FRUTO DO ESPÍRITO PAZ. Gálatas 5:22-24 “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.”
1. O QUE É PAZ? Os gregos antigos definiam paz como sendo "o estado de coisas quando não há guerra". Na Bíblia, os termos hebraico e grego que se traduzem por paz têm um significado diferente e mais rico. O profeta Isaías disse, numa oração: "Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti." (Is 26.3). Nesta e noutras passagens, a paz é relacionada com a firme confiança em Deus. O salmista escreveu: "Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, e se compraz nos seus mandamentos... Não se atemoriza de más notícias: o seu coração é firme, confiante no Senhor..." ( Sl 112.1,7). Este homem sabe que a vontade de Deus é "boa, agradável e perfeita" ( Rm 12.2), e, de bom grado, a aceita e obedece. Por isso, tem paz. "Grande paz têm os que amam a Tua Lei; para eles não há tropeço. Espero, Senhor, na Tua salvação, e cumpro os Teus mandamentos" ( Sl 119.165-166).
O conceito é o mesmo no Novo Testamento. Paulo recomendou aos Filipenses: "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições... E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus" ( Fl 4.6-7). A ansiedade, que se opõe à paz, é, basicamente, falta de confiança em Deus, a não aceitação dos seus desígnios, e desobediência à sua vontade. A paz de Deus protege de ansiedade, medo e angústia os que, ao contrário disto, confiam em Deus, oram a respeito de tudo e esperam por sua ajuda e salvação. Paz, então, no sentido bíblico do termo, não é apenas "o estado de coisas quando não há guerra", mas, sim, e principalmente, o estado de coisas que se estabelece e aquilo que se sente quando nos submetemos a Deus, confiamos nele, aceitamos seus desígnios, e obedecemos à sua vontade.
2. O PECADO DESTRUIU A PAZ. Pecado é rebelião contra Deus, desobediência à sua vontade. O pecado entrou no mundo quando Adão e Eva desconfiaram de Deus e lhe desobedeceram a Palavra. O resultado imediato foi vergonha e medo, e a perda da paz ( Gn 3). Logo haveria ira, contenda, assassinato ( Gn 4),corrupção generalizada ( Gn 6), confusão ( Gn 11), guerras ( Gn 14). Desde então, a história da humanidade tem sido assim. O homem tem vivido em guerra consigo mesmo e com os seus semelhantes.
3. BOAS NOVAS DE PAZ E SALVAÇÃO. Entretanto, Deus não desistiu dos seus propósitos. Seus pensamentos têm sido sempre "pensamentos de paz, e não de mal" ( Jr 29.11). E o seu apelo tem sido: "Que os homens façam paz comigo..." (Is 27.5). Mas os homens, por si mesmos, jamais fariam paz com Deus. Seus desígnios são "continuamente maus" ( Gn 6.5); seus pensamentos são "pensamentos de iniquidade" (Is 59.7) ; eles "desconhecem o caminho da paz" (Is 59.8). Contudo, "Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna“ ( Jo 3.16), vida em comunhão com Deus, aqui e na eternidade, vida repleta de paz.
Os anjos que anunciaram aos pastores o nascimento de Jesus, disseram: "Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens, a quem Ele quer bem" ( Lc 2.14). Paulo escreveu: "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo..." (II Co 5.19).
4. CRISTO É A NOSSA PAZ. Quando cremos em Cristo e o aceitamos como nosso Salvador e Senhor, somos reconciliados com Deus, e temos paz com Deus; então, na medida em que confiamos nele e lhe obedecemos a Palavra, temos a paz de Deus. Jesus é a ilustração perfeita do princípio exposto de que a paz resulta da confiança em Deus e da obediência à sua vontade. Jesus "tornou-se obediente até à morte, e morte de cruz" ( Fl 2.8; Jo 4.34). Por isso, pôde dizer aos seus discípulos: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou..." (Jo14.27). Paulo escreveu que "Ele é a nossa paz" ( Ef 2.14) ; referiu-se a Ele como o "Senhor da paz"; e acrescentou: "Ele mesmo vos dê continuamente a paz em todas as circunstâncias" (II Ts 3.16). Ele o faz através do Espírito, razão porque se diz que o "fruto do Espírito", isto é, o resultado da operação do Espírito em nossas vidas "é... paz".
TIPOS DE PAZ. 1. Paz com Deus 2. Paz de Deus (Cristo). 3. Paz com os homens.
