Enem - LiteraturaEnem - LiteraturaEnem - Literatura

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ENEM – LITERATURA PROF. LUIS STECCA (Enem 2022) Notas   Soluços, lágrimas, casa armada, veludo preto nos portais, um homem que veio vestir o cadáver, outro que tomou a medida do caixão, caixão, essa, tocheiros, convites, convidados que entravam, lentamente, a passo surdo, e apertavam a mão à família, alguns tristes, todos sérios e calados, padre e sacristão, rezas, aspersões d’água benta, o fechar do caixão, a prego e martelo, seis pessoas que o tomam da essa, e o levantam, e o descem a custo pela escada, não obstante os gritos, soluços e novas lágrimas da família, e vão até o coche fúnebre, e o colocam em cima e traspassam e apertam as correias, o rodar do coche, o rodar dos carros, um a um... Isto que parece um simples inventário eram notas que eu havia tomado para um capítulo triste e vulgar que não escrevo.   ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas . www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 25 jul. 2022.     O recurso linguístico que permite a Machado de Assis considerar um capítulo de Memórias póstumas de Brás Cubas como inventário é a a) enumeração de objetos e fatos. . b) predominância de linguagem objetiva. c) ocorrência de período longo no trecho. d) combinação de verbos no presente e no pretérito. e) presença de léxico do campo semântico de funerais.

ENEM – LITERATURA PROF. LUIS STECCA (Enem 2022) O bebê de tarlatana rosa   – [...] Na terça desliguei-me do grupo e caí no mar alto da depravação, só, com uma roupa leve por cima da pele e todos os maus instintos fustigados. De resto a cidade inteira estava assim. É o momento em que por trás das máscaras as meninas confessam paixões aos rapazes, é o instante em que as ligações mais secretas transparecem, em que a virgindade é dúbia e todos nós a achamos inútil, a honra uma caceteação, o bom senso uma fadiga. Nesse momento tudo é possível, os maiores absurdos, os maiores crimes; nesse momento há um riso que galvaniza os sentidos e o beijo se desata naturalmente. Eu estava trepidante, com uma ânsia de acanalhar-me, quase mórbida. Nada de raparigas do galarim perfumadas e por demais conhecidas, nada do contato familiar, mas o deboche anônimo, o deboche ritual de chegar, pegar, acabar, continuar. Era ignóbil. Felizmente muita gente sofre do mesmo mal no carnaval.   RIO, J. Dentro da noite . São Paulo: Antíqua , 2002.     No texto, o personagem vincula ao carnaval atitudes e reações coletivas diante das quais expressa a) consagração da alegria do povo. b) atração e asco perante atitudes libertinas. . c) espanto com a quantidade de foliões nas ruas. d) intenção de confraternizar com desconhecidos. e) reconhecimento da festa como manifestação cultural.

(Enem 2021) Naquele tempo, ltaguaí , que, como as demais vilas, arraiais e povoações da colônia, não dispunha de imprensa, tinha dois modos de divulgar uma notícia; ou por meio de cartazes manuscritos e pregados na porta da Câmara, e da matriz; – ou por meio de matraca. Eis em que consistia este segundo uso. Contratava-se um homem, por um ou mais dias, para andar as ruas do povoado, com uma matraca na mão. De quando em quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava o que lhe incumbiam, – um remédio para sezões, umas terras lavradias, um soneto, um donativo eclesiástico, a melhor tesoura da vila, o mais belo discurso do ano, etc. O sistema tinha inconvenientes para a paz pública; mas era conservado pela grande energia de divulgação que possuía. Por exemplo, um dos vereadores desfrutava a reputação de perfeito educador de cobras e macacos, e aliás nunca domesticara um só desses bichos; mas tinha o cuidado de fazer trabalhar a matraca todos os meses. E dizem as crônicas que algumas pessoas afirmavam ter visto cascavéis dançando no peito do vereador; afirmação perfeitamente falsa, mas só devida à absoluta confiança no sistema. Verdade, verdade, nem todas as instituições do antigo regímen mereciam o desprezo do nosso século.   ASSIS, M. O alienista . Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 2 jun. 2019 (adaptado).   O fragmento faz uma referência irônica a formas de divulgação e circulação de informações em uma localidade sem imprensa. Ao destacar a confiança da população no sistema da matraca, o narrador associa esse recurso à disseminação de a) campanhas políticas. b) anúncios publicitários. c) notícias de apelo popular. d) informações não fidedignas. . e) serviços de utilidade pública.

