Caso Clínico - Cavidade Idiopatica de Stafne

INDORradiologia 1,714 views 2 slides Jan 20, 2015
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Caso interessante, gentilmente cedido pela Dra Vania Kyriakos, a qual os autores agradecem pela oportunidade de apresentar esse caso tão didático.

Autores: Israel Chilvarquer, Eduardo Felippe Duailibi Neto, Lilian Waitman Chilvarquer, Jorge Elie Hayek e Michel Lipiec.


Slide Content

Cavidade Idiopática
de Stafne
Autores
Israel Chilvarquer, Eduardo Felippe Duailibi Neto, Lilian Waitman Chilvarquer, Jorge Elie Hayek e Michel Lipiec.
Agradecimentos
Os autores agradecem a Drª Vania Kyriakos, pela oportunidade de apresentar esse caso tão didático.
O presente relato clínico consiste em uma imagem de um paciente do sexo masculino com 94 anos de idade cronológica que procurou o serviço de radiologia, para a análise topográfica para a possível instalação de implantes osseointegráveis, além dessa indicação, foi observada na radiografia panorâmica uma extensa área osteolítica localizada na região apical do elemento 47 e sugestiva de lesão endodôntica. A presente lesão consistia em uma rarefação óssea de limites definidos de formato elíptico com 2cm de extensão. A possível alteração patológica localiza-se em corpo de mandíbula do lado direito em contiguidade com a porção apical do elemento 47. O elemento 47 apresentava tratamento endodôntico, o que gerou dúvida a respeito da etiologia da suposta lesão, motivou uma análise minuciosa da região por meio da solicitação do exame complementar:
Tomografia Volumétrica de Feixe Cônico (TCFC).
Após as análises dos resultados da TCFC (figura
1), notamos que a referida imagem era compatível
com Defeito Ósseo de Desenvolvimento da
Mandíbula; Cavidade óssea de Stafne; Cavidade
Idiopática de Stafne; Cisto de Stafne; Defeito
Ósseo de Stafne.
Notamos a integridade da região apical do elemento
47 e a presença de uma cavidade côncava na
região da fóvea da glândula submandibular.
Edward Stafne em 1942 descreveu uma sequência
de 34 imagens radiográficas semelhantes. Todas
estas imagens possuíam um padrão radiográfico
semelhante, uma radiolucência oval ou elíptica
de margens definidas similares a cistos ósseos
com uma moderada
corticalização. Geralmente
estas supostas lesões
localizavam-se em corpo
e ângulo de mandíbula
(1,2)
.
Após vários relatos de
imagens radiográficas e
relatos de procedimentos
cirúrgicos, muitos termos
surgiram para caracterizar
esta cavidade. Dentre eles
podemos enumerar alguns
mais relevantes tais como:
Cavidade óssea de Stafne;
Cavidade Idiopática de
Stafne; Cisto de Stafne;
Defeito Ósseo de Stafne.
Independente do nome,

como conclusão geral, os artigos acadêmicos
determinaram que esta cavidade é uma alteração
de desenvolvimento ocasionalmente localizada na
porção lingual de corpo e angulo de mandíbula
(3)
.
A etiologia responsável por esta cavidade é
incerta, no entanto duas linhas de pensamento
permanecem atuais em determinar sua origem.
Inicialmente atribui-se esta cavidade como
uma porção da glândula salivar aprisionada
na mandíbula durante o desenvolvimento e
ossificação da mandíbula, porém, este defeito
ósseo é reportado de modo frequente em
indivíduos com 50 e 70 anos de idade cronológica
contrariando esta teoria
(3)
. A outra tese defendida
para o desenvolvimento desta cavidade consiste
na diminuição de tecido mineral com o passar da
idade. A isto associa-se o aumento de glândulas
salivares, principalmente a glândula submandibular.
Este fato pode ocasionar uma reabsorção óssea
localizada formando o Defeito Ósseo de Stafne
(1)
.

O diagnóstico desta alteração anatômica é
complexo
(4)
. Imagens bidimensionais tais como
a radiografia periapical e panorâmica podem
confundir o profissional no correto diagnóstico
(5)
.
A sobreposição de estruturas podem dificultar
o diagnóstico correto e a ampla gama de
possíveis alterações patológicas podem confundir
o cirurgião dentista ao observar as imagens
bidimensionais
(6)
. A tomografia computadorizada
favorece o correto diagnóstico, imagens axiais
e reformatações volumétricas conseguem
claramente demonstrar o defeito ósseo mas,
infelizmente, não relacionam este defeito a alguma
anormalidade glandular indicando a estes casos
o acompanhamento clínico e radiográfico
(7)
.
Neste relato clínico, podemos observar como a
tomografia computadorizada de feixe cônico pode
auxiliar no diagnóstico destas cavidades. Tanto as
imagens obtidas pela reformatação axial quanto
as imagens obtidas pela reformatação transaxial
solucionaram as dúvidas a respeito da origem da
lesão, informando claramente pela corticalização
da cavidade do remodelamento ósseo oriunda de
processo proliferativo de tecido mole da Glândula
submandibular. A ressonância magnética
associada a tomografia computadorizada são
métodos indicados para auxiliar este complexo
diagnóstico
(1,8,9)
.
Referências Bibliográficas
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