Capitalismo para Principiantes

paulotmo 5,361 views 21 slides Sep 10, 2011
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About This Presentation

Livro ilustrativo sobre o Capitalismo


Slide Content

No era fäc no tempo das cavernas:
0 homem ainda nao dominava a
Naturern, era dificil conseguir alimentos,
'náo havia excedentes de producdo.
Entäo o homem inventa armas e
ferramentas, consegue produzir mals
bens e os mais fortes passam a dominar
os mais fracos: chega a escravatura,
que divide os homens em senhores
oscars.
Com 0 tempo a escravatura evolui para ©
feudalismo, que se apoia na propriedade
da terra e na servidäo dos camponeses. Os
que ndo produrem nada (nobreza e clero)
so 05 que tém tudo. E os que náo tbm.
nada pagam tributos aos que tém tudo.
Na sociedade feudal surgem os
marcalores. No comeco suas rolagóos
(comerciais) se dáo na base do troca-troca
{de mercadorias), Com a expansio do
Carlos 7 comérélo, crla-se o dinheiro. Ao dinheiro
Eduardo Novaes atumulado pela compra quase de graça o
il i pela venda pelos olhos da cara, os
Vilmar Rodrigues mercadores do o nome de capital.
Surgem os primeiros capitalistas, e assim
começa a história do capitalismo.
= e Em Capitalismo para principiantes, que
apitalismo es
Ieitor verá como o capitalismo
PARA PRINCIPIANTES transformou o mundo e promowes 0
AMISTÓRIA DOS PRIVILEGIOS ECONÓMICOS TAS
oe 5 grande maioria, a vida continua muito.

ilustracbes

dificil, como no tempo da servidäo, da

escravatura e das cavernas.

Carlos
Eduardo Novaes
Vilmar Rodrigues

Dieeter editorial adjunto
Fernando Palxdo

Eeitora achunte
‘Carmen Lucia Compos

Letter asistente
Emilie Satoshi Hamayo

Revisdo
any Picasso

ista (coord)

Keltora de arte
Suzana Laub,

Ealtor de arte assistente
Antonio Paul

Projeto gráfico
Rex Design

Diagramagio
Viimar Rodrigues

Atetinat
René Etlene Ardanuy

Eciçie eletrdnica de imagens
Cesar Walt

SON 678 85 0808892 7
2008

Tin es retos pst an pe Ea Aca
A. Oui Alves de Lima 140 S Pan. + CEP IDO
DAMES Far LL IO

u lice cute. wen arc airat come

a

— sc

Pretácio Capitalismo & Democracia,
a convivencia impossive!

Capitulos O peincipio
Capitusez O mercador
Capituiea O novo mundo

Capitwes Comércio exterior

copies O'copitalismo em campo
Copitues A concoribicia
Copitutor.D monopáño
Copies A colonizado
Capítulos O imperialismo
capituloto A hntitose
“onde o patropi?
Capítutorz E velo a querra
Capituora O milagre
Cabittora As mult
Capitutrs Nove sotitgáde

casse A tedlocia
Con À competicso
capers 1 Ro

Capitalismo & Democracia, a convivéncia impossivel

© título original deste livro era Capitalismo para principiantes — criau-
gas e militares. Reduzi o título, mas mantenho o livro dedicado ás nossas
crianças e 208 nossos militares.

Sou fitho de militar, um velho lobo-do-mar, que chegou a almirante,
acreditando que o mundo se dividia em “democracia” e comunismo. Du-
rante todos estes anos em que estivemos juntos, ouvi meu pai falar de pä-
tia, seguranga nacional, democracia, psicossocial, mas jamais escutei da

mals um pouquinho para
es, afinal, näo esto sujeitos ás leis de
im Ir à greve, nu softem 0 desempre-
0, nao discutem aumento salarial, ndo trabalham para o enriquecimento
de outros homens. As Forgas Armadas náo sio, enllm, um negócio em
busca do lero,

Talvez por isso meu paí nunca enxergou o lobo do capitalismo sob a
pele de cordeir da “democracia”. Nunca suspeltou que a “democracia”,
cantada em prosa e verso, náo anda sobre as próprias pl à, como
qualquer regime politico, precisa de um sistema económico que Ihe dé um
sopra de vida,

No mundo ocidental, o sistema que movimenta as ditas demoeracias &
© capitalismo, Curiosamente o capitalismo € 6 miis desumano, injusto, per
verso e antidemocrätico de todos os sistemas económicos, Os militares que
conheço nunca souberam disso; as crianças também nio. Dai dedicar-lhes
este livro. As criangas, na esperanga de que cresgam Interesadas em enten
der o capitalismo. Aus militares, para que reflitam duas vezes antes do
próximo golpe.

