Filosofia moral ética e moral com exercícios.

gabrielfalcaoo 19,103 views 4 slides Oct 18, 2012
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Filosofia Moral
A Filosofia Moral distingue entre
ética e moral. Ética tem a ver com o
"bom": é o conjunto de valores, que
apontam qual é a vida boa na concepção
de um indivíduo ou de uma comunidade.
Moral tem a ver com o "justo": é o
conjunto de regras que fixam condições
equitativas de convivência com respeito e
liberdade. Éticas cada qual tem e vive de
acordo com a sua; moral é o que torna
possível que as diversas éticas convivam
entre si sem se violarem ou se sobreporem
umas às outras. Por isso mesmo, a moral
prevalece sobre a ética.
No terreno da ética estão as noções
de felicidade, de caráter e de virtudes. As
decisões de qual propósito dá sentido à
minha vida, que tipo de pessoa eu sou e
quero vir a ser e qual a melhor maneira de
confrontar situações de medo, de escassez,
de solidão, de arrependimento etc. são
todas decisões éticas.
No terreno da moral estão as
noções de justiça, ação, intenção,
responsabilidade, respeito, limites, dever e
punição. A moral tem tudo a ver com a
questão do exercício do direito de um até
os limites que não violem os direitos do
outro.
As duas coisas, claro, são
indispensáveis. Sem moral, a convivência
é impossível. Sem ética, é infeliz e
lamentável. Diz-se que quem age
moralmente (por exemplo, não mentindo,
não roubando, não matando etc.) faz o
mínimo e não tem mérito, mas quem não
age moralmente deixa de fazer o mínimo e
tem culpa (por isso pode ser punido). Por
outro lado, quem age eticamente (sendo
generoso, corajoso, perseverante etc.) faz
o máximo e tem mérito, mas quem não
age eticamente apenas faz menos que o
máximo e deixa de ter mérito, mas sem ter
culpa (por isso não pode ser punido, mas,
no máximo, lamentado).
1) Origem dos termos "ética" e "moral"
Ética vem do grego "éthos" e
moral, do latim "mos". Tanto "ethos"
quanto "mos" significam a mesma coisa:
hábito, costume. Quando os filósofos
gregos quiseram cunhar um nome para a
parte da filosofia que se ocupa com as
ações cotidianas do indivíduo, criaram a
expressão "ethiké epistéme", que
significava "ciência dos costumes" ou,
como ficou conhecida, "ciência ética", ou
simplesmente "ética". Já quando os
filósofos romanos, que eram atentos
leitores dos gregos, quiseram traduzir para
o latim a expressão "ethiké epistéme",
tentaram encontrar um equivalente em sua
língua e cunharam "scientia moralis", que
significava "ciência dos costumes" ou,
como ficou conhecida, "ciência moral", ou
simplesmente "moral". Assim, qualquer
diferença que se possa encontrar entre
"ética" e "moral" não advém do
significado original dos dois termos, pois
estes, em sua origem, eram apenas a
tradução um do outro.
Há também uma versão segundo a
qual "ética" não teria sua origem no grego
"éthos", escrito "έθος", com "ε" (épsilon,
letra grega que soa como um "e" curto e
aberto), "costume", e sim no grego "éthos"
escrito "ήθος", com "η" (eta, letra grega
que soa como um "e" longo e fechado),
"habitação". Para os que defendem essa
versão, essa segunda forma de "éthos"
("ήθος", com "η") designaria um modo de
ser, um caráter habitual, um conjunto de
traços e ações que constituem a identidade
de quem se é, nos quais se está à vontade,
"em casa". Nesse caso, a "ethiké
epistéme" significaria não a ciência dos
costumes, e sim a ciência do estar em
casa, do ser si mesmo, do encontrar-se em
sua própria identidade, sem distanciar-se
de si nem de seus valores. O fato de que
"ética" era escrita "ηθικά", com "η", nos
tratados gregos parece corroborar essa
versão. Nesse caso, a tradução de "ηθικά"
por "moralis" teria sido um erro dos
filósofos romanos.
