Introdução à Comunicação Não Violenta Na Escola

jprsantos 18,154 views 71 slides Mar 06, 2008
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About This Presentation

Apresentação retomada de outra já aqui publicada anteriormente sobre a mesma temática.
NOTA: agradece-se que sejam feitas as devidas referências ao autor.


Slide Content

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos
[email protected]
http://mediadornaescola.wordpress.com
http://comunicacaonaoviolenta.blogspot.com
Março 2008
Esta apresentação não pode ser reproduzida parcial ou integralmente sem autorização expressa do seu autor.

Conferência Internacional Ofender e Ser Ofendido 21 e 22 de Junho de 2007
Departamento de Línguas e Culturas | Universidade de Aveiro
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA PREVENÇÃO DE CONFLITOS NAS ESCOLAS
José Paulo Rodrigues dos Santos | http://comunicacaonaoviolenta.blogspot.com

José Paulo Rodrigues dos Santos | http://comunicacaonaoviolenta.blogspot.com
Conflito é violência?

oposição entre pessoas ou grupos, geradora
de violência verbal ou física; embate de
potências; oposição de ideias, sentimentos,
interesses entre várias pessoas ou grupos;
sobreposição ou disputa de áreas de
autoridade; oposição vivida no íntimo de
cada pessoa quer entre o seu saber e as
informações novas, quer entre os seus
desejos e os imperativos exteriores.
Dicionário Verbo
Definição de conflito

O conflito, em si, não é
violento. A forma de
resolver ou de exprimir o
conflito é, ela sim, muitas
vezes, violenta.
A violência, subtil ou
expressa, é uma
consequência da rivalidade,
da tensão, do desacordo
entre os indivíduos.
Conflito e violência

A fúria é necessária, se não se centrar no
outro e se for bem gerida em mim.
Quando digo “umas quantas verdades” ao
outro”, a comunicação inviabiliza-se, a
tensão aumenta e, nessa altura, a
violência verbal ou física podem
despoletar-se.
O conflito poderá então ser destruidor, se
assentar no confronto com o outro e no
domínio do outro.
Fúria/Raiva e violência

“a violência, interiorizada ou
exteriorizada, é o resultado de uma
falta de vocabulário; é a expressão
de uma frustração que não
encontra palavras para se
exprimir”
Thomas D’Ansembourg
A violência explode, quando
a falta de respeito, a raiva
ou ódio não controlados, a
agressividade, a escalada de
gestos e palavras
combativos são
demonstrados perante o
nosso interlocutor.

“Acontece que, se nós
mudarmos, o outro mudará
também ou pelo menos
haverá mais hipóteses de
ele mudar; enquanto que se
permanecermos inflexíveis,
é muito provável que ele se
mostre ainda mais
inflexível.”
Thomas D’Ansembourg

É fundamental procurar
respostas urgentes
para esta generalizada
predisposição do ser
humano em ultrapassar
a perigosa barreira do
mero conflito para a
expressão violenta das
suas palavras, dos seus
gestos e atitudes.

Fora ou dentro da escola,
poderemos, então, aprender a
coabitar com o conflito de
forma pacífica e humana,
respeitando o outro e estabelecendo
uma comunicação sã.
Tal como aprendemos, desde tenra
idade, muito naturalmente, a
caminhar e a falar, também é
possível apropriarmo-nos da
capacidade de gerir as nossas
emoções, as nossas
necessidades e as daqueles com
quem, diariamente, convivemos.
Coabitação

Todos passamos pela
experiência de “ensinar”
alguém no nosso percurso
de vida. Os pais ensinam os
filhos, um cônjuge ensina o
outro, a irmã ensina o
irmão, o patrão ensina o
empregado, os professores
ensinam os alunos, o
treinador ensina o
desportista, e vice-versa...
Somos todos pedagogos

Porém, nem sempre alcançamos
o resultado ou o sucesso
desejados neste acto de
“ensinar”. Para quem pretende
transmitir uma ideia, uma
informação, um conhecimento,
uma experiência, pode ser
frustrante não sentir aceitação
por parte do discípulo, pois
este deveria sentir-se
reconhecido e grato,
supostamente, pelo altruísmo, o
desinteresse e a boa vontade
do “pedagogo”.