PAZ COM DEUS O primeiro elemento da paz do Espírito é a paz com Deus, possibilitada pelo sangue de Cristo. “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53:5). “Havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas” (Cl 1:20). A consciência culpada pôde, assim, encontrar a paz. Se conforme vimos, estar de bem com Deus é a base da alegria cristã, é mais verdadeiro ainda que esteja fundamentado da paz de Cristo. Ter paz com Deus significa tranquilidade de todos os pecados perdoados. É como a calma do mar numa noite de verão em que todas as ondas parecem haver adormecido.
“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” ( Rm 5:1). Isto é fundamental. A paz com Deus é a base da saúde mental e física. A raiz de muitos males, que confundem os médicos, é espiritual. “Vinde a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” ( Mt 29:30). Esta paz do evangelho é obra do Espirito. Ele é quem conduz a Cristo, e quem testifica com o nosso espirito que fomos aceitos no Amado, que somos filhos de Deus ( Rm 8:16).
PAZ DE DEUS A Bíblia nos fala da bênção que os crentes podem ter: a paz de Deus. Porque nos fala de uma paz que procede diretamente do próprio Cristo, que em nós habita. Nossa personalidade precisa de paz interior fundamentada sobre a Rocha Eterna. “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim” ( Jo 16.33). “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” ( Mt 11.29-30).
Esta é a paz interior que Jesus nos deu pelo Espirito Santo “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe vosso coração nem se atemorize” ( Jo 14:27). Essa paz interior substitui a raiva, a culpa e a preocupação. Sem a paz com Deus não pode haver a paz de Deus. “ Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. ( Fl 4.6-7)
Há tempos que estamos confusos. Nossos pensamentos são como a agua agitada de um lago, que não nos deixa ver o fundo. Mas chega o momento em que a superfície e o fundo estão em perfeita calma, e tudo fica claro. É assim que a paz do Espirito age em nós, dando-nos certeza que estamos tomando decisões certas. Esta paz é tão maravilhosa que não podemos compreender sua profundidade, é nossa proteção em cada passo. Quando focalizamos nossos pensamentos no Deus de paz, conheceremos a paz de Deus. (IS 26.3-4).
PAZ COM OS HOMENS “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens ( Rm 12:18). A paz que nos é dada pelo Espirito Santo é, primeiramente, ascendente para Deus, depois , interior, para nós mesmos, e finalmente, exterior, para nosso semelhante. Temos que buscar a paz e nos empenhar em alcança-la (1 Pe 3.11). Esta ideia indica que precisamos buscar a paz e nos empenhar para tê-la, demonstra um esforço para isso. É melhor cavar outro poço de agua, como Isaque fez, do que fazer uma guerra por um. ( Gn 26.19-22)
A paz com os outros pode exigir a compreensão ou boa vontade de mudar o que lhe concerne no ponto em que há diferenças pessoais. Muitas vezes determinadas situações podem não levar a relações pacificas, quando alguém insiste em fazer as coisas a seu próprio modo. Cristãos maduros aprendem a respeitar e aceitas as diferenças das pessoas, sobretudo no Corpo de Cristo. “ esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito…” ( Ef 4.3-4a).
Não podemos fazer o que queremos sem ter consideração pelos outros membros do Corpo de Cristo. “ Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.” ( Fl 2.4). “Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem.” (1Cor 10.24). O Cristão que diz o que quer, vai onde quer, comporta-se como quer sem considerar sua chamada e os membros do Corpo de Cristo, torna-se um perturbador. Às vezes, a paz exigirá que diga não a si mesmo em beneficio dos outros.
A paz com os homens também requer que sejamos pacificadores. Jesus disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” ( Mt 5.9). É comum ouvirmos que alguém é encrenqueiro, mas com que frequência ouvimos que um membro é pacificador? O fato de sermos cristãos não significa que sempre estaremos em harmonia, quando surgirem conflitos, o papel do pacificador é encontrar una solução aceitável e reunir as pessoas em paz e comunhão.
CONCLUSÃO Seja um agente de paz em um mundo em constante conflito. Jesus não nos chama para sermos simplesmente pacíficos, mas pacificadores . Podemos levar a paz para o mundo todo a partir dos nossos relacionamentos com as pessoas: seu casamento, sua família, suas amizades e para sociedade onde você estiver! Seja um instrumento de Jesus, seja um instrumento de paz, porque Jesus traz a paz! Ele veio trazer paz ao mundo, para todos os homens de boa vontade. Que comece em cada um de nós. Amém