História da psicologia no Brasil.pptx

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historia da psicologia


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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA Profa. Elizabeth Dias

HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO BRASIL

Período colonial no Brasil está articulado à expansão comercial europeia, uma das condições para o desenvolvimento do modo de produção capitalista. Mais especificamente, o Brasil, sob o domínio dos portugueses, constituiu-se como colônia de exploração. A imensa riqueza obtida pela força de trabalho escrava na agricultura (baseada em latifúndios) ou na mineração garantiu às classes dominantes das metrópoles uma vida de luxo

A mais conhecida tarefa jesuítica no Brasil, porém, relaciona-se com a educação, mais precisamente, com a educação dos filhos dos colonos portugueses, com base em seu programa de estudos, o Ratio Studiorum , que tinha a finalidade de prepará-los para o seguimento dos estudos na metrópole, e a educação elementar e a catequese para os filhos dos nativos da terra. O jesuíta Padre Antônio Vieira (1608-1697). é que o Padre Vieira utiliza o conhecimento psicológico desenvolvido pelos jesuítas para elaborar seus famosos sermões, tidos como exemplo de texto argumentativo no estudo da filosofia e da literatura. Vieira estudava como poderia atingir a percepção e as potências dos ouvintes, despertando neles a potência apetitiva da alma pela palavra cristã (CERQUEIRA, 2011)

O processo catequético e a educação das primeiras letras para os indígenas têm sido vistos como expressão de uma pedagogia repressiva, baseada em castigos, com vistas à disciplinarização e controle, com base na psicologia moral da época. Em seus estudos sobre a história da criança no Brasil, afirma Priore (1991, p. 13) Fortemente arraigada na psicologia de fundamento moral e religioso comum da época, e na capacidade impressionista que se desdobrou em autos sacramentais alegóricos, ‘musicarias’ e sermões recendendo a temor e estremecimento religioso, a fala dos jesuítas sobre educação e disciplina tinha gosto de sangue”

As limitações da Coroa portuguesa, no entanto não permitiram que a Educação fosse muito longe: nos séculos XVII e XVIII, a fundação de universidades estava proibida no Brasil, o que impediu o desenvolvimento de pesquisas, incluindo a possibilidade de surgimento de uma psicologia genuinamente brasileira. Além disso, em 1759, os jesuítas são expulsos do Brasil e de Portugal, levando consigo toda a sua experiência adquirida em dois séculos de trabalho. Os jovens de famílias ricas podiam estudar no exterior. Foi inevitável que trouxessem influências europeias para a concretização de centros de estudos no Brasil (MASSIMI, 2007)

A educação é reconhecida pelos religiosos – imbuídos pelo espírito da pedagogia humanista – como instrumento privilegiado para criar um homem novo e uma nova sociedade no Novo Mundo. Por isso, a educação das crianças e a criação de escolas se constituíram os objetivos prioritários do plano missionário da Companhia no Brasil. Esse empreendimento acarretava a necessidade de formular conhecimentos e práticas de caráter pedagógico e psicológico ( Massimi , 2004, p. 29)

Em todo lugar, a busca pelo conhecimento era constante. Fosse pela tentativa de domínio, fosse pela saúde pública, havia pessoas preocupadas em desenvolver pesquisas e produzir conhecimento no Brasil. Isso só aconteceu, no entanto, com a vinda da família real portuguesa para cá em 1808. A demanda por profissionais começou a surgir e, de 1830 a 1833, as escolas de cirurgia de Salvador e do Rio de Janeiro são transformadas em Escolas de Medicina, passando a funcionar como faculdades na formação de médicos (ROCHA, 2004; PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003)

A faculdade começa a realizar pesquisas e publicar teses com temas psicológicos. Aos poucos, os estudos de Psicologia nas duas faculdades de medicina se tornam uma realidade. Uma característica interessante que se mostra é que as pesquisas da Faculdade da Bahia trazem uma tendência social mais marcante, enquanto a do Rio de Janeiro busca as compreensões psicológicas mais relacionadas à saúde.