“What makes the difference
between teaching that works and
teaching that fails?... It is the quality
of teacher-learner relationship that
is crucial”
Thomas Gordon, 2002
A relação de qualidade entre o
professor e o aluno depende mais,
sobretudo, de “como” e “a quem” se
ensina, do que o “o que” se ensina.
Para que o professor se torne
eficiente na ligação que estabelece e
construa pontes com o seu aluno,
precisa de dominar competências
de comunicação apropriadas, ou
seja, necessita de conhecer e aplicar
técnicas e métodos de
comunicação que lhe permitam
dialogar com mais eficácia, dando
também mais significado a conceitos
como “respeito pelos interesses do
aluno”, “educação dos afectos”,
“liberdade de aprender”, “bom clima
de sala de aula”, “construção do
conhecimento”, “autonomia na
aprendizagem”, etc.

Ao longo das últimas décadas, temos
assistido à mudança vertiginosa da
sociedade.
Aproveitando as palavras de Jean
François Six, uma personalidade
marcante na difusão da mediação em
França, perante a “transformação da
família, a crescente laicização da
sociedade e o primado do
individualismo e do imediatismo
instalados na sociedade global”,
dificilmente a escola consegue
manter-se à margem destas
mutações.
O conflito existe na escola?

Cumulativamente, outros agentes
endógenos, como
• o clima institucional,
• as atitudes dominantes,
• os relacionamentos entre as
pessoas, por exemplo,
contribuem para a existência do
conflito.
Neste micromeio que é a escola, espelham-se
inúmeros condicionalismos exógenos à
organização, tais como
• necessidades básicas insatisfeitas,
• dificuldades sócio-económicas,
• questões culturais, políticas e religiosas,
• problemas familiares, etc.

Neste micromeio, professores,
alunos, pais, funcionários e
elementos da gestão coabitam,
reproduzindo
comportamentos, atitudes e
linguagens similares às que
utilizam fora do espaço escolar.

Há regulamentos, normas, regimes
disciplinares sancionatórios e
punitivos que regem o
funcionamento da instituição, com
o intuito de manter a ordem.
Tudo vem de “cima para baixo”.
A tutela legisla, regulamenta,
impõe; os serviços regionais de
educação mandam executar; os
órgãos de gestão, professores e
alunos executam, por vezes,
repressivamente!
Estar na escola é para
muitos, alunos e
professores, uma
obrigação!
Tal como na maior
parte das
organizações e
instituições, as
escolas seguem o
modelo impositivo,
num esquema
hierárquico, mais ou
menos autoritário e
burocrático.

“Nous avons appris à faire les choses
para devoir.
Mais ce n’est pas la bonne manière,
car le devoir n’est pas un besoin
naturel”.
Marshall Rosenberg (2005)

No modelo que actualmente temos
em grande parte das escolas, pouca
margem existe para a liberdade e a
comunicação humana autênticas.
Na ausência de modelos próprios de
prevenção e de resolução de
conflitos adequados e ajustados à
especificidade de cada comunidade
educativa, os actores educativos
vêem-se limitados a cumprir
escrupulosa e rigorosamente as
directivas administrativas emanadas
superiormente.

Aqueles que desejam intervir
de modo diferente, no sentido
de melhorar as relações
interpessoais, de mudar
padrões educacionais e de
participar activamente na
melhoria da qualidade de vida
de todos, acabam por não
sentir o apoio, o incentivo e o
acolhimento necessários para
inverterem o paradigma
vigente.

Apesar das famílias e dos
docentes reconhecerem que o
modelo autoritário não
resulta com as crianças e
jovens, persiste-se na
manutenção desta conduta, a
nosso ver, por desconhecimento
ou dificuldade em encontrar
soluções alternativas globais que
passem pela negociação e a
colaboração.