ENEM – LITERATURA PROF. LUIS STECCA (Enem PPL 2021) A caolha   A caolha era uma mulher magra, alta, macilenta, peito fundo, busto arqueado, braços compridos, delgados, largos nos cotovelos, grossos nos pulsos; mãos grandes, ossudas, estragadas pelo reumatismo e pelo trabalho; unhas grossas, chatas e cinzentas, cabelo crespo, de uma cor indecisa entre o branco sujo e o louro grisalho, desse cabelo cujo contato parece dever ser áspero e espinhento; boca descaída, numa expressão de desprezo, pescoço longo, engelhado, como o pescoço dos urubus; dentes falhos e cariados. O seu aspecto infundia terror às crianças e repulsão aos adultos; não tanto pela sua altura e extraordinária magreza, mas porque a desgraçada tinha um defeito horrível: haviam-lhe extraído o olho esquerdo; a pálpebra descera mirrada, deixando, contudo, junto ao lacrimal, uma fístula continuamente porejante . Era essa pinta amarela sobre o fundo denegrido da olheira, era essa destilação incessante de pus que a tomava repulsiva aos olhos de toda a gente.   ALMEIDA, J. L. In: COSTA, F. M. (org.). Os melhores contos brasileiros de todos os tempos . Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.     Que procedimento composicional o narrador utiliza para caracterizar a aparência da personagem? a) A descrição marcada por adjetivações depreciativas. . b) A alternância dos tempos e modos verbais da narrativa. c) A adoção de um ponto de vista centrado no medo das crianças. d) A objetividade da correlação entre imperfeições físicas e morais. e) A especificação da deformidade responsável pela feição assustadora.

ENEM – LITERATURA PROF. LUIS STECCA (Enem 2021) – O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar num troço chamado autoridades constituídas? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada Exército Brasileiro, que o senhor tem de respeitar? Que negócio é esse? [...] Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: “dura lex ”! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o General, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor. [...] Foi então que a mulher do vizinho do General interveio: – Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido? O delegado apenas olhou-a, espantado com o atrevimento. – Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não é gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso importunaram o General, ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos importunando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um Major do Exército, sobrinha de um Coronel, e filha de um General! Morou? Estarrecido, o delegado só teve força para engolir em seco e balbuciar humildemente: – Da ativa, minha senhora?.   SABINO, F. A mulher do vizinho. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986.     A representação do discurso intimidador engendrada no fragmento é responsável por a) ironizar atitudes e ideias xenofóbicas. b) conferir à narrativa um tom anedótico. . c) dissimular o ponto de vista do narrador. d) acentuar a hostilidade das personagens. e) exaltar relações de poder estereotipadas.

(Enem 2021) A draga   A gente não sabia se aquela draga tinha nascido ali, no Porto, como um pé de árvore ou uma duna. – E que fosse uma casa de peixes? Meia dúzia de loucos e bêbados moravam dentro dela, enraizados em suas ferragens. Dos viventes da draga era um o meu amigo Mário-pega-sapo. [...] Quando Mário morreu, um literato oficial, em necrológio caprichado, chamou-o de Mário-Captura-Sapo! Ai que dor! Ao literato cujo fazia-lhe nojo a forma coloquial. Queria captura em vez de pega para não macular (sic) a língua nacional lá dele... Da velha draga Abrigo de vagabundos e de bêbados, restaram as expressões: estar na draga, viver na draga por estar sem dinheiro, viver na miséria Que ora ofereço ao filólogo Aurélio Buarque de Hollanda Para que as registre em seus léxicos Pois que o povo já as registrou.   Ao criticar o preciosismo linguístico do literato e ao sugerir a dicionarização de expressões locais, o poeta expressa uma concepção de língua que a) contrapõe características da escrita e da fala. b) ironiza a comunicação fora da norma-padrão. c) substitui regionalismos por registros formais. d) valoriza o uso de variedades populares. . e) defende novas regras gramaticais. BARROS, M. Gramática expositiva do chão : poesia quase toda. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1990 (fragmento).