Segundo Pereira e Pereira Neto (2003), que utilizaram o método de sociologia das profissões, a Psicologia no Brasil pode ser dividida em três grandes períodos: Período pré-profissional (1830-1890) Período de profissionalização (1890/1906-1975) Período profissional (a partir de 1975).

Ainda não existe, porém, a Psicologia como ciência ou profissão independente. Dessa forma, a Psicologia está sempre ligada a alguma outra área, como a Medicina, a Enfermagem ou a Pedagogia. Dessa forma, dá-se o período pré-profissional da psicologia, ou seja, época em que ela vai se constituindo uma área específica do saber, mas ainda sem autonomia suficiente para ser uma profissão. Como em todo o mundo, no século XIX, a Psicologia estudada no Brasil se dava de maneira a reproduzir os métodos das ciências naturais e se limitava a pesquisas sobre percepção e reações físicas, como audição, visão, reflexos etc. A introdução do positivismo no Brasil se deu através do trabalho de Luís Pereira Barreto (1840-1923), médico e filósofo formado na Bélgica.

A disciplina de Psychologia começa a ser ensinada nos currículos de diversos cursos de formação de outras áreas, como o Direito, a Filosofia, a Pedagogia, a Medicina e a Teologia. Dessa maneira, a Psicologia vai se institucionalizando e marcando importante presença nas universidades, hospitais, escolas, igrejas, tribunais e onde quer que se abordassem fenômenos psicológicos (MASSIMI, 2007)

Na passagem do século XIX para o XX, são fundados no Rio de Janeiro alguns laboratórios de Psicologia Experimental. Esses laboratórios seguiam o mesmo modelo dos laboratórios alemães que geraram os trabalhos da Psicofísica e da Psicologia Experimental de Wilhelm Wundt , o fundador oficial da Psicologia. O Laboratório de Psicologia Experimental mais antigo do Brasil chamava-se Pedagogium . Fundado em 1890, era dirigido por Manoel Bomfim (1868-1932). Em 1898, em São Paulo, Francisco Franco da Rocha estruturou o Hospital de Juqueri , um dos mais importantes manicômios do país, embora em 1852 já houvesse o Hospício Pedro II no Rio de Janeiro (MASSIMI, 2007). Esse momento marca o início do período de profissionalização da Psicologia (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003)

Desde então, vários laboratórios e hospícios foram construídos no território nacional sempre, correlacionados, de alguma forma, ao serviço médico que se especializava como saúde mental. Algumas instituições voltavam seu trabalho para outras finalidades específicas, como o estudo e tratamento do alcoolismo, por exemplo (MASSIMI, 2007). Nessa época, a ideia de um curso de Psicologia começa a ser cogitada. Dessa forma, porém, apesar de colaborar para o desenvolvimento da Psicologia, a Psiquiatria buscava criar a função de psicólogo como um auxiliar subordinado ao médico, e não como um profissional detentor de uma ciência própria. Essa impressão, de certa forma, ainda permanece em algumas instituições (ANTUNES, 2004)

Em 1934, a Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) inseriu no currículo uma disciplina chamada Psicologia Geral, que marcou a ampla divulgação da Psicologia como área de estudo nos diversos cursos, conforme anteriormente mencionado. Os cursos de Sociologia e Pedagogia aderiram à disciplina, que passou a ser obrigatória. Em 1946, a formação do profissional de Psicologia foi instituída por decreto. Para se tornar um especialista em psicologia, era preciso cursar três anos de Filosofia, Biologia, Fisiologia, Antropologia ou Estatística. Essa era a formação mais próxima de um psicólogo na época. Dessa forma, é possível ver a diversidade que a Psicologia traz para o pensamento científico

O currículo do curso de Psicologia atingiu sua estrutura básica em 1957, o que permitiu que fossem inaugurados os primeiros cursos de Psicologia, tanto nas faculdades – Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e USP em São Paulo – como em cursos independentes (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003). A oportunidade de alteração dessa realidade, no entanto, veio com o processo de industrialização iniciado por Getúlio Vargas nos anos 1940 e que, no fim dos anos 1950, começava a dar frutos. Psicólogos eram empregados nas indústrias para que pudessem fazer a gestão dos funcionários, como recrutamento e seleção, treinamento, remanejamento interno, ou até mesmo identificar possíveis psicopatologias que viessem a surgir no ambiente de trabalho.

