Sirlei Bortolini
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Andréa Poletto Sonza
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Alissa Turcatti
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Everaldo Carniel
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1 Introdução
Nas últimas décadas, houve um avanço significativo na luta pela garantia do direito à educação das pessoas com
deficiência. A Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) garante o direito à educação, trabalho, saúde e participação
social das pessoas com deficiência, e no que tange especificamente à educação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional - Lei nº 9.394/96, em seu artigo 59, assegura aos estudantes com deficiência, transtornos do espectro autista e
altas habilidades/superdotação “currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para
atender às suas necessidades” (BRASIL, 1996, p. 24). Durante muito tempo a questão da capacidade de aprendizagem
das pessoas com deficiência esteve em discussão e foi amplamente questionada, mas atualmente se considera que elas
são capazes de aprender (MEC, 2020;YOSHIDA, 2018), sendo tarefa das instituições de ensino fornecer os meios
adequados para isso.
Uma das formas de facilitar o processo de ensino e aprendizagem, e no caso aqui considerando a diversidade do
alunado, é por meio da utilização de recursos didático-pedagógicos acessíveis. Dentre esses recursos fazemos um recorte
àqueles tangíveis, que, ao permitir aos estudantes a fruição dos mesmos por meio do sistema háptico (tátil) abrem diversas
possibilidades de atuação em sala de aula por parte do professor.
Dependendo da quantidade de recursos didático-pedagógicos necessários para o componente curricular e da
disponibilidade para sua confecção, seja por parte do professor de sala de aula comum, professor de atendimento
educacional especializado (AEE), Napne
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(Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais
Específicas) ou demais envolvidos com o percurso formativo dos estudantes, os recursos podem ser elaborados
especificamente para o aluno com deficiência como também podem ser confeccionados pensando em sua utilização por
parte de todos os estudantes, fato que poderá trazer um maior engajamento, motivação e envolvimento de toda a turma,
facilitando assim o fazer pedagógico.
A partir desse pressuposto, este artigo tem como objetivo auxiliar os professores e demais envolvidos com o
processo formativo dos estudantes a produzirem recursos pedagógicos acessíveis, fornecendo opções de materiais
(insumos) que podem ser utilizados na confecção desses recursos. Consideramos também a possibilidade de utilizar esses
1
Técnica em Assuntos Educacionais do IFRS - Campus Bento Gonçalves,
[email protected].
2
Professora e Assessora de Ações Afirmativas, Inclusivas e Diversidade do IFRS,
[email protected].
3
Acadêmica do curso de Licenciatura em Letras-Português do IFRS - Campus Bento Gonçalves e bolsista do projeto CRTA,
[email protected].
4
Técnico em Administração do IFRS - Campus Bento Gonçalves,
[email protected].
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Diversas instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, da qual o IFRS faz parte, possuem os
Napne's que visam, dentre outros, subsidiar as ações de inclusão, permanência e êxito de estudantes com necessidades educacionais
específicas. Algumas instituições utilizam o termo "Apoio" e outras "Atendimento", assim como algumas utilizam o termo "Especiais"
e outras "Específicas" para nomear os referidos núcleos. Nesse documento utilizamos a nomenclatura adotada no IFRS. .
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POSSIBILIDADES DE MATERIAIS UTILIZADOS
PARA A CONFECÇÃO DE RECURSOS
PEDAGÓGICOS ACESSÍVEIS
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