Este material de História da Educação Especial no Brasil, faz parte do conteúdo da Disciplina História da Educação especial e Inclusiva do Brasil: aspectos históricos e filosoficos.
Size: 563.39 KB
Language: pt
Added: Oct 22, 2017
Slides: 30 pages
Slide Content
FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS CENTRO DE PESQUISA, POS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO PROF. PAULO ROBERTO MORAIS DE MENDONÇA/CPPEX HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL: ASPECTOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS PROFa Mst IZABEL OLIVEIRA 2017
PLANO DA DISCIPLINA EMENTA Perspectivas históricas e conceituais da Educação Especial e Inclusiva. Pressupostos sociais, educacionais e políticos. Aspectos legais da Educação Especial e Inclusiva. Inclusão, sociedade, família e escola. Educação Especial e Inclusiva e mediação pedagógica. OBJETIVO GERAL Compreender os processos inclusivos no contexto da educação a partir do marco regulatório legal enquanto expressão social, bem como debater os principais elementos referentes às práticas educativas inclusivas considerando também as questões da Inclusão Social e a Inclusão Digital.
PLANO DA DISCIPLINA PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A disciplina será desenvolvida através de aulas expositivas dialogada, leitura prévia dos textos, exposição, seminários temáticos, analise e debates dos textos em sala de aula. Orientações individuais e em grupos para construção de textos dissertativos fundamentados em conteúdos trabalhados em sala. SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO Frequência, envolvimento, participação ativa nas discussões e atividades em sala; Construção de textos dissertativos, Participação em debates, seminários e apresentações das temáticas da disciplina ;
PLANO DA DISCIPLINA REFERÊNCIAS CARVALHO. Rosita Edler . Educação inclusiva: com os pingos nos “ is ”. 5. Ed. Porto Alegre: Mediação, 2007. 2. CARNEIRO, Moaci Alves. O acesso de alunos com deficiência às escolas e classes comuns: possibilidades e limitações. Petrópolis: Vozes, 2007. GRACINDO, R. V.; MARQUES, S. C.; PAIVA, O. A. F. de. A contradição exclusão/inclusão na sociedade e na escola. Linhas Críticas, Brasília, v. II, n. 20, jan./jun. 2005, p. 5-25. SCHMITD, Maria A. & STOLTZ, Tânia ( Orgs .). Educação, cidadania e inclusão social. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2006. Rodrigues, Olga Maria Piazentin Rolim. Educação especial: história, etiologia, conceitos e legislação vigente / Olga Maria Piazentim Rolim Rodrigues, Elisandra André Maranhe In: Práticas em educação especial e inclusiva na área da deficiência mental / Vera Lúcia Messias Fialho Capellini (org.). – Bauru : MEC/FC/SEE, 2008.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Pré-História Nas sociedades primitivas, os povos eram nômades, sobrevivendo da caça e da pesca. As pessoas estavam sujeitas às intempéries da natureza e aos animais selvagens. Tudo isto dificultava a aceitação de pessoas que fugiam à rotina e do modelo de normalidade da tribo. As pessoas consideradas incapazes de caçar e de sobreviver por si mesmos à agressividade da vida, sendo dependentes da tribo, eram abandonadas no caminho, o que inevitavelmente contribuía para sua morte.
Antiguidade A pessoa que apresentasse alguma deficiência e tivesse dificuldades para adaptar-se à expectativa da comunidade eram abandonados; Em Esparta e Atenas crianças com deficiências física, sensorial e mental eram consideradas subumanas, e eram eliminadas e/ou abandonas.
Antigüidade Tal prática era coerente com os ideais atléticos, de beleza, de militarismo e classistas que serviam de base à organização sociocultural desses dois locais. Em Esparta os deficientes eram lançados do alto dos rochedos e em Atenas eram rejeitados e abandonados nas praças públicas ou nos campos.
“Quanto aos corpos de constituição doentia, não lhes prolongava a vida e os sofrimentos com tratamentos e purgações regradas, que poriam em condições de se reproduzirem em outros seres fadados, certamente a serem iguais progenitores. [...] também que não deveria curar os que, por frágeis de compleição não podem chegar ao limite natural da vida, porque isso nem lhes é vantajoso a eles nem ao Estado” (PLATÃO - 429-347 a.C.)
