTRAÇÃO
↑Infiltraçãoda água
↓Intensidadede enxuradanasuperfície
↓Erosãodo solo
INFILTRAÇÃO é o movimentoda águadentroda superfíciedo solo.

FATOR INFILTRAÇÃO
► O movimento de água no
solo é realizado basicamente
por forças de gravidade e de
capilaridade.
► Em solo saturado, é
fundamentalmente pela
gravidade, enquanto que em
solo não saturado é
principalmente por
capilaridade.
► O tamanho e a disposição
dos espaços porosos têm a
maior influência na velocidade
de infiltração de um solo.
Microporos
Macroporos
SOLO ARENOSO: ↑ Vel. Infiltração
SOLO ARGILOSO: ↓ Vel. Infiltração

► A velocidade máxima de infiltração (VMI) ou taxa de infiltração (TI):
→ ocorre no início da chuva e decresce rapidamente.
→ continuandoachuva,avelocidadedeinfiltraçãoéminima.
→ depende dos atributos do solo:
→ Textura, estrutura, mineralogia etc.
Enxurrada
Infiltração
Tempo (min)
Chuva
(mm)
FATOR INFILTRAÇÃO

EX.: TAXA DE INFILTRAÇÃO vs. TEXTURA DO SOLO

Fatores que interferem na capacidade de infiltração
 Condição da superfície;
 Tipo de solo;
 Condições do solo;
 Umidade inicial do solo;
 Presença de fendas, rachaduras e canais biológicos;
 Cobertura do solo; e,
 Compactação do solo.

CONDIÇÃO DA SUPERFÍCIE: a natureza da superfície considerada é
fator determinante no processo de infiltração. Áreas urbanizadas
apresentam menores velocidades de infiltração que áreas
agrícolas, principalmente, quando estas têm cobertura vegetal.
TIPO DE SOLO: a textura e a estrutura são propriedades que
influenciam expressivamente a infiltração.
CONDIÇÃO DO SOLO: em geral, o preparo do solo tende a
aumentar a capacidade de infiltração. No entanto, se as condições
de preparo e de manejo do solo forem inadequadas, a sua
capacidade de infiltração poderá tornar-se inferior a de um solo
sem preparo, principalmente se a cobertura vegetal presente sobre
o solo for removida.
Fatores que interferem na capacidade de infiltração

CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO

Umidade inicial do solo: para um mesmo solo, a capacidade de infiltração
será tanto maior quanto mais seco estiver o solo inicialmente.
Presença de fendas, rachaduras e canais biológicos originados por raízes
decompostas ou pela fauna do solo: estas formações atuam como
caminhos preferenciais por onde a água se movimenta com pouca
resistência e, portanto, aumentam a capacidade de infiltração.
Fatores que interferem na capacidade de infiltração
Cobertura vegetal:
→ As raízes das plantas criam caminhos preferenciais para o movimento
da água no solo, aumentando a infiltração.
→ Reduz o impacto das gotas de chuva e promove o estabelecimento de
uma camada de M.O. em decomposição que favorece a atividade
microbiana, de insetos e de animais, o que contribui para formar
caminhos preferenciais para o movimento da água no solo.
→ Reduz a velocidade do escoamento superficial e, portanto, contribui
para aumentar o volume de água infiltrada.

Fatores que interferem na capacidade de infiltração
COMPACTAÇÃO DO SOLO

MÁQUINAS E/OU ANIMAIS: o tráfego intensivo de
máquinas sobre a superfície do solo produz uma
camada compactada que reduz a capacidade de
infiltração do solo. Solos em áreas de pastagem
também sofrem intensa compactação pelos cascos dos
animais.
AÇÃO DA CHUVA: as gotas da chuva ou irrigação ao
atingirem a superfície do solo podem promover uma
compactação, reduzindo a capacidade de infiltração.
A intensidade dessa ação varia com a quantidade de
cobertura vegetal, com a energia cinética da
precipitação e com a estabilidade dos agregados do
solo.

MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO
Experimentosdelaboratório
⇨ Chuvaartificial
⇨ Alturaconstantedasuperfícielivredeágua
Experimentosemcampo
⇨ Chuvanaturalemtalhõesisolados
⇨ Bacias(micro) hidrográficas(condiçõesnaturais)
⇨ Infiltrômetro de anel
⇨ Simuladores de chuva

→ Consiste basicamente de dois cilindros
concêntricos e um dispositivo para medir os
volumes das águas inseridas no cilindro
interno.
→ Os cilindros apresentam 25 e 50 cm de
diâmetro, ambos com 30 cm de altura.
→ Devem ser instalados concentricamente e
enterrados 15 cm no solo. Para isso, as bordas
inferiores devem ser em bisel a fim de facilitar
a penetração no solo.
INFILTRÔMETRO DE ANEL
► Quando a infiltração se processa apenas na vertical.

► Utilizado para irrigação por aspersão e por inundação.

Infiltrômetro de anel
Procedimento:
→ A água é colocada ao mesmo tempo nos
dois anéis.
→ Com uma régua graduada faz-se a leitura
da lâmina d’água no cilindro interno ou
anota-se o volume de água colocado no
anel, com intervalos de tempo
pré-determinados.
→ A diferença de leitura entre dois
intervalos de tempo, representa a infiltração
vertical neste período.
→ A finalidade do anel externo é evitar que
a água do anel interno infiltre lateralmente,
mascarando o resultado do teste.
→ O teste termina quando a taxa de
infiltração permanecer constante.

DETERMINAÇÃO DA INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DO
INFILTRÔMETRO DE ANEL

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=3Uce1t8d5Cw
Infiltrômetro de anel

► Quando a infiltração se processa apenas na vertical, simulando
uma chuva natural: utilizados para irrigação por aspersão.
► Equipamentos nos quais a água é aplicada por aspersão, com
intensidade de precipitação superior à capacidade de infiltração (CI)
do solo.
Objetivo: coletar a lâmina de escoamento superficial originada pela
aplicação de uma chuva com intensidade superior à CI do solo.
INFILTRÔMETRO vs. SIMULADORES DE CHUVA
→ Por não existir o impacto das gotas de chuva contra a superfície do solo,
provocando o selamento superficial, o infiltrômetro de anel superestima a taxa de
infiltração em relação ao simulador de chuvas. Outro fator que contribui para que os
valores de taxa de infiltração sejam diferentes nos dois métodos é a presença da
lâmina d´água no infiltrômetro de anel. Essa lâmina provoca um aumento no
gradiente de potencial favorecendo o processo de infiltração.
SIMULADORES DE CHUVAS

Procedimento: aplica-se a água sobre uma área delimitada com
chapas metálicas tendo, em um dos seus lados, uma abertura a
fim de ser possível a coleta do escoamento superficial.
Taxa de infiltração = diferença entre a intensidade de precipitação
e a taxa de escoamento.
SIMULADORES DE CHUVAS
FIGURA. Infiltrômetro de aspersão pendular (A) e rotativo (B).
A B

Manejo adequado impacta positivamente na infiltração de
água no solo.
https://www.youtube.com/watch?v=nZgOU7aREm4

FATOR TOPOGRAFIA DO TERRENO
L
S
► A topografia do terreno, representada pela
declividade (S) e pelo comprimento dos lançantes (L),
exerce acentuada influência sobre a erosão do solo.
Q
uanto maior o comprimento do lançante maior
a erosão; quanto maior o declive maior a erosão.

O fator topografia é influenciado principalmente pelo:
 grau do declive;
 comprimento do declive;
 regularidade do declive;
 curvatura do declive; e,
 microrelevo.
TOPOGRAFIA DO TERRENO

A inclinação ou gradiente da superfície, normalmente expressa em
porcentagem, é um dos fatores mais importantes na erosão do
solo.
A medida que o grau do declive aumenta, aumenta a erosão, pois
diminui grandemente a capacidade de armazenamento de água na
superfície do solo e aumenta a taxa de escoamento superficial.
O aumento no volume e velocidade da enxurrada torna a água um
melhor agente transportador, além de aumentar o poder de
desagregação de solo pelo escoamento superficial concentrado em
sulcos.

