Livro ética e cidadania

4,288 views 120 slides Mar 25, 2018
Slide 1
Slide 1 of 120
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30
Slide 31
31
Slide 32
32
Slide 33
33
Slide 34
34
Slide 35
35
Slide 36
36
Slide 37
37
Slide 38
38
Slide 39
39
Slide 40
40
Slide 41
41
Slide 42
42
Slide 43
43
Slide 44
44
Slide 45
45
Slide 46
46
Slide 47
47
Slide 48
48
Slide 49
49
Slide 50
50
Slide 51
51
Slide 52
52
Slide 53
53
Slide 54
54
Slide 55
55
Slide 56
56
Slide 57
57
Slide 58
58
Slide 59
59
Slide 60
60
Slide 61
61
Slide 62
62
Slide 63
63
Slide 64
64
Slide 65
65
Slide 66
66
Slide 67
67
Slide 68
68
Slide 69
69
Slide 70
70
Slide 71
71
Slide 72
72
Slide 73
73
Slide 74
74
Slide 75
75
Slide 76
76
Slide 77
77
Slide 78
78
Slide 79
79
Slide 80
80
Slide 81
81
Slide 82
82
Slide 83
83
Slide 84
84
Slide 85
85
Slide 86
86
Slide 87
87
Slide 88
88
Slide 89
89
Slide 90
90
Slide 91
91
Slide 92
92
Slide 93
93
Slide 94
94
Slide 95
95
Slide 96
96
Slide 97
97
Slide 98
98
Slide 99
99
Slide 100
100
Slide 101
101
Slide 102
102
Slide 103
103
Slide 104
104
Slide 105
105
Slide 106
106
Slide 107
107
Slide 108
108
Slide 109
109
Slide 110
110
Slide 111
111
Slide 112
112
Slide 113
113
Slide 114
114
Slide 115
115
Slide 116
116
Slide 117
117
Slide 118
118
Slide 119
119
Slide 120
120

About This Presentation

Material para estudar o comportamento do indivíduo e sua conduta perante a sociedade


Slide Content

Ética e Cidadania
Elaine Arantes
2013
Curitiba-PR
PARANÁ

Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paraná
© INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede e-Tec Brasil.
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Prof. Irineu Mario Colombo
Reitor
Prof. Joelson Juk
Chefe de Gabinete
Prof. Ezequiel Westphal
Pró-Reitor de Ensino – PROENS
Gilmar José Ferreira dos Santos
Pró-Reitor de Administração – PROAD
Prof. Silvestre Labiak
Pró-Reitor de Extensão, Pesquisa e
Inovação – PROEPI
Neide Alves
Pró-Reitor de Gestão de Pessoas – PROGEPE
Bruno Pereira Faraco
Pró-Reitor de Planejamento e
Desenvolvimento Institucional – PROPLAN
Prof. Marcelo Camilo Pedra
Diretor Geral do Câmpus EaD
Prof. Célio Alves Tibes Junior
Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão –
DEPE/EaD
Coordenador Geral da Rede e-Tec Brasil – IFPR
Thiago da Costa Florencio
Diretor Substituto de Planejamento e
Administração do Câmpus EaD
Prof.ª Patrícia de Souza Machado
Coordenadora de Ensino Médio e
Técnico do Câmpus EaD
Prof.ª Monica Beltrami
Coordenadora do Curso
Jessica Brisola Stori
Assistente Pedagógica
Prof.ª Ester dos Santos Oliveira
Coordenadora de Design Instrucional
Prof.ª Sheila Cristina Mocellin
Lídia Emi Ogura Fujikawa
Designers Instrucionais
Jessica Deus Soares
Revisora
Aline Kavinski
Diagramadora
e-Tec/MEC
Projeto Gráfico

e-Tec Brasil 3
Prezado estudante,
Bem-vindo à Rede e-Tec Brasil!
Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma
das ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo
principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação
Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propiciando
caminho de o acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre
a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias
promotoras de ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de
Educação dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos
e o Sistema S.
A Educação a Distância no nosso país, de dimensões continentais e grande
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da
formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou
economicamente, dos grandes centros.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do
país, incentivando os estudantes a concluir o Ensino Médio e realizar uma
formação e atualização contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições
de educação profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas
sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos.
Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional
qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz
de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com
autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social,
familiar, esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Novembro de 2011
Nosso contato
[email protected]
Apresentação e-Tec Brasil

e-Tec Brasil 5
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de
linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o
assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao
tema estudado.
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão
utilizada no texto.
Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes
desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos,
filmes, jornais, ambiente AVA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em
diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa
realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.

Sumário
Palavra da professora-autora 11
Aula 1 – Ética e moral 13
1.1 Introdução à Ética 13
1.2 Introdução à Moral 14
1.3 A visão ética de Einstein 16
Aula 2 – Valores éticos individuais e organizacionais 19
2.1 Valores e virtudes 19
2.2 Consciência ética 21
Aula 3 – Conduta humana fundamentada na ética 23
3.1 A conduta ética 23
3.2 Os dilemas pessoais e profissionais que enfrentamos 23
3.3 Os interesses pessoais 24
Aula 4 – Por que falar sobre ética? 27
4.1 Decisões éticas e antiéticas
na história da humanidade 27
4.2 Pesquisas científicas 28
4.3
Internet com ética 29
Aula 5 – A conduta cidadã 31
5.1 Evolução do conceito de cidadania 31
Aula 6 – Cidadãos: direitos e deveres cotidianos 35
6.1 Cidadão ou consumidor do governo? 35
6.2 O “jeitinho” é um traço cultural brasileiro? 36
Aula 7 – Ética profissional 39
7.1 O que é profissão? 39
7.2 Virtudes exigidas na conduta profissional 40
7.3 Código de ética de uma profissão 40e-Tec Brasil

Aula 8 – Código de ética 43
8.1 Código de ética empresarial e profissional 43
8.2 Como se elabora um código de ética empresarial 44
Aula 9 – Gestão da reputação do profissional 47
9.1 A ética, a reputação e a imagem do profissional 47
9.2 Direito de uso de imagem 47
Aula 10 – Ética na administração e gestão 53
10.1 Habilidades para a administração 53
10.2 Mudanças na natureza do trabalho
e a necessidadedo desenvolvimento
de novas habilidades de gestão 54
Aula 11 – Questões éticas envolvidasnos relacionamentos
interpessoais no trabalho 57
11.1 O processo de comunicação 57
11.2 Ruídos de comunicação e conflitos 58
Aula 12 – Adversidades no ambiente de
trabalho e o papel da liderança 61
12.1 A linha que separa a firmeza
da liderança e o assédio moral 61
12.2 Resiliência: suportando pressões
num ambiente de adversidades 61
Aula 13 – A gestão da diversidade
valorizando as diferenças no
convívio social e profissional – I 65
13.1 A gestão da diversidade 65
13.2 Afrodescendentes no Brasil 65
13.3 A política de cotas no Brasil 67
Aula 14 – A gestão da diversidade
valorizando as diferenças no
convívio social e profissional – II 69
14.1 Exemplos de superação 69
14.2 A normatização brasileira garantindo a
inclusão de pessoas com deficiência 70

Aula 15 – A segurança no trabalho
para pessoas com deficiência 73
15.1 Conceito de deficiência 73
15.2 Pessoas com deficiência no ambiente de trabalho 74
15.3 Segurança e medicina no trabalho
para pessoas com deficiência 75
Aula 16 – Interculturalidade, relações
interpessoais e a conduta ética profissional 79
16.1 A influência do contexto cultural
no comportamento ético profissional 79
16.2 A moral brasileira 79
Aula 17 – Ética nas negociações 81
17.1 O “sim” nem sempre é o suficiente 81
17.2 Natureza do conflito 81
17.2.2 Conflitos devem ser evitados? 82
Aula 18 – A ética no setor público 85
18.1 O código de ética do servidor público 85
Aula 19 – A ética, a transparência e a
responsabilidade social 89
19.1 Como a responsabilidade social
se insere na gestão das organizações 89
19.2 A gestão socialmenteresponsável dos
negócios e o respeito à diversidade 90
19.3 O que a responsabilidade tem a
ver com a segurança do trabalho? 91
Aula 20 – Ética pessoal, pública e privada 93
20.1 Decisões éticas são tomadas por pessoas éticas 93
Referências 95
Atividades autointrutivas 99
Currículo da professora-autora 119e-Tec Brasil

Palavra da professora-autorae-Tec Brasil
11
Querido aluno,
Ética é um tema sempre presente no nosso cotidiano desde o relacionamento
pessoal e profissional até a reflexão sobre as descobertas feitas por pesquisas
científicas feitas cujo impacto leva ao questionamento sobre os limites do
controle da vida do ser humano. Nós nos deparamos frequentemente
com escândalos e tendemos a crer que a falta de ética é a regra geral, na
conduta do homem. Quero, neste livro, ressaltar que cabe a cada um de
nós o comportamento ético e moral diário dando a devida importância ao
exercício pleno da cidadania contribuindo para a formação de pessoas e
profissionais que construam uma Nação melhor.
Iniciaremos nossa abordagem com os conceitos fundamentais de ética, moral,
cidadania, valores, conduta ética, dilemas éticos e consciência ética. Vistos
estes conceitos, vamos aplicá-los no cotidiano do homem e do profissional,
voltando para a gestão. O profissional de segurança do trabalho, assim como
aqueles de diferentes áreas, se depara diariamente com situações em que
seus valores são colocados à prova.
Quais parâmetros considerar para a tomada de decisão? Vamos discutir
amplamente neste livro os temas voltados para a gestão e sua relação com
as bases éticas fundamentais. Liderança, comunicação, relacionamento
interpessoal, código de ética profissional e organizacional, gestão da
reputação, valorização da diversidade, ética no serviço público são alguns
temas sobre os quais você refletirá em termos de consciência e conduta ética.
Ao final deste livro, fica a pergunta: Ética pública e privada: há luz no fim do
túnel? Vamos refletir e responder juntos a partir das discussões que fizemos
ao longo desta obra. Artigos, vídeos, entrevistas e enquetes complementam o
conteúdo apresentado a partir da percepção de outras pessoas e nos permitem
comparar o que foi visto neste livro, nossa própria percepção e a contribuição
de terceiros. Minha sugestão é que você leia, reflita e discuta com os seus
colegas, construindo coletivamente o conhecimento sobre este tema.
Boa leitura e bom trabalho!
Professora Elaine Cristina Arantes

e-Tec Brasil 13
Aula 1 – Ética e moral
Na primeira aula, vamos abordar os conceitos fundamentais de
ética e moral desde sua abordagem nos tempos antigos, antes
de Cristo até nossos dias. Vamos refletir sobre a base destes
conceitos e compreender a diferença entre o que é moral, imo-
ral e amoral.
Desde já, quero deixar claro que não é minha pretensão abordar a ética
e seus conceitos correlatos em bases filosóficas, mas trazendo para nosso
cotidiano a reflexão sobre o que é ético e antiético assim como a relação do
cidadão com seu município, estado e país na busca pelo bem comum.
1.1 Introdução à Ética
Há uma confusão na compreensão dos termos ética e moral, inclusive levan-
do a crer que ambos têm o mesmo significado. Deixo claro que isto não está
correto. Vamos compreender o conceito de ética para depois diferenciá-lo
de moral.
Quando falamos sobre ética, parece que as coisas estão indo mal. Parece
que há uma crise e logo nos reportamos a escândalos envolvendo a admi-
nistração pública. "Ora, cada um de nós tem sua própria ética baseada nas
regras impostas pelo grupo do qual fazemos parte cujas ações se fundamen-
tam na cultura transmitida de geração a geração e que nos diz o que é certo
ou errado".
“A ética, como ciência do ethos, é um saber elaborado segundo regras ou
segundo uma lógica peculiar” segundo o ensinamento de Patrus-Penas e
Castro (2010, p. 32).
É a ética, conforme Srour (2011, p.21), que esclarece o motivo que leva os
agentes sociais a tomarem esta ou aquela decisão, orientados por este ou
aquele valor, condicionados por estes ou aqueles interesses. Portanto, ser
ético, significa ser um agente social cujas decisões são fundamentadas na
moral do grupo ao qual pertence e são tomadas com base em valores e in-
teresses que busquem o bem comum.

Colombo et. al (2011, p.11) recorre a Vázquez (2005) para ensinar que ética
“pode ser compreendida como ‘teoria, investigação ou explicação de um tipo
de experiência humana ou forma de comportamento dos homens’ e possui
como função fundamental estudar a essência do comportamento moral”.
O termo ética foi trazido pelos trabalhos de Pitágoras em VI a.C. e por Aris-
tóteles, em IV a.C. em sua obra “Ética a Nicômaco”.
Cada sociedade tem sua ética própria, assim, não podemos dizer que há cer-
to ou errado quando se compara o papel que se atribui à mulher no ocidente
com aquele preconizado no Oriente Médio ou na cultura muçulmana. Veja
o exemplo da Figura 1.1, em que a mulher muçulmana está usando uma
burka, vestimenta que não é adotada pela mulher ocidental.
Figura 1.1: Burka – vestimenta obrigatória para as mulheres mulçumanas.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
1.2 Introdução à Moral
Colombo et. al (2011 p. 25) indica que, para Vásquez (2005) o compor-
tamento moral é legislado pela ética. Os autores reforçam ainda que “a
ética vai definir o que é bom e investigar princípios da moralidade de uma
sociedade. Ela fundamenta e justifica certos comportamentos, mas não cria
a moral”.
A moral de um povo é o conjunto de normas vigentes consideradas como
critérios que orientam o modo de agir dos indivíduos daquela sociedade.
“Quando se qualifica um comportamento como bom ou mau, tem-se um
critério que é definido no espaço da moralidade” ensina Rios (2011, p. 29) e
isso interessa à ética no sentido de procurar o fundamento dos valores que
oferecem sustentação para este comportamento bom ou mau.
Preconizado: que se
preconizou; aconselhado,
recomendado. Fonte: http://
aulete.uol.com.br/preconizado. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
14

Observe que a Figura 1.2 resume e diferencia a ética como disciplina teórica
e a ética individual, a moral e a conduta.
Figura 1.2: Terminologia para ética, moral e conduta.
Fonte: SROUR, HENRY, 2003.
A origem da palavra “ética”, conforme Srour (2011, p. 18), está no “caráter distintivo, os costumes, hábitos e valores de determinada coletividade ou
pessoa”. Daí surge a confusão entre ética e moral, pois a palavra “costume”
foi traduzida em latim por mos ou mores no plural, derivando a palavra mo-
ral, no português.
Vamos nos reportar a Srour (2011, p. 21) para a definição de ética como
sendo “o estudo dos fatos sociais, ou seja, relações entre agentes histori-
camente definidos. A Ética é o conhecimento científico dos fatos morais”.
As escolhas que estes agentes fazem considerando suas avaliações sobre o
bem e o mal; o mal e o bem (quando se admite que há um mal necessário
para que um bem maior seja atingido); o bem e o bem (quando só é possível
beneficiar uma das partes como exemplificado na Figura 1.3); e o mal e o
mal (quando se admite que “entre os males, o menor”) é o que diferencia
fatos morais (estudados pela ética) de fatos sociais (do cotidiano).
Figura 1.3: A escolha entre o bem e o bem: o que é bom para a gazela não é bom para a leoa.
Fonte: ©Brocken Inaglory/Wikimedia Commons.e-Tec BrasilAula 1 – Ética e moral
15

Temos então que moral, para Rios (2011, p. 32) é “um conjunto de normas
e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos em uma comunidade
social dada”. Estas normas e regras, para Rios (2011, p. 32) “se sustentam
nos valores criados pelos sujeitos em suas relações entre si e com a natureza”.
1.3 A visão ética de Einstein
A humildade, afabilidade, cordialidade e confiança naquilo que fazia eram
características de Albert Einstein (veja Figura 1.4) cuja irreverência, segundo
Sá (2010, p. 46) era fruto de seu inconformismo. Sua visão ética sobre a vida
foi um de seus legados, além das brilhantes pesquisas no campo da Física
e da Matemática. Sá (2010, p. 47) reforça alguns dos princípios éticos de
Einstein:
• Valor para a simplicidade, liberdade e respeito a cada ser;
• Recusa a normas, dogmas, inconformismo e submissão;
• Aceitação daquilo que se pode compreender;
• Repúdio à escravidão;
• Confiança na criatividade do ser humano;
• Crença de que os males são resultado do desamor e da ignorância;
• Aceitação de que não se ensina ou aprende o que não se ama;
• Fama merece cautela, pois causa inveja e ressentimento.
Albert Einstein nasceu na Alemanha em 1879.
Conhecido por ter desenvolvido a teoria da
relatividade, seu trabalho abriu caminho para
o desenvolvimento da energia atômica. Rece-
beu em 1921 o Prêmio Nobel de Física pela
sua teoria quântica, esclarecendo o efeito fo-
toelétrico. Perseguido pelos nazistas, deixou
a Alemanha passando a morar nos Estados
Unidos, como cidadão americano onde fa-
leceu em 1955. Em 2009 foi eleito por 100
renomados físicos em todo o mundo como o
físico mais memorável de todos os tempos.
Figura 1.4: Albert Einstein em 1921.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
Assista ao vídeo com a
entrevista concedida pelo
Prof. Mario Sergio Cortella
a Jô Soares, exibido pela TV
Globo e disponível no
link
http://www.youtube.com/
watch?v=QK5LDsEKuEA. Nesta
entrevista, Cortella fala sobre
ética e explica conceitos
como: moralidade;
amoralidade e imoralidade.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
16

Resumo
Nesta aula, vimos que ética e moral não são a mesma coisa. Ética é uma
disciplina teórica que estuda os princípios da moralidade. A moral é um con-
junto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos em
uma comunidade social. Vimos também que alguns dos princípios de Eins-
tein, um gênio que não se rendeu a condutas antiéticas mesmo que tenha
sido perseguido em seu próprio país.
Atividades de aprendizagem
• Reflita sobre um personagem da História que tenha deixado um lega-
do ético assim como vimos nesta aula, em relação a Einstein. Faça uma
relação dos princípios desta pessoa e a utilize como exemplo para suas
reflexões sobre os temas que iremos abordar neste livro.e-Tec BrasilAula 1 – Ética e moral
17

e-Tec Brasil 19
Aula 2 – Valores éticos individuais
e organizacionais
Nesta aula, vamos abordar os valores, elementos fundamentais
para as decisões éticas individuais e organizacionais, sejam elas
públicas ou privadas.
A consciência ética também é um tema desta aula e sua abordagem será feita
com base nos exemplos que temos em nosso cotidiano. Vamos saber mais?
2.1 Valores e virtudes
Valores são princípios dos quais não se abre mão. Eles estão na base de
nossa conduta individual assim como são os fundamentos da tomada de
decisão das organizações. Você conhece os valores declarados pela empresa
onde você trabalha? Observe que na Figura 2.1, os valores estão na base do
planejamento estratégico das organizações. Os níveis estratégico, tático e
operacional executam suas tarefas e tomam decisões com base nas crenças
da organização.
Sá (2010, p. 79), recorre a Aristóteles para ensinar que “aos hábitos dig-
nos de louvor chamamos virtudes”. Vale aqui ressaltar que os virtuosos são
dignos de louvor ainda que o meio em que vivam ou trabalhem não pro-
porcione a prática da conduta virtuosa. A conduta virtuosa (respeitar todos
os seres, por exemplo) é uma qualidade fundamental no campo da ética e
somente é possível para pessoas com valores (respeito, por exemplo) fortes.
Figura 2.1: valores da organização na base de seu planejamento estratégico.
Fonte: elaborada pela autora.