Carlos Eduardo Novacs

Cerca de 28.7% das informagdes históricas desta obra foram recolhidas do livro
La trabulenta historia del capitalisme, do mexicano Ki. que recolbe 14% do
seu material do liven Hiseie Ragen. dos sutcus Annika Finis, Gittan Jonson,
Ann Mari Langemar e Pal Rydberg. que, por sua ver. recolberam 63,90 do seu
texto da propria hatória de capitan

No principio era o verbo.

Mas voltemos ao ponto de partida. Depois do sujeito e do

As Era uma época em que, na luta contra a Natureza, o Homem
verbo, veio o cli, a primeira forma de organizagäo social, JE ets er gauss

onde os homens sobreviviam na base do slogan dos Très ido de golead:

Mosqueteiros.

A dificuldade para se conseguir alimento era enorme, maior
que um cantossauro. Ainda nao havia o programa Alimentos
para a Paz, Também nao havia excedentes de produçäo, e o
espectro da fome rondava o clä como aos nossas nordestinos.
Nessas condigóes, tudo era rachado entre todos.

‘Todos trabalhavam na medida de suas capacidades, voltados
para o bem comum (bem comun? o que é isso?). Um trabalho
duro, realizado com instrumentos primitivos, A barra era tio
pesada que a duragäo média de vida era de 18 anos.

Foi mesmo uma sorte as nossos aneestrais näo terem morrido Munido de arco e flecha, o Homem já mio precisnva mais
de fome. Se assim fosse, a História do Homem teria terminado encarar um brontossauro, o

ali e hoje certamente haveria um dinossauro morando no meu Aumentaram os
apartamento. comegou

ios de obtengäo dos alimentos. O Homem
a produzir entio mais do que era preciso para o
consumo imediato. Foi inventada a dispensa.

COMO ESTAMOS NOTES E 77
an EE) Cox GPS me
% CASTARHAS,

E, afinal, como foi que o homem saiu dessa? Com a aparigäo dos excedentes, desenvolveu-se um intercám-
Transando com a Natureza. Naquela de horror (ou dá ou bio entre as tribos. Comegou um
desce), o Homem tratou de inventar armas e ferramentas.

RM ME, VEIA,
ORE IMPENTEH)
UM ARCOS.

AS a vaca fo mamute, melhor dizendo) comegou a ir pro
brejo: surgiu, mo horizonte da História, a possibilidade da
apropriagáo do resultado do trabalho alheio.

DAQU PRA CN E mosso E wine
7 DAA PA LN ES DEES

Apareceu, entáo, a propriedade privada dos meios de produ-
<äo: num momento, eu creio, em que o Criador estava dis-

traído. Séculos mais tarde, um cidadäo com idéias socialistas.
chamado Proudhon, afirmou: “a propriedade € um roubo”,
mas ninguém Ihe deu atencio.

Os grupos (eläs, tribos) mais fortes, mais produtivos, mais
bem armados comegaram a dominar os mais fracos. Instituiu-
«se a ki da selva, e, como Tarzá ainda näo havia nascido,
© pau comeu. Como resultado. .. °

ESA

A Escravatura foi chegando e fazendo suas reformas: trans-

formou a antiga sociedade sem cl
le sem classe (classe nenhuma, as
Pessoas comiam com as máos) numa outra com duas classes.

AA FARTIR LE HE NESTA CASE FICARAQ.
OS SENHOKES E MAQUELA OS ESCKAVOS,

pee”

O escravo era apenas um homem que já näo pertencia mais Os escravos, porém, näo concordavam muito com a tese dos
senhores. Um dia

a cle mesmo. Ou melhor, nem era um homem. Tratava-se
de um animal que falava pouco mais que um papagaio.