 Grau do declive

•Quando o declive aumenta em quatro vezes (passa de 2% para 8%),
a velocidade de enxurrada duplica;
•Quando a enxurrada dobra de velocidade, a sua capacidade de
erodir é multiplicada por quatro;
•Quando a velocidade de enxurrada dobra, ela é capaz de desagregar
partículas 64 vezes maiores; e,
•Quando a velocidade da enxurrada dobra, ela é capaz de arrastar 32
vezes mais partículas.
 Grau do declive
Graudo declive(%) Perdasde solo (t ha
-1
)
4 2,8
8 6,3
12 12,6
TABELA. Efeitodo graudo declivesobreaerosãohídricado solo.
Fonte: Bertol(1996).

N.P. COGO et al. R. Bras. Ci. Solo, 27:743- 753, 2003.
[http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v27n4/a19v27n4.pdf]
TABELA. Perdas de solo e água por erosão, por ciclo cultural e no somatório dos ciclos,
considerando os métodos de preparo e classes de declividade do solo, na condição “solo
com fertilidade corrigida”.
*Preparada convencionalmente (uma aração e duas gradagens), no sentido do declive, a cada implantação de uma
cultura, e mantida permanentemente descoberta e sem crosta.
*

► Com o aumento o comprimento da rampa, maior será a
quantidade de água perdida, consequentemente, maior a
energia cinética da enxurrada e, portanto, maior o potencial em
causar erosão. Em média, as perdas de solo aumentam
1,5 vezes por unidade de área quando o comprimento do declive
é duplicado.
 Comprimento da rampa
TABELA. Efeitodo comprimentodo declivesobreaerosãohídricado solo.
Fonte: Bertol(1996).
Comprimentodo declive(m) Perdasde solo (t ha
-1
)
25 14
50 20
100 33

Comprimento do
declive
Taxa de perda de soloTaxa de
enxurrada
Velocidade de
enxurrada
m kg m
-2
h
-1
L s
-1
m de largura m s
-1
11 0,07 0,11 0,05
50 0,23 0,41 0,15
75 0,38 0,69 0,18
100 0,73 0,99 0,23
140 0,84 1,33 0,27
195 2,24 1,85 0,50
225 3,80 2,14 0,68
325 3,93 3,15 0,93
TABELA.Taxasdeperdadesoloeáguaporerosãohídricaevelocidadede
enxurradadoúltimosegmentode11mdeumdeclivemaior,simulado
experimentalmentenocampo,emsemeaduradiretanapresençade
fitomassaresidualdesojasubmetidaàchuvasimulada.
Fonte: Barbosa (2011).

 Regularidade do declive
► A maior ou menor regularidade dos declives, implica em
continuidade das rampas e, consequentemente, em estabilidade
ou variação na velocidade de escoamento, afetando diretamente
as perdas por erosão. Quando a água desce sobre um terreno
inclinado, perde-se mais solo na parte inferior do declive do que
na parte superior.
TABELA.Perdasdesoloocasionadaspelaáguaescoandosobrevários
segmentosdeumdeclive.
Fonte: Bertol(1996).
Comprimentodo segmento(m) Perdasde solo (t ha
-1
)
0–23 0,9
23–46 1,7
46–69 2,1
69 –92 2,5
Média0 –92 1,8

TABELA. Perdade solo por erosão hídricaemdiversossegmentosde uma
pendente com declividademedia de 8 cm m
-1
.
Fonte: Bágio(2016).
Comprimentodo declive Perdasde solo
m (t ha
-1
)
11 153
22 167
33 183
44 201

 Curvatura do declive
→ A forma do declive pode ser convexa ou côncava, com ambas as
formas.
→ Normalmente, a erosão é maior sobre os declives convexos
porque eles fornecem melhores condições para que o escoamento
superficial da água seja mais ativo.
→ Sobre os declives convexos, o grau de declive aumenta na
direção da base da colina, aumentando o poder erosivo da
enxurrada.
→ A taxa de erosão sobre cada segmento de um declive varia
dependendo se é convexo ou côncavo.

