como conclusão geral, os artigos acadêmicos
determinaram que esta cavidade é uma alteração
de desenvolvimento ocasionalmente localizada na
porção lingual de corpo e angulo de mandíbula
(3)
.
A etiologia responsável por esta cavidade é
incerta, no entanto duas linhas de pensamento
permanecem atuais em determinar sua origem.
Inicialmente atribui-se esta cavidade como
uma porção da glândula salivar aprisionada
na mandíbula durante o desenvolvimento e
ossificação da mandíbula, porém, este defeito
ósseo é reportado de modo frequente em
indivíduos com 50 e 70 anos de idade cronológica
contrariando esta teoria
(3)
. A outra tese defendida
para o desenvolvimento desta cavidade consiste
na diminuição de tecido mineral com o passar da
idade. A isto associa-se o aumento de glândulas
salivares, principalmente a glândula submandibular.
Este fato pode ocasionar uma reabsorção óssea
localizada formando o Defeito Ósseo de Stafne
(1)
.
O diagnóstico desta alteração anatômica é
complexo
(4)
. Imagens bidimensionais tais como
a radiografia periapical e panorâmica podem
confundir o profissional no correto diagnóstico
(5)
.
A sobreposição de estruturas podem dificultar
o diagnóstico correto e a ampla gama de
possíveis alterações patológicas podem confundir
o cirurgião dentista ao observar as imagens
bidimensionais
(6)
. A tomografia computadorizada
favorece o correto diagnóstico, imagens axiais
e reformatações volumétricas conseguem
claramente demonstrar o defeito ósseo mas,
infelizmente, não relacionam este defeito a alguma
anormalidade glandular indicando a estes casos
o acompanhamento clínico e radiográfico
(7)
.
Neste relato clínico, podemos observar como a
tomografia computadorizada de feixe cônico pode
auxiliar no diagnóstico destas cavidades. Tanto as
imagens obtidas pela reformatação axial quanto
as imagens obtidas pela reformatação transaxial
solucionaram as dúvidas a respeito da origem da
lesão, informando claramente pela corticalização
da cavidade do remodelamento ósseo oriunda de
processo proliferativo de tecido mole da Glândula
submandibular. A ressonância magnética
associada a tomografia computadorizada são
métodos indicados para auxiliar este complexo
diagnóstico
(1,8,9)
.
Referências Bibliográficas
1. Herranz-Aparicio J, Figueiredo R, Gay-
Escoda C. Stafne’s bone cavity: An unusual case with involvement of the buccal and lingual mandibular plates. J Clin Exp Dent. 2014 Feb;6(1):e96–9. 2. Probst FA, Probst M, Maistreli I-Z, Otto S,
Troeltzsch M. Imaging characteristics of a Stafne bone cavity--panoramic radiography, computed tomography and magnetic resonance imaging. Oral Maxillofac Surg. Springer Berlin Heidelberg; 2014 Sep;18(3):351–3. 3. Schneider T, Filo K, Locher MC, Gander
T, Metzler P, Grätz KW, et al. Stafne bone cavities: systematic algorithm for diagnosis derived from retrospective data over a 5-year period. Br J Oral Maxillofac Surg. 2014 Apr;52(4):369–74. 4. Kim H, Seok JY, Lee S, An J, Kim NR, Chung
DH, et al. Bilateral stafne bone cavity in the anterior mandible with heterotopic salivary gland tissue: a case report. Korean J Pathol. 2014 Jun;48(3):248–9. 5. Boffano P, Gallesio C, Daniele D, Roccia F.
An unusual trilobate Stafne bone cavity. Surg Radiol Anat. Springer-Verlag; 2013 May;35(4):351–3. 6. Turkoglu K, Orhan K. Stafne
bone cavity in the anterior mandible. J Craniofac Surg. 2010 Nov;21(6):1769–75. 7. Ariji E, Fujiwara N, Tabata O, Nakayama
E, Kanda S, Shiratsuchi Y, et al. Stafne’s bone cavity. Classification based on outline and content
determined by computed tomography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1993 Sep;76(3):375–80. 8. Li B, Long X, Cheng Y, Wang S. Cone
beam CT sialography of Stafne bone cavity. Dentomaxillofac Radiol. 2011 Dec;40(8):519–23. 9. Segev Y, Puterman M, Bodner L. Stafne
bone cavity--magnetic resonance imaging. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2006 Jul;11(4):E345–7.