Esquema interpretativo da poesia triste bahia

Esquema para interpretar o poema Triste Bahia de Gregório de Mattos.

1. Esquema Interpretativo da Poesia Triste Bahia
Prof: Rodrigo Belinaso Guimarães

Triste Bahia

Gregório de Mattos (1636 – 1696)

Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.

A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.

Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.

Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!

1º Estrofe: O poeta reclama que ele e a Bahia já foram ricos, mas que no momento
em que escreve, ambos estão pobres. A palavra empenhado significa endividado.
2º Estrofe: O poeta diz que a Bahia foi transformada pelo capitalismo comercial:
“máquina mercante”. No caso dele, sua importância social, ou seja, o seu status,
foi modificado. Agora, é o comerciante que é valorizado, não mais o poeta.
3º Estrofe: O poeta critica o fato da Bahia exportar um açúcar de alta qualidade e
receber mercadorias de baixa qualidade: “drogas inúteis”. A palavra Brichote que
significar Inglês, British, em inglês. A Inglaterra era o reino mais poderoso no
século XVII, época em que foi escrita a poesia. Esta crítica permanece atual, pois
o Brasil continua exportando bens primários como soja e importanto todo tipo de
mercadorias industrializadas.
4º Estrofe: O poeta indica que o futuro da Bahia será terrível. De forma figurada,
ele diz que um dia ela acordará tão arruinada (“sisuda”), que estará vestida
(“capote”) de algodão e não de tecidos finos como a seda, por exemplo.