Convexa Côncava
O carregamento da terra, em condições comparáveis, é
menor na encosta côncava e maior na convexa.
 Curvatura do declive

TABELA.Perdadesoloporerosãohídricaemquatrosegmentosde
pendente,emtrêsformasdedeclive.
Fonte: Valoresestimadoscom base em Renard et. (1997).
_____________________________
t ha
-1 _____________________________
1 3 1 26
2 9 6 25
3 19 27 16
4 34 82 5
Média 16 29 18

→ O microrelevo refere-se à rugosidade da superfície do solo.
→ Tem papel fundamental na infiltração de água no solo,
principalmente quando a cobertura vegetal é escassa.
→ As depressões e elevações na superfície do solo diminuem a
velocidade do escoamento, diminuindo a capacidade de
transporte.
 Microrelevo
→ Quanto mais rugosa for a superfície,
menor será a enxurrada e menor a
erosão.

Suscetibilidade
dos solos do
Brasil
Expressaasensibilidade
dossolosàerosão
provocadapelaáguaem
suaambiência, ouseja,
considerandoasituação
topográfica,ourelevo
dapaisagem,eas
condiçõesclimáticasàs
quaisestãosubmetidos.
Fonte: https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/58207136/pesquisadores -geram-mapas-de-suscetibilidade-e-vulnerabilidade-
dos-solos-brasileiros-a-erosao-hidrica?fbclid=IwAR045-Ra0LTkqMYIjPnd2wjQMdR-604x3Nuir0ifoDTwnnERaQ_QM1Xs404

FATOR (C) COBERTURA VEGETAL
Foto: Prof. Thiago Nogueira (FEIS/UNESP).

FATOR COBERTURA VEGETAL
► É a defesa natural de um terreno contra os processos da erosão.
Seus principais efeitos são:
⇨ proteção direta contra a ação do impacto das gotas de chuva;
⇨ dispersão das gotas de chuva que ao atingirem a cobertura
perdem muito de sua energia;
⇨ diminuição da velocidade de escoamento da enxurrada pelo
aumento do atrito na superfície;
⇨ decomposição de raízes que, ao formarem pequenos canais,
aumentam e facilitam a infiltração de água; e,
⇨ ocorre um melhoramento da estrutura do solo, pela adição de
matéria orgânica, aumentando a retenção de água.

A cobertura do solo influencia na taxa de erosão em função:
FATOR COBERTURA VEGETAL
→ porcentagem de cobertura;
→ tipo de vegetação;
→ estágiodecrescimentodasplantas; e,
→ métododemanejodosresíduosvegetais
.

Porcentagem de cobertura

Tipo de vegetação

Estágiode crescimentodas plantas

Manejodos resíduosvegetais

TABELA.Perdasdesoloeáguaporerosãohídricaemfunçãode
métodosdemanejodefitomassasculturaisresiduais.
Tipo de manejodo solo Perdade soloPerdade água
t ha
-1
% da chuva
Palhaqueimada 20 8
Palhaincorporadaaosolo 14 6
Palhanasuperfíciedo solo 6 2
Preparo convencional 7 31
Preparo reduzido 2 28
Sem preparo do solo 0,2 15
Fonte: Adaptado de Bertoni et al. (1972).

Nível da copa (folhas): parte da água
interceptada é evaporada diretamente
das folhas e parte da água que atinge
o solo tem sua energia cinética (Ec)
dissipada.
A cobertura vegetal protege o solo em três níveis:
FATOR COBERTURA VEGETAL

Nível da superfície do solo (troncos, restos vegetais): servem como
barreira para a enxurrada, dificultando o deslocamento das águas e
aumentando a tortuosidade do fluxo da enxurrada.
FATOR COBERTURA VEGETAL

Nível do interior do solo (raízes):
aumentam a agregação do solo e a
formação de bioporos após a morte das
raízes.
FATOR COBERTURA VEGETAL

COBERTURA VEGETAL
Adaptado de: Merrill, S.D., Krupinsky, J.M.,Tanaka, D.L., 2002: Soil coverage by residue in
diverse crop sequences under No-till. USDA-ARS. Poster presented at the 2002. Annual Meeting
of ASA-CSSA-SSSA, November 10-14, Indianapolis, IN.
Riscorelativode erosão(%)
Cobertura(%)

Cobertura vegetal do solo
Fonte: Martins Filho, Marcílio V., Liccioti, Thiago T., Pereira, Gener T., Marques Júnior, José, &
Sanchez, Rodrigo B. Perdas de solo e nutrientes por erosão num Argissolo com resíduos vegetais de
cana-de-açúcar.Engenharia Agrícola, v.29, p. 8-18, 2009.

