FICCÇÃO CONTEMPORÂNEA
I
A FICÇÃO DE TEMÁTICA URBANA
FERNANDO SABINO (1923)
FERNANDO SABINO (1923)
Consagrado como um cronistas de ótima
qualidade (O homem nu), também revelou-
se como um ótimo romancista (O encontro
marcado).
aprendizagem humana = o conhecimento
de si mesmo
Simplicidadeformal
Humor
Ironia
Reflexão sobre o cotidiano
Preocupação com injustiças sociais
Modernismo
Lygia Fagundes Telles
(1923)
Lygia Fagundes Telles (1923)
Herdeira de Clarice Lispector, como adepta
da ficção introspectivaficção introspectiva, Lygia revela, em sua
obra, o gosto pela análise psicológica e pela
criação de personagens femininas,
normalmente apresentadas em narrativas
em primeira pessoa. Com originalidade a
autora realiza uma síntese entre uma arguta
visão da interioridade feminina e a
convincente construção de um mundo
objetivo.
Lygia Fagundes Telles (1923)
Sua matéria-prima são crianças em situação
de angústia existencial, pais e filhos em
conflito e uma infinita galeria de mulheres de
todas as idades vivendo situações de tensão
amorosa, solidão e sofrimento. Geralmente, a
escritora focaliza um momento particular da
vida...
Carlos Heitor Cony (1926)
Carlos Heitor Cony (1926)
A ficção de Cony, pelo menos em seus
primeiros títulos, filia-se à tradição narrativa
carioca, expressa, entre outros, pelos
romances de Manuel Antônio de Almeida,
Lima Barreto e Marques Rebelo. De fato, o
gosto pelo registro dos costumes do Rio registro dos costumes do Rio
de Janeiro, o realismo de superfície e a de Janeiro, o realismo de superfície e a
prosa simples e coloquialprosa simples e coloquial, que
caracterizam seus primeiros relatos (1950),
parecem confirmar essa ascendência ilustre.
Dalton Trevisan (1925)
Dalton Trevisan (1925)
Dalton Trevisan é um grande mestre do
conto. Por seu humor sutil e corrosivo, humor sutil e corrosivo,
pelo despojamento da linguagem e pela pelo despojamento da linguagem e pela
visão desencantada sobre a natureza visão desencantada sobre a natureza
humanahumana, ele vem sendo comparado a
Machado de Assis.
RUBEM FONSECA (1925)
Desde sua estréia, produziu narrativas
despojadas, ásperas . Como nenhum outro
ficcionista brasileiro das últimas décadas do
séc. XX, Rubem consegue registrar a vida
urbana moderna naquilo que ela tem de
inesperado, pungente (doloroso) e
assustador.
RUBEM FONSECA (1925)
Rubem é capaz de escrever, com a mesma
verossimilhançaverossimilhança, sobre halterofilistas e
executivos, marginais e financistas, delegados
de polícia e assassinos profissionais, garotas de
programa e pobres-diabos que vagam sem
destino pelas ruas do Rio de Janeiro. Tem, pois,
como matéria-prima os dois extremos da matéria-prima os dois extremos da
nação: os que vivem à margem e os que nação: os que vivem à margem e os que
constituem o núcleo privilegiado do sistema.constituem o núcleo privilegiado do sistema.
RUBEM BRAGA (1913-1990)
RUBEM BRAGA (1913-1990)
De todos os cronistas brasileiros, Braga foi o
que deixou a obra mais singular e, talvez, a
mais permanente. Partindo – a exemplo dos
demais praticantes do gênero – de fatos
triviais do cotidiano, ele conseguiu ultrapassar
os limites formais da crônica (compromisso
excessivo com acontecimentos quase sempre
corriqueiros e linguagem pouco elaborada) e
alcançou um patamar artístico apreciável.
RUBEM BRAGA (1913-1990)
Dois fatores parecem explicar essa superação do
caráter circunstancial da crônica: sua forma de
encarar a realidade e o seu estilo
(elevado+coloquial)
Visão lírica e melancólica = captação do
inesperado poético que brota de pequenas cenas
do cotidiano. Descobre o sentido profundo daquilo
que é aparentemente irrelevante, intui o lírico na
banalidade e ouve dentro de seu próprio coração
as ressonâncias do mundo objetivo. Compreende,
assim, que tudo na vida é transitório. Daí a
percepção melancólica da existência.
Luis Fernando Verissimo (1936)
Luis Fernando Verissimo (1936)
Espetacular fenômeno editorial
contemporâneo, com milhões de
exemplares vendidos, a obra de Verissimo é
certamente um dos pontos culminantes da
crônica brasileira. Uma das razões desse
êxito nasce da capacidade do autor em lidar
com as possibilidades do gênero: do
comentário lírico ao comentário irônico, da
criação de atmosfera ao relato anedótico,
passando pela sofisticada análise sócio-
cultural do país...
Luis Fernando Verissimo (1936)
... e do mundo, em todas essas
manifestações avulta seu talento mediante
uma forma original de expressão. Senhor
de uma linguagem ao mesmo tempo
coloquial e elegante, enriquecida por
tiradas engraçadíssimas e alusões
inteligentes a respeito da cultura de
massas, Verissimo possui um estilo pessoal
de comentar ou narrar a vida.