sujeitos”, o que implica reconhecer que nela, ou a partir dela, um importante
processo educativo se inicia.
Mas de que famílias estamos falando?
Comumente, as imagens veiculadas pelos meios de comunicação
mostram famílias constituídas por um casal, homem e mulher, e poucos filhos,
quase sempre dois, um menino e uma menina. Esporadicamente, aparece uma
pessoa idosa: avô ou avó ou outros parentes. E é este modelo de família, o
“nuclear”, que é apresentado, ainda hoje, também nos livros didáticos, como se
fosse o único, o correto, o “ideal”, o “desejável”, reforçando a falsa idéia de “modelo”.
Quando na realidade a família se apresenta na contemporaneidade a partir da
diversidade em diferentes arranjos. O desafio na organização de novos arranjos
familiares que não seguem o modelo é tomado como “desestruturação” e não como
possibilidade de superação, distanciando principalmente as camadas populares do
modelo familiar hegemônico.
É preciso considerar as transformações sofridas pela família ao
longo do tempo: o seu tamanho se reduziu; o casamento passou a ter um papel
social menos central e o “companheirismo” tornou- se corrente e aceito. Além disso,
ganhou terreno a igualdade entre os sexos. A sociedade, antes marcada por uma
distinção forte entre os sexos e uma divisão clara entre trabalho produtivo e
reprodutivo (atividades domésticas), transformou-se, dando lugar a um pensamento
de maior equidade e emancipação da mulher, o que levou a uma redistribuição
importante, embora ainda com limites, das atividades profissionais e familiares.
As mulheres, assim como os homens, passam a exercer atividades
produtivas como forma de garantir as condições de igualdade e de sobrevivência.
Neste contexto de intensas transformações socioeconômicas e culturais, a educação
dos filhos, é assumida também pelo Estado por meio das instituições, ora mediante
políticas assistenciais, ora compensatórias e ora complementares. Entre essas
instituições, está à escola, que, em diferentes momentos na história, vem assumindo
um papel que, em princípio, não pode ser só seu: o de educar os alunos para a
cidadania.
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