CUNHA, R.C. et al. Análise da influência das variáveis ambientais utilizando inferência Fuzzy e
zoneamento das vulnerabilidades. Estudo do caso da bacia hidrográfica do Ribeirão do Feijão, São
Carlos - SP.Geociências, v. 30, n. 3,2011.
Cobertura vegetal do solo
TABELA.Importânciadacoberturavegetalnosprocessoserosivosesuainferência
Fuzzy–AHP*.Fonte:ModificadodeRoss(1994).Classes de
fragilidade
Classesde coberturado solo
Fuzzy
AHP
MuitofracoFlorestasematasnaturaiscombiodiversidade 0,1
Fraco
Formaçõesarbustivasnaturais, matassecundárias,
cerradosecapoeiras
0,3
Médio
Cultivosdecicloslongos,pastagenscombaixopisoteio
degado,silvicultura
0,5
Forte
Culturasdeciclolongocombaixadensidade,culturas
deciclocurto
0,7
Muitoforte
Áreasdesmatadas, soloexposto,agricultura
não-conservacionista
0,9
*Processo analítico hierárquico.

Coberturavegetal do solo
As perdasporerosão de um mesmotipode solo variam
emintensidadede acordocom o usoda terra.
Fonte: Lepsch(2010).
Graude erosão
Quase
inexistente
Baixo
Médio
Muitoalto

Fonte: Cardoso et al. Plantas de cobertura no controle das perdas de solo, água e nutrientes por erosão hídrica.
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 16, n. 6, p. 632-638, 2012.
No mês de fevereiro, a erosividade
foi inferior à do mês de março
(Tabela 1), mesmo com valores
superiores de precipitação, em
razão das menores intensidades da
chuva e energia cinética.
Parcelas-padrão
de Wischmeier

Fonte: Cardoso et al. Plantas de cobertura no controle das perdas de solo, água e nutrientes por erosão hídrica.
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 16, n. 6, p. 632-638, 2012.
Conclusões:
1.O maior índice de cobertura
proporcionou o melhor
crescimento e desenvolvimento
de plantas de feijão-de-porco.
2.Entre as espécies de plantas de
cobertura estudadas o feijão-de-
porco foi a que apresentou maior
potencial no controle dos
processos erosivos, pois propicia
menores perdas de solo e água.
3.A melhor proteção do solo para
todas as culturas foi obtida no
espaçamento de 0,25 m, haja
vista que, quanto menor o
espaçamento entre plantas mais
entrelaçada fica a parte aérea,
reduzindo as perdas de solo, água
e nutrientes.

Vulnerabilidade
dos solos do
Brasilàerosão
hídrica
Expressaaograude
vulnerabilidadedos
solosaosprocessos
erosivosconsiderando
oníveldeexposiçãoem
funçãodacobertura
vegetalnaturaloudo
usoagropecuário.
Fonte: https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/58207136/pesquisadores -geram-mapas-de-suscetibilidade-e-vulnerabilidade-
dos-solos-brasileiros-a-erosao-hidrica?fbclid=IwAR045-Ra0LTkqMYIjPnd2wjQMdR-604x3Nuir0ifoDTwnnERaQ_QM1Xs404

FATOR NATUREZA DO SOLO
⇨ Quanto menor for a estabilidade dos
agregados do solo e a capacidade de
infiltração de água nele, mais susceptível
será esse solo à erosão.
⇨ A baixa capacidade de infiltração da água
em um solo torna-o mais propenso ao
escoamento superficial.
⇨ Solos ricos em silte e areia e pobres em
M.O. são muito propensos ao processo
erosivo, em razão da pequena resistência
que oferecem ao desprendimento de
partículas durante a precipitação.
% de areia> 80.

ERODIBILIDADE
(Fator K)

Fonte: Bertoni e Lombradi Neto (2014); Souza et al. (2019).
→ A susceptibilidade do solo à erosão é representada
por um fator chamado de ERODIBILIDADE do solo, o
qual refere-se às características intrínsecas de cada
solo, que torna alguns mais facilmente erodíveis que
outros, mesmo que as condições de chuva, vegetação
e manejo sejam as mesmas.

Habilidade potencial do solo em resistir a erosão
.

