Evolução histórica do conceito de trabalho

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Evolução histórica do conceito de trabalho


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Evolução histórica do conceito de trabalho Área de Integração 11º R Tony Abreu

Origem etimológica A origem etimológica de “trabalho” deriva da palavra latina tripalus (três paus). No latim popular, era um instrumento feito de três paus aguçados e com pontas de ferro, utilizado como forma de ferrar os animais de grande porte físico ou para debulhar os cereais e o linho. Além disso, era visto também como um instrumento para torturar, e daí ter surgido a palavra “ tripaliare ”, torturar, que mais tarde veio a ser associada a algo penoso, a sofrimento, a fadiga e a trabalho. Durante bastante tempo, o trabalho foi mesmo considerado algo penoso ou um castigo. Este era praticado pelos escravos (esclavagismo) ou pelas classes socias mais baixas como os servos da gleba (servilismo). Os homens livres, que se dedicavam ao lazer, à contemplação, à reflexão e ao ócio, eram naquele tempo considerados homens pouco dignos de praticar este “castigo”. Agora, este “castigo”, passa a ser encarado como uma visão otimista para o trabalhador, onde o trabalho é fonte de libertação , de progresso e de auto-realização , assim: Dignifica o ser Humano!

Evolução Histórica No ínicio , o homem primitivo vivia principalmente da recolha de alimentos, da caça e da pesca. Estas atividades eram feitas coletivamente utilizando instrumentos muito rudimentares. É aqui que o homem era um recoletor , ou seja, dependendo apenas do que a natureza lhe oferecia, onde o trabalho era particularmente cooperativo, isto porque o homem tinha de lutar pela sua sobrevivência, enfrentando as contrariedades da natureza e os animais. As tarefas eram repartidas por sexo ou idade, onde os homens se limitavam à caça e as mulheres à recolha de vegetais e de frutos. Surgia assim, uma primeira divisão do trabalho, uma divisão natural.

Porém, com o decorrer do tempo, o homem começa a criar e a aperfeiçoar os utensílios de trabalho, como as lanças ou os machados, primeiro em pedra e mais tarde em bronze ou ferro. O homem começa a dominar a natureza com a descoberta da agricultura e da pecuária. Com isto, os frutos e os cereais nascem onde o homem quer e os animais vivem junto às suas habitações, não tendo agora que se deslocar à procura de alimentos, tornando-se assim, sedentário e produtor. Após novas especializações, ou seja, indivíduos dentro de uma comunidade ou até mesmo comunidades que se dedicam só à pecuária ou só à agricultura, iniciando-se assim uma segunda divisão do trabalho, uma divisão social. A terceira divisão do trabalho, uma nova divisão social, viria a surgir com o aperfeiçoamento do trabalho dos metais que fizeram emergir ofícios especializados e outros ofícios como o de tecelão ou o de oleiro, cada vez mais especializados; onde os ofícios se separaram da agricultura e da pecuária.

A Antiguidade Na Antiguidade, isto é, desde a invenção da escrita (séc. II a.c ) até ao séc. V, a sociedade dividia-se em homens livres e escravos, sendo estes que asseguraram a realização de todas as tarefas necessárias ao funcionamento da sociedade e da economia. Os escravos, realizavam os trabalhos manuais, os trabalhos “maus”, aqueles mais pesados e exaustivos, vivendo assim para servir os homens livres que por outro lado se dedicavam ao ócio, ao lazer e à contemplação, nada faziam. Com isto, o conceito de trabalho passa a ser associado a algo duro , penoso e a atividades subalternas. As más condições de vida, as más condições de trabalho, fizeram com que os escravos começassem a produzir pouco, começassem a existir revoltas e até mesmo fugas por parte dos mesmos.

Feudalismo Feudalismo (séc. XI ; XII ; XII), época onde os escravos ganham a sua liberdade, a dignidade de se tornarem cidadãos livres, como servos da gleba. Os servos da gleba pagavam pesados tributos para trabalhar nas terras dos grandes proprietários, ficando com o restante, o que era pouco, pois não chegava para a sua própria sobrevivência, tão-pouco para a sua família. De certa forma, o estatuto de escravo pode ter mudado, mas a sua condição de servir não; Dito isto, passam da escravidão para o servilismo, algo caraterístico das sociedades feudais. Servilismo é de igual forma, sinónimo de escravidão, mas agora, uma escravidão mais branda, onde o servo da gleba não exercia quaisquer direitos, viviam dependentes do seu “dono”, dos grandes proprietários, do senhor feudal e das suas terras . Trabalhavam longa e arduamente, dois ou três dias, nessas mesmas terras e sem qualquer pagamento em troca.