‘Tudo que o escravo produzia pertencia ao senhor. Algo muito
parecido com o que acontece ainda hoje no Nordeste. A pro-
dugño, contudo, aumentava. A produgäo do senhor, bem

entendido.
UFER FFE Lal Mais uma vez, os alto-falantes da Histéria anuncia!
me Fa) | sai Escravatura e entra Feudalismo.
EIERAVATURI-

€ 0 REGIME
DEAL. Y

Mas que diabo & 0 Feudalismo? Apesar dessas pequenas conquistas, o camponés continuava
Um regime que se apoiava na propriedade da terra e marcou segurando a lanterninha do torneio de classes sociais, strás da
a sociedade medieval na Europa. Foi a base da exploraçäo nobreza, do clero e dos artesios,

dos camponeses (parece que foi ontem!).

Até meados do século XV, a
dalismo na Europa Central. A ri
reinos, separados por bosques, riachos e florestas. Quem vivia
num reino nâo sabia o que se passava no outro. Ainda náo
tinham inventado o telégrafo, nem o telex, nem o jornal, nem
© rádio, e o desmatamento ainda náo havia virado moda.

Em comparagäo com os escravos, os camponeses viviam mais
empenhados em aumentar a produtividade do seu trabalho,
porque possuíam uma pequena propriedade.

Só havia um detalhe nisso tudo: os nobres e o clero eram os
únicos que nao arregaçavam as mangas para produzir o que
todos necessitavam para viver, No entanto — pasmem —,
eram também os únicos que tinham casa, comida e roupa
lavada.

E ninguém protestava contra isso?

categorias: os que tinham terra € os que näo
O mais engrasado de tudo isso € que os que nao tinham nada
€ que pagavam impostos aos que tinham tudo.

(DIARREA
ERE)
5

As camadas inferiores da populaçäo cram muito ignorantes e
acreditavam que Deus dividira os homens entre ricos e pobres
€ que a missöo dos pobres na Terra era a de pagar impostos.
À ignoráncia se aliava o medo: minguém ousava duvidar de
Deus para náo correr o risco de virar churrasco.

Capitulo2 O mercador

E corria tudo dentro dos conformes, até que um dia — tam,
tam, tam, tam — a sociedade feudal foi surpreendida com a

chegada de um novo personagem. Senhores horas,
História tem o fe gull es :

Mereador!

prazer e o orgulho de thes apresentar: o

O Mercador vendia de tudo: pimenta, Ambar, peles, pegas de
Yidro, vinhos importados, tecidos, só faltava mesmo uisque €
cigarros. americanos.

QUE MARAVURA 7 TELA M COPD
LE VDRO. AGORA.

Como ainda náo havia o dinheiro, o negócio era fechado na
base da troca: ovos, mel, manteiga, pelxes e coisas feitas
pelos artesäos por tecidos, espadas, armas em geral,

ó ei os nobres, que conse-
Excelente negócio, na verdade, faziam os nobres,
guiam mercadorias preciosas pagas com o trabalho dos outros,
dos artesäos, que nfo tinham terras, nem nada para trocar
com o Mercador. o
Com o tempo, os artesios ganharam um espago para ficar.

N ed
GRACAS A DES
ZN SENOR, Me BEY 00
EMO, AGORA dA TEAHO.
ODE CAR MORTO.



As locomorivas feudais promoviam suas festinhas para exi-
birem as compras, © o Mercador voltava ao seu trabalho. Uma
moleza de trabalho: a única coisa a fazer era comprar e vender.

No inicio, o comércio era pequeno, mas com o tempo foi
crescendo de uma forma que afetou toda a vida da Idade
Média. No centro dos negócios estava Veneza, com suas gón-
dolas € suas venezianas.

Agora um paréntese para falar do dinheiro. Nesses reinos
da Europa Central todos os senhores feudais podiam cunhar
suas proptiss moedas. Isto ac

Os mercadores, que percorriam vários reinos, já estavam à
beira da loucura de tanto fazer cimbio, Com o ardar da
carruagem, é evidente que Veneza foi impondo a sua moeda
© botandora para girar, Por isso ela € redonda.

