Favelização cresce 159,6% em dez anos Aos pés do morro, dois crânios de bode e uma cabeceira de cama fazem a delimitação imaginária do que deveria ser a parte da frente do terreno de Hailton Lopes dos Santos. Entre os crânios, sua casa – ou o mais próximo que ele conseguiu chegar disso. Homem falante de 55 anos que diz ser líder comunitário, presidente de clube carnavalesco, artista plástico, bonequeiro , técnico em refrigeração e em conserto de eletrodomésticos, ele mora em um cubículo que parece mal se sustentar de pé. Feito de tábuas de cores e formatos diferentes, mal abriga seu dono e seus quatro companheiros, os cachorros Tobi , Pop, Cenoura e Já Morreu. Hailton é um dos 349.920 moradores de aglomerados de baixa renda existentes no Recife/PE. Situação de 9,95% dos habitantes de todo o estado e de 6% da população brasileira. No Recife de 1991, 108.025 pessoas moravam nos chamados aglomerados subnormais, nomenclatura usada para designar favelas, invasões, comunidades de baixa renda, palafitas e outros tipos de assentamentos irregulares. Em 2000, esse número aumentou para 134.790, uma diferença de 24,7%. O boom ocorreu na década que se seguiria, com um crescimento de 159,6 em dez anos. NOGUEIRA, J. Recife favelizado : falta de planejamento na pauta de 2012. in: Diário de Pernambuco, 22/12/2011. Disponível em: http://blogs.diariodepernambuco.com.br/politica/? tag =favela