Do nosso ponto de vista, na sala
de aula, o modelo colaborativo
raramente é aplicado, devido:
• aos extensos programas que
obrigam os docentes a dar muito
mais destaque ao domínio
cognitivo;
• à pressão exercida sobre estes
por causa de exames nacionais;
• ao elevado número de alunos
por turma;
• à ausência de momentos e
tempos dedicados à partilha, à
criatividade, à abertura, ao
debate de ideias;
• ao modelo tradicional
enraizado...
“Para que a indisciplina não
brote quase por geração
espontânea, é útil que o
professor tenha bem
presente a importância dos
aspectos relacionais com os
seus alunos. Se o professor
continuar a valorizar apenas
a sua função de instrução
(transmitir conhecimentos),
é mais provável que
conflitos disciplinares
apareçam”.
Daniel Sampaio

Devido à cultura individualista
enraizada (cada um prepara as suas
aulas e só o professor sabe o que se
passa dentro da sua sala de aula),
também os professores revelam
grande dificuldade em estabelecer um
diálogo comunicacional colaborativo.
São poucos os grupos no interior da
escola a desenvolver um trabalho
assente na resolução de problemas
comuns em conjunto.
Os actores da comunidade educativa
tendem a manter uma comunicação
distante e superficial, evitando o
conflito, reprimindo-o, embora possam
senti-lo latente.

Quando um professor
ousa dar destaque a
modelos pedagógicos de
autonomia e participação,
recorrendo ao diálogo
transformador com os
colegas ou os alunos,
com imensa leveza
incorre no risco de ser
rotulado de “lírico”,
“idealista”, “só vive para
a escola e não sabe fazer
mais nada”, “pensa que é
melhor que os outros”…

Na verdade, há muitos
professores que gostariam de
mudar as suas práticas.
Outros, a muito custo (porque
sozinhos), vão tentando
“remar contra a maré”...

• exige muito mais tempo e disponibilidade do
docente, o que o obrigaria a abdicar de outras
necessidades, nomeadamente, as pessoais;
• não é mais reconhecido e valorizado pelos
pares, pelos pais e pela comunidade escolar,
onde parece imperar o modelo tradicional;
• não “ganha” mais por isso;
• a manutenção do esquema autoritário e
burocrático evita muito mais o conflito; não põe
em causa a autoridade do professor;
• exige mais responsabilidade;
• na opinião dos pais, alunos, e até de alguns
colegas, “isso não é dar matéria!”
Há factores que de imediato são evidenciados,
inviabilizando a aplicação do modelo colaborativo e de
uma nova abordagem comunicativa:

O conflito existe, de
facto, na escola.
É fundamental que enfrentemos esta realidade
e mostremos vontade em munir-nos de
estratégias para geri-lo harmoniosa e
positivamente, antes que assistamos, “com a
cabeça na areia”, a uma escalada de violência
dentro e fora da escola.

Choramos, porque
queremos o nosso biberão.
Gritamos, porque
temos frio ou calor ou dor.
Rimos naturalmente, porque
estamos contentes.
Fazemos birras, porque
precisamos de atenção da mamã
ou do papá.
Como comunicamos na família e na escola?
Supostamente, a escola deveria ser, a seguir à
família, um dos lugares onde aprendemos a
comunicar, ou melhor, onde estabelecemos relações
interpessoais através da linguagem.
A capacidade de exprimirmos necessidades nasce
connosco, manifestando-se logo nos primeiros dias
de vida.

“Não faças isso…”
“Não chores!”
“Deixa-te de birras!”
“Pára com isso!”
“Não sejas assim!”
“Olha que eu chamo o Sr. Polícia…”
etc., etc., etc.
Logo que os pais consideram que um filho
compreende minimamente as suas mensagens
verbais e não verbais, inicia-se um processo de
inibição dos desejos, dos interesses, das
necessidades da criança, de forma, muitas vezes,
involuntária e inconsciente:

Os adultos vão, assim,
estabelecendo convenções, normas,
padrões de comportamento, regras e
juízos de valor intimidativos da livre
expressão de sentimentos e
necessidades dos seus educandos.
À medida que vão crescendo, os
adultos certificam-se que estes
“apreenderam” todas as normas e
padrões da sociedade.
Caso contrário, correrão o risco de
vir a ser rotulados de:
“pieguinhas”;
“marginal”;
“rebelde”;
“mal-educado”;
“insolente”...