Veremos mais adiante a importância dos códigos de ética profissionais e
organizacionais, contudo, vale aqui observar que de nada adianta existirem
padrões de conduta se as pessoas não se identificarem legitimamente com
seus princípios.
Quando os valores mudam os costumes também mudam, a legislação acom-
panha esta mudança e estabelece limites para o convívio harmonioso e este
conjunto determina o comportamento ético das pessoas naquela sociedade.
Por exemplo, na década de 50 não se imaginava que as mulheres traba-
lhassem fora de casa. O valor atribuído à presença da mulher no mundo do
trabalho era diferente daquele que vemos atualmente, no século XXI.
A mudança deste valor leva a uma mudança de costumes, pois atualmente
não somente a mulher trabalha como já se vê uma mudança radical de valo-
res em que o homem passa a se dedicar mais às atividades domésticas. Com
esta mudança de valores e costumes, a legislação que prevê os direitos das
mulheres passa a reger situações como a obrigatoriedade de berçário para
empresas com um número mínimo de mulheres empregadas.
Para Rios (2011, p. 29), “não é apenas no campo da moralidade que se en-
contram valores. Existe valoração na medida em que qualquer interferência
do homem na realidade se dá para conferir um significado a esta realidade”.
Figura 2.2: O papel da mulher nos anos 50 e no século XXI.
Fonte: http://office.microsoft.comÉtica e Cidadaniae-Tec Brasil
20

2.2 Consciência ética
O que fazer se o Código Civil protege o sigilo e a lei fiscal obriga sua quebra?
A consciência, como bem lembra Sá (2009, p. 73) “tem como mais forte o
dever de não trair e de não insurgir-se contra aquele que se tem o dever
de proteger”.
Contudo, quando prevalece o bem público, age a lei no sentido de revelar
aquilo que a consciência leva a omitir. Deveria ser necessária a ação da lei já
que se sabe que a omissão prejudica o bem estar público?
Uma imagem que me vem à mente quando falo sobre consciência ética é a
ocupação, em novembro de 2010, do Morro do Alemão e um ano depois,
em novembro de 2011 a ocupação da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Estas duas comunidades mantinham seu próprio código de ética respeitado
não somente pelos próprios traficantes, mas também pelos moradores inde-
pendente de sua opinião a respeito.
Figura 2.3: Ocupação do Complexo do Alemão em novembro – 2010.
Fonte: ©Agência Brasil – ABr/Wikimedia Commons.
A intervenção dos policiais, com apoio do Governo Federal brasileiro se deu e foi legítima, pois a ética ali predominante entrava em conflito com a ética
da sociedade, prejudicando os moradores daquele local e oferecendo um
exemplo de conduta para outros indivíduos que não condiz com a convivên-
cia saudável que se espera para os seres humanos.
Insurgir: opor-se reagir.
Fonte: http://michaelis.uol.
com.br/moderno/portugues/
index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=insurgire-Tec BrasilAula 2 – Valores éticos individuais e organizacionais
21

A consciência ética daqueles que dominavam estas comunidades não condiz
com aquela que é aceita em nossa sociedade. É deste choque de percepções
sobre o que é certo e errado que se origina confrontos com estes aos quais
assistimos.
Sá (2011, p. 74) apresenta alguns estados especiais de manifestação da
consciência ética ao indicar que sentimentos morais, religiosos, partidários e
econômicos assim como as expressões do ego voltadas para o interesse e a
emoção podem tentar a consciência ética a ceder. A qualidade destas mani-
festações é que determina o quanto as circunstâncias ambientais influencia-
rão na firmeza do caráter de quem toma a decisão.
Resumo
Nesta aula, aprendemos que valores são princípios dos quais não se abre
mão, podendo ser individuais ou organizacionais. Vimos que hábitos dignos
de louvor são chamados de virtudes e que de nada adianta códigos da pro-
fissão ou de organizações se as pessoas não internalizarem seu significado.
A consciência ética também foi tema de discussão desta aula em que trata-
mos dos dilemas a que são confrontados os profissionais.
Atividades de aprendizagem
• E você, quais são seus valores? Já pensou sobre isso? Quais são as atitu-
des, os posicionamentos dos quais você não abre mão?
Para saber mais sobre a
ocupação da polícia na Favela da
Rocinha em 2011 acesse: http://
veja.abril.com.br/noticia/brasil/
rocinha-ganha-reforco-no-
policiamento-a-pe
Leia o artigo sobre o
pensamento e a obra de
Aristóteles, em especial “Ética
a Nicômaco” disponível no
link http://www.webartigos.
com/articles/5996/1/Etica-a-
Nicomaco/pagina1.html. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
22

e-Tec Brasil 23
Aula 3 – Conduta humana
fundamentada na ética
Nesta aula, abordaremos a ética como base para a conduta do
homem, individualmente, nas organizações em que trabalha
ou nos grupos sociais aos quais pertence.
Ao compreendermos que o estudo da ética passa pela normatização das
condutas dos indivíduos, precisamos também conhecer as razões que levam
os indivíduos a aceitarem as normas impostas pelo grupo ao qual pertencem.
3.1 A conduta ética
Você já observou que há situações em que se faz necessária a orientação
quanto às roupas adequadas para situações especiais no cotidiano, no am-
biente de trabalho e no culto religioso. Veja que, no nosso país, não há
penalidades legais implícitas, mas existem punições sociais expressas pela
rejeição do grupo. Já em outros países, o desrespeito às normas de conduta
simples como o uso de vestimentas específicas ferem os princípios religio-
sos e, neste caso existe a punição pela lei. Veremos este tema mais adiante
quando tratarmos da ética presente na interculturalidade.
Neste sentido, vale ressaltar que a conduta humana deve respeitar normas
implícitas no convívio ou explícitas em manuais, códigos ou na lei, por exem-
plo. A palavra “etiqueta” traz este conceito, pois trata-se do respeito à ética
em situações específicas do convívio, como por exemplo à mesa, durante
as refeições; numa cerimônia religiosa; num evento político. O cerimonial
segue uma etiqueta prevista que por sua vez contempla os princípios éticos
fundamentados na moral, nos costumes e valores daquele grupo.
3.2 Os dilemas pessoais e
profissionais que enfrentamos
No exercício de nossa profissão, nos deparamos frequentemente com dile-
mas éticos que exigem reflexão. Por exemplo, o que dizer de um advogado
que deve defender um criminoso? Ou de um contador que, mesmo sabendo
das atividades ilícitas de seu cliente, tenha que lhe prestar serviço? Ou de um
da obrigatoriedade de se reportar um acidente ocorrido no trabalho ainda
que isto cause impactos negativos para a empresa junto à sociedade?
Normatização: (norma+izar)
VTD Estabelecer normas para. Cf.
normalizar. Fonte: http://www.
dicionarioweb.com.br/norma-
tizar.html

A sabedoria de Salomão
Apresentaram-se duas mulheres a Salomão. Uma disse: "Senhor, eu e esta
mulher habitávamos na mesma casa. Durante a noite, estando a dormir,
sufocou o filho e, aproveitando-se do meu sono, pôs o meu filho adorme-
cido junto de si e colocou aos meus pés o seu filho que estava morto. De
manhã, olhando de perto para ele, vi que não era o meu filho".
A outra mulher interrompeu: "Não, o meu filho é o que está vivo, o teu
morreu". A primeira replicou: "Não, o teu é que morreu. O que está vivo
é meu". E continuaram a disputar. Então o rei disse: Trazei uma espada,
dividi em duas partes o menino que está vivo e dai metade a cada uma!".
Cheia de amor ao seu filho, a mulher cujo filho estava vivo suplicou: "Se-
nhor, peço-vos que lhes deis a ela o menino vivo e não o mateis!".
A outra, pelo contrário, dizia: "Não seja para mim nem para ti, mas divida-
-se". Então Salomão disse: "Dai a primeira o menino vivo porque é ela a
verdadeira mãe". E assim todo o povo de Israel soube que a sabedoria de
Deus assistia ao rei para julgar com retidão.
Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/historia_biblia/17.php. Acesso em: 08 set. 2011.
3.3 Os interesses pessoais
Para Srour (2011, p. 41), interesses são “fatores tão valiosos para os agentes
sociais que eles se mobilizam para satisfazê-los e defendê-los”. O problema
começa quando os interesses pessoais encontram-se no limite do egoísmo e
da ganância. Você se lembra da fraude de 65 bilhões de dólares conduzida
por Bernard Madoff, ex-presidente da bolsa eletrônica Nasdaq? A pirâmide
de investimentos que ele criou consistia em usar o dinheiro de novos apli-
cadores para remunerar os antigos. Quando houve uma brusca queda nos
novos investimentos em 2008 face à recessão mundial, o esquema desmoro-
nou. Em junho de 2009, Madoff foi condenado a 150 anos de prisão. Mui-
tos perderam suas economias neste investimento que contava com a boa fé
das pessoas e que acabou prejudicando suas vidas.
Por outro lado, há uma situação interessante a ser observada. Os trabalha-
dores muitas vezes se queixam da pressão sofrida no ambiente de trabalho,
mas quando são chamados a revelar a causa do estresse, não apontam suas
verdadeiras causas acreditando que colocarão em risco sua competência
profissional. Veja o resultado da pesquisa feita pela ONG britânica Mind. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
24

A ONG britânica Mind, voltada para a saúde mental, publicou um le-
vantamento referente ao estresse endêmico que acomete milhões de
trabalhadores no Reino Unido e que acarreta a perda de bilhões de dó-
lares em horas de trabalho. O mais curioso é que 93% mentiram a seus
patrões a respeito do motivo real de seu absenteísmo. Alegaram dores de
estômago, resfriados, dores de cabeça, consultas médias, problemas em
casa ou doenças na família, menos o estresse no trabalho. Não confes-
saram que aguentam cada vez menos as pressões para o cumprimento
de metas, nem tentaram discutir as questões referentes ao ambiente de
trabalho em que prevalece o moral baixo, a baixa produtividade e formas
escapistas de enfrentar tensões.
Fonte: Srour, 2011.
Citado em: www.mind.org.uk/news/4106_the_final_taboo_millions_of_employees_forced_to_lie_about_stress
À medida que cada um olha somente para seus interesses pessoais, cria-se
um círculo vicioso e todos perdem. Veja como a conduta ética permeia vários
aspectos do nosso cotidiano exigindo reflexões constantes!
Resumo
Nesta aula, vimos que o estudo da ética passa pela normatização das condutas
dos indivíduos. Ainda que o interesse pessoal exista, este não deve ser tal que
se exceda para o egoísmo e para a ganância que prejudicam a todos. Por outro
lado, a sinceridade na avaliação de situações difíceis contribui para sua solução
enquanto que condutas evasivas somente levam a uma perda coletiva.
Atividades de aprendizagem
• No exercício de sua profissão, você já se deparou com dilemas éticos?
Qual escolha você fez e a que você renunciou? Após sua decisão, qual foi
sua avaliação: a escolha que fez demonstrou ser a mais acertada?
Sugiro que você pesquise
sobre aCAT - Comunicação
de Acidentes de Trabalho
nos
links http://www.inss.
gov.br/conteudoDinamico.
php?id=39 e http://www.mps.
gov.br/conteudoDinamico.
php?id=463.
A matéria “Hemofilia e o dilema
ético” disponível no
link http://
veja.abril.com.br/blog/genetica/
arquivo/hemofilia-e-o-dilema-
etico/ é um exemplo do estudo
da ética voltado para questões
científicas e de convívio social
envolvendo a ética profissional
na área médica. Neste caso,
um dilema se impõe aos
médicos envolvendo um caso
de paternidade. Leia, reflita e dê
sua opinião. Discuta com seus
colegas a respeito e compare as
opiniões a respeito deste caso.
Endêmico: que tem caráter de endemia. Peculiar a um povo ou região. Endemia: Doença que existe constantemente em determinado lugar e ataca as
pessoas que aí vivem. Fonte:
http://www.dicionarioinformal.
com.br/end%C3%AAmicoe-Tec BrasilAula 3 – Conduta humana fundamentada na ética
25

e-Tec Brasil 27
Aula 4 – Por que falar sobre ética?
Nesta aula, vamos rever alguns temas polêmicos ao longo da
história da Humanidade que nos levam a refletir sobre as ra-
zões para sermos éticos.
“Como querem que eu faça tudo direito se a justiça é morosa, os impostos
são um absurdo, todo dia vemos escândalos com os políticos em quem vota-
mos, o mundo cheio de gente esperta[...] por que eu tenho que ser ético?”
Querido aluno, estas e outras situações não podem servir como parâmetros
para nossa conduta. Vamos saber mais?
4.1 Decisões éticas e antiéticas
na história da humanidade
A história da humanidade revela situações baseadas em decisões antiéticas
que ao longo do tempo foram corrigidas. Ao declarar que a Terra se move
em torno do Sol e não o inverso, Galileu Galilei desafiou a Igreja Católica que
o convocou para julgamento diante do Santo Ofício, em Roma. Condenado
a se retratar publicamente, diz-se que ele teria sussurrado Eppur si muove ou
seja “mas ela se move” referindo-se ao movimento da Terra em torno do Sol.
Imagine que somente no Século XX, a Igreja Católica por meio do Papa João
Paulo II se retratou publicamente, assumindo o erro por esta condenação.
Figura 4.1: Galileu Galilei.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
Físico, matemático e astrônomo, o italiano
Galileu Galilei nasceu em Pisa em 1564 e
faleceu em Florença em 1642, na Itália.
Suas pesquisas revolucionaram a ciência
com o enunciado do princípio da inércia e
os estudos sobre o movimento uniforme-
mente acelerado e sobre o movimento do
pêndulo. Descobertas sobre manchas so-
lares, satélites de Júpiter, anéis de Saturno
e estrelas da Via Láctea complementaram
a defesa que fez do heliocentrismo.

4.2 Pesquisas científicas
Em 1996, pesquisadores escoceses surpreenderam o mundo com o resulta-
do da primeira experiência de clonagem de animais: nascia a ovelha batizada
como “Dolly” a partir de uma célula da glândula mamária de uma ovelha
adulta. Na sequência, foram também clonados bois, cavalos, ratos e porcos.
Figura 4.2: A ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado.
Fonte: ©Toni Barros/Wikimedia Commons.
Produzir artificialmente um ser vivo tornou-se objeto de polêmicas entre re- ligiosos, políticos e movimentos sociais em diversos países. A discussão reto-
mou sua força quando Dolly precisou ser sacrificada, em 2003, devido à uma
doença pulmonar progressiva.
Pesquisas com células tronco nos levam a crer na esperança de cura para
doenças como diabetes, esclerose, Alzheimer, distrofia muscular e Parkinson.
As células embrionárias usadas nestas pesquisas são as únicas com capacida-
de de diferenciação nos 216 tecidos que formam o corpo humano. Por outro
lado, despertam discussões calorosas sobre o acesso do homem a células
embrionárias. A discussão gira em torno da vida de um indivíduo que deixa
de se formar para curar outro ser humano.
Também os resultados de pesquisas são objeto de preocupação dos órgãos
públicos. No Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) divulgou diretrizes que promovem a ética na divulgação
dos resultados das pesquisas que são realizadas em nosso país. Esta iniciativa
se deu devido a fraudes ocorridas na comunicação de resultados obtidos por
pesquisadores brasileiros.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
28

Não se pode realizar procedimentos médicos sem a anuência do paciente. A
ética se faz presente na condução de situações como esta já que há grupos
de pessoas incapazes de decisão como crianças e pacientes de hospitais psi-
quiátricos cuja concordância com pesquisas científicas deve se dar por seus
representantes legais. Entram em cena a consciência ética do ser humano e
do profissional fundamentada nos valores do indivíduo que toma a decisão e
nos deveres profissionais éticos esclarecidos no código da categoria.
4.3 Internet com ética
Você faz parte de redes sociais como Orkut, Facebook ou Linkedin? Se a res-
posta for afirmativa, você sabe quantas mudanças ocorreram nestes espaços
virtuais buscando oferecer alguma privacidade aos seus participantes. Então
você também sabe o quanto esta privacidade é cada vez mais difícil de se
obter. Os usuários da internet consomem a informação quando quiserem e
a utilizam da maneira que desejarem. Quantos processos já foram movidos
por pessoas que se sentiram prejudicadas pelo uso indevido de seus nomes,
comprometendo a imagem pessoal e profissional! Ainda que seja possível
descobrir a fonte de observações equivocadas feitas na internet, somente
com o apoio da Justiça pode-se consultar os provedores e então fazer mo-
vimentos para tentar restabelecer a imagem de quem se sentiu prejudicado.
O fato é que não é possível haver um controle 100% efetivo sobre o que
acontece no ambiente virtual. Dependemos da consciência ética das pessoas
que nele navegam para que seu uso seja feito para o bem comum. É isso que
você vê no seu dia a dia?A pirataria na internet ocorre quando se obtém có-
pias não autorizadas de bens para uso pessoal (Srour, 2011), da mesma ma-
neira que estas cópias são vendidas no mercado, nas ruas ou nas casas, sem
autorização legal. A moral do oportunismo se instala e a conduta antiética
é justificada pela necessidade do suprimento de necessidades básicas do ser
humano. Esta conduta se justifica? Srour (2011, p. 38), indica que “raciona-
lização antiética” está na base desta conduta orientando práticas racionais
fundamentadas no que Sá (2010, p. 263), chama de “ética da mentira”. As
pessoas estabelecem um conjunto articulado de justificativas para seus atos
imorais e ilícitos, condenados pela sociedade.
A ovelha Dolly foi o primeiro
mamífero clonado e teve que
ser sacrificada devido à uma
doença pulmonar progressiva.
Saiba mais lendo: http://www1.
folha.uol.com.br/folha/ciencia/
ult306u8462.shtml acessado
em 04/12/2011.
Pesquisas com células tronco são
o tema da matéria publicada em
http://veja.abril.com.br/idade/
exclusivo/celulas_tronco/01.
html. Acesso em: 04 dez. 2011.
Leia esta matéria e reflita sobre
os avanços que as pesquisas
científicas podem trazer para
a medicina e considere as
polêmicas geradas por estes
movimentos científicos.
Leia no
link http://www.
inovacaotecnologica.
com.br/noticias/noticia.
php?artigo=cnpq-
diretrizes-eticas-
pesquisa&id=010175111026.
Acesso em: 04 dez. 2011 sobre
as diretrizes éticas estabelecidas
no Brasil pelo CNPq para que
sejam feitas pesquisas científicas. e-Tec BrasilAula 4 – Por que falar sobre ética?
29

Resumo
Nesta aula, vimos que ao longo da história da Humanidade foram tomadas
decisões antiéticas que se basearam nos princípios vigentes naquele momen-
to e que norteavam a conduta da sociedade. Vimos também que polêmicas
são levantadas a partir de pesquisas científicas realizadas na busca pela cura
de doenças. A ética na internet é um tema contemporâneo que precisa ser
considerado orientando o comportamento dos indivíduos no sentido de pro-
mover um convívio harmônico de todos.
Atividades de aprendizagem
• Em que medida é válido colocar em risco seres vivos ou mesmo colocá-los
em risco para se desenvolver pesquisas científicas? Observe quantos ex-
perimentos são feitos e relacione seus benefícios comparando-os com os
riscos que apresentam. Reflita sobre os resultados desta análise e compare
com os de seus colegas.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
30

e-Tec Brasil 31
Aula 5 – A conduta cidadã
Nesta aula, vamos abordar a conduta de cada cidadão em re-
lação aos seus direitos e deveres para com à coletividade a que
faz parte. Vamos refletir sobre a ética presente no cotidiano do
cidadão não somente em relação ao que ele pode exigir do Es-
tado mas no que diz respeito ao cumprimento de seus deveres.
Ao abordar o tema da conduta ética, é fundamental tratar a questão da re-
lação entre o indivíduo e o Estado, ou seja, a cidadania. Já na Roma Antiga
– um período que durou 12 séculos e se iniciou em VIII a.C. com a fundação
de Roma - se estabeleceu os direitos e deveres que cada indivíduo tem para
com o Estado.
5.1 Evolução do conceito de cidadania
Originado na Grécia antiga (1100 a.C. até 146 a.C.) o termo cidadania indica
aquele que habita uma cidade (civitas) e dizia respeito à sua atuação efetiva
o que significava dizer que nem todos eram cidadãos, mas somente aqueles
que usufruíam de privilégios em determinadas classes sociais. O conceito,
naquela época excluía mulheres, crianças e escravos e incluía somente os
homens totalmente livres, ou seja, aqueles que não precisavam trabalhar para
viver. Imagine que o número de cidadãos era bem reduzido.
Figura 5.1: Grécia Antiga.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.