2) Formas de distinção entre ética e moral
Há duas tradições de distinção
entre os dois termos. Uma delas é francesa
e ganhou fama no Período das Luzes, no
qual a célebre "Enciclopédia" de
D'Alembert e Diderrot atribuiu a "moral"
o sentido de conjunto de normas e valores

em que os homens de certa época e lugar
acreditam e que realizam mediante suas
ações, enquanto a ética seria o conjunto de
teorias filosóficas, racionais e reflexivas,
sobre as normas e os valores em que os
homens deveriam acreditar e que eles
deveriam realizar em suas ações. Nessa
tradição, a moral tem a ver com as normas
e valores que já são seguidos na prática,
os quais podem ser habituais,
preconceituosos, supersticiosos, cruéis e
irracionais de várias maneiras. A ética, ao
contrário, é coisa dos filósofos, está no
plano da teoria, da especulação, da
reflexão e argumentação racional. Em
suma: A moral seria aquilo que os homens
comuns aceitam e praticam como certo e
errado; a ética seria aquilo que os
filósofos pensam e propõem como certo e
errado. Outra forma de dizer a mesma
coisa seria que a ética é uma reflexão
sobre a moral; ou ainda que a ética é a
moral quando submetida à crítica da
razão.
A segunda tradição é alemã e tem
origem nas maneiras distintas como Kant
e Hegel conceberam (ou pelo menos nas
maneiras distintas como geralmente se
alega queeles conceberam) a reflexão
sobre o bem e o mal. Segundo geralmente
se alega, Kant imaginou a moral como um
conjunto de normas ditadas pela razão, as
quais seriam as mesmas para todos os
homens, em todas as épocas e lugares. Já
Hegel, contrapondo-se a Kant, chamou o
que este propunha de "moralidade" e disse
que ela era demasiadamente abstrata,
vazia, inflexível e incapaz de motivar o
ser humano. Em lugar da "moralidade"
kantiana, Hegel propôs-se falar de uma
"eticidade", a qual seria, segundo se alega,
um conjunto de crenças, valores e ideais
que os homens de certa época e certo
lugar carregam consigo, porque foram
formados neles desde a infância e porque
por meio deles se entendem e convivem
uns com os outros, formando sua
identidade individual e coletiva. Assim,
"moralidade" e "eticidade" se tornam
rótulos convenientes para duas abordagens
da ética: Uma com base em normas
racionais válidas para todos (moralidade,
Kant) e outra com base nas convicções
culturais de cada povo (eticidade, Hegel).
Embora essas estejam longe de ser boas
caracterizações das concepções éticas de
Kant e Hegel, é importante tê-las em vista
para compreender de que modo moral e
ética vieram a significar duas diferentes
abordagens das questões do que se deve
fazer.
3) Objeto da ética e da moral
A ética é uma teoria da vida boa
para mim. Como assim? É uma teoria que
procura responder: De todas as coisas
possíveis de serem feitas, vivenciadas e
realizadas na vida, qual delas é a que vale
mais e realmente a pena? De que modo
devo viver a minha vida? Que tipo de
pessoa eu sou e que tipo de pessoa eu
quero ser? O que espero ter sido e feito na
vida, quando estiver velho e olhar para ela
retrospectivamente? Todas essas são
questões éticas. Responder a elas é traçar
para si um propósito, um fim, um "télos"
na vida. É definir para onde se quer
caminhar e como se pretende chegar lá.
Um homem de negócios, um filantropo,
um artista, um sacerdote, todos eles são
homens que se fizeram as mesmas
questões éticas acima, mas deram a elas
diferentes respostas. O que importa no fim
das contas? Ter riqueza, sucesso e poder?