Idade Média Na Europa a atitude para com as pessoas com deficiência era a mesma, até a difusão do cristianismo; Com o cristianismo as pessoas deficientes ganharam alma e, eliminá-las ou abandoná-las significava atentar contra os desígnios da divindade. Assim, ao longo da idade média são consideradas “filhos de Deus” Nicolau, Bispo de Myra , nos anos 300 d.C. acolhia crianças e pessoas com deficiência abandonadas.
Idade Média A pessoa com deficiência mental passa a ser acolhida caritativamente em conventos ou igrejas, ou, quando a deficiência não era acentuada, sobrevivia na família, escapando à exposição (prática do abandono à inanição ou servindo como palhaços ou atrações em circos). “Entre os milagres de Cristo, aparece em grande número a cura de deficiências física, auditiva e visual”.
Idade Média Na época, Martinho Lutero defendia que pessoas com deficiência mental eram seres diabólicos que mereciam castigos para serem purificados. No século XIII, surge a primeira instituição para pessoas com deficiência, precursora de atendimento sistemático; (Colônia agrícola, na Bélgica) No século XIV, surge a primeira legislação sobre os cuidados com a sobrevivência e com os bens das pessoas com deficiência mental (Eduardo II, da Inglaterra). Nessa lei surge a distinção entre a pessoa com deficiência mental e com doença mental; a primeira, “loucura natural”, pessoas que sofriam de idiotia permanente e, a segunda, “lunática”, aquelas que sofriam de alterações psiquiátricas transitórias.
A Inquisição católica, na Idade Média, foi responsável pelo sacrifício de pessoas com deficiência mental entre loucos, adivinhos e hereges. Prescrevia-se a tortura, a fogueira e o confisco de bens para qualquer conduta herética ou obscena, ou dar respostas sem nexo quando interrogados. Durante a Inquisição, foi criado (1482) um manual de semiologia, capaz de “diagnosticar” bruxas e feiticeiros (sinais de malformação física ou mental) . Idade Média
Relação sociedade e pessoa com deficiência nesse período: sentimentos de piedade e caridade permeiam a relação. concebidos como seres inferiores. mantidos à margem do convívio social. seres improdutivos sem trabalho ou renda. trato social com desprezo e pena. concebido como um ser desqualificado, incapaz e improdutivo.
Idade Média Século XVI e XVII CARACTERISTICAS: Deformação Humana; Modificação das forças dos deuses ou do demônio; Negação do direito á vida; Condição imutável de anormalidade; Crenças sobrenaturais, demoníacas e superticiosas . PROCEDIMENTO: Extermínio e eliminação; Exorcismo, bruxaria e encarceramento. CONSEQUÊNCIAS E IMPLICAÇÕES SOCIAIS: Ignorância.
Idade Moderna No século XVI, surgiram dois intelectuais: Paracelso , (médico) e Cardano , (filósofo). “ Paracelso , no seu livro “Sobre as doenças que privam o homem da razão”, foi o primeiro a considerar a deficiência mental um problema médico, digno de tratamento e complacência”. “ Cardano , além de concordar que a deficiência era um problema médico, se preocupava com a educação das pessoas que apresentavam a deficiência.”
deficiência era um problema médico, se preocupava com a educação das pessoas que apresentavam a deficiência. Locke: propõe que o conceito de mente seja compreendido como página em branco, passível de ser preenchida com programas sistemáticos de educação. “....todas as ideias devem nascer das sensações e das operações mentais, que são as próprias sensações transformadas”. (LOCKE) Idade Moderna
No século XVIII, aparece o “Tratado do bócio”, que levanta a ideia da hereditariedade da deficiência; O século XIX foi marcado pelo trabalho de Itard , que apresentou o primeiro programa sistemático de Educação Especial (1800). Idade Contemporânea
Idade contemporânea (Século XX Científico) CONCEPÇÃO: Sequela, lesão, diminuição da capacidade de um órgão em consequência de doenças. CARACTERÍSTICAS: a deficiência pode ser passível de tratamento, evitada ou controlada. Perda total ou parcial, temporária ou permanente de uma função psicológica, fisiológica ou anatômica PROCEDIMENTO: Tratamento médico, psicológico bem como o início dos estudos científicos específicos. CONSEQUÊNCIAS E IMPLICAÇÕES SOCIAIS: Pesquisas genéticas, avanços tecnológico, assim como equipes interdisciplinares.
