Aula sobre identificação da sepse, e suas principais condutas.
Size: 402.21 KB
Language: pt
Added: Oct 17, 2025
Slides: 17 pages
Slide Content
SEPSE Egberg Santos Esp em Terapia Intensiva Esp em Urgência e Emergência Intensivista HU Interventor SAMUFOR
INTRODUÇÃO A sepse é considerada uma das doenças mais desafiadoras da área médica . É um amplo problema de saúde pública, que afeta milhões de pessoas em nível global, além de ser uma das causas de morte mais significativas em pacientes de alto e médio risco admitidos em unidade de terapia intensiva (UTI ) A identificação precoce da sepse e o tratamento imediato são aspectos fundamentais, pois comprovadamente salvam vidas.
MARCO HISTORICO A palavra, introduzida pela primeira vez por Hipócrates (460–370 a.C.), deriva do vocábulo grego sepsin , que significa “fazer apodrecer” ou “entrar em putrefação ”. O termo correto é sepse [ σηψις ], palavra grega original para “decomposição da matéria orgânica animal ou vegetal”. Ibn Sīnā (979–1037) observou a coincidência entre sangue em putrefação (septicemia) e febre .
MARCO HISTORICO Ignaz Semmelweis (1818–1865) foi o primeiro pesquisador a desenvolver uma visão moderna da sepse . Introduziu a higienização das mãos com solução rica em cloro, antes dos exames ginecológicos. Joseph Lister ( 1827–1912) trabalhou como cirurgião em Glasgow, q uando se tornou presidente do departamento de cirurgia, cerca de 50% dos pacientes com amputações morriam de septicemia. Assim, fez uma correlação entre as observações de Semmelweis , as descobertas de Pasteur e as mortes no hospital em que atuava . Lister examinou os efeitos da pele e da desinfecção dos instrumentos com ácido carbólico, a chamada técnica antisséptica . Robert Koch (1843–1910) introduziu a esterilização a vapor e as técnicas de Lister refinadas .
CONCEITO DEFINIÇÕES ESTABELECIDAS EM CONSENSO DE 1991 Conceito Definição SIRS - síndrome da resposta inflamatória sistêmica Conjunto de manifestações sistêmicas que traduzem a resposta sistêmica do organismo à inflamação. Sepse SIRS provocada por infecção. Sepse grave Sepse que provoca disfunção de órgãos. Choque séptico Sepse grave que cursa com hipotensão e persiste mesmo após reposição volêmica vascular adequada. o American College of Chest Physicians (ACCP) e a Society of Critical Care Medicine (SCCM) estruturaram, em 1991, uma conferência de consenso com o intuito de criar uma estrutura conceitual com emprego prático.
CONCEITO A SIRS corresponde a uma resposta inflamatória , isto é, uma ameaça ao organismo, seja de origem infecciosa ou não. Seus critérios correspondem a dois ou mais dos seguintes fatores : temperatura superior a 38,3ºC ou inferior a 36ºC; frequência cardíaca (FC) superior a 90bpm; frequência respiratória (FR) superior a 20irpm; pressão arterial de gás carbônico (PaCO2) inferior a 32mmHg; contagem de leucócitos superior a 12.000/mm3 ou inferior a 4.000/mm3 ou presença de mais de 10% de formas imaturas.
CONCEITO Desde 2016, foi implementada, em nível internacional, uma nova definição que diferencia sepse e infecção não complicada e descreve apenas duas identidades clínicas distintas: sepse e choque séptico. Atualmente, sepse é compreendida como a resposta desregulada do organismo a uma infecção, causando disfunção de órgãos e risco à vida. O choque séptico pode ocorrer em pacientes com disfunção orgânica associada à sepse e caracteriza-se pela hipotensão marcada com necessidade de fármacos vasopressores para manter a pressão arterial média (PAM) igual ou superior a 65mmHg e nível de lactato sérico superior a 2mmol/L (18mg/ dL ). A hiperlactatemia reflete disfunção celular e está associada com o aumento do risco de mortalidade.
MECANISMO FISIOPATOLOGICOS A sepse é o resultado da complexa relação entre os mecanismos inflamatórios e anti-inflamatórios, e corresponde à complicação life-threatening da resposta a uma infecção. É influenciada por fatores do hospedeiro (como genética, idade e patologias associadas) e do agente infeccioso (como carga microbiana e virulência), que determinam sua extensão e duração
DIAGNOSTICO O diagnóstico de sepse é de difícil estabelecimento, uma vez que a condição se instala rapidamente e pode ser confundida com outras condições clínicas em fase inicial. Apesar disso, é uma emergência clínica, e o atraso em seu diagnóstico provoca danos ao paciente e pode levá-lo à morte. Os grupos de risco para sepse são : crianças com idade inferior a 1 ano; adultos com idade superior a 65 anos; indivíduos imunocomprometidos ; indivíduos com doença crônica.
SINAIS E SINTOMAS CARACTERÍSTICOS DE SEPSE E CHOQUE SÉPTICO Sepse Choque séptico Febre ou hipotermia Hiperventilação Taquicardia Calafrios Agitação Pele quente Erupções cutâneas Letargia Confusão Coma Hiperglicemia Fraqueza muscular Diátese hemorrágica Aumento do DC Disfunção hepática Hipotensão com necessidade de terapêutica vasopressora Pele fria Pancreatite Diminuição do DC Disfunção renal Dificuldade respiratória Disfunção de múltiplos órgãos Encefalopatia Neuropatia Coagulação intravascular disseminada
DIAGNOSTICO O s instrumentos de avaliação utilizados são o q SOFA e o SOFA são mais rápidos, reduzido e que apresenta vantagem para aplicação em ambiente pré-hospitalar, uma vez que não implica valores laboratoriais.
qSOFA ( Rapida Sequencia de Avaliação de Falecia de Orgãos ) Índice aplicado a doentes fora da UCI para identificação precoce de doentes em risco. Score ≥ 2 apresenta risco de sépsis . Cada parâmetro pontua 1 ponto:
SOFA (Sequencia de Avaliação de Falecia de Orgãos ) Pressupõe infeção ( suspeita ou documentada) e manifestações sistémicas de infecção ( SOFA ≥ 2).