Na Roma Antiga, cidadania estava relacionada ao exercício de direitos polí-
ticos, civis e religiosos atribuída somente aos patrícios (homens livres, des-
cendentes dos fundadores da cidade); negada aos plebeus (descendentes
de estrangeiros) assim como aos escravos (todos aqueles que não saldavam
suas dívidas, os traidores e os prisioneiros de guerra). Com a expansão militar
romana, o advento da Lei das Doze Tábuas (450 a.C.) assegurou aos plebeus
o acesso ao exercício da cidadania.
Com a queda do Império Romano e o início da Idade Média, as relações
entre o cidadão e o Estado passaram a ser controladas pela Igreja Católica
e com o Feudalismo, a vassalagem estabeleceu uma relação intensa de de-
pendência do camponês. O homem medieval nunca foi cidadão. De alguma
maneira, foram “suspensos” os princípios de cidadania.
A Revolução Francesa, que iniciou em Paris em 14 de julho de 1789, com a
Queda da Bastilha, alterou o quadro político daquele país e foi um marco na
instauração de um Estado democrático voltado para os interesses de todos
os cidadãos e um exemplo seguido por outros países. Com o início da Idade
Moderna foram introduzidos os princípios de liberdade e igualdade na busca
pela justiça e contra os privilégios.
Figura 5.2: Obra de Eugène Delacroix representando
“Marianne” que personifica a República Francesa.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
A queda da Bastilha foi o
evento decisivo para o início da
Revolução Francesa de 1789. A
Bastilha era uma velha fortaleza
construída em 1370, utilizada
pelo regime monárquico como
prisão de criminosos comuns.
Para saber mais acesse: http://
www.infoescola.com/historia/
queda-da-bastilha/.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
32

O conceito de cidadania no Estado Democrático de Direito, conforme explica
Luiz Flávio Borges d’Urso está relacionado a
“um status jurídico e político mediante o qual o cidadão adquire direi-
tos civis, políticos e sociais; e deveres (pagar impostos, votar, cumprir
as leis) relativos a uma coletividade política, além da possibilidade de
participar na vida coletiva do Estado. Esta possibilidade surge do prin-
cípio democrático da soberania popular.”
Disponível em: <http://www.oabsp.org.br/palavra_presidente/2005/88/>.
Acesso em: 04 dez. 2011.
Assim, participar ativamente da condução da gestão pública faz parte do
exercício pleno da cidadania importando não somente em apontar as melho-
rias a serem realizadas, mas também em atuar na direção de sua realização.
A inclusão política se faz por meio do exercício pleno da cidadania o que é
reforçado pela colocação de Dalmo de Abreu Dallari (1998, p. 14),
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a pos-
sibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo.
Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social
e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade den-
tro do grupo social”.
Observe que as palavras de Dallari (1998) indicam que “participar ativamen-
te da vida e do governo” é um direito do povo. Você tem exercido este
direito, em seu município? No Brasil, a Constituição de 1988 foi um marco
na conquista do povo pelo seu direito a participar da tomada de decisões no
país. No dia 27 de julho de 88, em que foi promulgada a nova Constituição,
Ulysses Guimarães disse:
“essa será a Constituição cidadã, porque recuperará como cidadãos
milhões de brasileiros, vítimas da pior das discriminações: a miséria”.
“Cidadão é o usuário de bens e serviços do desenvolvimento. Isso hoje
não acontece com milhões de brasileiros, segregados nos guetos da
perseguição social”.
Para relembrar o que foi o
Impeachment do Presidente
Fernando Collor de Mello leia
a reportagem disponível em:
http://g1.globo.com/politica/
noticia/2012/09/impeachment-
de-collor-faz-20-anos-relembre-
fatos-que-levaram-queda.html.e-Tec BrasilAula 5 – A conduta cidadã
33

Movimentos populares como a Ação Ci-
dadania Contra a Miséria e pela Vida, li-
derado por Betinho e a ação dos “caras
pintadas” que incentivou o impeachment
do Presidente Fernando Collor de Mello
são exemplos do exercício destes direitos.
Outro exemplo é o recolhimento correto dos impostos que deve ser feito por
todos os cidadãos da mesma maneira que devem contribuir para a manuten-
ção da segurança e do patrimônio público. Considerando estes exemplos,
você diria que temos exercido a cidadania de maneira plena?
Vale também ressaltar que a cidadania empresarial é também uma maneira
de as organizações cumprirem com seus deveres ao mesmo tempo em que
usufruem de seus direitos na relação com os públicos que de alguma manei-
ra são impactados por suas atividades. A cidadania empresarial está presente
quando uma organização oferece aos seus funcionários mais do que prevê
a lei, como no caso de berçário, creche, assistência médica extensiva a fa-
miliares, integração de pessoas com deficiência ao ambiente de trabalho e
promoção de seu relacionamento saudável com os colegas, etc. Este é um
termo que tem sido cada vez mais utilizado no Brasil desde que o Instituto
Ethos de Responsabilidade Social iniciou suas atividades, em 1998, estimu-
lando o investimento em projetos sociais e ambientais pela iniciativa privada.
Resumo
Nesta aula, vimos que o conceito de cidadania evoluiu desde a Roma e a
Grécia Antigas até os dias de hoje, mudando ao longo do tempo face aos
novos cenários políticos que se apresentavam. Durante o Feudalismo, vimos
que os princípios relacionados à cidadania ficaram “suspensos” com a insta-
lação de relações de dependência entre o homem e o Estado que passava a
ser controlado pela Igreja Católica.
Atividades de aprendizagem
• Observe a conduta das pessoas que você conhece (a sua própria, inclusi-
ve!) e analise se todos estão praticando plenamente a cidadania no senti-
do de exercer o direito à gestão pública seja de seu município, seu estado
ou do nosso país.
A Declaração dos Direitos
Humanos que se encontra
na íntegra no
link http://
www.onu-brasil.org.br/
documentos_direitoshumanos.
php, foi proposta pela ONU –
Organização das Nações Unidas
e assinada por todos os Estados
Membros garantindo “a todos
os membros da família humana
e de seus direitos iguais e
inalienáveis é o fundamento
da liberdade, da justiça
e da paz no mundo”.
Figura 5.3: logotipo do movimento
liderado por Betinho.
Fonte: http://www.acaodacidadania.com.brÉtica e Cidadaniae-Tec Brasil
34

e-Tec Brasil 35
Aula 6 – Cidadãos: direitos
e deveres cotidianos
Nesta aula, vamos refletir sobre o exercício cidadão face à ad-
ministração pública. Vamos também discutir o conhecido “jei-
tinho brasileiro” de se resolver as situações delicadas.
Há aqueles que afirmam que se trata de um traço cultural do povo brasileiro,
enquanto outros defendem a afirmação de que se trata de pura falta de ética
mascarada pela culturalidade. Vamos conhecer o que alguns pesquisadores
dizem a respeito e refletir sobre seus ensinamentos, comparando-os com o
que vemos no nosso cotidiano.
6.1 Cidadão ou consumidor do governo?
Em seu artigo, Mintzberg (1998, p. 151), retoma o questionamento feito
por Tom Peters sobre a máxima que conhecemos: “o direito de uma pessoa
termina quando começa o direito da outra”. Leia atentamente o trecho do
artigo de Mintzberg:
“Eu não quero, diz Tom Peters, um burocrata da prefeitura me criando
dificuldades. Eu quero tratamento apropriado, rápido,eficaz e profis-
sional. Mas o que acontece se meu vizinho quiser uma permissão para
aumentar a casa dele, fazendo sombra sobre a minha?Quem é o clien-
te da prefeitura neste caso?” MINTZBERG, 1998.
Você sabia?
Henry Mintzberg (nascido nos EUA em 1939) é reconhecido mundial-
mente como uma referência nas áreas de estratégia e gestão de negócios.
Mintzberg afirma que o gestor gerencia os negócios em três níveis: ação,
informação e pessoas.
Thomas Peters (nascido em 1942/EUA) é uma referência mundial na ges-
tão de negócios. “Destruição Criativa” e “Descontinuidade” são temas
que ele aborda alertando para a gestão nociva da manutenção de antigos
paradigmas.

Com base no que vimos até agora, vale lembrar Matias-Pereira (2010, p. 37)
quando indica que o conceito de cliente pode ser ampliado quando se fala
em administração pública “considerando o cidadão como um cliente que
recebe serviços ao mesmo tempo em que se concebe a organização como
um sistema integrado de provedores internos e externos”.
Observe como temos aqui afirmações que se complementam: o cidadão
pode ser visto como um consumidor na medida em que interage com a
gestão pública como provedor externo de informações, recolhimento de tri-
butos, conservação de patrimônio público, etc. Vale aqui ressaltar que na
iniciativa privada, as organizações cada vez mais têm envolvido os consumi-
dores no desenvolvimento e aperfeiçoamento de seus produtos e serviços.
Também as organizações têm sido cobradas pela sociedade pelo exercício
da “cidadania empresarial” ou seja, seu comprometimento com a gestão do
que é público por meio de parcerias estratégicas. O exercício da cidadania
empresarial não se limita ao recolhimento de tributos, é mais amplo do que
isso. São exemplos de cidadania empresarial: programas de inclusão social
por meio de investimento social; integração de pessoas com deficiência no
ambiente de trabalho, indo muito além do que exige a legislação; preserva-
ção meio ambiente, entre outros.
6.2 O “jeitinho” é um traço
cultural brasileiro?
O antropólogo Roberto da Matta (2009), ao discutir o tema: “O jeitinho brasi-
leiro é uma forma de corrupção?” ensina que esta forma de resolver situações
difíceis contando com a benevolência dos outros poderia ser mundial, não
fosse em países como a Alemanha ou Suíça onde impera a rigidez no cum-
primento das normas. Para este autor, o mesmo “jeitinho” que facilita a vida
no cotidiano também coloca o brasileiro acima da lei: “o jeitinho se confunde
com corrupção porque desiguala o que deveria ser tratado com igualdade”.
Para da Matta, há uma questão sociológica envolvida no “jeitinho” que es-
tabelece uma relação ruim com a norma estabelecida para todos. O cidadão
exige o cumprimento da lei pelo político que ocupa um cargo público, mas
por outro lado, pede a um parente que faça “vista grossa” sobre um tributo
não recolhido. Como lidar com a ética nesta situação? Como dizer que o
representante do povo foi antiético e precisa ter seus direitos políticos cassa-
dos se o próprio cidadão transgride a lei.
Leia o artigo “Você tem
cultura?” escrito por Roberto da
Matta e disponível no
link http://
www.arq.ufsc.br/urbanismo5/
artigos/artigos_mr.pdf
Acesso em: 21 dez. 2012.
Compreenda a reflexão que o
autor faz sobre “o agir cultural”
brasileiro de dizer
que não tem cultura. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
36

Resumo
Aprendemos nesta aula, que a relação entre os cidadãos e o governo precisa
ser muito mais intensa do que o mero recolhimento de tributos e sua apli-
cação na área pública. A participação do cidadão na gestão faz a diferença
entre ser apenas consumidor e ser cidadão atuante na gestão pública. Vimos
também que o “jeitinho brasileiro” é uma maneira que encontramos de
resolver situações difíceis usando subterfúgios ou contando com a bene-
volência dos outros.
Atividades de aprendizagem
• Discuta com seus colegas as seguintes colocações: Al Gore quando era
vice-presidente dos EUA afirmou que o povo americano é consumidor
do governo; Henry Mintzberg se diz mais do que mero consumidor do
governo. Qual sua percepção sobre estas duas colocações? O que dizem
seus colegas a respeito?
Anotações
Subterfúgio: pretexto
para evitar uma dificuldade.
Fonte: http://michaelis.uol.
com.br/moderno/portugues/
index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=
subterf%FAgioe-Tec BrasilAula 6 – Cidadãos: direitos e deveres cotidianos
37

e-Tec Brasil 39
Aula 7 – Ética profissional
Nesta aula, veremos o conceito de profissão e as virtudes que
seu exercício exige.
Discutiremos a relação entre a habilidade técnica no exercício da profissão e
a prática das virtudes universais que permeiam as profissões.
7.1 O que é profissão?
O “exercício habitual de uma tarefa, a serviço de outras pessoas” é o concei-
to que Sá (2009, p. 155) atribui à profissão. Os benefícios, tanto para quem
desempenha esta tarefa como para quem é beneficiado por sua execução
também integram este conceito.
Figura 7.1: Profissões.
Fonte: IFPR 2013.

A ética, para Sá (2009) ,permeia o exercício da profissão na medida em que a
conduta profissional condizente com a moral e a regulação feita pela lei ga-
rantem benefícios para os profissionais, a categoria à qual pertencem e para
a sociedade. Vale aqui ressaltar que a conduta ética universal independe das
culturas cujos costumes são diferenciados, ou seja, o zelo, a honestidade,
e a competência são virtudes desejadas em qualquer exercício profissional
independente da área de atuação ou cultura em que for desenvolvido. Uma
frase de Sá (2009, p. 164) é significativa: “A profissão não deve ser um meio,
apenas de ganhar a vida, mas de ganhar pela vida que ela proporciona, re-
presentando um propósito de fé”.
7.2 Virtudes exigidas
na conduta profissional
Para o exercício de uma profissão, habilidades técnicas são exigidas. A per-
gunta que coloco para sua reflexão é: somente habilidades técnicas são su-
ficientes para que seja virtuoso o exercício de uma profissão? Na matéria
publicada na edição especial “Veja na História”, observa-se que durante a
Segunda Guerra Mundial, médicos nazistas utilizaram as técnicas da pro-
fissão para uma determinada finalidade que inclui pesquisas. Não é preciso
dizer que tais práticas foram e continuam sendo condenadas pela ausência
absoluta de respeito à dignidade humana, virtude necessária à prática de
qualquer profissão. Sei que o exemplo é extremo, mas coloco aqui para que
não nos esqueçamos que a prática de nossas profissões requer acima de
tudo o exercício da moral e da ética colocando em prática as virtudes univer-
sais que permeiam os relacionamentos, em nossa sociedade.
7.3 Código de ética de uma profissão
Em seu livro, Sá (2009, p. 152) ensina que “a profissão pode enobrecer pela
ação correta e competente, pode também ensejar a desmoralização, através
da conduta inconveniente, com a quebra de princípios éticos.” Ao pertencer
a uma classe profissional, qualquer que seja sua natureza, o indivíduo assu-
me um compromisso com a sociedade e com os colegas de profissão. O que
dizer de um médico ou um enfermeiro que negligencia os cuidados com um
paciente? E um professor que desrespeita um aluno? Veja os políticos! Te-
mos aqueles que se dedicam ao exercício da representação popular e aque-
les citados negativamente pela mídia. Observe como existe uma tendência a
generalizar a atuação profissional, fazendo referências negativas ou positivas
a uma classe profissional apenas pela observação de um ou de alguns indiví-
duos cuja ética é questionável pela sociedade.
Leia a matéria publicada na
edição especial Veja na História,
disponível no
link http://veja.
abril.com.br/especiais_online/
segunda_guerra/edicao006/
sub2.shtml
Acesso em: 22 jan. 2012.
Reflita sobre exemplos de outras
atuações profissionais em que
somente o domínio da técnica
não é suficiente para garantir a
conduta ética do profissional.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
40

Resumo
Aprendemos, nesta aula, que o conceito de profissão envolve a prática ha-
bitual de uma tarefa e pressupõe a conduta ética do profissional que a de-
senvolve. Virtudes como zelo, honestidade, e competência são inerentes ao
exercício de qualquer profissão independente do país e da cultura onde for
colocada em prática.
Atividades de aprendizagem
• Discuta com seus colegas o seguinte tema: em que medida a ampliação
do conhecimento de um profissional para além das habilidades técnicas
contribui para sua conduta ética?
Anotaçõese-Tec BrasilAula 7 – Ética profissional
41

e-Tec Brasil 43
Aula 8 – Código de ética
Nesta aula, vamos falar sobre o código de ética empresarial e
profissional e para finalizar, abordaremos o código de ética do
técnico em segurança do trabalho.
Inicialmente, vamos compreender o que tem motivado as organizações a re-
digirem, publicarem e disseminarem um código de ética para os públicos com
os quais se relaciona. Na sequência, discutiremos uma metodologia de pro-
dução do código de ética envolvendo os funcionários de uma organização.
8.1 Código de ética
empresarial e profissional
O que é um código de ética? ARRUDA (2006, p. 526) ensina que se trata
de um documento cujo objetivo é “nortear condutas, mas procedimentos
específicos devem constar de normas, manuais ou políticas definidas concre-
tamente para cada setor ou atividade”.
O código de ética, segundo Patrus-Pena e Castro (2010, p. 48) representa a
“oportunidade de a empresa manifestar os valores básicos que pautam sua
conduta no mundo dos negócios e na relação com a sociedade”.
Desde que o Instituto Ethos iniciou suas atividades no Brasil, em 1998, as
organizações têm discutido o tema da responsabilidade social cujo conceito
volta-se para a gestão do negócio de maneira ética e transparente com os
públicos com os quais se relaciona, pautando-se no desenvolvimento susten-
tável, caminho para sua sustentabilidade.
Com a evolução das discussões sobre este tema, observa-se que as organiza-
ções cada vez mais têm adotado o código de ética como uma ferramenta de
orientação de conduta das pessoas que nelas trabalham. Lembre-se que já
falamos que não existem empresas éticas, mas pessoas éticas que trabalham
nas empresas. As decisões destas pessoas no cotidiano da gestão do negócio
constrói a reputação tanto da organização como dos próprios profissionais
tomadores de decisão.

No sentido de orientar a atuação dos profissionais no sentido da conduta éti-
ca, zelando pela reputação da categoria, é redigido e divulgado o código de
ética da profissão. De quantos casos você já tomou conhecimento por meio da
mídia sobre médicos, por exemplo, que tiveram cassado seu registro no con-
selho da profissão devido à sua conduta antiética? Leia a reportagem sobre a
médica do Hospital Evangélico de Curitiba. Disponível em: http://g1.globo.
com/jornal-hoje/noticia/2013/02/hospital-evangelico-de-curitiba-afas-
ta-47-funcionarios-da-uti.html e faça também outras pesquisas.
8.2 Como se elabora um
código de ética empresarial
Se um código de ética orienta a conduta dos profissionais de uma orga-
nização, então, para que seja efetivo é preciso que eles participem de sua
elaboração. Algumas sugestões são feitas por ARANTES (2011, p. 143) para
que este processo seja inclusivo e educativo. Sugiro que sejam seguidas as
seguintes etapas na produção de um código de ética empresarial:
1. Organizar reuniões de trabalho no formato de oficinas.
2. Selecionar representantes de todas as áreas da organização para partici-
par das reuniões.
3. Iniciar com a explicação sobre os objetivos do trabalho que será realizado.
4. Propor uma discussão inicial sobre o entendimento de cada participante
sobre os conceitos: ética, moral, cidadania, valores, entre outros.
5. Levantar as situações vividas pelos participantes que exemplifiquem con-
dutas éticas e antiéticas.
6. Discutir a necessidade de normas para o convívio harmonioso e produtivo.
7. Conhecer códigos de ética de outras organizações.
8. Iniciar a elaboração do código de ética da organização utilizando como
base os conhecimentos adquiridos.
9. Apresentar para a alta direção e validar o conteúdo.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
44

10. Organizar reuniões com todos os funcionários divididos por área para apre-
sentação da íntegra do código elaborado e aprovado pela alta direção.
11. Entregar o código de ética a cada um dos funcionários com protocolo.
12. Enviar o código de ética para os demais públicos com os quais a organi-
zação se relaciona: fornecedores, principais clientes, governo, parceiros
estratégicos.
13. Disponibilizar o texto do código de ética no website da organização.
14. Disponibilizar um canal de denúncias para condutas antiéticas.
15. Organizar um comitê de ética que avalie as denúncias, dê retorno àque-
les que se identificaram e acompanhe a aplicação do código de ética na
organização.
16. Tornar público os nomes dos participantes do comitê de ética.
Resumo
Aprendemos. nesta aula, que a conduta de um profissional causa impacto
sobre sua própria reputação assim como sobre a reputação da organização
onde ele trabalha e sobre a categoria à qual ele pertence. Vimos que para
ser efetivo, é preciso que o código de ética de uma organização tenha cunho
educativo e seja elaborado com a participação de representantes de todas as
áreas. Conhecemos também os movimentos que a Federação dos Técnicos
em Segurança no Trabalho estão fazendo para que o profissional da área
tenha aprovado o código de ética de sua profissão.
Atividades de aprendizagem
• Pesquise o código de ética da organização em que você trabalha. Você já
o conhecia? Procure saber como ele foi construído e divulgado e se todos
os funcionários têm conhecimento de seu conteúdo, além de seguir aquilo
que nele está indicado. O que você mudaria no texto do código de sua
organização? Caso ela ainda não tenha, reflita sobre a possibilidade de pro-
por uma discussão sobre a ética e os outros temas tratados em nossas aulas.
Conheça o conteúdo do Código
de Ética e Disciplina da OAB
no
link www.oab.org.br/
Content/pdf/LegislacaoOab/
codigodeetica.pdf
Acesso em: 14 maio 2013.e-Tec BrasilAula 8 – Código de ética
45

e-Tec Brasil 47
Aula 9 – Gestão da reputação
do profissional
Nesta aula, vamos discutir os impactos causados pela conduta
sobre a reputação de um profissional.
Abordaremos o quanto a exposição dos profissionais nas redes sociais pode
causar impactos positivos e negativos sobre a reputação de um profissional.
9.1 A ética, a reputação e a
imagem do profissional
O patrimônio de um profissional é constituído também da percepção que se
tem dele, de suas decisões na vida pessoal e de sua conduta na organização
com os colegas e na sua relação com o trabalho. Em sua obra, Sá (2010) re-
força o valor do código de ética da profissão no sentido de preservar o nome
profissional que causa impactos em toda categoria.
Ao tratar as condutas antiéticas do ser humano, Sá (2010, p. 153) reforça
a importância de se preservar a imagem pessoal e profissional que faz por
merecer a confiança da sociedade e das organizações. “O que se faz du-
rante toda uma vida, em poucos dias pode desmoronar, diante dos efeitos
malévolos da ação dos caluniadores, traidores, difamadores, chantagistas e
intrigantes” diz Sá (2010, p. 153). Energia e inteligência são necessárias para
que possamos nos contrapor aos resultados das ações que buscam destruir
uma imagem positiva, seja ela pessoal ou profissional.
9.2 Direito de uso de imagem
Pessoas que constroem ao longo de suas vidas uma imagem tão positiva
que acabam se tornando uma celebridade precisam cuidar para que dela
não se faça uso indevido ou sem autorização. Campanhas de comunicação
frequentemente utilizam a imagem de atletas, atores, entre outros para en-
dossar produtos ou serviços de organizações de diferentes segmentos.
A imagem de um profissional é um assunto tão sério que a normatização de
seu uso é feita pela legislação. A lei 9.610 de 19/02/1998 cuja íntegra está
disponível no link http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm,
acesso em: 05 fev. 2012, dispõe sobre direitos autorais.