Dedicar-se aos outros e aliviar as dores do
mundo? Viver o prazer, o amor e a
beleza? Voltar-se para Deus e ter uma
vida neste mundo como preparação para
uma vida noutro mundo? Essas são
algumas das alternativas que se abrem
para todo aquele que se pergunta o que
pretende fazer de sua vida.
A moral é uma teoria da
convivência justa com os outros. Não tem
a ver com o que quero para mim, e sim
com o respeito que devo aos outros. Não
tem a ver com os meus fins, e sim com os
limites que todos temos que respeitar,
quaisquer que sejam os fins que estejamos
perseguindo. A moral responde à seguinte
questão: Quais são as condições de uma
convivência pacífica, respeitosa e
solidária com os demais seres humanos?

Ou, o que é o mesmo: Uma vez que todos
somos livres e iguais e todos temos direito
a perseguir nossos fins éticos, mas sem
prejudicar-nos ou causarmos danos uns
aos outros, quais são os atos que devo
obrigatoriamente praticar e que devo
obrigatoriamente evitar? Quais são os
deveres dos homens uns em relação aos
outros, quaisquer que sejam seus projetos
éticos? Nesse caso, o homem de negócios
pode querer riquezas, mas não pode
consegui-las à custa de apropriação
indevida dos bens dos outros. O filantropo
pode querer fazer o bem a outrem, mas
não pode fazê-lo à custa de eliminar a
liberdade do outro de escolher o que é
melhor para si. O artista pode querer
dedicar-se somente à beleza, mas não
pode simplesmente não contribuir para o
sustento da prole que tenha ajudado a
gerar. O sacerdote pode querer dedicar-se
a Deus, mas não pode fazê-lo de forma tal
a desprezar ou perseguir os homens que
partilham de outras crenças ou que não
aderem a crença alguma. Isso é assim
porque há, ao lado dos fins éticos, que
variam de pessoa para pessoa, deveres
morais, que se impõe a todos
indistintamente.
Exercícios
1) Na atualidade, não basta a uma
empresa ser economicamente forte. A
sociedade exige novos valores. A
existência de códigos formais de ética
empresarial e profissional, se estes forem
bem implantados e divulgados, revela-se
essencial ao estabelecimento de condutas
expectáveis, mitigadoras da ocorrência
de fraudes de diversas naturezas. A
respeito da ética empresarial e
profissional, assinale a opção correta.
a) O código não é o único
mecanismo de conduta, algumas medidas
podem ser implantadas no sentido da
remoção ou, pelo menos, redução de
condutas inadequadas, em que a
definição de incentivos apropriados
revela-se eficaz na eliminação do
comportamento indesejável.
b) É suficiente restringir a
implantação de um código de ética a
torná-lo apenas um manual para reduzir o
risco de interpretações subjetivas sobre os
aspectos morais e éticos inerentes a cada
situação em particular.
c) Deve-se omitir, dos clientes e
fornecedores, informações da empresa,
para evitar compreensões erradas e mal
interpretadas.
d) É suficiente explicar a um
empregado, para evitar que ele cometa
atitudes antiéticas, o fato de os padrões
éticos de cada pessoa serem diferentes dos
da sociedade como um todo.
e) Um código de ética não abrange
todas as questões decorrentes do exercício
de uma atividade, mas fornece, por outro
lado, uma linha de atuação e de conduta
mais austera, sujeitando os seus partícipes
a penalidades no caso de transgressões.
2) Acerca da relação entre ética e
moral, assinale a opção correta.
a) A partir do estudo da ética, pode-
se considerar uma visão utilitarista, em
que a verdade de uma proposição consiste
no fato de que ela é útil, tendo alguma
espécie de êxito ou satisfação.
b) A ética reflexiva se dedica
exclusivamente à reflexão sobre os
deveres das pessoas contidos nos códigos
específicos dos grupos sociais.
c) A ética é equivalente à moral
porque ambos os preceitos investigam os
princípios fundamentais do
comportamento humano.
d) A ética é temporal, enquanto a
moral é permanente.
e) A simples existência da moral
significa a presença explícita de uma
ética, entendida como filosofia moral, isto
é, uma reflexão que discute, problematiza
e interpreta o significado dos valores
morais.