Nesse mesmo período, também começam a aumentar o número de publicações sobre Psicologia e surgem periódicos de divulgação científica específicos para a área (ANTUNES, 2004). Outros campos de aplicação além da medicina e da indústria começam a se formar: a escola, como parceira da pedagogia, auxiliando os professores em como lidar com alunos-problema ou compreender os mecanismos de aprendizagem; e a atuação social nas entidades que se voltavam para o acolhimento de crianças abandonadas (ANTUNES, 2004) 27 de agosto de 1962, foi sancionada pelo presidente João Goulart a Lei nº 4.119, que finalmente reconheceu a profissão de psicólogo de maneira independente de outra ciência ou profissão, dispondo de cursos próprios, cujas exigências foram emitidas pelo Conselho Federal de Educação no mesmo ano.

A prática profissional que garantiu que a Psicologia não fosse submissa à Medicina ou à Pedagogia foram basicamente os testes psicológicos, domínio exclusivo do psicólogo até hoje. Nenhum médico ou pedagogo é autorizado a utilizar os testes psicológicos. Por causa dessa aprovação, comemora-se o Dia Nacional do Psicólogo no dia 27 de agosto (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003). Nessa época, a Psicologia se desenvolvia principalmente nas áreas da educação, do trabalho e da clínica.

Como se sabe, no período de 1964-1985 o Brasil viveu uma ditadura militar-empresarial, que realizou sérias reformas na sociedade, principalmente na Educação, retirando do currículo disciplinas que poderiam apresentar ameaça ao regime, como a Filosofia e a Sociologia. Os currículos da Psicologia foram voltados para um ensino técnico, retirando a tendência social da área. Dessa forma, a Psicologia pôde ser direcionada, evitando a crítica social e atendendo às demandas do governo e da burguesia. Até hoje, há nichos da Psicologia que demonstram uma tendência bastante conservadora, embora a classe de modo geral lute pela participação social do profissional psicólogo em causas progressistas em suas áreas de atuação (ANTUNES, 2004)

O novo problema que surgiu a caminho da profissionalização foi a necessidade de identificar e unir os profissionais de Psicologia para que pudessem ser assistidos e fiscalizados, tornando a profissão mais confiável do ponto de vista ético e profissional. Somente em 1971 foi realizado em São Paulo o I Encontro Nacional de Psicologia, no qual os psicólogos trabalharam para a criação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e os Conselhos Regionais de Psicologia ( CRPs ). Após alguns anos de trabalho, divulga-se em 1975 o primeiro Código de Ética Profissional dos Psicólogos, o que consolida todas as exigências para que a Psicologia se tornasse uma profissão independente e consistente, passando ao período profissional. Segundo a sociologia das profissões, as exigências são: uma área específica e complexa de conhecimento; uma prática exclusiva da categoria, demanda e reconhecimento da sociedade pela profissão; e a instituição de órgãos reguladores da prática profissional (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003)

Segundo a sociologia das profissões, a Psicologia tornou-se uma ciência e profissão independentes porque cumpriu os requisitos para isso: 1) ter um conhecimento complexo e uma prática exclusivos (a Psicologia e os testes psicológicos); 2) registrar e fiscalizar os profissionais da classe através de controle de conduta (Conselhos e Código de Ética); 3) conseguir o reconhecimento e a demanda do Estado e da sociedade (lei de reconhecimento da profissão e demanda da população) (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003)
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