Vale aqui ressaltar que também fazem parte desta discussão o direito ao
desenvolvimento de um produto, serviço, autoria de textos ou produções
culturais, entre outros. O INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial é
o órgão que regula os registros de patentes neste campo. Quando patentes
são registradas e seus produtos tornados públicos qualquer utilização sem
autorização prévia ou fazendo a devida referência é punida pela lei.
Da mesma maneira, textos acadêmicos devem fazer referência aos seus au-
tores originais, como fontes de referência. Veja o exemplo deste livro. Inúme-
ros autores são citados, suas referências estão no texto e ao final desta obra.
Assim, quando fazemos trabalhos acadêmicos, devemos seguir as normas
da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas que oferecem as diretri-
zes para as instituições de ensino, como a nossa, e seus alunos. Observe que
o Manual de Normas para a Redação de Trabalhos Acadêmicos do IFPR está
à sua disposição, em nosso portal.
Fica altamente prejudicada a imagem daquele que se apropria de trechos de
obras já publicadas, sem fazer a devida referência, conforme orienta a ABNT.
Para refletir
A matéria intitulada “Reputação on-
-line: como cuidar da sua imagem na
internet” que você lê a seguir aborda
um tema muito atual voltado para o
acesso ilimitado que todos têm sobre
todas as pessoas, apenas digitando
seus nomes num site de pesquisa, na
internet. Você já teve sua privacidade
invadida pela internet? Até que ponto
considera benéfica a participação em
redes sociais como Orkut, Facebook e
outros sites de relacionamento, e de que maneira esta exposição pode preju-
dicar um profissional? Que atitudes você adota para se prevenir de situações
indesejáveis que possam afetar sua imagem como profissional?
Leia no link http://www.
jornaldocampus.usp.br/index.
php/2011/03/professor-
demitido-responsabiliza-aluna-
por-plagio, acesso em: 06 fev.
2012, a matéria sobre uma
caso de apropriação indevida
de trechos de obras
publicadas onde os nomes das
pessoas envolvidas foram
também publicados.
Figura 9.1: Imagem em foco.
Fonte: IFPR 2013.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
48

Reputação on-line: como cuidar de sua imagem na internet
Atenção, você está sendo “googlado”. Qualquer pessoa com conexão à
internet pode ter acesso à informações básicas sobre outra em uma sim-
ples busca em sites, por exemplo, o Google. Inclusive o atual chefe e um
futuro empregador.
Monitorar a imagem e ter certos cuidados antes de se expor nas redes so-
ciais e sites não é uma tarefa impossível. “Ninguém enviaria um currículo
impresso com uma foto de biquíni anexada para tentar uma nova opor-
tunidade de emprego. A necessidade de etiqueta pessoal e profissional
ocorre em qualquer contexto e é apenas mais evidente na internet”, diz
Ana Paula Zacharias, sócia-diretora da Hunter Consulting Group.
Vamos fazer um teste?
1. Pesquise o seu nome:
Observe o que as outras pessoas podem descobrir sobre você e veja se
há textos e fotos comprometedores ou indesejáveis a seu respeito. Muita
gente com blog pessoal e sites de fotos como Flickr ou Fotolog pode se
esquecer de postagens antigas e até com opiniões que já não condizem
com a sua, mas que podem comprometer na busca por um emprego.
Caso o seu nome seja comum ou não apareça nos primeiros resultados,
o escreva entre aspas e veja o que é listado com o nome completo e as
variações possíveis dele. O uso de palavras-chave, como o atual emprega-
dor ou cidade, acompanhadas do nome também ajudam a potencializar
a pesquisa. Altere as configurações de privacidade das redes sociais que
aparecem nos resultados ou delete o conteúdo indesejado. Se o resultado
não puder ser removido, pode ser necessário buscar ajuda especializada.
2. Não adianta se esconder.
Quem prefere não ter conta em redes sociais ou se esconder atrás de ape-
lidos corre outro risco: perder oportunidades. “A escolha de não se expor
deixa o profissional sem visibilidade diante da busca de um recrutador.
Não estar na rede hoje pode ser grave e significar desatualização, princi-
palmente para algumas carreiras”, explica Ana Paula.
Postagens= Pôr-se,
colocar-se. Fonte: http://
michaelis.uol.com.br/
moderno/portugues/index.
php?lingua=portugues-
portugues&palavra=postare-Tec BrasilAula 9 ? Gest?o da reputa??o do prossional
49

Redes sociais como LinkedIn e o Facebook, se usadas corretamente, po-
dem turbinar a carreira e ser vitrine do seu trabalho. Usá-las a seu favor
conta pontos e pode ser determinante na busca por um emprego ou no
crescimento profissional.
3. O que um recrutador pode procurar?
Em um processo de seleção, por que o recrutador busca os profissionais
na internet antes de decidir se a entrevista de emprego será oferecida?
Usar o Google ou procurar informações nas redes sociais fornecem, de
antemão, dados sobre o perfil da pessoa, que poderá ser o desejado pela
empresa ou não.
Opiniões polêmicas, fotos comprometedoras ou falta de credibilidade po-
dem afetar o julgamento do profissional, mas um recrutador espera sem-
pre encontrar pontos favoráveis sobre o candidato.
“O selecionador quer ter acesso a informações pessoais do candidato,
mas deve entender que um profissional pode se expor na rede diferente-
mente da forma como conduz a vida profissional”, diz Ana Paula.
4. Qual imagem virtual agrada empregadores?
Informações sobre envolvimento em atividades e pessoas relacionadas à
função exercida pelo profissional contam a favor. “É importante que o
profissional seja verdadeiro e ativo nas redes sociais, mostrando uma ima-
gem que condiz com o histórico profissional”, diz Ana Paula.
5. Como melhorar a reputação on-line?
Publique boas informações a seu respeito na internet. Quem possui contas
de blogs, Twitter, Facebook e LinkedIn, entre os principais, pode usar a ati-
vidade online a seu favor. Poste opiniões e textos que condizem com a sua
profissão e use uma linguagem adequada.
Dê uma checada às vezes nas buscas a seu respeito, inclusive nos fóruns de
discussão da web, para não escorregar diante da liberdade de expressão.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
50

Fique atento ainda às configurações de privacidade das suas redes sociais.
Se for preciso, crie um perfil profissional no Facebook, por exemplo, e
mantenha o seu pessoal com configuração para não aparecer em buscas.
“O cuidado sempre tem que existir porque o que você publica pode estar
acessível, mas uma exposição condizente com o seu objetivo pode dar
bons resultados”, aconselha Ana Paula.
Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/reputacao-online-veja-como-cuidar-da-sua-imagem-na-internet
Leia a íntegra da palestra
proferida pelo jurista brasileiro
Dalmo de Abreu Dallari sobre
Ética, disponível no
link https://
gestao.dnit.gov.br/institucional/
comissao-de-etica/artigos-e-
publicacoes/publicacoes/Etica-
Dalmo%20de%20Abreu%20
Dallari.pdf
Acesso em: 24 abr. 2011. Quais
pontos chamaram sua atenção
no texto? Reflita e discuta com
seus amigos.
Resumo
Nesta aula, vimos que a imagem de um indivíduo é elemento fundamental no
patrimônio de uma pessoa e de um profissional. Pessoas, profissionais e orga-
nizações constroem imagens positivas sustentadas por ações que beneficiam
a sociedade. Indivíduos cuja imagem está associada à ética e à retidão de ca-
ráter são frequentemente citados como exemplos para a sociedade. A legis-
lação prevê normas específicas para o uso de imagem e deve ser respeitada.
Atividades de aprendizagem
• Faça uma revisão dos perfis que você disponibiliza nas redes sociais. Veja
também as fotos que você publicou. Reflita sobre o impacto que estas
informações pode ter sobre sua reputação como indivíduo e como profis-
sional. Você acredita que é necessário alterar seu perfil nas redes sociais?
Discuta com seus colegas e acompanhe suas reflexões sobre este tema.e-Tec BrasilAula 9 ? Gestão da reputação do prossional
51

e-Tec Brasil 53
Aula 10 – Ética na administração
e gestão
Nesta aula, discutiremos a tomada de decisão dos gestores de
uma organização com base em suas habilidades.
Você conhecerá as habilidades necessárias para um profissional atuar na ges-
tão e vamos refletir sobre a atuação profissional do técnico em segurança de
trabalho no contexto organizacional.
10.1 Habilidades para a administração
Uma organização tem três níveis para sua gestão: estratégico, ocupado pela
presidência e diretoria; tático, ocupado pela gerência; e operacional, ocupado
por todos aqueles que não estão nos dois primeiros níveis. Vale aqui lembrar
que quando falamos em nível operacional, não estamos nos referindo apenas
às pessoas que trabalham na indústria, operando máquinas, mas também
aos supervisores, coordenadores, analistas, estagiários, etc.
Em todos estes níveis, é necessário que o profissional domine habilidades que
estão demonstradas na Figura 10.1:
Figura 10.1: As habilidades de um administrador.
Fonte: Chiavenato (2003).
Observe que as habilidades técnicas são mais específicas do nível operacio-
nal, o que não significa dizer que os demais níveis não precisem ter domínio
sobre questões técnicas envolvidas nos processo. Eles precisam, mas numa

intensidade menor. Chiavenato (2003), denomina de “intermediário” ou ”tá-
tico” o nível em que estão os gerentes cuja visão do negócio (habilidades
conceituais) deve ser mais intensa do que o domínio de habilidades técnicas.
Quanto ao nível estratégico, observa-se pela figura 10.1 que as habilidades
conceituais são ainda mais requisitadas (CHIAVENATO, 2003; RIBEIRO, 2009).
Observe, contudo que o relacionamento humano é fundamental na gestão
de um negócio e isto fica claro na figura 10.1, pois as habilidades humanas
aparecem com a mesma intensidade nos três níveis de uma organização.
O exercício da profissão com urbanidade, independente do nível em que
o profissional se encontra é fundamental para que se forme um ambiente
saudável de trabalho em que os profissionais complementem sua formação
técnica e sua visão sobre o negócio em que estão atuando.
10.2 Mudanças na natureza do trabalho e
a necessidade do desenvolvimento
de novas habilidades de gestão
Montana e Charnov (2010, p. 468) chamam nossa atenção para as mu-
danças ocorridas na natureza do trabalho, ao longo do tempo. Conforme
indicam estes autores, em 1979, o maior número de trabalhadores ocupava
a função de balconista, posição anteriormente ocupada pelo operário e, an-
tes deste, pelo agricultor. A mudança estrutural do mundo dos negócios da
fabricação para o processamento de informações. Neste contexto, Montana
e Charnov (2010, p. 468) indicam que funções no campo da informação
tiveram um notável crescimento de 1980 a 1995, passando de uma porcen-
tagem de 17% para 65% da força de trabalho e aumentando significativa-
mente com o acesso à internet.
O perfil do trabalhador tem mudado, exigindo dos profissionais o desen-
volvimento de novos conhecimentos, habilidades e atitudes. Trabalhadores
idosos têm sido cada vez mais percebidos no mercado de trabalho da mesma
maneira que a mudança de valores sociais abriram espaço para a entrada das
mulheres na força de trabalho. Pessoas com deficiência também compõem
uma força de trabalho cuja atuação é regulada pela legislação.
Urbanidade: qualidade do
que é urbano; civilidade. Fonte:
http://michaelis.uol.com.br/
moderno/portugues/index.
php?lingua=portugues-
portugues&palavra=urbanidade.
Para saber mais sobre as
mudanças do perfil do
trabalhador acesse:
http://www.mte.gov.br/fisca_
trab/inclusao/lei_cotas_2.asp
e http://www.procon.sp.gov.br/
categoria.asp?id=680
Acesso em: 05 fev. 2012.
No
link http://www.ufrgs.br/
bioetica/eticprof.htm, acesso
em: 17 maio 201,3 você
encontra reflexões sobre a ética
profissional e suas relações
sociais, propostas por Rosana
Soibelmann Glock e José
Roberto Goldim. Neste texto,
são discutidos temas como a
ética da ação voluntária com
uma perspectiva que vai fazê-lo
pensar.
Acesse os
links:
http://www.mte.gov.br/fisca_
trab/inclusao/lei_cotas_2.asp
e http://www.procon.sp.gov.br/
categoria.asp?id=680
Acesso em: 17 maio 2013. E
conheça a legislação voltada
para as pessoas com deficiência.
Reflita sobre a atuação do
técnico em segurança do
trabalho para proporcionar
às pessoas com deficiência
condições adequadas para
o desenvolvimento de suas
funções, nas organizações.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
54

Resumo
Nesta aula, vimos que numa organização há três níveis nos quais se distri-
buem os profissionais: estratégico (alta direção); tático (gerência); e opera-
cional (demais funcionários) e que a cada um cabem habilidades conceituais
e técnicas em mais ou menos intensidade. Vimos também que habilidades
humanas são fundamentais para os profissionais nos três níveis para garantir
um ambiente saudável no trabalho. A mudança na força de trabalho das
organizações tem exigido dos profissionais o desenvolvimento de conheci-
mentos, habilidades e atitudes
Atividades de aprendizagem
• Faça uma avaliação sobre suas habilidades e verifique se você tem mais
habilidades conceituais do que técnicas. Veja também se você tem desen-
volvido habilidades humanas de maneira a promover um relacionamento
profissional que garanta um ambiente de trabalho saudável com aqueles
que o cercam.e-Tec BrasilAula 10 – Ética na administração e gestão
55

e-Tec Brasil 57
Aula 11 – Questões éticas envolvidas
nos relacionamentos
interpessoais no trabalho
Nesta aula, vamos discutir o processo de comunicação que
permeia as relações interpessoais na organização e os ruídos
que podem ocorrer.
Inúmeras ações promovem um ambiente de trabalho saudável em que as
pessoas se relacionam preservando o respeito ao próximo, adotando um
comportamento ético em suas decisões. No cotidiano da organização, os
relacionamentos entre as pessoas são fundamentais para que o ambiente
saudável de trabalho proporcione condições favoráveis para a tomada de
decisão. São as decisões dos profissionais que garantem a imagem positiva
da organização perante o mercado, fortalecendo o relacionamento com os
consumidores ao longo do tempo como ação importante na conquista da
sustentabilidade do negócio.
11.1 O processo de comunicação
Quando estudamos o processo de comunicação, nos é apresentado um con-
ceito relacionado com o esquema que você vê na figura 11.1.
Figura 11.1: Componentes do processo de comunicação.
Fonte: elaborada pela autora.
A comunicação aparentemente é muito simples: uma mensagem é enviada por meio de um canal por um emissor para um receptor. Este dá um retorno
(feedback) sobre seu entendimento. O problema está nos ruídos[...]ah! os
ruídos de comunicação!
Feedback: retorno de informa-
ção ou, simplesmente retorno.

11.2 Ruídos de comunicação e conflitos
Na sequência, você vai conhecer algumas situações na área da comunicação
que podem gerar conflitos: comunicação com consumidores de outras cul-
turas; boatos; feedbacks para os membros da equipe. Observe as inúmeras
possibilidades de acontecerem no cotidiano das organizações situações que
podem causar constrangimentos nos relacionamentos abrindo espaço para
condutas impróprias, mesmo que sem intenção.
A gestão da atuação dos profissionais no relacionamento com outras culturas
é papel da liderança da equipe, contudo, cada um dos seus integrantes pre-
cisa ter bem definida a importância de um comportamento adequado a este
contexto. Montana e Charnov (2010, p. 453) apontam que a diferença de
idioma é o primeiro obstáculo ainda que se contrate tradutores para apoio na
comunicação. Gírias e expressões locais dão origem a situações que precisam
ser administradas para não se refletirem em conflitos.
Veja os exemplos apresentados por Montana e Charnov (2010, p. 453):
––Nos EUA, a General Motors apresentava uma campanha de comu-
nicação em que se referia à qualidade do chassi de seus automóveis
com a expressão: “Body by Fisher” ou “feito por Fisher” em portu-
guês. Esta mesma expressão na Holanda significa: “Cadáver feito por
Fisher”.
––Numa negociação, o norte americano propôs que as discussões fos-
sem “tabled” ou “adiadas” em português. Para o inglês que estava
na mesa de negociação, esta expressão significa exatamente o con-
trário, ou seja, trazer para discussão.
Boatos são fontes inesgotáveis de conflitos. Palavras mal utilizadas ou percep-
ções inadequadas das pessoas, falta de sigilo e predisposição em se propagar
informações não confirmadas, costumam causar situações constrangedoras
para todos. Você já presenciou alguma situação delicada na organização em
que trabalha envolvendo boatos que levaram a situações conflitantes? Como
esta situação ocorreu e como foi resolvida?
Outra possibilidade de ocorrência de conflitos face à comunicação inadequa-
da se dá em função do feedback (retorno) que os trabalhadores esperam de
suas lideranças. O acompanhamento do desempenho dos funcionários parte
do princípio que critérios de avaliação foram estabelecidos previamente e
comunicados aos funcionários. Reuniões de feedback (retorno) devem ser pe-
Uma nova ótica nos
relacionamentos interpessoais”
é o título do artigo escrito
por Anderson Alberto Canfild,
psicólogo do trabalho. Muito
mais do que habilidade técnica,
a construção de relacionamentos
no trabalho demanda uma
percepção diferenciada sobre as
pessoas. Leia e reflita sobre suas
próprias habilidades. Acesse
http://www.leituracorporativa.
com.br/open.
php?pk=246&fk=83&id_
ses=4&canal=23
Acesso em: 17 maio 2013.
Leia o artigo publicado no
link
http://www.administradores.
com.br/informe-se/artigos/a-
etica-do-networking/37375/,
acesso em: 17 maio 2013
e reflita sobre a ética do
networking. Como administrar
um relacionamento de troca
cujas normas não são escritas,
mas estão implícitas? A autora
avisa “Cuide de sua rede de
contatos com ética, ou será
melhor não tê-la”. Reflita
sobre a importância de uma
rede de contatos ativa para a
organização de eventos.
Leia o artigo “Reflexões sobre
o relacionamento interpessoal”
disponível no
link http://www.
administradores.com.br/
informe-se/artigos/reflexoes-
sobre-relacionamento-
interpessoal/45725
Acesso em: 17 maio 2013.
Apesar de ser fundamental em
nosso cotidiano, muitas vezes
colocamos de lado nossas
habilidades de relacionamento
devido à carga de atividades que
temos. Reflita sobre o quanto
isso é prejudicial para você e
para as pessoas com
quem você se relaciona e
de quem você gosta.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
58

riódicas entre a liderança e os liderados a fim de que os profissionais saibam
como está sendo percebido seu desempenho, os pontos fortes e aquilo que
precisa ser desenvolvido ou aprimorado. No processo de feedback a comu-
nicação é incentivada e os relacionamentos se consolidam aproximando as
pessoas entre si.
Quando isso não acontece, dúvidas são levantadas pelos trabalhadores não
somente em relação ao seu próprio desempenho, mas também em relação
à atenção que seus superiores dão ao seu trabalho. Isto pode levar à falta de
motivação e comprometimento e, como consequência, resultados negativos
inesperados.
Resumo
Nesta aula, vimos que o processo de comunicação pode apresentar ruídos
que abrem espaço para situações constrangedoras entre as pessoas, com-
prometendo seu relacionamento interpessoal. Situações como diferença de
expressões idiomáticas não são intencionais, mas podem comprometer rela-
cionamentos de negócios. Já os boatos ocorrem a partir de comportamen-
tos inadequados. Os feedbacks, quando feitos corretamente pelas lideranças
para os membros de suas equipes previnem situações delicadas ao indicar a
necessidade de desenvolvimento e aprimoramento de atitudes das pessoas
no ambiente de trabalho.
Atividades de aprendizagem
• Você já se viu diante de uma situação como a que foi ilustrada na Figura
11.2? Reflita sobre as consequências para as pessoas envolvidas nesta si-
tuação de ruídos na comunicação. Faça uma relação daquilo que poderia
ter sido feito para evitar esta situação e suas consequências.e-Tec BrasilAula 11 ? Quest?es ?ticas envolvidas nos relacionamentos interpessoais no trabalho
59

e-Tec Brasil 61
Aula 12 – Adversidades no ambiente de
trabalho e o papel da liderança
Nesta aula, vamos discutir um tema que tem sido objeto de
muitas discussões dentro e fora do ambiente de trabalho: o
assédio moral.
Vamos refletir sobre a seguinte pergunta: qual a diferença entre cobrar re-
sultados com firmeza e assediar moralmente? Falaremos sobre o conceito
de “resiliência”, termo que tem sido utilizado pelas organizações, na gestão
de pessoas.
12.1 A linha que separa a firmeza da
liderança e o assédio moral
Em uma organização, as lideranças são cobradas para alcançar e superar me-
tas. Você pode já ter presenciado uma situação em que o estresse tomou
conta de um líder que se viu pressionado para o alcance de resultados. A
superação destas situações faz parte do papel da liderança, assim como a
capacidade de resistência às pressões deve ser atributo de um líder. Por outro
lado, ser firme na cobrança do alcance e superação de resultados é muito
diferente de pressionar o time de trabalho! É inaceitável que líderes com o
poder de decisão extrapolem os limites impostos pela ética, assim sendo, a
legislação cuida muito bem de lhes impor a adequada punição!
12.2 Resiliência: suportando pressões num
ambiente de adversidades
Inicialmente, vamos compreender o que significa o termo “resiliente”. Este é
um termo utilizado na Física para designar a propriedade que alguns mate-
riais têm de suportar pressão interna ou externa. Alguns materiais retornam
ao seu estado inicial sem qualquer deformação após sofrer algum tipo de
pressão enquanto outros, modificam-se completamente. É o caso por exem-
plo de uma barra de gelo e uma barra de aço. Se você bater no gelo, ele se
quebra, podendo dissolver-se completamente, ou seja, apresenta baixíssimo
nível de resiliência porque ao se exercer uma pressão sobre ele, verifica-se
uma deformação até irreversível. O mesmo não ocorre com o aço que ao ser
pressionado com outro material apresenta pouca ou nenhuma deformação,
o que demonstra seu alto nível de resiliência.