D MERCADORES ADQIRIAN seus TS

LE SA E Tenia Cone) à ia
e coun os

De chet, "ANA O Didone
TA LE MATA ANDD, Sr
A peo

A MMi
SOBREY ENC A»

Aparecem, entño, os primeiros capitalistas, ou seja, aqueles
mercadores que utilizavam o dinheiro para fazer mais dinheiro.
O dinheiro deixava de ser um meio de troca para ser um fim
em si mesmo.

PE BOM A GENTE ESPAHAR PR A
QUE LINHEIRO NAO TRAD FELICHDADE «

Os mercadores venezianos foram ficando cada vez mais ricos.
Naturalmente os outros mercadores comegaram a ficar de olho
grande, O comércio com o Oriente, porém, era monopélio
dos venezianos. Os venezianos, andando de barco e góndola
desde criancinha, chegaram primeiro As especiarias orientais.

Ne

Os outros mercadores morriam de inveja. Os portugueses,
entáo, estavam com cócegas de ir 20 Orient. ES .

Os navegadores portugueses tanto agit seguí

a wgitaram, que conseguiram
© patrocinio de alguns nobres para financiar suas viagens.
Resolveram se jogar ao mar, em todas as diregöcs, à procura
de uma nova rota para o Oriente, Quem descobrir primeiro
avisa no outro, 14?

Um dos primeiros a zarpar foi o nosso conhecido Vasco da
Gama.

Vasco da Gama passou vérins semanas enjoando no convés.
Só via mar por todos os lados. Começou a suspeitar que
estava perdido: será que os venezianos roubaram até o Oriente?
Já estava pensando em voltar quando, um dia, depois de
quatro meses de viagem. .

Vasco da Gama, depois de cruzar o Cabo da Boa Esperanga
(sem a menor, já que cain um temporal), deu de cara com
os turcos e os arabes. Os árabes tinham mercadorias que
interessavam aos portugueses: marfim, ouro, porcelana. Os
portugueses, infelizmente, näo tinham nada que pudesse inte-
tessar aos árabes. Nem sardinha em lata,

WOES QUISREN PODEMOS FAZER
EEE ne PEONES OI PEN
ARF LOR PORTAL. TOMAS EN,

Vasco da Gama tinha feito uma viagem miserável daquelas
e se esquecera de levar produtos para troca. Foi ai que come-
garam a criar piadas com os portugueses. Vasco pensou em
dar um tiro na cabega. Mas, por um golpe de sorte, desses

bafejam todo cidadäo que entra para a História, Vasco
nou um guin de turismo que the ensinou o caminho

das Indias.

O SENIOR VAL POR AQ DOA
A PRIMERA À DIRETIA, SEGUE
KETO, POBRA A ESQUEL,
PEGA ESA CORRENTE
MARITINA € HAL 70M Hate
EA VA te DEAR.
SEM NA PORTA

DS

A 20 de maio de 1498, Vasco chega à India. Saltou e,
lembrando-se dos turistas brasilciros em Buenos Aires, saiu
comprando tudo, Segundo Leo Huberman, autor da História
da riqueza do Homem, os lucros atingiram a 6 000%

DE TUDO QUE YASCO AA GAMA REALIZOS,
SUAS DESCORRIAS JUS HAGENS, SEC

RAG ONEIRISMO, D QUE 41415 WE do SAD

OS LURE, 05 (KAS QE MACAU)

fe ie MLD INES 20

QUE MEERA,

Quando Vasco retornou a Portugal, o rei só faltou arriar as Enquanto isso, os espanhöis, que também se fizeram ao mar
calgas pra ele, Vasco foi escolhido o Homem de Visio do atrás das Indias, perderam a bússola e vieram esbarrar na
‘Ano, e, a partir dai, o comércio foi se intensificando nos América Latina, onde iam chegando € tomando conta das
saltos. Os lueros, porém, já náo eram tio grandes. terras.

US AC QUE UME À PENA
CEES LA TE COSAS EMOS,

we
QUE AOS.