A ERODIBILIDADE do solo (fator K da Equação
universal de Perda de Solo) é dependente de
vários fatores, tais como:
⇨ Textura
⇨ Estrutura
⇨ Matéria orgânica
⇨ Óxidos e hidróxidos de Fe e Al do solo
Fonte: Bertoni e Lombradi Neto (2014); Souza et al. (2019).

ERODIBILIDADADE DOS SOLOS
► Propriedades do solo que afetam a erodibilidade: capacidade
de infiltração, permeabilidade e capacidade de armazenamento
de água, além daqueles que resistem as forças de dispersão,
salpico, abrasão/desgaste por atrito e transporte pela chuva e
escoamento.
Índice de ERODIBILIDADE do solo – (K)
Método indireto:
K = 0,1317 (ADA/AT) (AT/EU), onde:
ADA = argila dispersa em água.
AT = argila total.
EU = umidade equivalente.

ÍNDICE DE ERODIBILIDADE PARA ALGUNS SOLOS DO BRASIL
Solo K
CAMBISSOLO
0,054
ARGISSOLO
0,044
NITOSSOLO
0,024
LATOSSOLO VERMELHO AMARELO
0,035
LATOSSOLO VERMELHO
0,02

Expressa a capacidade do
solo de resistir à erosão
provocada pela água a
partir de características
intrínsecas, como a
composição
granulométrica, estrutura,
conteúdo de carbono
orgânico na camada
superficial,
permeabilidade,
profundidade efetiva do
solo e a presença ou
ausência de camada
compactada e
pedregosidade.
Erodibilidade dos solos do Brasil
Fonte: https://www. embrapa. br/en/busca-de-noticias/-/noticia/58207136/pesquisadores -geram-mapas-de-suscetibilidade-e-vulnerabilidade-
dos-solos-brasileiros-a-erosao-hidrica?fbclid=IwAR045-Ra0LTkqMYIjPnd2wjQMdR-604x3Nuir0ifoDTwnnERaQ_QM1Xs404

Propriedades do solo que afetam a desagregação
⇨ Teor de argila: argila é um agente cimentante que tem a
capacidade de causar resistência dos agregados.
⇨ Tipo de argila [estabilidade em água]:
Montmorilonita do tipo 2:1 → são pouco estáveis
Argilas cauliníticas do tipo 1:1 → são mais estáveis
Amaiorestabilidadedosagregadoscondiciona↓enxurradas↓erosãodosolo⇨ Tipo de cátions: Ca é agregante; Na é dispersante;
⇨ Teor de M.O.: agente cimentante.
⇨ Teor de umidade: influencia na estabilidade dos agregados.
Solos muito secos ou muito úmidos são menos resistentes do que
solos com médio teor de umidade.

Giarola et al. Método de avaliação visual da qualidade da estrutura aplicado a LATOSSOLO
VERMELHO Distroférrico sob diferentes sistemas de uso e manejo. Cienc. Rural,v. 39,n. 8, 2009.
FIGURA. Amostras representativas dos tratamentos ILP-28, SPD e Mata (a) e respectivos
valores médios dos escores de qualidade estrutural (Ev) (b), de acordo com a metodologia
de BALL et al. (2007).
(a)
(b)
Escores entre 1 e 3 indica
condições aceitáveis de
manejo e qualidade física
do solo.

Efeito da matéria orgânica na
formação de agregados do solo
Fonte: Aula Prof. SérgioLima (FCA/UNESP).

Propriedade do solo que afetam o transporte das partículas
→ Tamanho de partículas: partículas menores são mais facilmente
transportáveis. A velocidade de sedimentação é proporcional ao
quadrado do seu diâmetro. Assim, quanto menor a partícula, menor
o seu diâmetro e mais tempo levará para sedimentar, portanto são
transportadas a maiores distâncias.
→ Densidade de partículas: a densidade das partículas também
afeta o transporte. A densidade de partículas média dos solos
minerais é de 2,65 Mg m
-
³, enquanto que a da matéria orgânica é
de 0,6 a 1,0 Mg m
-
³. Por isso a matéria orgânica flutua mais
facilmente do que os grânulos de minerais.