O termo foi incorporado pelas organizações para indicar um profissional que
consegue suportar mais ou menos a pressão do cotidiano por resultados.
Observe que não se trata de aceitar todas
as situações, popularmente conhecido
como “engolir sapo” o tempo todo, mas de
ser capaz de lidar com situações difíceis,
buscando uma saída para os problemas ao
mesmo tempo em que se envolve com as
pessoas da equipe de trabalho.
No esporte, temos no Brasil alguns excelen-
tes exemplos de atletas com altíssimo nível
de resiliência, como Lars Grael que demons-
trou sua capacidade de superar obstáculos
ao recuperar-se e voltar a competir mesmo
após sofrer um acidente que o levou a am-
putar uma perna.
Como diz Cobra (2004, p.12), “Temos que fazer o caminho inverso, redes-
cobrir que somos fortes e que os limites na verdade, não existem. São cria-
dos por nós e vigoram apenas em nossa cabeça.” Lars Grael não permitiu
obstáculos impondo limites em sua vida.
Piovan (2010, p.25), ensina que a pessoa resiliente segue alguns princípios:
1. Ter consciência de que é preciso conviver com as dificuldades, pois elas
existem queiramos ou não;
2. A Espiritualidade é a compreensão da natureza humana são desejáveis;
3. É preciso persistir;
4. Decisões difíceis e necessárias ocorrem em nossa vida. É preciso nos de-
dicarmos a elas com a energia necessária;
5. Sair de nossa zona de conforto, ou seja, mudar comportamentos ou ações
que estamos acostumados é condição fundamental para o crescimento;
6. São as dificuldades da vida nos permitem crescer;
Figura 12.1: Lars Grael.
Fonte: ©José Cruz – ABr/Wikimedia Commons.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
62

7. Um ditado chinês fala sobre a resiliência: os chineses dizem que árvores
robustas não se curvam, mas são as primeiras a serem derrubadas por
uma tempestade. Por outro lado, o bambu se curva, se adapta ao am-
biente e sobrevive às tormentas.
Figura 12.2: Árvores frondosas não se curvam como o bambu,
mas são as primeiras derrubadas durante uma tempestade.
Fonte: ©Stefan Wernli/Wikimedia Commons. ©Nitin Pai/Wikimedia Commons.
Resumo
Nesta aula, discutimos a diferença entre cobrar resultados da equipe de
trabalho e praticar assédio moral. Aprendemos que a lei impõe a devida
punição para aqueles que se valem de seu poder de decisão para assediar
moralmente funcionários. Vimos que o termo “resiliência” diz respeito à ca-
pacidade que alguns materiais têm de se manter sem qualquer deformação
mesmo após terem sofrido algum tipo de pressão. Discutimos a utilização
deste termo pelas organizações associando resiliência à capacidade que um
indivíduo tem de suportar as pressões do cotidiano organizacional.
Atividades de aprendizagem
• Faça uma avaliação sobre seu comportamento profissional e reflita sobre
o quanto você é resiliente. Você estaria disposto a assumir um cargo de
chefia, mesmo sabendo que seu antecessor precisou sair da organização
devido ao estresse causado pela pressão por resultados? Caso sua respos-
ta seja negativa, você está disposto a mudar?
Leia mais sobre “assédio
moral” no
link http://www.
assediomoral.org/spip.
php?article1
Acessado em 24/04/2011.
Este texto indica outras leituras
que você pode fazer para
complementar sua busca por
este assunto, além de esclarecer
algumas questões que envolvem
este tema tão polêmico.e-Tec BrasilAula 12 – Adversidades no ambiente de trabalho e o papel da liderança
63

e-Tec Brasil 65
Aula 13 – A gestão da diversidade
valorizando as diferenças no
convívio social e profissional – I
Nesta aula, vamos estudar a importância da valorização desta
diversidade cujas diferenças quando somadas nos enriquecem
como indivíduos e como profissionais.
Em nosso país, temos uma grande diversidade de etnias que compõem a
beleza de nossa formação cultural. A ética nos relacionamentos inclui a per-
cepção destas diferenças, seu conhecimento e sua valorização.
13.1 A gestão da diversidade
Gerenciar a diversidade dentro de uma organização, conforme ensina Car-
valho-Freitas (2009) “surge e ganha contornos específicos no contexto do
processo de globalização e fusão das empresas e em função da pressão de
organismos internacionais ou de movimentos sociais.” Não devemos confun-
dir gestão da diversidade com ações afirmativas.
As ações afirmativas das organizações têm cunho social e voltam-se exclusi-
vamente para diminuir as distâncias entre as pessoas face às suas diferentes
maneiras de ser e perceber o mundo à sua volta. Na gestão da diversidade,
conforme reforça Carvalho-Freitas “a diversidade passa a ser vista como van-
tagem competitiva para a organização”.
Observe que nesta e nas próximas aulas, vamos tratar tanto as ações afir-
mativas do governo brasileiro como seus movimentos e os movimentos das
organizações privadas no sentido de gerenciar a diversidade.
13.2 Afrodescendentes no Brasil
Em nosso país, temos profundas influências da cultura africana razão pela
qual abordaremos neste livro a importância da valorização desta etnia, tão
presente em nosso cotidiano. As relações entre o Brasil e a África se aprofun-
dam desde que o Brasil foi descoberto e vai muito além da escravidão à qual
os negros foram submetidos, em diversos países.
As lutas africanas pela independência política, pelo desenvolvimento e pela
manutenção de sua cultura são objeto de estudo e reflexão, merecendo des-

taque face à influência dos povos daquele continente na formação cultural
brasileira. As influências africanas são percebidas nas diferentes expressões
culturais brasileiras: música, pintura, culinária, religião, entre outros.
Apesar desta profunda influência da cultura africana em nosso país, observa-
-se que as desigualdades raciais existentes no Brasil têm sido objeto de estu-
dos e movimentos sociais culminando resultados que demonstram melhorias,
sobretudo na educação, mas que, por outro lado, apresentam ainda dispari-
dades em termos de renda.
A cidadania empresarial passa pelo respeito à diversidade, pela promoção do
ambiente saudável de relacionamento de todas as pessoas, independente de
seu credo, etnia, gênero, idade, local de nascimento, maneira de pensar, etc.
Esta é uma preocupação mundial e tem merecido há alguns anos, a atenção
da Administração Pública, conforme veremos a seguir. Nas tabelas a seguir,
você observa os resultados apresentados pelo 4º Relatório Nacional de Acom-
panhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio para a relação
entre as etnias, no que diz respeito à educação, em nosso país.
Na tabela 13.1, você verifica que o perfil educacional brasileiro demonstra
uma evolução de 1992 a 2008 em relação à participação das etnias no ensino
fundamental, para pessoas entre 7 e 14 anos.
Tabela 13.1: Evolução do percentual de pessoas
no ensino fundamental no Brasil por etnia.
Ano Percentual pessoas entre 7 e 14 anos
Negros ou pardos Brancos
1992 75,3% 87,5%
2008 94,7% 95,4%
Fonte: Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – Relatório Nacional de Acompanhamento. BRASÍLIA: Ipea, 2010.
Disponível em: http://www.mds.gov.br/. Acesso em: 03 maio 2011.
Já no ensino médio brasileiro, ou seja, para pessoas entre 15 e 17 anos, o
resultado apresentado na tabela 13.2, demonstra disparidades significativas.
Tabela 13.2: Evolução do percentual de pessoas no ensino médio no Brasil por etnia.
Ano Percentual pessoas entre 15 e 17 anos
Negros ou pardos Brancos
1992 9,2% 27,1%
2008 42,2% 61%
Fonte: Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – Relatório Nacional de Acompanhamento. BRASÍLIA: Ipea, 2010. Dispo-
nível em: http://www.mds.gov.br. Acesso em: 03 maio 2011.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
66

Foi verificado um alto percentual de queda da desigualdade em termos de
analfabetismo conforme mostra a Tabela 13.3.
Tabela 13.3: Queda da desigualdade no analfabetismo – por etnia.Ano Percentual
Negros ou pardos Brancos
1992 86,8% 95,6%
2008 97,3% 98,7%
Fonte: Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – Relatório Nacional de Acompanhamento. BRASÍLIA: Ipea, 2010. Dispo-
nível em: http://www.mds.gov.br. Acesso em: 03 maio 2011.
13.3 A política de cotas no Brasil
Quando se pensa sobre a política de cotas em nosso país, é preciso levar em
conta dados que se referem aos afrodescendentes que demonstram, confor-
me pesquisa feita por Kroth e Marchiori Neto (2006) a relação entre a média
de anos de estudos, a etnia e a renda média mensal do aluno brasileiro.
O resultado desta pesquisa indica que, no Brasil, a média de anos de estudo
dos brasileiros brancos é de 8,3 anos com uma renda mensal mínimo de 3,9
salários mínimos enquanto que os negros e pardos têm uma média de 6
anos de estudos com cerca de 1,9 salários mínimos de renda. Quando se
avalia em termos de localização geográfica desta população, os autores des-
ta pesquisa identificaram que em todo o país há uma média maior para os
brancos tanto de anos de estudos quanto de renda mensal medida por salá-
rios mínimos.
O relatório do PNUD (2010:32)
aponta no Brasil a introdução
do programa “Bolsa Família”
para exemplificar o crescimento
do envolvimento do setor pú-
blico no esforço para reduzir as
desigualdades, alocando de re-
cursos para pessoas cuja renda
é menos favorecida. Além deste,
outros programas contribuem
para reduzir as desigualdades,
em nosso país. Dentre eles es-
tão: Luz para todos; Alfabetiza-
ção de jovens e adultos; Agricul-
tura familiar; e o ProUni.
Leia o texto “Diversidade:
tolerância, respeito e
valorização” disponível no
link http://diversidadedigital.
blogspot.com/2007/05/
diversidade-tolerncia-
respeito-e.html. Acesso em: 17
maio 2013. Reflita sobre a frase:
“A diversidade só tem sentido
na troca, no compartilhamento
cultural, e não na "preservação"
da diferença como peça de
museu, ou pior, como vitrine
para consumo turístico e
cultural.” Quais manifestações
de “preservação” da diferença
você conhece e qual sua opinião
a respeito?
Consulte a página da SECAD
onde você encontra materiais
muito importantes sobre
Educação das Relações Étnico
Raciais e o Ensino de História e
Cultura Afro-Brasileira e Africana.
http://portal.mec.gov.
br/dmdocuments/
orientacoesetnicoraciais.pdf
Acesso em: 17 maio 2013.
Conheça a agenda afro-brasileira
acessando o
link http://www.
agendaafrobrasileira.com.br
Acesso em: 17 maio 2013.
Figura 13.1: interior do Museu Afro Brasil: vitrine com máscaras africanas.
Fonte: ©Dornicke/Wikimedia Commons.e-Tec Brasil
67

Instalado na Capital de São Paulo desde 2004, o Museu Afro Brasil apresen-
tado na figura 13.1 preserva e celebra a cultura, a memória e a história do
Brasil quando vista a partir da influência africana ao longo de tantos anos.
Localizado no Parque do Ibirapuera, num espaço de 11 mil metros quadrados
o Museu Afrobrasil expõe mais de 5 mil obras. Quando você tiver a oportuni-
dade visite este espaço cultural em São Paulo!
Resumo
Nesta aula, abordamos a relevância de se tratar com ética o tema da gestão
da diversidade nas organizações. Nosso país tem influências fortes da cultura
africana, o que nos leva à necessidade de conhecer e discutir a importância
da redução das desigualdades sociais e a promoção da valorização da cultura
africana como parte integrante de nosso cotidiano. Há leis específicas em
nosso país que garantem o acesso de pessoas com deficiência a inúmeros
serviços, bem como preserva os direitos da criança, do adolescente e do
idoso além de punir qualquer tipo de discriminação. A educação inclusiva é
um direito do cidadão.
Atividades de aprendizagem
• Reflita sobre a frase “A diversidade só tem sentido na troca, no compar-
tilhamento cultural, e não na "preservação" da diferença como peça de
museu, ou pior, como vitrine para consumo turístico e cultural.” Quais
manifestações de “preservação” da diferença você conhece e qual sua
opinião a respeito?Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
68

e-Tec Brasil 69
Aula 14 – A gestão da diversidade
valorizando as diferenças no
convívio social e profissional – II
Nesta aula, vamos abordar a inclusão de pessoas com deficiên-
cia no ambiente de trabalho.
Você vai perceber que valorizando a diversidade, promovendo o relacio-
namento saudável com todos que nos cercam e aprendendo que ter uma
deficiência – seja ela congênita ou adquirida - é sinônimo de superação e
não de limitação, servindo inclusive de exemplo para todos nós.
14.1 Exemplos de superação
Ouça as músicas maravilhosas de Ray Charles e Steve Wonder e imagine que
sua deficiência visual em nenhum momento os impossibilitou de aprender
a tocar piano e a cantar. Observe Lars Grael e Herbert Vianna e veja que a
limitação de movimentos imposta por um acidente ocorrido em suas vidas
em nenhum momento os impediu de continuar a praticar o esporte que o
consagrou ou a compor, tocar e cantar em shows no país e no exterior.
Figura 14.1: Herbert Viana e Ray Charles.
Fonte: ©Dimang Kon Beu/Wikimedia Commons. ©Victor Diaz Lamich/Wikimedia Commons.
A inclusão das pessoas com deficiência tem sido promovida por organizações do terceiro setor como o Sesi do Paraná por meio de atividades culturais e
esportivas no contexto da inclusão social além de capacitações utilizando a
modalidade educação a distância, preparando os alunos para a importância
de sua integração ao ambiente de trabalho e promovendo sua reintegração
ao meio empresarial.
Leia a reportagem sobre
Marcos Alexandre, portador de
deficiência física, acesso em
17 maio 2013, disponível em:
http://jornalismodigital.f2j.edu.
br/2010/04/26/a-insercao-dos-
deficientes-no-mercado-de-
trabalho
Acesse o link http://www.
pessoacomdeficiencia.sp.gov.b,
acessado em: 17 maio 2013 e
saiba mais sobre as atividades
desenvolvidas pela Secretaria
dos Direitos da Pessoa com
Deficiência, em São Paulo.
A Educação a Distância é
uma modalidade que está
contribuindo para oferecer
às pessoas com deficiência
uma capacitação sobre a
mobilidade no trânsito. Saiba
mais no
link http://www.
pessoacomdeficiencia.sp.gov.
br/sis/leevento.php?id=95
Acesso em: 07 maio 2013.
O Centro de Educação a
Distância da Universidade
Federal de Juiz de Fora com o
apoio do Ministério da Educação
promove atividades físicas para
pessoas com deficiência.
Saiba mais acessando o
link
http://www.cead.ufjf.br/index.
php?option=com_content&
view=article&id=97:ativida
de-fisica-para-pessoas-com-
deficiencia&catid=38:pos-
graduacao&Itemid=58 Acesso
em: 17 maio 2013.
Conheça a cartilha feita pela
Febraban – Federação Brasileira
dos Bancos intitulada: “Pessoas
com deficiência – direitos e
deveres” publicada no
link
http://www.febraban.org.br/
Arquivo/Cartilha/Cartilha_
Direitos_Deveres.pdf Acesso
em: 17 maio 2013.

14.2 A normatização brasileira garantindo
a inclusão de pessoas com deficiência
No sentido de garantir às pessoas com deficiência a proteção de que pre-
cisam para se integrar no contexto social e profissional em nosso país, a
Câmara dos Deputados, em 2010, disponibilizou no link http://bd.camara.
gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/2521/legislacao_portadores_
deficiencia_6ed.pdf?sequence=8, acesso em: 17 maio 2013, a Legislação
Brasileira sobre Pessoas Portadoras de Deficiência.
Observe que também o Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Se-
cretaria de Segurança e Saúde no Trabalho desenvolve ações que garantem
o direito das pessoas com deficiência considerando o princípio democrático
de promover junto à sociedade brasileira a conscientização da igualdade de
direitos e deveres bem como de promoção do exercício pleno da cidadania
das pessoas com deficiência, integrando-as ao processo produtivo da socie-
dade moderna.
Estes movimentos em nossa sociedade tiveram seu impulso com a Constitui-
ção Federal promulgada em 1988 que estabelece em seu artigo 37, III, que
"a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão". É neste
sentido que o empresário deve cumprir a política de cotas vigente em nosso
país, garantindo a inclusão de pessoas com deficiência e a segurança de sua
atuação profissional.
Resumo
Nesta aula, vimos que as pessoas com deficiência estão sendo cada vez mais
integradas no mundo do trabalho requerendo, portanto, atenção dos gesto-
res quanto à sua segurança na estrutura organizacional. Vimos também que
a deficiência, seja ela congênita ou adquirida, não impediu muitas pessoas
de continuar suas atividades cotidianas, profissionais, inclusive tornando-se
um exemplo de superação para todos nós.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
70

Atividades de aprendizagem
• Na empresa onde você trabalho há políticas internas específicas para ofe-
recer apoio a pessoas com deficiência?
Anotaçõese-Tec Brasil
71

e-Tec Brasil 73
Aula 15 – A segurança no trabalho para
pessoas com deficiência
Nesta aula, vamos apresentar e discutir a forma como os ges-
tores estão adequando o ambiente de trabalho para receber
as pessoas com deficiência contratadas pela organização ofe-
recendo-lhes condições adequadas e seguras para o desempe-
nho de suas funções além de qualidade de vida.
Você vai perceber que valorizando a diversidade, promovendo o relacio-
namento saudável com todos que nos cercam e aprendendo que ter uma
deficiência – seja ela congênita ou adquirida - é sinônimo de superação e
não de limitação, servindo inclusive de exemplo para todos nós.
15.1 Conceito de deficiência
Inicialmente, vale ressaltar que o conceito de deficiência está relacionado à
anormalidade completa ou parcial das funções do corpo humano que acar-
rete comprometimento das funções física, auditiva ou visual (AMIRALIAN et
al, 2009; CARVALHO-FREITAS, 2009).
Classificação da conceituação de deficiência
Deficiência: perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente. Incluem-se nessas
a ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão,
tecido ou qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções men-
tais. Representa a exteriorização de um estado patológico, refletindo um
distúrbio orgânico, uma perturbação no órgão.
Incapacidade: restrição, resultante de uma deficiência, da habilidade
para desempenhar uma atividade considerada normal para o ser huma-
no. Surge como consequência direta ou é resposta do indivíduo a uma
deficiência psicológica, física, sensorial ou outra. Representa a objetivação
da deficiência e reflete os distúrbios da própria pessoa, nas atividades e
comportamentos essenciais à vida diária.