Ao longo do nosso percurso de vida,
vamos assimilando modelos
comportamentais veiculados pela
sociedade em que vivemos.
Caso o jovem trace um percurso
pessoal diferente, rapidamente se
depara com conselhos, advertências,
previsões negativas sobre o seu futuro,
seja da família, seja dos professores.

Somos tentados a limar, a corrigir o
“errado”, a indicar o “certo”, a
apontar o “bom” e o “mau”, pois,
supostamente, somos grandes
autoridades, mestres nessa matéria,
em vez de criarmos condições
favoráveis para que cada criança,
cada jovem desenvolva a sua
capacidade de conservar a sua
integridade pessoal.
Voilà ce que nous devons
apporter à nos enfants (…) :
développer leur capacité à
conserver leur intégrité
personnelle, quelles que soient
les structures dans lesquelles ils
vont devoir évoluer para la suite.
Marshall Rosenberg

Quando confrontados com uma atitude menos
convencional ou inadequada por parte da
criança ou do jovem, geralmente, os
educadores avançam com medidas punitivas ou
sancionatórias e até mesmo com a força física:
“Queres levar, é?”; “Vai para o teu quarto já!”;
“Vai para a rua! Sai da sala!”; “Vou chamar o
conselho executivo!”; “Dá-me a tua caderneta!
O teu pai vai ser informado disto!”, etc.

Interrogamo-nos:
Haverá aqui lugar para a empatia?
É este modelo comunicacional
que deveremos continuar a perpetuar com
as nossas crianças e os nossos jovens?

E o que desejam, afinal, o pai
ou o professor?

Muitas das vezes, não mais do
que demonstrar a sua
autoridade ou, então, evitar
confrontar-se com uma opinião
contrária àquela que, para si, é
indiscutível, sem abertura a
qualquer negociação.
Ao exercermos
este tipo de
autoridade,
conseguimos
“resolver” o
conflito, mas não
estaremos a usar
o medo, a culpa, a
humilhação e a
vergonha como
ferramentas para
se obter o que se
quer?

É perante a constatação da existência de
conflito e da necessidade da sua resolução
positiva na escola que os professores poderão
ver, neste momento, uma oportunidade de
mudar, de crescer e de poder aumentar o seu
grau de envolvimento e motivação.

Ameaça
Exigência
Castigo
Defesa
Acusação
Humilhação
Autoritarismo
Culpabilização
Juízos de valor
Punição
Violência
Falta de escolha
Responsabilização
Comunicação
Consciencialização
Escuta
Autenticidade
Verdade
Empatia
Resolução do
conflito
Possibilidade de
escolha
Satisfação de
necessidades
Crescimento pessoal
Paz
VERSUS
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ci
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Emoc
i
o
n
a
l

A não-violência não é uma estratégia
que se possa utilizar hoje e descartar
amanhã, nem é algo que nos torne
dóceis ou facilmente influenciáveis.
Trata-se, isso sim, de inculcar atitudes
positivas em lugar das atitudes
negativas que nos dominam.
Arun Gandhi
Com frequência, não reconhecemos
nossa a violência porque somos
ignorantes a respeito dela. Presumimos
que não somos violentos porque a nossa
visão de violência é aquela de brigar,
matar, espancar e guerrear – o tipo de
coisa que os indivíduos comuns não
fazem.

