A formação de leitores jovens e as obras do Programa Nacional do Livros e do Material Didático – PNLD 2020 Literário Realização e financiamento
Avaliação e seleção de obras para leitores jovens das séries finais do ensino fundamental: critérios e orientações para escolha AULA 2
As 5 leis do famoso bibliotecário hindu S. R. Ranganathan , para se pensar na seleção de materiais de leitura para uma biblioteca. (p. 23)
A seleção: lado a lado com a avaliação Selecionamos livros de literatura para sala de aula apenas nos programas do livros ? Como selecionar tantas obras literárias em tão pouco tempo? É necessário reavaliar os critérios já observados pela comissão de especialistas nas obras que iremos selecionar ? Quais critérios precisamos observar ao selecionar livros de literatura para nossos alunos ?
Alguns critérios para avaliar e selecionar literatura infantil e juvenil
CRITÉRIOS TEXTUAIS Outros critérios
Emergência (Mario Quintana) Quem faz um poema abre uma janela. Respira, tu que estás numa cela abafada, esse ar que entra por ela. Por isso é que os poemas têm ritmo – para que possas, enfim, profundamente respirar. Quem faz um poema salva um afogado.
CRITÉRIOS PARATEXTUAIS
CRITÉRIOS EXTRATEXTUAIS
Guia Digital - PNLD
Instituições de avaliação e premiações de literatura infantil e juvenil Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) Prêmio Jabuti Prêmio Hans Christian Andersen “Para o professor e o bibliotecário é impossível conhecer e ler tudo o que se publica; por isso é conveniente que o processo de avaliação e seleção se realize em grupo, que se apoie e complemente com fontes externas.” (CARDONA, p. 29) “Essa é uma boa maneira de começar, mas limitar-se a ela seria empobrecer a escolha.” (CARDONA, p.56)
ORIENTAÇÕES PARA SELECIONAR TÍTULOS NO PNLD LITERÁRIO
Pensando a seleção do ponto de vista da leitura literária na escola e do leitor
A Literatura na BNCC No âmbito do Campo artístico-literário , trata-se de possibilitar o contato com as manifestações artísticas em geral, e, de forma particular e especial, com a arte literária e de oferecer as condições para que se possa reconhecer, valorizar e fruir essas manifestações. Está em jogo a continuidade da formação do leitor literário , com especial destaque para o desenvolvimento da fruição , de modo a evidenciar a condição estética desse tipo de leitura e de escrita . Para que a função utilitária da literatura – e da arte em geral – possa dar lugar à sua dimensão humanizadora, transformadora e mobilizadora, é preciso supor – e, portanto, garantir a formação de – um leitor-fruidor, ou seja, de um sujeito que seja capaz de se implicar na leitura dos textos, de “desvendar” suas múltiplas camadas de sentido, de responder às suas demandas e de firmar pactos de leitura. (BRASIL, 2017
O PNLD Literário como uma ferramenta de implementação do Campo artístico-literário Dois títulos para cada estudante; Acervos para biblioteca. Possibilita o desenvolvimento de leituras individuais e coletivas.
Ler sozinho A leitura autônoma, continuada, silenciosa, de gratificação imediata e livre escolha, é imprescindível para o desenvolvimento das competências leitoras. É imprescindível para que o próprio texto “ensine” a ler, tal como expusemos anteriormente. É imprescindível para que os alunos formem sua autoimagem como leitores aprendendo a avaliar antecipadamente os livros, criando expectativas, arriscando-se a selecionar, acostumando-se a abandonar um livro que decepciona e a levar emprestado aquele que parece atraente. (COLOMER, 2007, p.125) Temos que aliar nos aos livros em particular com a literatura infantil e juvenil, para que ofereçam a todos os meninos e as meninas a oportunidade de praticar as habilidades de leitura e de experimentar a comunicação literária. (COLOMER, 2007, p.125-126)
Ler com outros Compartilhar as obras com outras pessoas é importante porque torna possível beneficiar-se da competência dos outros para construir o sentido e obter o prazer de entender mais e melhor os livros. Também porque permite experimentar a literatura em sua dimensão socializadora, fazendo com que a pessoa se sinta parte de uma comunidade de leitores com referências e cumplicidades mútuas. (COLOMER, 2007, p. 143) Para a escola, as atividades de compartilhar são as que melhor respondem a esse antigo objeto de “formar o gosto” a que aludimos; porque comparar a leitura individual com a realizada por outros é o instrumento por excelência para construir o itinerário entre a recepção individual das obras e sua valorização social. (COLOMER, 2007, p. 143)
Algumas confusões sobre a leitura literária Na etapa secundária, quando os conteúdos passam a ter um peso maior, a carência de uma programação consistente no primário faz com que aumente a desorientação sobre a função das leituras. Embora os docentes desta etapa se inclinem cada vez mais por oferecer obras de leitura juvenil, vista como continuação da leitura do primário, fazem-no como “um mal menor” ante a pouca prática leitora de seus alunos e percebem-no como algo radicalmente distanciado de suas crenças sobre aquilo que é “realmente” a literatura , de modo que a leitura se propõe em paralelo como algo totalmente desvinculado do programa literário seguido nas aulas. Por outro lado, a escassa formação profissional sobre o romance juvenil destes docentes conduz a uma seleção de obras de qualidade muito diferente. (COLOMER, 2007, p.33) Para que serve a literatura? O que fazer com ela? Sugerir leituras ou torná-las obrigatórias? Ler na escola ou ler socialmente?