Desvantagem: prejuízo para o indivíduo, resultante de uma deficiência
ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de papéis de
acordo com a idade, sexo, fatores sociais e culturais Caracteriza-se por
uma discordância entre a capacidade individual de realização e as expec-
tativas do indivíduo ou do seu grupo social. Representa a socialização da
deficiência e relaciona-se às dificuldades nas habilidades de sobrevivência.
Fonte: AMIRALIAN et al. Rev. Saúde Pública vol.34 n.1 São Paulo Feb. 2009.
15.2 Pessoas com deficiência
no ambiente de trabalho
A Lei n. 8.213 de 1991, regulamentada em 1999, com a publicação do De-
creto n. 3.298 estabelece a reserva legal de cargos para pessoas com deficiên-
cia. Estabelece que as empresas devem contratar um determinado percentual
de pessoas com deficiência em função do número de empregados que tiver
em seu quadro, ou seja:
Tabela 15.1: Percentual de pessoas com deficiência
em função do número de funcionários.
Número de empregados no quadro
da organização
Percentual de empregados com de-
ficiência que a organização é obri-
gada a contratar
de 100 a 200 2%
de 201 a 500 3%
de 501 a 1.000 4%
de 1.001 em diante 5%
Fonte: BRASIL, ANO. Disponível em: http://www.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/lei_cotas.asp Acesso em: 04 mar. 2012.
No entanto, Carvalho-Freitas (2009) enfatiza que as organizações não estão
preparadas para receber pessoas com deficiência em seu quadro de funcio-
nários dadas as condições de trabalho que estes trabalhadores necessitam.
Além disso, há que se considerar ainda a satisfação que buscam e encontram
no ambiente de trabalho, fato que transcende a busca pelo desempenho e
precisa ser considerado pelas organizações em suas decisões cotidianas.
Para avaliar o nível de limitação de um trabalhador, Stephens e Hétu (1991)
sugerem que se realize entrevistas, aplique questionários ou testes. Desta
maneira, a organização pode conhecer as limitações ou incapacidades do
trabalhador reunindo subsídios para oferecer-lhe um ambiente de trabalho
seguro e saudável.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
74

15.3 Segurança e medicina no trabalho
para pessoas com deficiência
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, para facilitar a inclusão de
pessoas com deficiência no ambiente de trabalho, a empresa pode adotar
o Programa de Gestão de Questões Relativas à Deficiência no Local de Tra-
balho incluindo-o no PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
e PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. A OIT –
Organização Internacional do Trabalho orienta as organizações nesta direção
com o objetivo de oferecer às pessoas com deficiência igualdade de acesso
e oportunidade a um ambiente seguro e saudável para seu desenvolvimento
profissional.
No que diz respeito aos aspectos ergonômicos do espaço físico, equipamen-
tos e organização do trabalho, vale ressaltar que os parâmetros a serem res-
peitados incluem: ajustes dos equipamentos; das estações de trabalho; das
tarefas a serem desempenhadas e do tempo para sua execução; e adaptação
do espaço físico.
Definições estabelecidas pela Lei n. 10.098 de 19/12/2000 para promoção de acessibilidade de pessoas com deficiência.
A Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, regulamentada pelo Decre-
to n. 5.296 de 2004 estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos
nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e refor-
ma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação. Para fins
dessa Lei são estabelecidas as seguintes definições:
1. Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização,
com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos
urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de
comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade
reduzida;
2. Barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o aces-
so, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pes-
soas, classificadas em: e-Tec Brasil
75

• Barreiras arquitetônicas urbanísticas: as existentes nas vias públicas e
nos espaços de uso público;
• Barreiras arquitetônicas na edificação: as existentes no interior dos edi-
fícios públicos e privados;
• Barreiras arquitetônicas nos transportes: as existentes nos meios de
transporte;
• Barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte
ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por inter-
médio dos meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa.
Fonte: BRASIL, ANO. Disponível em: http://www.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/lei_cotas_10.asp
Acesso em: 04 mar. 2012.
A questão que se impõe aqui é: em que medida estes ajustes devem ser fei-
tos? Minha sugestão é que o trabalhador com deficiência seja consultado a
este respeito. Reunir e conversar com as pessoas com deficiência que atuam
no ambiente de trabalho é o melhor caminho para efetuar adequadamente
os ajustes necessários para que seu desempenho profissional seja possibilita-
do, oferecendo-lhe um ambiente digno de trabalho.
Observe ainda que o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-
mico e Social por meio do PAIS - Programa de Apoio a Investimentos Sociais
de Empresas disponibiliza recursos para que as organizações realizem pro-
gramas de adaptação necessários para incluir pessoas com deficiência. Sobre
este tema, consulte o link http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/
sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/inf_bndes/
inf_1203_0104.pdf
Resumo
Nesta aula, vimos que o conceito de deficiência volta-se para a perda ou
anormalidade de estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica,
temporária ou permanente de uma pessoa. Conhecemos a obrigatoriedade
imposta às organizações para contratação de um percentual de pessoas com
deficiência em seu quadro de trabalho. Discutimos também o caminho para
que a organização realize os ajustes necessários para receber pessoas com
deficiência em seu quadro de funcionários e vimos que o BNDES disponibili-
za financiamento para obras de adaptação.
Leia o artigo acadêmico intitulado
“Inserção e gestão do trabalho
de pessoas com deficiência: um
estudo de caso” de autoria de
Maria Nivalda de Carvalho Freita
e publicado na RAC Revista de
Administração Contemporânea da
Associação da ANPAD – Associação
Nacional de Pós-Graduação e
pesquisa em Administração. O
artigo está disponível no
link http://
www.scielo.br/pdf/rac/v13nspe/
a09v13nspe.pdf,
acesso em: 17 maio 2013.
Acesse também o
link
http://www.scielosp.org/
scielo.php?pid=S0034-
89102000000100017&script=sci_
arttext&tlng=ptpt e leia o
artigo acadêmico “Conceituando
deficiência” publicado na Revista
de Saúde Pública.
Saiba mais sobre a Lei de Cotas
acessando o
link http://www.
mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/
lei_cotas.asp, acesso em:
17 maio 2013.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
76

Atividades de aprendizagem
• Verifique na empresa onde você trabalha quais são as medidas adotadas
para receber pessoas com deficiência. Caso elas ainda não tenham sido
discutidas ou implementadas, reflita sobre os caminhos para fazê-lo.
Anotaçõese-Tec Brasil
77

e-Tec Brasil 79
Aula 16 – Interculturalidade, relações
interpessoais e a conduta
ética profissional
Nesta aula, vamos tratar do relacionamento ético pessoal e
profissional com outras culturas e seu impacto no nosso cresci-
mento pessoal e no sucesso profissional.
Vimos nas últimas aulas que, a diversidade é uma dimensão presente em
nosso país e com a qual convivemos buscando nosso aprimoramento como
indivíduos e como profissionais.
16.1 A influência do contexto cultural no
comportamento ético profissional
Organizações que possuem filiais ou unidades industriais no exterior inter-
nacionalizam também as normas de segurança no trabalho. Evidentemen-
te, quando se trata de implementar estas normas no Brasil, os obstáculos
enfrentados são diferentes daqueles provenientes de diferentes culturas, a
começar pelo idioma, como vimos em aulas anteriores.
Montana e Charnov (2010, p. 455) alertam para o perigo de se tentar im-
plantar normas em organizações instaladas em outros países da mesma ma-
neira que se faz no Brasil. Os autores sugerem que “a empresa também deve
procurar opiniões e conselhos locais sobre a prática dos negócios. Insistir que
todos os negócios devem ser feitos segundo o modelo do país sede leva ao
fracasso inevitável.”
16.2 A moral brasileira
Você se lembra daquela série exibida pela TV Globo: “Você decide”? Em
cada episódio, temas polêmicos eram apresentados e provocavam sérias dis-
cussões entre os telespectadores. Em um dos episódios intitulado “Cobiça”,a
situação apresentada envolvia uma secretária que recebia uma oferta irrecu-
sável para servir como “laranja” de uma empresa fictícia e de uma “conta
corrente fantasma”. A pergunta do episódio era: “Você abriria mão de seus
princípios em nome de uma vida melhor?”. Srour (2003, p. 217) traz em
sua obra os resultados obtidos pelo programa de TV: 24,3% indicaram que
a secretária deveria denunciar o caso à polícia; 27,2% sugeriram que ela
pedisse demissão e não revelasse nada a ninguém. A grande maioria: 48,5%

optaram pela conivência da secretária ao esquema que lhe foi proposto.
Ao somarmos os dois primeiros resultados, teremos uma situação de quase
empate entre o “sim” e o “não”. Você acredita que se esta situação tivesse
acontecido em outro país, o resultado seria diferente?
Certa vez, morando fora do meu domicílio eleitoral, fui justificar o voto jun-
tamente com um casal suíço que observou a necessidade deste procedimen-
to e as sanções a que o eleitor brasileiro sofre no caso do não cumprimento
das obrigações eleitorais. Eles contaram que as eleições em seu país não
seguiam o mesmo procedimento que o nosso. As pessoas simplesmente
se dirigiam aos locais de votação e faziam suas escolhas num equipamento
preparado para isso digitando seu número de identificação, isso sem moni-
toramento de ninguém. Eu (na minha santa ingenuidade!) perguntei como,
no país dela, se evita que uma pessoa vote pela outra. Surpresa com minha
dúvida, a mulher me respondeu com outra pergunta: “Quem faria isso?”.
Frequentemente me lembro desta cena e me questiono sobre a influência
da cultura sobre nossa maneira de pensar e agir. Reflita sobre sua opinião.
Resumo
Nesta aula, discutimos a influência da cultura sobre o modo de pensar e agir
das pessoas. Apresentamos casos para reflexão sobre a opinião do brasilei-
ro e de uma pessoa de outra nacionalidade face a situações cujo compor-
tamento ético foi colocado à prova. Normas que são implementadas com
sucesso no país sede de uma organização podem não funcionar numa filial
ou numa planta industrial em outro país. As opiniões das pessoas de outras
culturas devem ser consideradas para se garantir que as normas sejam im-
plantadas e cumpridas.
Atividades de aprendizagem
• Ao ler a matéria sobre a “Lei Seca” http://veja.abril.com.br/idade/
exclusivo/perguntas_respostas/lei_seca/index.shtml) reflita sobre o
seguinte: qual a relação que você percebe entre impor uma norma para
controlar a conduta das pessoas e fiscalizar o cumprimento desta norma.
Somente impor uma lei é suficiente ou então bastaria uma fiscalização
mais rigorosa?
“A diversidade cultural no Brasil”
é o título do artigo disponível no
link http://www.brasilescola.
com/brasil/a-diversidade-
cultural-no-brasil.htm acesso
em: 17 maio 2013. Neste texto,
você encontra abordadas as
peculiaridades culturais de nosso
país presentes em diversas
regiões.
Maria Augusta Orofino
publicou no
link http://www.
mariaaugusta.com.br/categoria/
eventos/page/3, acesso em: 17
maio 2013 o artigo “Eventos
empresariais no exterior”. Leia
e reflita sobre os aspectos
éticos envolvidos nas questões
abordadas pela autora.
Leia a matéria “Lei Seca”
disponível no
link http://veja.
abril.com.br/idade/exclusivo/
perguntas_respostas/lei_seca/
index.shtml que discute os
motivos para impor um limite
para o teor alcoólico no
organismo sujeitando seus
infratores às penalidades da
legislação. Nesta matéria, você
conhece também outros países
que também adotam este
procedimento.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
80

e-Tec Brasil 81
Aula 17 – Ética nas negociações
Nesta aula, vamos discutir que chegar ao “sim” em uma nego-
ciação nem sempre é suficiente, é preciso também considerar
a continuidade dos relacionamentos. Vamos compreender a
natureza dos conflitos e se eles precisam ser sempre evitados.
A negociação faz parte de nosso cotidiano. As trocas que fazemos com as
pessoas com quem convivemos e com o meio ambiente que nos cerca re-
quer análises constantes. As necessidades e desejos das partes envolvidas são
analisadas; as perdas e ganhos são consideradas e, muitas vezes, as emoções
entram em jogo conduzindo as negociações para o sucesso ou fracasso.
17.1 O “sim” nem sempre é o suficiente
Há situações em que os negociadores não aceitam uma determinada pessoa
no processo por saberem de sua conduta antiética, buscando sempre o fe-
chamento da negociação a qualquer preço, sem respeitar as outras partes.
Outra situação frequente é a busca pelo fechamento da negociação rapi-
damente para não dar à outra parte o tempo de que precisa para refletir.
Situações em que se está disposto a ganhar não importando se a outra parte
vai perder, reflete a falta de ética nas negociações.
Quantas vezes precisamos ceder para que a negociação chegue a bom ter-
mo, sendo boa para ambas as partes. A continuidade do relacionamento
entre aqueles que negociam facilita a aproximação e a condução de novas
rodadas de discussões sobre interesses muitas vezes divergentes.
A estratégia de atuação durante a negociação assim como a busca por infor-
mações sobre a outra parte fazem parte do processo. Condutas antiéticas,
no entanto, conduzem à desconfiança, prejudicam a negociação e sua con-
tinuidade assim como a implementação do que foi decidido.
17.2 Natureza do conflito
Quando o sistema de valores de uma pessoa é confrontado com o de ou-
tra ou então com os valores da organização, instala-se o conflito. Para al-
guns, “vale tudo no amor, na guerra e nos negócios” enquanto para outros,
deve-se preservar a conduta ética em todas as situações. Com relação aos

trabalhadores de uma organização, Montana e Charnov (2010, p. 348) en-
sinam que “quando seu senso de ética é radicalmente diferente dos valores
ancorados na cultura organizacional, experimentam conflitos internos que
podem assumir dimensões de risco de vida.” Quantas pessoas você conhece
que têm úlcera, pressão alta, insônia, problemas conjugais como extensão
dos problemas encontrados no ambiente de trabalho? E o que dizer dos aci-
dentes de trabalho ocorridos por desatenção devido à pressão cotidiana, ao
cansaço por excessivas horas de trabalho e conflitos pessoais no trabalho?
17.2.2 Conflitos devem ser evitados?
Somos levados a acreditar que conflitos são destrutivos e devem ser evitados
a qualquer preço. De fato, situações conflitantes consomem energia dos en-
volvidos além do seu tempo e, muitas vezes recursos financeiros. Por outro
lado, conforme indicam Montana e Charnov (2010, p. 349) os conflitos po-
dem “estimular a inovação na solução de problemas e, consequentemente,
pode ser benéfico para a organização.” Vale ressaltar, contudo, que neste
caso é importante a atuação de uma liderança firme que conduza o processo
conflituoso para o caminho dos resultados positivos para todos, sobretudo
sem ressentimentos das partes envolvidas.
Como o excesso de harmonia prejudicava a Yahoo!
A Yahoo! Apresentou o exemplo de uma organização que sofreu impac-
tos negativos pelo excesso de harmonia e ausência de conflitos funcionais.
Como isso é possível? A Yahoo! foi fundada em 1994 e tornou-se em
pouco tempo uma das marcas mais conhecidas da internet.
Em 1999, acompanhamos a implosão das empresas “ponto.com” e em
2001, vimos também que os espaços na internet para anunciantes já não
eram mais negociados com a mesma facilidade que se viu no início das
ações na internet.
Figura 17.1: Yahoo!
Fonte: ©Sebastian Bergmann/Wikimedia Commons.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
82

As ações da Yahoo! haviam perdido 92% do valor que conseguiram atin-
gir em seu momento de maior alta verificado na Bolsa de Valores. Foi
neste momento que Terry Semel trouxe para a Yahoo! sua habilidade de
administrar conflitos. Semel que já havia trabalhado na Warner Brothers,
descobriu que a empresa estava “isolada e desprovida de conflitos fun-
cionais. Ela não conseguia responder à mudança. Chefes e subordinados
estavam em tamanha harmonia que ninguém queria mudar nada”.
A fonte do problema, foi descoberta. Por incrível que pareça, o proble-
ma era seu presidente Tim Koogle que havia definido para a organização
uma cultura de ausência de confrontos. Se por um lado, este cenário é
benéfico para o ambiente de trabalho, por outro, mostrou-se ruim para os
negócios. O presidente Koogle foi substituído por outro executivo que em
sua gestão, estimulou conflitos funcionais. Com isso, a Yahoo! estimulada
à confrontação, teve que buscar a inovação. O resultado foi à reconquista
de seu lugar de destaque entre as empresas “ponto.com”.
Fonte: ROBBINS, 2005. pág. 334.
Resumo
Nesta aula, vimos que a condução ética do processo de negociação pas-
sa pelo respeito a todas as partes envolvidas, considerando que é antiético
buscar a vantagem a qualquer preço, prejudicando o outro. A manutenção
do relacionamento também é fundamental neste processo. Vimos também
que a resolução de conflitos é uma habilidade para negociadores eficientes.
Conflitos muitas vezes são geradores de inovações, mas precisam ser moni-
torados para que sejam benéficos.
Atividades de aprendizagem
• Você já viveu situações em que o conflito gerou uma inovação na organi-
zação em que você trabalha? Qual foi o papel da liderança e como reagi-
ram as pessoas que integraram esta situação?
No link http://www.rh.com.
br/Portal/Grupo_Equipe/
Artigo/6366/gestao-de-conflito.
html, acesso em: 17 maio
2013, a autora reforça o fato
de que conflitos fazem parte de
nosso cotidiano. O importante
é conhecer caminhos eficazes
para resolvê-los. Encontra-se
também à sua disposição uma
série de outros temas que você
pode consultar e que o ajudarão
a refletir sobre o relacionamento
interpessoal. Alguns destes temas
são: amizades no trabalho; razões
para não se isolar da equipe;
fofocas no ambiente de trabalho,
entre outros. Boa leitura!
O artigo “A liderança e ética nas
empresas: a influência do líder
na saúde mental da equipe”
aborda o papel do líder na
condução de iniciativas baseadas
na justiça, igualdade, confiança e
tolerância. Acesse no
link: http://
www.recantodasletras.com.br/
trabalhosacademicos/1385295.
Acesso em: 17 maio 2013. e-Tec BrasilAula 17 ? ?tica nas negociaç?es
83

e-Tec Brasil 85
Aula 18 – A ética no setor público
Nesta aula, vamos abordar os princípios que regem a atuação
do servidor público.
A obrigatoriedade no cumprimento ético dos deveres se dá tanto na esfera
da gestão privada, como da pública, sendo esta feita por meio da atuação
dos servidores públicos a quem a população confia a gestão da “coisa públi-
ca”. Por meio de políticas públicas ou no cotidiano de seu trabalho cabe ao
servidor dedicar-se com zelo e moralidade na busca pelo bem comum dos
cidadãos.
18.1 O código de ética do servidor público
Para resgatar a imagem do Poder Executivo, abalada pela renúncia do Presi-
dente Fernando Collor, o Presidente Itamar Franco, em 22/06/1994 aprovou
o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal. Algumas das orientações deste código indicam que:
––o trabalho do servidor público deve ser orientado pela dignidade, de-
coro, zelo, eficácia e consciência dos princípios morais;
––de sua conduta deve fazer parte o elemento ético, a verdade, o sigilo,
o zelo, a disciplina, a moralidade, a cortesia, a boa vontade, o cuidado
e o tempo que ele precisa para o cumprimento de seus deveres;
––não é suficiente apenas distinguir o bem e o mal para garantir a mo-
ralidade na Administração Pública; além disso, deve-se ter a consciên-
cia de que a razão da atuação do servidor público é o bem comum;
––a remuneração do servidor público é proveniente dos tributos pagos
pelos cidadãos brasileiros; a contrapartida que a sociedade brasileira
exige do servidor volta-se para a moralidade administrativa associada
às normas jurídicas;
––tudo aquilo que o servidor público fizer em âmbito privado tem in-
fluência em sua vida profissional; desta forma sua conduta fora do
órgão público deve ser tão ética quanto durante o exercício de seu
trabalho diário;
––qualquer dano ao patrimônio público “constitui uma ofensa (...) a to-
dos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu
tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los”; assim sendo
cabe ao servidor zelar pelo patrimônio público e dele fazer bom uso;

––deixar o cidadão esperando em longas filas; maus tratos ao cidadão;
e atraso na prestação do serviço também são considerados danos
morais aos usuários dos serviços públicos.
A seguir, você conhece alguns atos do Poder Público para orientar o servi-
dor público no exercício ético de suas atividades.
• Código de Conduta da Alta Administração Federal
Foi proposta em 18/08/2000 conforme carta ao Presidente da Repúbli-
ca disponível no link http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/codigos/
codi_conduta/cod_conduta.htm Acesso em: 15 ago. 2011, e aprovado
em 21/08/2000. Este código está disponível na íntegra no link http://
www.servidor.gov.br/codigo_conduta/index.htm Acesso em: 15
ago. 2011.
• Comissão de Ética Pública
Foi criada em 25/09/2003 pela Resolução n. 8, pela Presidência da Repú-
blica, por meio de sua Casa Civil publicada no link http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/codigos/codi_Conduta/resolucao8.htm, acesso em:
15/08/2011, com o objetivo “orientar as autoridades submetidas ao Có-
digo de Conduta da Alta Administração Federal na identificação de situa-
ções que possam suscitar conflito de interesses (...)”.
• Comitê de ética do IFPR - Instituto Federal do Paraná
O IFPR possui uma Comissão de Ética Pública de “caráter deliberativo e
consultivo” conforme informa o link http://reitoria.ifpr.edu.br/menu-
-institucional/comissoes/comissao-de-etica-publica, acessado em: 15
ago. 2011, e tem como objetivos: “orientar, supervisionar, acolher denún-
cias e analisá-las, difundindo os princípios da conduta ética do servidor no
relacionamento com o cidadão e no resguardo do patrimônio público”.
Recomendo a você que acesse estes links e conheça estes códigos. Como ci-
dadão brasileiro, é sua responsabilidade conhecer as diretrizes dadas àqueles
a quem você confiou (ainda que indiretamente) a responsabilidade de zelar
pela administração pública.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
86