Cresceu em Detroit, uma das cidades mais violentas
dos Estados Unidos.
Em 1961, conclui o seu doutoramento em psicologia
clínica.
Inicia, nos Anos 60, a implantação da Comunicação
Não Violenta.
Em 1984, cria o Center for Nonviolent Communication
(CNVC), na Califórnia, uma organização internacional
sem fins lucrativos e publica várias obras pedagógicas
sobre a temática.
Marshall Rosenberg

1. observação
2. sentimento
3. necessidades
4. pedido
Os quatro componentes do modelo da
Comunicação Não Violenta (CNV)

1. observo as acções concretas
que me afectam
2. como me sinto relativamente ao
que observo
3. as necessidades, valores,
desejos, etc. que geram os meus
sentimentos
4. as acções concretas que peço
para enriquecer a minha vida
O processo da CNV

•Escolas
•Famílias
•Relacionamentos íntimos
•Organizações e instituições
•Terapia e aconselhamento
•Negociações comerciais
•Disputas e conflitos diversos
A CNV aplica-se eficazmente a todos os níveis
de comunicação e a diversas situações

É possível realizar todas as quatro
componentes sem pronunciar uma só
palavra. A essência da Comunicação Não
Violenta está na minha consciência dos
quatro componentes, não nas palavras que
efectivamente são trocadas.

De acordo com Marshall Rosenberg, com muita
frequência, negamos a responsabilidade dos nossos
actos, quando os atribuímos, por exemplo:
• a acções do outros (“Mandei-o sair da sala,
porque não se calava!”);
• a políticas, regras e regulamentos institucionais
(“Ficas suspenso 3 dias, conforme manda o
procedimento disciplinar do estudante”);
• a papéis determinados pelo sexo, idade e
posição social (“Não gosto de aplicar castigos,
mas eles têm de saber que sou eu que mando e
não admito falta de respeito!”)…

As ilustrações de Thomas D’Ansembourg -
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As ilustrações de Thomas D’Ansembourg -
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As ilustrações de Thomas D’Ansembourg -
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As ilustrações de Thomas D’Ansembourg -
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Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos [email protected] Março 2008
Introdução
a)A Comunicação violenta
b)A Comunicação Não violenta
O processo
1.Observar
2.Identificar e exprimir emoções
3.Identificar e exprimir necessidades
4.Fazer o pedido
5.Escutar e compreender o outro com empatia
Realização de exercícios práticos e momentos de reflexão

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos [email protected] Março 2008
A comunicação é importante no dia-a-dia.
Com a Internet, as fronteiras quebraram-se, comunica-se mais e
mais depressa.
Estando em minha casa, posso estabelecer contacto com alguém
no Japão, na Austrália, em África ou nos Estados Unidos, seja
via teclado, por voz ou até com suporte de vídeo…
A questão é:
estabelecemos mesmo uma verdadeira comunicação?

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos [email protected] Março 2008
Apesar da total abertura para o mundo, muitas vezes estamos
afastados daqueles que nos rodeiam: pais, filhos, marido ou
esposa, amigos…
Quantas vezes dissemos ou ouvimos dizer:
“Dei-lhe tanto e vê como me agradece…”
“Ajudei esta gente e só souberam aproveitar-se de mim!”
“Estou farta de repetir a mesma coisa e ele não entende!”
Este tipo de diálogo revela carências na nossa comunicação.
Como chegámos a este estado?
A pouco e pouco fomos perdendo o sentido das nossas necessidades. Não
sabemos exprimir os nossos sentimentos. Exigimos e não sabemos pedir. Não nos
ligamos aos outros, porque estamos desligados de nós mesmos. Estamos
insatisfeitos, frustrados, em permanente conflito interno.
Tornamo-nos, então, violentos!

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos [email protected] Março 2008
O que significa “Comunicar”?
- Trocar
- Transmitir
- Dar
- Estar aberto para
- Confiar
- Estar ligado a
Comunicar implica estar ligado a outra pessoa;
implica uma partilha entre as partes

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos [email protected] Março 2008
Porém, na maior parte das vezes, adoptamos uma
linguagem e uma atitude violenta:
- achamos que o comportamento do outro pode afectar,
controlar, determinar as nossas emoções;
- negamos a responsabilidade das nossas acções e reacções;
- As expressões “Eu tenho de…”, “Eu devo…” ajudam-nos a
afastar a responsabilidade dos nossos actos;
-Somos motivados pela culpa e temos o hábito de nos sujeitar às
ameaças/exigências dos outros ou qualquer outra forma de
manipulação;
- Usamos uma linguagem analítica e moralizadora que veicula
juízos de valor;
- Não sabemos exprimir os nossos sentimentos; não possuimos
vocabulário suficiente para descrever o que se passa dentro de
nós.