‘A essa fase da Historia, alguns desavisados costumam chamar

Os barcos seguintes que desatracam de Lisboa partem arma- de “Periodo dos Grandes Descobrimentos”. A verdade, porém,

ae as ce DH era outra: minguém estava a fim de descobrir nada além de
novos caminhos para grandes lucros.

Vocé duvida? Pois saiba que um pequeno banqueiro alemáo,
Jacob Fugger, em seu balancete de 1546, mostra débitos do
Imperador alemáo, dos reis da Inglaterra, de Portugal, da
rainha da Holanda e — pasmem — até do Papa.

Sim, sim, mas e os portugueses, que sairam com navios arma-
dos até os dentes? Estariam pensando em pescar sardinha

EA

Os portugueses desembarcaram nos centros comercinis da
Costa africana e foram se apoderando das cidades, na base
da porrada: matando, dominando, saqucando. Invadiam as
casas dos mercadores árabes e roubavam tudo ante a estu-

Na América, náo foi muito diferente. Os espanhéis, chegando
com soldados, canhôes, armas de fogo, mas sempre com a
cruz na frente, que ninguém € besta. Invadiram os impérios
inca, maia, asteca, as ilhas do Caribe e deixaram as regides
habitadas por índios menos dotados, como por exemplo ©
Brasil, para Portugal.

Os “conquistadores” tiraram os indios de suas terras, ma-
taram seus chefes, violaram suas mulheres, destruíram sua
cultura € fizeram a todos escravos. Mas em compensagäo. ..

Gragas ao ouro roubado no México, no Peru e em outras
regióss dominadas, os conquistadores espanhdis e portugueses
ergueram suntuosos palácios e igrejas em seus reinos.

Capítulo3 O Novo Mundo

Mas voltemos à Europa. Peguemos um navio € voltemos à
Europa, porque a história da América Latina (de saques e
exploraçäo) continua a mesma até hoje, A Europa, bem, a
Europa vivia um período de grande esplendor, luxo, pompa,
riqueza...

VACA PARAR Cam ESTA PEMACIGA E |
COM ESSES ADENUOS RETMBANJES E
TADO MUNDO SABE QUE EXA SO”
ma PAMELA Que
> VIRE NES
eo “Lae, ea
AQUA

Realmente, nunca houve tanta miséria na Europa, Basta dizer

que, por volta de 1630, um quarto da populaçäo de Paris. era
constituída de mendigos. Os nobres tinham até seus mendigos
de estimaçäo.

Agora quero que alguém me explique: por que numa época
de tanta prosperidade havia tanta miséria?

22 (espago para explicaçäes)

Os espanhöis inundaram a Europa com ouro e prata roubados
do romanticamente chamado Novo Mundo e com isso provo-
caram uma alta espetacular nas pregos. Aliäs, essa época ficou
conhecida como a da Revolugáo dos Pregos, Todos quase
to altos quanto os mossos, atuais, e com uma desvantagem
näo vendiam a prazo nem no cartáo de crédito.

Um leitor um pouco mais apressadinho dirás

M MASSE HOWE ELEYACÍO be Preyos,
DEVE TER HAUIDO TAMBEM exe ac AO
i

LE SALARIOS»

ASS NOFINAL TUDO DES Eee 0 MÍO E

Nao. Ainda hoje a gente sabe que os salários nunca aumen-
tam na mesma proporgáo dos pregos. Naquela época, como
hoje, os salários säo conquistados com sangue, suor e lágrimas.
Acontece que ainda nao tinham inventado o sindicato, nem
a greves, nem os piquetes.

Sim, e hä um outro dado: os senhores feudais, donos das
terras, também estavam numa merda de dar gosto: continua-
vam & receber os antigos arrendamentos, baixos, e tinham que
pagar novos pregos, altos.

E tem mais: o Estado, que despontava, também suava para
equilibrar o seu orgamento.

a em que embolou todo o meio do campo. Só
se beneficiaram mesmo os mercadores, os negociantes, a bur-
guesia, enfim, que a botar suas manguinhas de fc

Os camponeses, que permaneciam num estado pouquinha coisa
melhor que os nossos camponeses nordestinos, náo podiam
pagar. Os senhores feudais entio. ..