Para você refletir!
Leia atentamente o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Exe-
cutivo Federal e analise os serviços públicos que são oferecidos a você. Qual
o resultado de sua avaliação? Como cidadão brasileiro, o que você sugere
para melhorar aquilo que considera necessário e quais serviços você consi-
dera de alta qualidade?
Resumo
Nesta aula, vimos que o servidor público federal brasileiro deve respeitar um
Código de Ética aprovado pelo Presidente Itamar Franco em 1994 e deve
ser seguido sob pena de descumprimento da norma jurídica. Vimos tam-
bém que foram feitos movimentos pela Administração Pública no sentido
de aprovar diretrizes para orientar a atuação do servidor público com ética,
moral, zelo, integridade, respeito, sigilo, disciplina, cortesia, entre outros cui-
dados necessários ao cuidado com aquilo que é público.
Anotaçõese-Tec Brasil
87

e-Tec Brasil 89
Aula 19 – A ética, a transparência e a
responsabilidade social
Veremos nesta aula, como inserir um comportamento social-
mente responsável na gestão das organizações e no cotidiano
dos profissionais que nelas trabalham.
Você certamente já ouviu falar em responsabilidade social e sabe que este
conceito se relaciona com o respeito às pessoas e ao meio ambiente. Também
fazem parte deste conceito a ética e a transparência presentes no relaciona-
mento entre as organizações e os públicos com os quais se relaciona.
19.1 Como a responsabilidade social se
insere na gestão das organizações
Cada vez mais os profissionais tomadores de decisão nas organizações têm
sido cobrados por seu comportamento ético e transparente, levando em
consideração as pessoas e o meio ambiente em seus processos internos e
externos.
Para o Instituto Ethos, responsabilidade social é:
“A forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da
empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo
estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvol-
vimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e
culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promo-
vendo a redução das desigualdades sociais”. http://www1.ethos.org.br
Em abril de 2010, no Golfo do México, uma plataforma da British Petroleum
– BP afundou após uma explosão, matando 11 funcionários. Esta tragédia
resultou em 650 milhões de litros de óleo vazando do litoral do Texas até
a Flórida. Isso é mais de 15 vezes o que o navio Exxon Valdez derramou no
Alasca em 1989 e que foi motivo de indignação de todo o mundo. Além
disso, a BP teve que desembolsar US$ 37 bilhões para reparar os danos ao
meio ambiente e indenizar as famílias prejudicadas com este acidente. As
ações da empresa despencaram nas bolsas de valores de todo mundo e o
prejuízo foi imensurável. Diante de uma situação como esta é difícil dizer
que a gestão das organizações não está relacionada com a transparência e
a ética na tomada de decisões. O profissional de segurança do trabalho tem

muitos motivos para refletir profundamente sobre seu papel na gestão dos
negócios das organizações sejam eles de alto ou baixo risco para os públicos
de interesse.
19.2 A gestão socialmente
responsável dos negócios
e o respeito à diversidade
Na aula dedicada ao tema da diversidade, aprendemos como a soma das di-
ferenças pode adicionar valor às decisões dos gestores de uma organização.
No que diz respeito à segurança do trabalho e considerando que as orga-
nizações estão contratando cada vez mais pessoas com deficiência, vamos
compreender os cuidados necessários que a gestão deve ter com pessoas
com limitações visuais, auditivas ou de locomoção.
Figura 19.1: Cadeirantes.
Fonte: ©ArnoldReinhold/Wikimedia Commons.©Leinad/Wikimedia Commons.
A legislação prevê o cumprimento de especificações que permitam a pessoas com deficiência o acesso a rotas de fuga. Cabe ao gestor colocar em prática
as ações necessárias para garantir o bem estar das pessoas que trabalham
nas dependências de uma organização afinal, cabe a ele zelar pela relação
ética e responsável entre a empresa e os stakeholders. São denominados
stakeholders de uma organização acionistas, fornecedores, clientes, funcio-
nários, meio ambiente, comunidade, sociedade, governo além de outros
que podem influenciar os negócios como a mídia, as ONGs, as instituições
de ensino.
Você pode se perguntar: o cumprimento da lei deve ser o único balizador
para a tomada de decisões do gestor? A consciência ética de cada um de nós
deve ser o fundamento de nossas decisões e se a lei existe é para garantir
que haja uma padronização de movimentos pela harmonia no convívio.
Saiba mais sobre o desastre
ecológico no Golfo
do México em 2010.
Acesso em: http://noticias.uol.
com.br/blogs-e-colunas/coluna/
thomas-friedman/2010/06/15/
estilo-de-vida-e-responsavel-
pelo-desastre-ambiental-no-
golfo-do-mexico.htm
Veja também imagens
dos animais afetados em:
http://noticias.uol.com.br/
album/100614animaisgolfo_
album.jhtm?abrefoto=
11#fotoNav=2
Acesse o
link www.ethos.org.
br e conheça as ações realizadas
pelo Instituto Ethos de Empresas
e Responsabilidade Social. Trata-
se de uma organização sem fins
lucrativos, caracterizada como
Oscip (organização da sociedade
civil de interesse público). Sua
missão é mobilizar, sensibilizar e
ajudar as empresas a gerir seus
negócios de forma socialmente
responsável, tornando-as
parceiras na construção de uma
sociedade justa e sustentável. Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
90

19.3 O que a responsabilidade tem a ver
com a segurança do trabalho?
São conhecidas as medidas que as organizações devem adotar para preservar
a integridade física das pessoas que trabalham em suas instalações físicas.
Trata-se da relação ética e transparente garantida pela legislação que deve
ser cumprida. Observe que cada vez mais os profissionais estão escolhendo
as empresas onde trabalhar e os consumidores preferindo este ou aquele
fornecedor diante da imagem socialmente responsável da marca. Organiza-
ções que não tomam as medidas necessárias, mesmo que seja apenas para
cumprimento da lei e não pela consciência ética de seus gestores, têm sido
cada vez mais descartadas da lista de empregadores e fornecedores pelos
talentos que atuam no mercado e pelos consumidores dos quais dependem
os negócios.
Considere por exemplo a medida necessária para que uma cadeira de rodas
passe por uma porta, em situação de fuga.
Resumo
Nesta aula, vimos que responsabilidade social é a relação ética e transparente
entre as organizações e seus públicos de interesse ou stakeholders. Aprende-
mos que os stakeholders são: acionistas, fornecedores, clientes, funcionários,
meio ambiente, comunidade, sociedade, governo além de outros que podem
influenciar os negócios como a mídia, as ONGs, as instituições de ensino. Dis-
cutimos a importância da atuação responsável do profissional de segurança
de trabalho e os resultados positivos de sua atuação ética e transparente.
Atividades de aprendizagem
• Você já participou de projetos de alto risco para as pessoas e o meio
ambiente e que tenham exigido a participação efetiva do profissional de
segurança do trabalho? Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas
e quais os aprendizados obtidos?
Acesse o link http://www.
mudancasclimaticas.andi.
org.br/node/91 e conheça o
documento Our Common Future
ou Relatório Brundtland, como
é mais conhecido. Este relatório
foi composto em 1987 sob a
liderança de GroBrundtland,
primeira ministrada Noruega
na época e designada pela
ONU – Organizações Unidas
para conduzir a Comissão
Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento. Acesso em:
17 maio 2013.e-Tec Brasil
91

e-Tec Brasil 93
Aula 20 – Ética pessoal, pública e privada
Nesta aula, vamos tratar a importância das decisões e ações éti-
cas e transparentes dos profissionais para a construção da ima-
gem positiva das organizações sejam elas públicas ou privadas.
Não importa onde atue o técnico de segurança do trabalho, ele será sempre
antes de mais nada um cidadão cuja relação harmoniosa com a comunidade
que o cerca, com a gestão pública, com a sociedade em geral é desejada por
todos como parte da busca pela harmonia e equilíbrio social.
20.1 Decisões éticas são tomadas
por pessoas éticas
Srour (2011, p. 31), tem uma frase que nos faz acreditar na conduta ética
das pessoas individualmente ou no âmbito empresarial: “as pernas da esper-
teza encurtam cada vez mais, a repressão aos negócios ilícitos se intensifica
e os clientes medem os riscos de fazer transações com comerciantes que se
encontram na mira da justiça”. Acredito nesta frase porque acredito que o
homem busca a harmonia no convívio. Se existem exceções e se elas me-
recem mais crédito na mídia do que aquelas ações positivas, então vamos
analisá-las e tê-las como exemplos de caminhos que não devemos seguir.
Costumo dizer que nunca estamos sozinhos, estamos a sós com nossa cons-
ciência. Quero acreditar que tudo sobre o que discutimos neste livro fará
diferença quando você, nosso aluno precisar tomar uma decisão seja no
âmbito pessoal, seja profissionalmente.
Observe que as organizações já estão utilizando como critério de contra-
tação ações como a prática do voluntariado além de avaliar as habilidades
técnicas e conceituais. Isto se dá porque uma pessoa que se dedica ao vo-
luntariado é um profissional que sabe trabalhar em equipe, sabe ceder, sabe
negociar. A busca pelo resultado positivo para a organização tem sido fun-
damentada em valores que ao serem percebidos pela sociedade se refletem
positivamente na imagem da marca.
A gestão ética e transparente faz parte do processo de relacionamento entre
as organizações e os usuários de seus produtos e/ou serviços. As organiza-
ções somente poderão ser vistas como éticas se as pessoas que nelas traba-

lham agirem eticamente. Isso vale tanto para a iniciativa privada como para a
pública. Evidentemente, a percepção da sociedade sobre uma organização é
positiva ou negativa de acordo com as decisões que seus gestores tomam no
cotidiano. É assim que escolhemos produtos, serviços e candidatos.
A área pública também tem sido cobrada pela sociedade por uma conduta
ética e as denúncias que se avolumam na mídia demonstram o inconfor-
mismo do brasileiro que já não aceita mais práticas antiéticas, sobretudo
com os tributos recolhidos pelo cidadão. As constantes CPIs – Comissões
Parlamentares de Inquérito são um exemplo da ação dos representantes do
povo, neste sentido.
Quando refletimos sobre o exercício do cidadão, vale ressaltar que sua parti-
cipação na gestão pública faz parte de seus deveres na busca pela harmonia
no convívio em comunidade. Quando Matias-Pereira (2010, p. 37) aborda
esta relação cidadão-gestão pública, coloca foco na qualidade da prestação
de serviços àquele que Al Gore chamou de “consumidores” conforme vimos
em nossas aulas. A prestação de serviços envolve a participação do usuário e
seu nível de qualidade depende também daquele que o utiliza.
Quando refletimos sobre a luz no final do túnel, é importante considerar nos-
sas próprias decisões em nosso cotidiano. Nossas atitudes são fundamentais.
Resumo
Nesta aula, vimos que há profissionais cuja conduta antiética possam com-
prometer a imagem da marca já não estão mais sendo contratados ou manti-
dos nas organizações que estão privilegiando o equilíbrio entre as habilidades
dos gestores. Reforçamos também o conceito da construção da imagem po-
sitiva das organizações a partir da imagem dos profissionais que nela atuam.
Atividades de aprendizagem
• Assista ao vídeo disponível no link http://www.youtube.com/
watch?v=f41Vjkus2q8, acessado em: 21 jan. 2012. Fábio Barbosa, Pre-
sidente do Grupo Santander Brasil aborda os temas que foram tratados
nas nossas aulas desta disciplina: Ética, liderança, relacionamentos, sus-
tentabilidade. Reflita sobre as colocações que o executivo faz e compare
com o que vimos em nossas aulas.
Ouça o poema “Só de
sacanagem” escrito pela
jornalista e atriz Elisa Lucinda
declamado pela cantora Ana
Carolina em um de seus shows.
Reflita sobre o texto. Disponível
em: http://letras.terra.com.br/
ana-carolina/832783
Faça uma relação das ações
que você pode realizar para
colocar em prática os conceitos
que praticamos durante
nossas aulas. Pense em você e
naqueles que o cercam pessoal
e profissionalmente, reflita sobre
a maneira como você pode
influenciar as pessoas.Ética e Cidadaniae-Tec Brasil
94

e-Tec Brasil 95
Referências
ALENCASTRO, M. S. C.. Ética empresarial na prática: liderança, gestão e
responsabilidade corporativa. Curitiba: Ibpex, 2010.
AMIRALIAN, M. L.T.; et al.. Rev. Saúde Pública vol. 34 n. 1. São Paulo, Fev. 2009.
ARANTES, E. C.; HALICKI, Z.; STADLER, A. (Org). Empreendedorismo e
responsabilidade social. (Coleção Gestão Empresarial; v. 4)Curitiba: Ibpex, 2011 –.
ASHLEY, P. A. (Coord.). Ética e responsabilidade social nos negócios. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2005.
BARBOSA, L. O jeitinho brasileiro: a arte de ser mais igual que os outros. Rio de
Janeiro: Campus, 1992.
CARVALHO-FREITAS, M. N. de. Inserção e Gestão do Trabalho de Pessoas com
Deficiência: um estudo de caso. RAC, Curitiba, v. 13, Edição Especial, art. 8, p. 121-138,
Junho 2009.
CHIAVENATO, I.. Administração de recursos humanos: fundamentos básicos. 5. ed.
São Paulo: Atlas, 2003.
______ Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da
moderna administração das organizações. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
COLOMBO, I. M.; et al. Ética na gestão Pública. Curitiba: Instituto Federal do Paraná,
2011.
COSTA, H. S. G. da. Negociando para o sucesso. Curitiba: Ibpex, 2008.
DALLARI, D. de A. Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998.
FISCHER, R.. Como chegar ao sim: negociação de acordos sem concessões. 2. ed. Rio
de Janeiro: Imago Ed. 2005.
KATZ, R. L. Skills of an effective administrator, Harvard Business Review, jan. fev. 1955,
p. 33-42.
KROTH, V. W.; MARCHIORI NETO, D. L..Políticas de cotas para afrodescendentes no Brasil:
considerações sobre a constitucionalidade e a finalidade de sua adoção. Revista
eletrônica dos pós-graduandos em Sociologia Política da UFSC. Volume 3 n. 1
(1), agosto-dezembro/2006, p. 18-43. ISSN 1806-5023. Disponível em: <http://www.
emtese.ufsc.br/vol3_art2.pdf>. Acesso em: 03 maio 2011.

MACEDO, I. I. de. Aspectos comportamentais da gestão de pessoas. 9 ed. Rio de
Janeiros: FGV, 2007.
MATIAS-PEREIRA, J. Governança no setor público. São Paulo: Atlas, 2010.
MINTZBERG, H. Administrando governos, governando administrações. Revista do
Serviço Público/Vol. 49, n. 4 - Out/Dez 1998.
MOSCOVICI, F.. Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. 17. ed. Rio de
Janeiro: José Olympio, 2008.
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – Relatório Nacional de Acompanhamento.
BRASÍLIA: Ipea, 2010. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/>. Acesso em: 03 maio
2011.
OLIVEIRA, C. A. D. de; MILANELI, E.. Manual prático de saúde e segurança do
trabalho. São Caetano do Sul: Yendis, 2009.
PASSOS, E.. Ética nas organizações. São Paulo: Atlas, 2004.
PATRUS-PENA, R.; CASTRO, P. P.. Ética nos negócios: condições, desafios e riscos. São
Paulo: Atlas, 2010.
PIOVAN, R.. Resiliência: como superar pressões e adversidades no trabalho. São Paulo:
Reino editorial, 2010.
PNUD. Relatório de Desenvolvimento Humano 2010. <http://hdr.undp.org/en/
reports/global/hdr2010/chapters/pt/>. Acesso em: 03 maio 2011.
REVISTA DE HISTÓRIA.COM.BR. Fórum sobre Corrupção. Entrevista com Roberto Da
Matta realizada em 05/03/2009 e disponível em <http://www.revistadehistoria.com.br/
secao/conteudo-complementar/forum-sobre-corrupcao-roberto-damatta>. Acesso em: 04
de dez. 2011.
RIBEIRO, M. A.. Psicologia e gestão de pessoas: reflexões críticas e temas afins (ética,
competência e carreira). São Paulo: Vetor, 2009.
RIOS, T. A.. Questões da nossa época; 7 20. Ed. São Paulo: Cortez, 2011.
ROBBINS, S. Comportamento organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2005.
SÁ, A. L. de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SROUR, R. H. Ética empresarial: a gestão da reputação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
______ Casos de ética empresarial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.e-Tec Brasil
96Ética e Cidadania

STEPHENS, D.; HÉTU, R.. Impairment, disability and handicap in audiology:
towards a consensus. Audiology, 1991;30:185-220. Disponível em: <http://www.isa-
audiology.org/periodicals/1971-2001_Audiology/1991,%20%20Audiology,%20%20Vol.
%20%2030/No.%204%20%20%28185-248%29/Stephens%20Hetu,%20%20Audiolo
gy,%20%201991.pdf>. Acesso em: 04 mar. 2012.
TERRA NOTÍCIAS. Desigualdade racial persiste, apesar de melhorias na educação.
Disponível em <http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI4376799-EI8266,00-
Desigualdade+racial+persiste+apesar+de+melhorias+na+educacao.html>. Acesso em
03 maio 2011.
Referências das Figuras
Figura 1.1: Burka - vestimenta obrigatória para as mulheres mulçumanas.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
Figura 1.2: Terminologia para ética, moral e conduta.
Fonte: SROUR, Robert Henry. Ética empresarial: a gestão da reputação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
Figura 1.3: A escolha entre o bem e o bem: o que é bom para a gazela não é bom para a leoa.
Fonte: ©Brocken Inaglory/Wikimedia Commons
Figura 1.4: Albert Einstein em 1921
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
Figura 2.1: Valores da organização na base de seu planejamento estratégico.
Fonte: elaborada pela autora.
Figura 2.2: O papel da mulher nos anos 50 e no século XXI.
Fonte: http://office.microsoft.com/en-us/images/results.aspx?qu=woman+washing+dishes&ex=1#ai:
MP900403653
http://office.microsoft.com/en-us/images/results.aspx?qu=executive+business&ex=1#ai:MP900178803
Figura 2.3: Ocupação do Complexo do Alemão em novembro – 2010.
Fonte: ©Agência Brasil – ABr/Wikimedia Commons.
Figura 4.1 Galileu Galilei.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
Figura 4.2: A ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado.
Fonte: ©Toni Barros/Wikimedia Commons.
Figura 5.1: Grécia Antiga.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
Figura 5.2: Obra de Eugène Delacroix representando “Marianne” que personifica a República Francesa.
Fonte: Domínio Público/Wikimedia Commons.
Figura 5.3: Logotipo do movimento liderado por Betinho.
Fonte: http://www.acaodacidadania.com.br
Figura 7.1: Profissões.
Fonte: http://digitalblue.blogs.sapo.pt/342300.html
Figura 9.1: Imagem em foco.
Fonte: http://fastsolucoes.com.br/blog/?p=600e-Tec BrasilReferências
97

Figura 10.1: As habilidades de um administrador.
Fonte: CHIAVENATO, 2003.
Figura 11.1: Componentes do processo de comunicação.
Faltou: elaborada pela autora.
Figura 12.2: Lars Grael.
Fonte: ©José Cruz – ABr/Wikimedia Commons.
Figura 12.3:
Árvores frondosas não se curvam como o bambu,
mas, são as primeiras derrubadas durante uma tempestade.
Fonte: ©Stefan Wernli/Wikimedia Commons.
©Nitin Pai/Wikimedia Commons.
Figura 13.1: Interior do Museu Afro Brasil: vitrine com máscaras africanas.
Fonte: ©Dornicke/Wikimedia Commons.
Figura 14.1: Herbert Viana e Ray Charles.
Fonte: ©Dimang Kon Beu/Wikimedia Commons.
Victor ©Diaz Lamich/Wikimedia Commons.
Figura 17.1: Yahoo!
Fonte: ©Sebastian Bergmann/Wikimedia Commons.
Figura 19.2: Cadeirantes.
Fonte: ©ArnoldReinhold/Wikimedia Commons.
©Leinad/Wikimedia Commons.e-Tec Brasil
98Ética e Cidadania

e-Tec Brasil Atividades autointrutivas
99
1. Sobre os conceitos de ética e moral, é possível afirmar:
a) Apresentam o mesmo conceito.
b) A moral é somente regulada pela lei.
c) Cada sociedade tem sua própria ética.
d) O estudo da ética nada tem a ver com a moral.
e) Ética e a moral são as mesmas para todas as sociedades.
2. Sobre a ética, pode-se afirmar:
a) A felicidade individual é a única razão pela qual se estuda a ética.
b) A busca pelo equilíbrio na sociedade é de responsabilidade apenas do
Poder Público.
c) É um tema recente, inovador que surgiu com escândalos financeiros em
todo mundo.
d) Confrontos éticos estão presentes em questões que envolvem pesquisas
no campo da bioética.
e) Trata-se de uma disciplina exclusiva da Filosofia que somente pode ser
discutido na teoria, nunca na prática.
3. Leia as frases abaixo, assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso
em relação ao que foi visto em nossas aulas:
( ) A ética vai definir o que é bom e investigar princípios da moralidade de
uma sociedade.
( ) Cada sociedade tem sua ética própria, assim, não podemos dizer que
há certo ou errado quando se compara o papel da mulher no Oriente
e no Ocidente.
( ) Ser ético, significa ser um agente social cujas decisões são fundamen-
tadas na moral do grupo ao qual pertence e são tomadas com base em
valores e interesses que busquem o bem comum.

