O bravo Antonio Dias Cardoso, apelidado o mestre das emboscadas, foi um
valente soldado capaz de demonstrar que o mais astuto, inteligente e
corajoso pode vencer alguém mais forte.
Claro, junto a ele tal mérito também coube às forças brasileiras da época,
comandadas por outros exemplares guerreiros brasileiros.
André Vidal de Negreiros e Francisco Figueroa deram votos que fosse pela frente, mas João
Fernandes Vieira, que vinha com o grosso da gente, deu parecer contrário: que se buscasse o
inimigo pela retaguarda (como na 1ª batalha) uma vez que onde estavam não tinha água e
deveriam acampar com algum conforto ao fim da tarde, deixando o holandês à espera.
Concordou Francisco de Meneses com este último parecer e assim mandou seguirem a um
engenho ali perto onde repousaram e traçaram o plano do ataque, pelo que se concordou em
iniciar a ação tão logo abandonasse o inimigo suas posições, para qualquer rumo que fosse.
No dia 19, das 13:00 para as 14:00 (castigado pelo sol), tanto que foram os holandeses
desocupando o alto dos montes para formarem um grande esquadrão na direção do Recife,
nosso exército iniciou a aproximação.
João Fernandes Vieira com 800 de seus homens foi o primeiro a entrar na luta, bem no meio
da área que chamavam boqueirão, onde o inimigo tinha 6 esquadrões e duas peças de
artilharia.
Após 25 min de cargas de fogo, João Fernandes tentou cortar a formação holandesa pelo
alagado.
Sem sucesso, de volta à posição inicial, pediu a todos que investissem à espada após uma
última carga na cara do inimigo, e assim foi ganho o boqueirão à espada (apesar da brava
resistência dos lanceiros holandeses), onde conquistamos 2 canhões de campanha.
Nesta altura já estavam em luta todos os nossos vindo pelo alto e fraldas do último monte:
Henrique Dias, Diogo Camarão, Francisco Figueroa, André Vidal, Dias Cardoso e a cavalaria
de Antônio Silva.
Tomado o monte central e suas 4 peças de artilharia, bem como as tendas do comandante
holandês Van den Brinck (que foi morto na ocasião), os luso-brasileiros pressionaram os
inimigos até sua desintegração e fuga para Recife, sendo perseguidos por nossos cavaleiros
exaustos; muitos fugiram para os matos, outros se entregaram implorando pelas vidas.
Diogo Lopes de Santiago. Historia da guerra de Pernambuco (...). [S.l.: s.n.], 1943. 756
p. ISBN 9788586206153 (Trechos digitalizados -Google books)
Santiago, Diogo Lopes. História da Guerra de Pernambuco (...), 1654.
HERÓIS DA PÁTRIA
A Lei nº 12.701, de 06 de agosto de 2012
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determinou que os nomes dos principais
personagens luso-brasileiros na batalha, juntamente com o de Francisco Barreto de
Meneses que comandou de ofício o "Exército Patriota" e é chamado "Restaurador de
Pernambuco", fossem incritos no Livro de Heróis da Pátria (conhecido como "Livro de Aço"),
depositado noPanteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, um cenotáfio que
homenageia os heróis nacionais localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
BIBLIOGRAFIA
Santiago, Diogo Lopes. História da Guerra de Pernambuco (...), 1654.