No regime feudal, o trabalho continuou a ser visto como um castigo e algo de degradante, próprio dos estratos mais baixos, uma vez que os nobres não trabalhavam. Contudo, o servilismo começou a desaparecer no final da Idade Média, devido : às epidemias , que afetaram grande parte da população; tais epidemias, fizeram com que o trabalhador se tivesse tornado mais raro, mas também, mais valorizado. Devido ao crescimento do comércio , que fez surgir a burguesia, uma nova classe social; Devido ao crescimento das cidades , que atraiu as populações dos campos, a população rural; Devido também, ao surgimento de atividades ligadas à pequena indústria . A fuga do campo para as cidades e o aparecimento de novas atividades e ofícios fazem “nascer” as corporações, uma organização de produtores, reunidos por ofícios e de forma mais ou menos rígida, com o objetivo de garantir os privilégios dos mestres e de controlar o mercado e a concorrência. Estas corporações regulavam toda a atividade produtiva e as técnicas de produção e estabeleciam as suas próprias leis profissionais. Um trabalhador que não fizesse parte do “grupo” não poderia exercer a sua atividade livremente. Contudo, com a Revolução Francesa , as corporações de ofícios acabam por ser suprimidas , isto porque eram consideradas incompatíveis com os ideias da liberdade. Outro motivo que “ganhou força” para esta supressão, foi o grande impulso sentido pelo comércio, mais propriamente no intercontinental.

Revolução Industrial A Revolução Industrial , iniciou-se em meados do séc. XVIII na Inglaterra e prolongou-se até ao início do século XIX. Com o seu aparecimento, o artesão foi sendo substituído pelo operário e a oficina pela fábrica, surgindo a manufatura, o trabalho manual feito pelo operário. Surgia assim, a 1ª forma que o capitalismo assumiu na indústria. O capitalismo, sistema econômico caracterizado pela propriedade privada dos meios de produção, e pela existência de mercados livres em que prevalecem as relações de trabalho assalariado. O capitalismo caraterizava-se por: Existência da propriedade privada dos meios de produção; O lucro ser a grande finalidade; Oposição entre assalariado e o capitalista; Apropriação privada dos meios de produção;

A Revolução Industrial, traduziu-se na mecanização dos meios de produção . Esta revolução, operou uma verdadeira mudança económica, social, política e cultural , marcando a passagem de um novo regime, o capitalismo. O que era anteriormente produzido em pequenas quantidades, passara a ser produzido em massa, uma vez que o trabalho artesanal foi substituído pelas máquinas. O, até agora, trabalho escravo, servil e corporativo foi substituído pelo trabalho assalariado em grande escala. A manufatura dá lugar à fábrica, onde se concentravam um grande número de trabalhadores assalariados, operários, que trabalhavam durante muitas horas em condições desonrosas e de sobre-exploração, não podendo usufruir de qualquer direito. Este trabalho era duro, sem condições de higiene e segurança, exigindo um enorme esforço físico e mental por parte do operário.

Essas mesmas condições desonrosas/miseráveis, de trabalho e de vida das classes trabalhadoras fez “despertar” os operários, que fizeram revoltas e greves para lutarem pelos seus direitos de trabalho. Os trabalhadores passaram a ser representados pelos sindicatos, que lutam pelos direitos dos trabalhadores.

Séc. XX e XXI Sucede-se a Segunda Revolução Industrial , com a descoberta da eletricidade, do motor de explosão (petróleo) e da invenção do telefone. O mercado de trabalho era dominado pelo trabalho manual, desenvolvido por operários especializados e semiespecializados das grandes fábricas de produção em massa. A partir dos anos 70 , nos países mais desenvolvidos, assistiu-se a uma crescente automação da produção. Em algumas fábricas, os robôs chegaram mesmo a substituir o homem nas tarefas repetitivas, pesadas ou perigosas, com o objetivo de aumentar a produtividade do trabalho, que viria a dar resultado, e assim, foi posto em prática noutros sectores. Apesar do crescimento económico, o desemprego aumentou, até porque o que 2 ou 3 homens faziam, apenas 1 robô era capaz de fazer o mesmo, e em menos tempo . Estudos publicados pela OCDE, entre 1973 e 1991, provam que o número de desempregados , no conjunto de países da OCDE, passou de 11,3 milhões para 30 milhões . Este estudo ilustra bem o quão devastador foi, em termos de empregabilidade, a implementação dos robôs ao invés do homem!
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