Idade contemporânea (Século XXI) CARACTERÍSTICAS: Integração; Inclusão; Convivência Social; Cidadania; Garantia de direitos; Equidade social. PROCEDIMENTOS: organização da sociedade para o atendimento das necessidades especiais; Políticas públicas. CONSEQUÊNCIAS E IMPLICAÇÕES SOCIAIS: Declarações internacionais, acordos, cartas e intenção e legislação; Inclusão social e cultural; educação inclusiva;
História da Educação Especial no Brasil: Diferentes paradigmas educacionais: paradigma médico- assistencialista paradigma de serviços paradigma de suportes
Paradigma médico-assistencialista: visava o cuidado e a proteção da pessoa com deficiência. a pessoa era retirada do convívio social e separada de sua família. prática de confinamento em espaços segregados: conventos, asilos, manicômios.
Paradigma de Serviços - século XX (após os anos 60): Crítica ao paradigma da institucionalização devido a sua ineficiência e inadequação na recuperação ou preparação das pessoas com uma deficiência para a vida em sociedade. Princípio de normalização- procurar formas de atuação junto ao deficiente visando ajudá-lo a adquirir as condições e os padrões de comportamento mais próximos possíveis do que é socialmente determinado como normal.
Oferta de serviços especializados- escolas especiais, entidades assistencialistas e centros de reabilitação. Integração parcial- comportamento ou grau de aprendizado definido como padrão para o aluno poder tentar ser integrado em uma classe especial, criada dentro das escolas regulares ou em classes comuns. Integração parcial- “sistema de cascata”.
Paradigma de Suporte - (a partir da década de 80)- conceito de inclusão . - garantir o acesso imediato, irrestrito e contínuo dos alunos com necessidades especiais a todos os espaços comuns da escola regular. - oferta de uma rede de suporte e apoio para auxiliar o processo de inclusão social e educacional de todos os alunos.
Idade contemporânea (Século XX Científico) CONCEPÇÃO: Sequela, lesão, diminuição da capacidade de um órgão em consequência de doenças. CARACTERÍSTICAS: a deficiência pode ser passível de tratamento, evitada ou controlada. Perda total ou parcial, temporária ou permanente de uma função psicológica, fisiológica ou anatômica PROCEDIMENTO: Tratamento médico, psicológico bem como o início dos estudos científicos específicos. CONSEQUÊNCIAS E IMPLICAÇÕES SOCIAIS: Pesquisas genéticas, avanços tecnológico, assim como equipes interdisciplinares.
1. Integração Temporal : Ocorre quando há disponibilidade de oportunidade para o PNEE permaneça mais tempo com seus companheiros ditos “normais”, esperando-se que resultados positivos sejam obtidos por meio das ações institucionais e sócias. 2 . Integração Social : Pressupõem a existência de atendimentos de Educação Especial na escola regular, onde os alunos nela escolarizados realizam algumas atividades comuns, tais como: jogos e atividades extra-escolares . 3. Integração Instrucional: Relaciona-se com a disponibilidade de oportunidade de condições de estímulos que este aluno encontra no ambiente da classe regular, facilitando seu processo de ensino-aprendizagem PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
4. Princípio de Normatização: Significa oferecer as condições de vida as mais próximas possíveis das outras pessoas, a fim de que possam desenvolver ao máximo suas potencialidades, de acordo com a legislação. 5. Princípio da Individualização : É o que mais valoriza as diferenças individuais, sejam as diferenças dos PNEE, quando comparados aos ditos “normais”, sejam as diferenças entre os PNEEs , quando comparados ente si. PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
O termo INCLUSÃO foi oficializado no Encontro de Salamanca na Espanha em 1994.Foi emitido, nesta ocasião, um documento sobre os princípios, a política e a prática da educação para os PNEEs , apontando a urgência de ações educacionais capazes de reconhecer a diversidades física, sociais, raciais e linguísticas; A ESCOLA INCLUSIVA: ENFOQUE NO 3º MILÊNIO
COMO VOCÊS RECEBEM AS CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NO SEU CONVÍVIO SOCIAL E ESCOLAR, CONSIDERANDO OS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA? Descreva uma experiência apontando os pontos positivos e negativos. (exposição e debate) ATIVIDADE EM GRUPO