Propriedades que afetam a infiltração de água no solo
Conteúdo de umidade no momento da chuva: para um mesmo solo, a
capacidade de infiltração será tanto maior quanto mais seco estiver o solo
inicialmente.
Teordematériaorgânica:aumenta a capacidade de retenção de água,
uma vez que a fração orgânica retém cerca de quatro a seis vezes mais do
que seu peso.
Estrutura (estabilidade de agregados): a estrutura é parcialmente uma
consequência da textura. Está relacionada com o tamanho e arranjamento
dos poros grandes (macroporos). Esses macroporos (diâmetro maior que
0,06 mm) são responsáveis pela drenagem do solo.
Textura: poros grandes podem existir como resultado da textura grosseira
ou da agregação do solo.
EXEMPLOESTRUTURA vs. TEXTURA

Solo ARENOSO ⇨ ↑ % macroporos e ↓ % volume total de poros (VTP).
Ao receber as águas de uma chuva de pequena intensidade, poderá
absorver toda a água, sem que ocorra a formação de enxurrada. Se nesse
mesmo solo houver a ocorrência de uma chuva de maior intensidade,
haverá a formação de grande enxurrada e em função da menor
estabilidade de agregados condicionada pela menor % de argila, maior será
a sua suscetibilidade à erosão.
Solo ARGILOSO ⇨ ↑ % de microporos e ↑ % de VTP e, consequentemente,
menor penetração de água. Quando há a ocorrência de uma chuva, a água
escorre pela superfície, mas em função desse solo apresentar maior % de
argila, haverá maior força de coesão entre as partículas, condicionando
uma maior estruturação do solo e, portanto, uma maior resistência à
erosão.
► Solos com textura intermediária ⇨ apresentam maiores vantagens,
pois possuem partículas de diferentes tamanhos e mescladas em tais
porcentagens, que reduzem os inconvenientes dos extremos.

→ Solos argilosos bem estruturados (estrutura estável) podem
apresentar taxas de infiltração tão altas quanto as dos solos
arenosos, e apresentam, seguramente, taxas de infiltração
maiores do que os solos argilosos com estrutura instável.
Estrutura granular
(↑ estabilidade intra-agregados)

→ Como regra geral, os solos
com horizonte B latossólico
(LATOSSOLOS) ocorrem no
relevo plano ou suavemente
ondulado, por isso são menos
erosivos que os demais solos.
→ Os solos com horizonte
B textural (ARGISSOLOS)
ocorrempredominantemente
no relevo ondulado, ou forte
ondulado, por isso necessitam
de mais cuidados
conservacionistas.

→ A profundidade de um solo,
bem como suas características no
sub-solo, são de fundamental
importância no processo erosivo.
→ Solos mais profundos
apresentam maior capacidade de
infiltração das águas das chuvas
e, consequentemente, maior
capacidade de armazenamento
dessas águas, reduzindo portanto,
o acúmulo de águas na sua
superfície, diminuindo também os
riscos de erosão.
PROFUNDIDADE DO SOLO

Tipo de soloPerdasde solo (t ha
-1
) Perdas de água (%)
Arenoso (RQ) 21,1 5,7
Argiloso (PV) 16,6 9,6
Terra Roxa (NV) 9,5 3,3
TABELA.Efeitodos tiposde solos nas perdasporerosão.
Fonte: Bertonie Lombardi Neto(2014).
Médiasnabase de 1.300 mm de chuvae declivesentre 8,5 e 12,8%.

EFEITO DO TIPO DO SOLO NOS PROCESSOS EROSIVOS
Fonte: Cunha et al. (2011).
→ Para as classes de ERODIBILIDADE dos solos, considerou-se o escoamento superficial
difuso e concentrado. O tipo de solo e suas características intrínsecas (textura, estrutura,
porosidade, profundidade e pedregosidade) fornecem a maior ou menor resistência do
mesmo ao processo de erosão.
TABELA.Importânciadostiposdesolosnaocorrênciadeprocessoserosivosesua
inferênciaFuzzy–AHP.Fonte:ModificadodeRoss(1994).
Classes de
fragilidade
Classes de solos
Fuzzy
AHP
Muitofraco
LATOSSOLOVERMELHOEscuroeVERMELHOAMARELOde
texturaargilosa
0,1
Fraco
LATOSSOLOAMARELOeVERMELHOdetextura
média-argilosa
0,3
Médio
LATOSSOLO VERMELHO AMARELO, LATOSSOLO
VERMELHO,ARGISSOLOVERMELHOAMARELOdetextura
media-argilosa
0,5
Forte
ARGISSOLOVERMELHO AMARELO detextura
média-arenosaeCAMBISSOLOS
0,7
MuitoforteARGISSOLOS,NEOSSOLOSQUARTIZARÊNICOSeLITÓLICOS0,9