Os leitores 1 - Fase da aprendizagem da leitura, na qual a criança já reconhece, com facilidade, os signos do alfabeto e reconhece a formação das sílabas simples e complexas. Início do processo de socialização e de racionalização da realidade.” (p. 34) 2 – Fase em que a criança já domina com facilidade o mecanismo da leitura. Agudiza-se o interesse pelo conhecimento das coisas. Seu pensamento lógico organiza-se em formas concretas que permitem as operações mentais. Atração pelos desafios e pelos questionamentos de toda natureza.” (p. 36) 3 - Fase de consolidação do domínio do mecanismo da leitura e da compreensão do mundo expresso no livro. A leitura segue apoiada pela reflexão; a capacidade de concentração aumenta, permitindo o engajamento do leitor na experiência narrada e, consequentemente, alargando ou aprofundando seus conhecimentos ou percepção de mundo. A partir dessa fase, desenvolve-se o pensamento hipotético dedutivo e a consequente capacidade de abstração. O ser é atraído pelo confronto de ideias e ideais e seus possíveis valores ou desvalores. As potencialidades afetivas se mesclam com uma nova sensação de poder interior: a da inteligência, do pensamento formal, reflexivo. É a fase da pré-adolescência. (p. 37) 5 - Fase de total domínio da leitura, da linguagem escrita, capacidade de reflexão em maior profundidade, podendo ir mais fundo no texto e atingir a visão de mundo ali presente… Fase de desenvolvimento do pensamento reflexivo e crítico, empenhados na leitura do mundo, e despertar da consciência crítica em relação às realidades consagradas… agilização da escrita criativa. A ânsia de viver funde-se com a ânsia de saber, visto como o elemento fundamental que leva ao fazer e ao poder almejados para a auto-realização . (p. 39) Nesta fase, o adolescente deve se abrir plenamente para o mundo e entrar em relação essencial com o outro. Mas, nesta época de transformação em que vivemos, os caminhos gratificantes para cada indivíduo não são fáceis de serem encontrados. Os estímulos são muitos, na maior parte contraditórios, pois o caos dos valores ainda perdura como marca de nosso mundo. Entretanto, novos valores já estão em gestação e a nova literatura aponta para eles. (p.39-40) (COELHO, 2000)
Referências ALVES, José Hélder Pinheiro. Poesia para jovens leitores . Presente! revista de educação - Ano 13 - nº 51- Salvador, dez, 2005 (p. 32 - 39). Disponível em: > https://docente.ifrn.edu.br/ marcelmatias /Disciplinas/literatura-potiguar-na-sala-de-aula/poesia-para-jovens-leitores < Acesso em: 21 de maio 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular . Brasília: MEC, SEB, dezembro 2017. _______. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Escolha PNLD Literário 2020. Disponível em:< https://www.fnde.gov.br/ index.php /programas/programas-do-livro/ pnld /guia-do- pnld /item/14055-guia-escolha-pnld-literario-2020 > Acesso em 08 de maio 2021. CARDONA, Gladys Lopera. Selección de libros infantiles y juveniles : criterios y fuentes. Medellin : Fondo Editorial Comfenaldo Antioquia, 2006. COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil : teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000. COLOMER, Teresa. Andar entre livros : a leitura literária na escola. São Paulo: Global, 2007.