3) A ética profissional e,
consequentemente, das organizações é
considerada um fator importantíssimo
para a sobrevivência tanto das pequenas
quanto das grandes empresas. As
organizações estão percebendo a
importância da ética como instrumento

para melhorar sua imagem, o que
permitirá o crescimento da relação entre
empregados e clientes. A respeito das
éticas profissional e empresarial, assinale
a opção correta.
a) Apesar de desvinculada da visão e
da missão da empresa, porque interesses
individuais são diferenciados dos
interesses da organização, as principais
tarefas do empregador são: manter vivo e
atualizado o código de ética da empresa e
promover os meios necessários para a
formação contínua de todos os
empregados nesse campo específico.
b) O que é natural como
comportamento ético é que a profissão
esteja a serviço do social, quer dos
indivíduos isolados, quer do coletivo ou
conjunto, indiscriminadamente.
c) O código de ética é um
instrumento criado para coibir o
desempenho inadequado da empresa em
suas ações e na interação com seu
diversificado público. Para a
concretização desse relacionamento, é
necessário que a empresa desenvolva o
conteúdo do seu código de ética com
clareza e objetividade, facilitando a
compreensão dos seus empregados.
d) Os preceitos éticos defendidos
pelos códigos profissionais e empresariais
dizem respeito estritamente ao
relacionamento entre chefia e empregado,
porque essa díade é a responsável pelos
maiores conflitos nas organizações.
e) A atualidade exige uma postura
consciente das criaturas em relação ao
mundo físico, principalmente das
empresas que usam recursos naturais, o
que sustenta de forma completa o
pensamento ético da organização.
4) Acerca da relação entre ética e
moral, assinale a opção correta.
a) O entendimento ético discorre
filosoficamente, em épocas diferentes e
por vários pensadores, dando conceitos e
formas de alusão ao termo ética.
b) Durante as Idades Média e
Moderna, a ética era considerada uma
ciência, portanto, era ensinada como
disciplina escolar. Na Idade
Contemporânea, a ética assumiu uma nova
conotação, desvinculando-se da ciência e
da filosofia e sendo vinculada às práticas
sociais.
c) A simples existência da moral
significa a presença explícita de uma
ética, entendida como filosofia moral, isto
é, uma reflexão que discute, problematiza
e interpreta o significado dos valores
morais.
d) A ética não tem por objetivo
procurar o fundamento do valor que
norteia o comportamento, tendo em vista a
historicidade presente nos valores.
e) O conhecimento do dever está
desvinculado da noção de ética, pois este é
consequência da percepção, pelo sujeito,
de que ele é um ser racional e, portanto,
está obrigado a obedecer ao imperativo
categórico: a necessidade de se respeitar
todos os seres racionais na qualidade de
fins em si mesmos.
5) A respeito das classificações da
ética como campo de estudo, assinale a
opção correta.
a) Na abordagem da ética absoluta,
toda ação humana é boa e,
consequentemente, um dever, pois se
fundamenta em um valor.
b) De acordo com a ética formal, não
existem valores universais, objetivos, mas
estes são convencionais, condicionados ao
tempo e ao espaço.
c) Segundo a ética empírica, a
distinção entre o certo e o errado ocorre
por meio da experiência, do resultado do
procedimento, da observação sensorial do
que de fato ocorre no mundo.
d) Quanto ao aspecto histórico, a
ética empírica possui a razão como
enfoque para explicar o mundo, na medida
em que ela constrói a teoria explicativa e
vai ao mundo para ver sua adequação.
e) Em todas as classificações da ética,
ela se torna equivalente à moral porque
direciona o comportamento humano para
ações consideradas positivas para um
grupo social.