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos [email protected] Março 2008
Resultado:
- Afastamos o outro de nós;
-Não ajudamos o outro a respeitar-nos, levando-o a agir por
medo, por constrangimento, por baixa auto-estima…
Motivos:
-Sempre agimos assim e não sabemos como fazer de outra forma
para atingir os nossos objectivos;
- Estamos sujeitos a comportamentos compulsivos aos quais
dificilmente resistimos;
- Estamos convictos que a nossa forma de ver e de agir é a
correcta: possuimos a razão.
Gastamos muita energia a lutar contra a dor criada pela violência
e comportamentos agressivos e destruidores.

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos [email protected] Março 2008
A Comunicação Não Violenta
O acto de comunicar é, por si só, uma necessidade fundamental
para a qualidade da existência do indivíduo.
A CNV dá-nos as ferramentas, os recursos para responder a essa
necessidade e ensina-nos como construir e melhorar a nossa
relação com o outro.

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos [email protected] Março 2008
1. Observar sem julgar
Descrever factos tal como são, sem estabelecer comparações,
juízos ou avaliações.
Ex: És mentiroso!
(Estaremos dispostos a escutar o outro?)
Estamos a formular uma opinião sobre o mérito, o valor da outra
pessoa.
Consequência:
O outro fecha-se, coloca-se numa posição defensiva e não
partilha.

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos [email protected] Março 2008
2. Aprender a identificar e a exprimir emoções
Que emoções são desencadeadas: medo, fúria, entusiasmo,
desejo, pena, curiosidade, na nossa interacção com o outro?

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos [email protected] Março 2008
3. Fazer um pedido
Que acções ou comportamento ou atitude desejo cumprir ou
fazer com que o outro cumpra?

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
José Paulo Santos [email protected] Março 2008
Exercício individual:
Diálogo interior ritmado do processo da CNV
• “Como estou ou como me sinto…”
• “O que desejo, preciso ou necessito…”
• “Como estás ou como te sentes…”
• “O que desejas, precisas ou necessitas…”
Como me sinto agora
Tudo assenta na forma como comunicamos um com o
outro e na fomos como nos escutamos.

A minha necessidade
Pretendemos uma cultura da
responsabilidade e não da
(auto)vitimização de cada um dos actores
educativos; uma educação da auto-
estima, trabalhando as perdas e as
frustrações e elogiando antes de criticar;
uma educação capaz de ensinar a lidar
com as dificuldades, os conflitos, as
contradições e os desafios.

A paz também se aprende?
Aprendemos por imitação. As palavras, os
gestos, os comportamentos, as atitudes são
apreendidas pelos nossos filhos, no seio familiar,
na escola, no convívio com os amigos e os
colegas.
Se ensinarmos aos nossos filhos que é a bater
nas pessoas que nos defendemos, temos fortes
possibilidades de assistir, mais tarde, ao mesmo
comportamento por si reproduzido...
Se, continuamente, com veemente autoritarismo,
silenciarmos ou cercearmos a liberdade de
expressão dos seus sentimentos e das suas
necessidades, é provável que assistamos à
repetição desta minha atitude.

Como pedagogos, sejamos pais, educadores ou
professores, devemos esforçar-nos por favorecer
a responsabilidade e não a disciplina, a
solidariedade em vez da rivalidade, a empatia em
detrimento da indiferença e do desprezo, a
autonomia ao invés da submissão.
Nesta cultura da competição, onde uns perdem e
outros ganham, uns saem vencedores e outros
derrotados, uns mandam e outros obedecem,
devemos eleger a partilha e a cooperação como
forças capazes de mudar esta crescente tendência
ameaçadora para as actuais gerações e as
vindouras.
Com esforço e persistência, auxiliando-nos de
métodos e técnicas de comunicação adequadas,
tomaremos consciência da nossa forma de pensar
e de agir e regularemos a nossa postura perante
nós próprios e os outros.

A educação para a
paz aprende-se.
A paz cultiva-se.
A paz ensina-se
para se tornar num
hábito, num
costume, numa
cultura, numa
necessidade
absoluta...