TABELA. Extensãoe distribuiçãodos solos no Brasil.
1.LATOSSOLOS = Brasil38,73 %; Sudeste56,30 %.
2.ARGISSOLOS = Brasil19,98 %; Sudeste20,68 %.
3.NEOSSOLOS = Brasil 14,57 %; Sudeste9,38 %.

TABELA.Extensãoedistribuiçãopercentualdasclassesdesuscetibilidadenatural
dossolosàerosão.
39 %
Alta + M. alta
A região Sudeste apresenta 61% de seus
solos com suscetibilidade à erosão
variando de muito baixa a média, em
decorrência da dominância de relevos
aplainados, associados a solos profundos
e bem drenados, como os LATOSSOLOS.
ARGISSOLOS
CAMBISSOLOS
NEOSSOLOS

→ O manejo compreende os tipos de preparo do solo e práticas
culturais.
→ O manejo do solo afeta diretamente as taxas de erosão, pois está
relacionado às propriedades físicas da superfície e subsuperfície do
solo, bem como sobre à cobertura do solo.
→ O uso continuado de revolvimento do solo, principalmente
gradagens, reduzem o tamanho dos agregados, pulverizando a
superfície e compactando a camada subjacente.
→ Preparos de solo que revolvem o solo eliminam expressivamente a
cobertura superficial do solo, o que combinado ao selamento e
diminuição da rugosidade superficial, reflete na diminuição da
infiltração e aumento da enxurrada e erosão hídrica.
FATOR MANEJO DO SOLO (C)

PRÓXIMAS AULAS
PRÁTICAS EDÁFICAS
PRÁTICASVEGETATIVAS
PRÁTICAS MECÂNICAS
PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS NO MANEJO DOS SOLOS

Vídeoe artigode interesse
114
SP: 28 fazendas são multadas por falta de conservação do solo
https://www.canalrural. com.br/noticias/sp- 28-fazendas- sao-
multadas- por-falta-de-conservacao-do-solo/
Using a Double Ring Infiltrometer for Soils
https://www.youtube.com/watch?v=YawF0W8PBA0
COGO, N. P.; LEVIEN, R. and SCHWARZ, R. A.PERDAS DE SOLO E ÁGUA POR
EROSÃO HÍDRICA INFLUENCIADAS POR MÉTODOS DE PREPARO, CLASSES
DE DECLIVE E NÍVEIS DE FERTILIDADE DO SOLO.Rev. Bras. Ciênc.
Solo[online]. 2003, vol.27, n.4 [cited 2016-03-26], pp.743-753. Available
from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
06832003000400019&lng=en&nrm=iso>.

Literaturarecomendada
115
• BERTONI. J.; LOMBARDI NETO, F. CONSERVAÇÃO DO SOLO.
São Paulo: Ed. Ícone, 1990. 355 p.
• BRADY, N. C.; WEIL, R. R. ELEMENTOS DA NATUREZA E
PROPRIEDADES DOS SOLOS. Porto Alegre: Bookman, 2013. 686p.
•GUERRA, A.J.T.; SILVA, A.S.; BOTELHO, R.G.M. EROSÃO E
CONSERVAÇÃO DE SOLOS: CONCEITOS TEMAS E APLICAÇÕES.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
• GUERRA, A.J.T.; JORGE, M.C.O. PROCESSOS EROSIVOS E
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS. São Paulo: Oficina de
Textos, 2013. 189 p.
• LEPSCH, I.F. FORMAÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS SOLOS. São Paulo:
Oficina de Textos, 2002. 178p.
• RESENDE, M.; CURI, N.; REZENDE, S.B.; CORRÊA, G.F.; KER, J.C.
PEDOLOGIA: base para distinção de ambientes. 6 ed. rev. amp. Lavras:
Ed. UFLA, 2014. 378 p.
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