ENEM – LITERATURA PROF. LUIS STECCA (Enem 2019) HELOÍSA: Faz versos? PINOTE: Sendo preciso... Quadrinhas... Acrósticos... Sonetos... Reclames. HELOÍSA: Futuristas? PINOTE: Não senhora! Eu já fui futurista. Cheguei a acreditar na independência... Mas foi uma tragédia! Começaram a me tratar de maluco. A me olhar de esguelha. A não me receber mais. As crianças choravam em casa. Tenho três filhos. No jornal também não pagavam, devido à crise. Precisei viver de bicos. Ah! Reneguei tudo. Arranjei aquele instrumento ( Mostra a faca ) e fiquei passadista.   ANDRADE, O. O rei da vela . São Paulo: Globo, 2003.     O fragmento da peça teatral de Oswald de Andrade ironiza a reação da sociedade brasileira dos anos 1930 diante de determinada vanguarda europeia. Nessa visão, atribui-se ao público leitor uma postura a) preconceituosa, ao evitar formas poéticas simplificadas. b) conservadora, ao optar por modelos consagrados. . c) preciosista, ao preferir modelos literários eruditos. d) nacionalista, ao negar modelos estrangeiros. e) eclética, ao aceitar diversos estilos poéticos.

ENEM – LITERATURA PROF. LUIS STECCA (Enem 2019) 1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade. 2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia. 3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco. 4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia . 5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita. 6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência , para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.   MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas europeias e Modernismo brasileiro . Petrópolis: Vozes, 1985.     O documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais estéticos do Futurismo, que valorizam a a) composição estática. b) inovação tecnológica. . c) suspensão do tempo. d) retomada do helenismo. e) manutenção das tradições.

ENEM – LITERATURA PROF. LUIS STECCA (Enem 2019) Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas não estava satisfeita com sua condição. Não passamos de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas por nossa lentidão. O rastro que deixaremos na História será tão desprezível quanto a gosma que marca nossa passagem pelos pavimentos. A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria ser como aquele parente distante, o escargot . O simples nome já a deixava fascinada: um termo francês, elegante, sofisticado, um termo que as pessoas pronunciavam com respeito e até com admiração. Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são comidos, enquanto nós pelo menos temos chance de sobreviver. Este argumento não convencia a insatisfeita lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua vida desta maneira, numa mesa de toalha adamascada, entre talheres de prata e cálices de cristal. Assim como o mar é o único túmulo digno de um almirante batavo, respondia, a travessa de porcelana é a única lápide digna dos meus sonhos.   SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al. A prosa do mundo . São Paulo: Global, 2009.     Incorporando o devaneio da personagem, o narrador compõe uma alegoria que representa o anseio de a) rejeitar metas de superação de desafios. b) restaurar o estado de felicidade de desafios. c) materializar expectativas de natureza utópica. . d) rivalizar com indivíduos de condição privilegiada. e) valorizar as experiências hedonistas do presente.

ENEM – LITERATURA PROF. LUIS STECCA (Enem 2018) Dia 20/10   É preciso não beber mais. Não é preciso sentir vontade de beber e não beber: é preciso não sentir vontade de beber. É preciso não dar de comer aos urubus. É preciso fechar para balanço e reabrir. É preciso não dar de comer aos urubus. Nem esperanças aos urubus. É preciso sacudir a poeira. É preciso poder beber sem se oferecer em holocausto. É preciso. É preciso não morrer por enquanto. É preciso sobreviver para verificar. Não pensar mais na solidão de Rogério, e deixá-lo. É preciso não dar de comer aos urubus. É preciso enquanto é tempo não morrer na via pública.   TORQUATO NETO. In: MENDONÇA, J. (Org.) Poesia ( im )popular brasileira . São Bernardo do Campo: Lamparina Luminosa, 2012.     O processo de construção do texto formata uma mensagem por ele dimensionada, uma vez que a) configura o estreitamento da linguagem poética. b) reflete as lacunas da lucidez em desconstrução. c) projeta a persistência das emoções reprimidas. d) repercute a consciência da agonia antecipada. . e) revela a fragmentação das relações humanas.
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