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Blogue http://mediadornaescola.wordpress.com

::Bibliografia
CURY, Augusto (2004). Pais Brilhantes, Professores Fascinantes, Cascais, Pergaminho
CURY, Augusto (2006). Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes, Cascais, Pergaminho
D’ANSEMBOURG, Thomas (2003). Seja Verdadeiro, Lisboa, Ésquilo
GARNER, Alen (1997). Conversationally Speaking (3ª ed). Los Angeles: Lowell House.
LAMA, Dalai (2001). Ética para o Novo Milénio, Lisboa, Editorial Presença
LEU, Lucy (2005). Manuel de Communication Non Violente, Paris, La Découverte
RIBBENS, Geoff e THOMPSON, Richard (2000). Understanding Body Language in a Week. Oxon:
Hodder & Stoughton.
ROSENBERG, Marshall (2006). Dénouer les conflits para la Communication Non Violente,
Entretiens avec Gabriele Seils, Éditions Jouvence
ROSENBERG, Marshall (2006). Comunicação Não-Violenta – técnicas para aprimorar
relacionamentos pessoais e profissionais, São Paulo, Brasil, Editora Agora
SALOMÉ, Jacques (2003). A Coragem de Ser Autêntico, Lisboa, Esquilo
SAMPAIO, Daniel. Indisciplina: Um Signo Geracional?, Colecção Cadernos de Organização e
Gestão Curricular, Instituto de Inovação Educacional
Foram ainda consultados todos os documentos facultados no âmbito do Curso de Especialização
em Medicação de Conflitos em Contexto Escolar – Universidade Lusófona - 2006

::Sitografia
Thomas D’Ansembourg
http://www.thomasdansembourg.com/
Centro de Comunicação Não-Violenta
http://www.cnvc.org/
NVC Europa
http://www.nvc-europe.org/
Programação Neuro-linguística
http://pnl-portugal.blogspot.com/
Pierre Weil
http://www.pierreweil.pro.br/
Instituto Gandhi
http://www.gandhiinstitute.org/index.cfm
Jean-Pierre BONAFE-SCHMITT
http://www.reds.msh-paris.fr/publications/revue/html/ds029/ds029-01.htm
O que é a mediação?
Jean-Louis Lascoux escreveu no Mediatoroscope http://www.mediatoroscope.com/
http://www.forum-mediacao.net/module2display.asp?id=39&page=1
Jacques Salomé
http://www.j-salome.com
Gordon Training
http://www.gordontraining.com/
Ser Professor no Novo Milénio
Alzira Simões; Jornal "a Página" , ano 12, nº 125, Julho 2003, p. 40.
http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=2591
IMAGES.COM
http://www.images.com

::Legislação
Lei de Bases do Sistema Educativo - Versão nova Consolidada - 30/08/2005
http://www.fenprof.pt/?aba=27&cat=84&doc=1174&mid=115
Estatuto do Aluno do Ensino Não Superior - Lei n.º 30/2002, de 20 de Dezembro
http://www.confap.pt/desenv_noticias.php?ntid=130
Programa Escola Segura
Despacho conjunto n.º 105-A/2005, de 2 de Fevereiro
http://www.confap.pt/desenv_noticias.php?ntid=291

::Filmes e documentários
What the Bleep Do We know?
http://www.whatthebleep.com/
The Secret
http://www.thesecret.tv
Guerre et Paix dans le Couple
http://www.cinergie.be/endvd.php?action=display&id=138

Agradecimentos:
Universidade Lusófona do Porto
(Prof. Elisabete Pinto da Costa)
Thomas D’Ansembourg
Marshall Rosenberg
Dominic Barter
Jacques Salomé
...e, em especial, às minhas filhas
Sofia e Sara, acreditando num
presente e num futuro melhores;
...e à minha esposa, Rita, que me
acompanha neste crescimento
pessoal.

Curso de Especialização em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar
A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA NA ESCOLA
Obrigado pela sua atenção e colaboração.
José Paulo Santos
[email protected]
Março 2008
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