Aldeias inteiras foram postas na rua. Muita gente morreu de
Tome, Os camponeses näo tinham muita escolha: ou viravam
mendigos ou assaltantes de estrada.

Como acontece até hoje, as leis eram feitas pelos poderosos:
os semhores feudais eram os próprios juízes. Assim até cul

TODO HOMEM ¡Gual PERANTE
Alten A let € Que
WhO E GUA PERA TE

O despovoamento das aldeias, porém, dei os reis embana-
nados. Os camponeses, ficando sem terras, já nio Ihes puga-
vam mais impostos,

MAD TENWO NEMA PRO CAFES AcHO QUE
TER QUE EMDR O ME FROM.

Os donos da terra — senhores feudais —, contudo, sobreviviam
porque nesse período ocorreu uma importante modificagäo:
desapareceu a velha idéia de que a terra era importante cm
relaçäo ao total do trabalho sobre ela executado. O desenvol-
vimento do comércio, da indústria e a Revolugáo dos Pregos
tornaram o dinheiro mais importante do que os homens. À
terra virou fonte de renda.

Antes que fosse tarde, os nobres, que já estavam empenhando
seus brasdes e suas coroas, trataram de investir contra os donos
da terra, para tentar restabelecer os impostos.

A sucessäo de crises de poder e de riqueza tinha que acabar
numa guerra.

PRECISAMOS DE ARMAS, MINES
LANÇASe COM ATIRADEIRAS JAMAIS
GANHAREMOS UMA GIRA

Os nobres estavam com problemas: precisavam de dinheiro Os comerciantes, como devem ser os bons comerciantes, ganha-
para formar e equipar seus exércitos, Onde conseguir? vam pelos dois lados com a guerra. Emprestavam dinheiro
Ponto para quem disse com os comerciantes ¢ negociantes. aos nobres — criando uma dependéncia —, que por sua vez
compravam as armas nas suas mäos,

SABE QUE À GUERRA É ct
O Wao do

£
VIA Ve MAA
Am EVA PIA

Wid e preocupe com cimiento, N
MEU REL» DEIA COMICO. VOCE

QUER DINWEIRD PARA QUANIAS.
GUERRAS 2 OOP Bez? PIE E

f >

€ onde €
QUE EV COMPRO
AS ARMAS E

Os comerciantes € que näo eram. Os nobres também näo,
que os nobres nunca apreciaram fazer forga. Só podiam ser
os artesios.

DARÉEE Z PNTE CAMES E DIOR

TA PERILS QUE EU TAMBN SO
AS Aare E
fe Cs =

Os artesäos demoravam muito fazendo um canhäo. As vezes,
a guerra acabava e eles ainda estavam no meio do canhäo.
Os comerciantes resolveram, entäo, modificar as formas de
produgáo.

- um E QUE MAG BE COMME )
ss AE TS) PERDENOO MEO SL,

Os comerciantes aboliram o sistema de produgio familiar,
aboliram o sistema de corporagóes e implantaram um sistema
chamado doméstico. Os artesäos passaram a trabalhar em

casas e galpdes dos comerciantes. Com isso, a independéncia
dos artesäos foi pro brejo.

Mas os artesños agora dependiam da matéria-prima, Além
disso, a nova organizagäo do trabalho colocou auxiliares e
ajudantes ao lado dos artesños (0 que, aliás, quebrou o maior
galho de muitos camponeses, que, com o fechamento das terras,
puderam ganhar uns trocados vendendo sua forga de trabalho)

Os artesäos se transformaram em empregados dos comercian-

tes. Uma relagäo inteiramente nova. Os comerciantes desco-

briram, entáo, que quando se emprega um bom número de

pessoas para fazer um certo produto — canhôes, por exemplo
- € possivel dividir melhor o trabalho.

ERA € ESA. Eh ER

entäo, os seus primeiros passos. Surgiram,
(ória, os primeiros operários assalariados.
Dai para a frente, © caldo vai engrossar, .. pro lado dos
opérés, naturalmente,