Assinale a alternativa CORRETA:
a) V, V, V
b) F, V, V
c) V, F, V
d) F, F, F
e) V, V, F
4. Sobre valores individuais e empresariais, pode-se afirmar que:
a) valores são princípios dos quais não se abre mão.
b) costumes não mudam porque os valores mudam.
c) conduta virtuosa, valores e ética não são conceitos relacionados.
d) valores individuais não causam impactos na gestão da organização.
e) códigos de ética profissionais baseiam-se na técnica e não em princípios.
5. Quando abordamos o tema da consciência ética, dizemos que:
a) a manutenção da ética em locais como o Morro do Alemão e a Rocinha
expressa a consciência ética da sociedade brasileira.
b) nada tem a ver com ética da sociedade a intervenção em grupos cuja
consciência ética difere da maioria da população.
c) sentimentos morais, religiosos, partidários e econômicos não têm qual-
quer influência sobre a consciência ética das pessoas.
d) a conduta de um determinado grupo não influencia a intervenção do
poder público para garantir o bem estar da sociedade.
e) a lei age quando prevalece o bem público independente da consciência
ética de um determinado grupo.
6. Quando falamos em conduta ética, afirmamos que:
a) a conduta das pessoas no que diz respeito à vestimenta é a mesma inde-
pendente da cultura.
b) cerimonial, protocolo e etiqueta nada tem a ver com a ética e bons cos-
tumes do comportamento em comunidade.e-Tec Brasil
100Ética e Cidadania

c) a normatização não se aplica à conduta dos indivíduos que devem seguir
os costumes desenvolvidos em família.
d) a conduta ética não se aplica a questões organizacionais já que estas são
voltadas exclusivamente para o lucro.
e) para promover a harmonia do convívio entre as pessoas, a conduta ética
deve respeitar normas implícitas ou explícitas em manuais, códigos ou na
lei, por exemplo.
7. Dilemas nos acompanham no dia-a-dia, neste sentido, é CORRETO
afirmar:
a) Somente no campo profissional enfrentamos dilemas.
b) Dilemas éticos não são frequentes no âmbito profissional.
c) Ética e moral não estão presentes na avaliação de dilemas.
d) Dilemas ocorrem quando as alternativas para um problema não são sa-
tisfatórias.
e) Na solução de dilemas profissionais os interesses do indivíduo devem
prevalecer.
8. Relacione os itens I, II, III e IV com suas descrições:
I. Ética
II. Moral
III. Cidadania
IV. Dilemas
( ) Se expressa por meio das relações entre os indivíduos e a gestão pública
do local em que exercem seus direitos e deveres.
( ) Estuda os discursos normativos que identificam, em cada comunidade,
o que é certo ou errado fazer. Traz uma reflexão crítica sobre a dimen-
são moral do comportamento do homem.
( ) Ocorre quando quaisquer das alternativas não trazem os benefícios de-
sejados, são difíceis de serem analisadas para se escolher apenas uma
ou então todas apresentam prejuízos.
( ) conjunto de regras que uma sociedade estabelece para regular as rela-
ções entre as pessoas na busca pelo bem comum, pela felicidade, com
base na justiça.e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas
101

Escolha a alternativa que apresenta a análise que você fez:
a) I, II, III, IV
b) IV, I, II, III
c) II, III, I, IV
d) III, I, IV, II
e) II, I, IV, III
9. Discussões éticas acompanham a história da Humanidade. Assina-
le a alternativa que exemplifica esta afirmação:
a) Pesquisas com célula tronco foram proibidas porque têm alto custo.
b) Discussões éticas sempre ficaram no campo político, nunca religioso.
c) A ovelha Dolly nascida de um processo de clonagem causou polêmica.
d) Órgãos públicos não interferem na veracidade de resultados de pesquisas.
e) Pesquisas médicas podem ser realizadas com pacientes mesmo sem sua
anuência.
10. As redes sociais são objeto de análise do comportamento ético
e causam impacto na imagem das pessoas e organizações. Sobre
este tema, assinale a alternativa CORRETA:
a) Não se pode falar em “moral do oportunismo” quando se trata do uso
indevido do espaço virtual.
b) Os espaços virtuais não proporcionam oportunidades para impacto nega-
tivo na imagem das pessoas que deles participam.
c) O controle 100% efetivo do que acontece no ambiente virtual garante a
privacidade de quem se utiliza do espaço virtual.
d) Os usuários da internet consomem a informação quando quiserem e a
utilizam da maneira que desejarem.
e) Não se tem notícia de processos movidos por pessoas que se sentiram
prejudicadas pelo uso indevido de seus nomes, comprometendo sua a
imagem pessoal e profissional.e-Tec Brasil
102Ética e Cidadania

11. Sobre a conduta cidadã, é CORRETO afirmar:
a) Cabe ao poder público a gestão da cidadania dos indivíduos que convi-
vem em determinado espaço.
b) O recolhimento de impostos é a expressão máxima do exercício pleno da
cidadania pelos indivíduos.
c) O termo cidadania tem sua origem na Revolução Francesa com a integra-
ção do povo à gestão pública.
d) A conduta cidadã é unicamente individual, não se associando à conduta
empresarial de nenhuma maneira.
e) O exercício da cidadania não se limita ao recolhimento de tributos, mas
estende-se à participação na gestão pública.
12. Sobre os temas analisados em nossas aulas voltados para a con-
duta ética e a cidadania, analise as frases apresentadas abaixo e
marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas.
( ) a mudança de valores e costumes voltados para a participação da mu-
lher no mercado de trabalho é sustentada também pela legislação.
( ) sentimentos morais, religiosos, partidários e econômicos não têm influ-
ência sobre a consciência ética.
( ) a origem da palavra ética está nos costumes, hábitos e valores de deter-
minada comunidade.
( ) quando a consciência ética de um grupo entra em conflito com aquela
da sociedade onde está instalada, a lei pode intervir. Um exemplo é a
ação da polícia no Rio de Janeiro, ocupando o Complexo do Alemão em
novembro/2010 e a Rocinha, um ano depois.
Escolha a alternativa que corresponde à análise que você fez:
a) V, F, V, V
b) V, V, F, V
c) F, V, V, V
d) V, V, V, F
e) F, F, V, Ve-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas
103

13. Sobre o comportamento cidadão de um indivíduo ou de uma or-
ganização, podemos afirmar que:
a) A prática da cidadania individual ou empresarial resume-se ao recolhi-
mento de tributos.
b) Programas de preservação do meio ambiente não estão relacionadas à
cidadania empresarial.
c) As empresas estão sendo cobradas pela sociedade para se compromete-
rem na promoção da cidadania empresarial.
d) O indivíduo que vive em uma cidade deve ser solidário com a gestão
apenas do município em que reside. Assim deve ser com os outros mu-
nicípios.
e) O profissional que exerce seu trabalho em uma organização não desem-
penha seu papel como cidadão, pois isso nada tem a ver com o recolhi-
mento de impostos na cidade onde vive.
14. Complete as lacunas da frase abaixo:
O conceito de cliente pode ser ________ quando se fala em admi-
nistração pública, podendo ser visto como um consumidor na me-
dida em que _______ com a gestão pública como provedor externo
de informações, _________ de tributos, conservação de patrimônio
_______, etc. Também as organizações tem sido _________ pela so-
ciedade em relação ao seu comprometimento com a gestão do
que é público por meio de parcerias estratégicas.
Assinale a alternativa que completa as lacunas corretamente:
a) Ampliado – integra – sonegação – privado – cobradas
b) Ampliado – discute – informação – privado - liberadas
c) Reduzido – interage – comunicação – público - liberadas
d) Reduzido – integra – recolhimento – privado – cobradas
e) Ampliado – interage – recolhimento – público – cobradase-Tec Brasil
104Ética e Cidadania

15. A moral brasileira é diferente daquelas em outras culturas. Esco-
lha a alternativa que apresenta a postura mais adequada de uma
organização que têm filiais em outras regiões ou outros países,
com diferentes expressões culturais:
a) Os profissionais locais devem ser questionados, antes de sua contrata-
ção sobre sua disposição em abandonar suas culturas locais.
b) As empresas devem manter um planejamento estático de suas ações,
de maneira a não ser influenciadas pelas diferentes culturas.
c) Para evitar situações difíceis, a organização deve levar sempre os fun-
cionários que compartilhem da mesma cultura da região onde se situa
sua matriz.
d) Adaptações constantes são necessárias para que os planos de ação das
organizações consigam atingir o que foi estabelecido para se alcançar
à visão da organização.
e) Não há qualquer influência das culturas locais sobre o desenvolvimento
do planejamento organizacional, portanto, a gestão não deve se preo-
cupar com este aspecto.
16. Quando se fala em cidadania empresarial, faz-se referência:
a) Unicamente à filantropia empresarial.
b) Especialmente ao bem estar do funcionário.
c) Ao recolhimento de tributos, exclusivamente.
d) Aos projetos ambientais que a empresa patrocina.
e) Ao conjunto de ações com foco na comunidade e governo.
17. Assinale a alternativa CORRETA em relação ao exercício pleno da
cidadania individual:
a) Trata-se da preservação do patrimônio público.
b) Refere-se às doações que faz para ações populares.
c) Refere-se exclusivamente ao recolhimento de IPTU e IR.
d) É sinônimo de clientelismo, portanto não tem contrapartida do cidadão.
e) Faz referência ao conjunto de ações do indivíduo em relação ao próximo
e ao governo.e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas
105

18. 18. Leia o parágrafo abaixo e complete as lacunas:
A relação entre os cidadãos e o governo precisa ser muito mais
_______ do que o mero recolhimento de _________ e sua aplica-
ção na área _______. A participação do cidadão na gestão faz a
diferença entre ser apenas consumidor e ser cidadão atuante na
gestão pública.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas:
a) Intensa – tributos – pública
b) Restrita – doações – pública
c) Restrita – doações – privada
d) Aprofundada – taxas – privada
e) Intensa – contribuições – privada
19. Sobre o exercício ético da profissão, é CORRETA afirmar:
a) Em algumas culturas não se exige a prática ética das profissões.
b) A ética profissional se refere ao domínio das técnicas específicas.
c) Prática de virtudes e ética profissional não são conceitos relacionados.
d) O relacionamento ético com as pessoas influencia na imagem do profis-
sional.
e) Somente precisam ser éticos os profissionais cuja categoria tem um có-
digo de ética.
20. Leia as proposições abaixo, assinale (V) para as verdadeiras e (F)
para as falsas.
( ) Somente habilidades técnicas são suficientes para que seja virtuoso o
exercício de uma profissão.
( ) Ao pertencer a uma classe profissional, qualquer que seja sua natureza,
o indivíduo assume um compromisso com a sociedade e com os colegas
de profissão.
( ) Faz-se referências negativas ou positivas a uma classe profissional ape-
nas pela observação de um ou de alguns indivíduos cuja ética é ques-
tionável pela sociedade.e-Tec Brasil
106Ética e Cidadania

Assinale a alternativa CORRETA:
a) F, V, V
b) V, V, V
c) F, V, F
d) V, F, V
e) F, F, F
21. Sobre o código de ética, pode-se afirmar:
a) Todas as empresas adotam o mesmo código de ética.
b) O ideal é que seja redigido apenas pela direção da organização.
c) Trata-se de um documento cujo conteúdo é o mesmo para todas as pro-
fissões.
d) É um documento cujo conteúdo orienta as ações e decisões dos profis-
sionais.
e) Não há necessidade de sua leitura, pois o conteúdo não afeta o trabalho
do profissional.
22. Sobre a elaboração e divulgação do código de ética empresarial,
é CORRETO afirmar:
a) O website da empresa não é um meio de divulgação do código de ética.
b) O comitê de ética da organização não precisa seguir o conteúdo do có-
digo de ética.
c) Por ser sigiloso, somente funcionários devem receber uma cópia do có-
digo de ética
d) Para que seja efetivo, é preciso que os profissionais da organização par-
ticipem de sua elaboração.
e) Os funcionários apenas devem ser envolvidos no momento da entrega
do código de ética impresso.e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas
107

23. Quando relacionamos direito de uso de imagem e conduta ética,
podemos afirmar:
a) Não há órgão público brasileiro que regule registros de patentes.
b) O uso da imagem é normatizado por lei dada a seriedade do tema.
c) É permitido por lei citar textos de outros autores sem indicar a fonte.
d) Por serem intangíveis, serviços não são afetados pela lei de uso de imagem.
e) Pode-se utilizar a marca de um produto ou serviço sem autorização de
seu proprietário.
24. Sobre a reputação profissional, é CORRETO afirmar:
a) Somente a conduta na organização com os colegas e a relação com o
trabalho constroem a reputação profissional de um indivíduo.
b) O respeito ao código de ética da profissão não influi na construção da
reputação profissional nem causa impactos em toda categoria.
c) A imagem pessoal e profissional que faz por merecer a confiança da
sociedade e das organizações se baseia unicamente em domínio das téc-
nicas.
d) O patrimônio de um profissional é constituído também da percepção
que se tem de suas decisões na vida pessoal além de sua relação com o
trabalho.
e) Energia nem sempre é necessária para que se possa contrapor aos re-
sultados das ações que buscam destruir uma imagem positiva, seja ela
pessoal ou profissional.
25. Sobre uso ético da imagem de um profissional, da marca de uma
organização ou de obras de sua autoria pode-se afirmar:
a) Direito de uso de imagem somente se aplica ao uso indevido de trechos
de músicas.
b) Pode-se utilizar sem autorização a marca de uma empresa, pois torna-se
de direito público ao ser registrada no INPI.
c) Com o falecimento de uma pessoa, termina a necessidade de se pedir
autorização para que se use sua imagem, nome ou marca.e-Tec Brasil
108Ética e Cidadania

d) Qualquer pessoa precisa cuidar para que não se faça uso indevido ou
sem autorização de sua imagem bem como das obras de sua autoria.
e) A utilização de trechos de obras literárias sem a devida referência é per-
mitida em trabalhos acadêmicos e não é punida pela legislação brasileira.
26. A conduta ética na gestão de uma organização:
a) não influencia a imagem que a marca constrói.
b) diz respeito aos três níveis: estratégico, tático e operacional.
c) depende do nível de habilidades técnicas dos profissionais.
d) não é esperada do nível operacional que apenas se ocupa da operação.
e) é desejada nos profissionais da alta direção que precisam desenvolver
habilidades técnicas.
27. Quando refletimos sobre a ética e cidadania empresarial, estamos
nos referindo a que?
a) Às habilidades técnicas de seus gestores.
b) Unicamente ao recolhimento correto de tributos.
c) A projetos ambientais e sociais, exclusivamente.
d) Especialmente ao respeito às regras dos sindicatos dos trabalhadores.
e) À tomada de decisão baseada na responsabilidade para com os stakeholders.
28. Sobre as mudanças na natureza do trabalho e a necessidade do
desenvolvimento de novas habilidades de gestão, é CORRETO
afirmar:
a) As mudanças ocorridas na natureza do trabalho, ao longo do tempo não
afetaram o perfil do trabalhador.
b) Novos conhecimentos, habilidades e atitudes são exigidos dos profissio-
nais e seus valores são também avaliados.
c) Os valores que os funcionários trazem de sua formação familiar não têm
qualquer influência sobre sua profissão.e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas
109

d) Não houve mudanças no campo da gestão da informação o que tornou
esta área obsoleta ao longo do tempo.
e) O exercício da profissão com urbanidade foi substituído pela atuação
tecnicamente correta, excelente, sem erros.
29. Sobre questões éticas envolvidas nos relacionamentos interpes-
soais no trabalho, sabe-se que:
a) a ausência de conflitos sempre proporciona sucesso empresarial.
b) os ruídos de comunicação não influenciam os relacionamentos interpes-
soais.
c) o ambiente saudável de trabalho proporciona condições favoráveis para
a tomada de decisão.
d) o relacionamento com os consumidores não se relaciona com imagem
da organização.
e) a sustentabilidade do negócio, relacionamento com os consumidores e
ética não se relacionam.
30. Sobre situações que podem gerar conflitos de comunicação e im-
pactar negativamente na reputação do profissional ou da organi-
zação, escolha a alternativa CORRETA:
a) A gestão da atuação dos profissionais no relacionamento com outras
culturas não é papel da liderança da equipe.
b) Gírias e expressões locais dão origem a situações que precisam ser admi-
nistradas para não se refletirem em conflitos.
c) Comunicação com consumidores de outras culturas; boatos; feedbacks
para os membros da equipe raramente geram conflitos.
d) A diferença de idioma nunca pode ser visto como o primeiro obstáculo
para o relacionamento, pois contratam-se tradutores para apoio na co-
municação.
e) Constrangimentos nos relacionamentos como o assédio moral, por
exemplo, não abrem espaço para uma percepção negativa da imagem
do profissional.e-Tec Brasil
110Ética e Cidadania

31. Sobre ruídos de comunicação, conflitos e conduta antiética no
ambiente de trabalho, marque (V) para as frases verdadeiras e (F)
para as falsas:
( ) cada um dos integrantes de uma equipe de trabalho precisa ter bem
definida a importância de um comportamento adequado no contexto
da organização.
( ) Boatos são fontes inesgotáveis de conflitos.
( ) Reuniões de feedback devem ser periódicas para que os profissionais
saibam como está sendo percebido seu desempenho, os pontos fortes
e aquilo que precisa ser desenvolvido ou aprimorado.
( ) Falta de motivação e comprometimento e, como consequência, resul-
tados inesperados na organização podem ser causados por ausência de
feedback da liderança para o membro da equipe de trabalho.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) F, V, V,V
b) V, V, V,V
c) F, V, F, F
d) V, F, V, F
e) F, F, F, V
32. Sobre a resiliência no ambiente de trabalho, pode-se afirmar:
a) Nada tem a ver com o ambiente de trabalho.
b) Diz respeito à competência de liderança do indivíduo.
c) Está relacionado com a conduta ética do profissional.
d) Trata-se da capacidade que um profissional tem de realizar suas tarefas.
e) Relaciona-se com a capacidade que o indivíduo tem de suportar pressões.
33. Quando observamos as adversidades no ambiente de trabalho e
o papel da liderança, podemos dizer que:
a) É papel do liderado e não do líder desenvolver sua capacidade de resiliência.
b) A liderança tem responsabilidade sobre o desenvolvimento das compe-
tências de seus liderados, inclusive no que diz respeito à resiliência.e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas
111

c) Numa organização, ser firme na cobrança de resultados é o mesmo que
praticar assédio moral, pois nenhuma destas atitudes é punida pela lei.
d) Praticar assédio moral é permitido por lei e nada tem a ver com compor-
tamento antiético, pois oferece suporte ao alcance de resultados organi-
zacionais.
e) A liderança eficaz estimula os profissionais de sua equipe de trabalho
a permanecerem em suas zonas de conforto para evitar discussões no
ambiente organizacional.
34. Complete as lacunas da frase a seguir:
A _________ da diversidade no ambiente de trabalho ________
o ambiente saudável e promove o _______ das relação com os
stakeholders. A cidadania empresarial passa pelo respeito à diver -
sidade, pela promoção do ambiente saudável de relacionamento
de todas as pessoas, ________ de seu credo, etnia, gênero, idade,
local de nascimento, maneira de pensar, etc.
Escolha a alternativa que completa as lacunas corretamente:
a) paralização – melhora – respeito – observando.
b) supressão – favorece – fortalecimento – conforme.
c) valorização – favorece - fortalecimento – independente.
d) premiação – desfavorece – enfraquecimento – conforme.
e) valorização – desfavorece – enfraquecimento – independente.
35. Sobre a valorização da diversidade nas organizações como expres-
são da cidadania empresarial, é CORRETO afirmar:
a) Somente o poder público pode fazer a gestão da valorização da diversi-
dade.
b) Por diversidade entende-se somente as diferentes etnias presentes em
um determinado espaço físico.
c) A inclusão de pessoas com deficiência no ambiente de trabalho não é
uma expressão de cidadania empresarial.e-Tec Brasil
112Ética e Cidadania

d) Há leis específicas em nosso país que garantem o acesso de pessoas com de-
ficiência ao mercado do trabalho, bem como a inúmeros serviços públicos.
e) A valorização da diversidade somente é prática de gestão se representar
aumento de lucratividade e nada tem a ver com conduta ética ou repu-
tação empresarial.
36. Sobre organizações que possuem filiais ou unidades industriais
no exterior, é CORRETO afirmar:
a) As normas brasileiras devem prevalecer em qualquer outro país, indepen-
dente de sua cultura.
b) Todos os negócios devem ser feitos segundo o modelo do país sede, isso
é garantia de sucesso.
c) Como a moral e a ética são universais, as decisões tomadas no Brasil
devem valer em outros países.
d) As diferenças culturais não influenciam na tomada de decisão empresa-
rial.
e) Insistir que todos os negócios devem ser feitos segundo o modelo do país
sede leva ao fracasso.
37. Negociações fazem parte do nosso cotidiano pessoal e profissio-
nal. Sobre este tema, pode-se afirmar:
a) A conduta ética leva a buscar o fechamento da negociação a qualquer
preço.
b) No caso de divergências, deve-se sempre “virar a mesa” e abandonar a
negociação.
c) Condutas antiéticas numa negociação nunca prejudicam o relaciona-
mento das partes.
d) Muitas vezes é preciso ceder e nem sempre um “sim” é o suficiente
numa negociação.
e) Independente do relacionamento e da perda da outra parte, deve-se fe-
char uma negociação.e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas
113

38. Sobre os conflitos nas negociações, marque (V) para as frases ver-
dadeiras, (F) para as falsas:
( ) Quando o sistema de valores de uma pessoa é confrontado com o de
outra ou então com os valores da organização, instala-se o conflito.
( ) Risco de vida no trabalho pode ser consequências de conflitos de valo-
res entre o indivíduo e a organização.
( ) Acidentes de trabalho podem ocorrer devido ao conflito de valores e
interesses que leva à pressão cotidiana e ao estresse do trabalho.
( ) Conflitos devem ser exaustivamente evitados numa organização.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) F, V, F, V
b) V, F, V, F
c) V, V, V, F
d) V, V, V, V
e) F, F, F, V
39. A obrigatoriedade no cumprimento ético dos deveres se dá tanto
na esfera da gestão privada, como pública. Sobre este tema, é
CORRETO afirmar:
a) O código de ética da Administração Pública não prevê a gestão com base
na moral brasileira.
b) Não há princípios da administração pública voltados para o exercício ético
da gestão da “coisa pública”.
c) Cabe ao servidor público dedicar-se com zelo e moralidade na busca pelo
bem comum dos cidadãos.
d) O servidor público não tem nenhum código de ética para ser seguido, em
qualquer das esferas da Administração Pública.
e) Segundo o código de ética da Administração Pública, a distinção entre o
bem e o mal é suficiente para garantir a moralidade no serviço público.
40. No que diz respeito ao código de ética do servidor público civil do
Poder Executivo Federal no Brasil, pode-se afirmar que:
a) Danos morais não estão previstos neste documento.e-Tec Brasil
114Ética e Cidadania

b) A verdade, o sigilo e o zelo não são princípios previstos neste código de ética.
c) Danos ao patrimônio público não podem constituir desrespeito a este
código de ética.
d) O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executi-
vo Federal foi aprovado no governo de Itamar Franco.
e) Segundo este código de ética tudo aquilo que o servidor público faz em
âmbito privado não tem influência em sua vida profissional.
41. Sobre a relação que existe entre conduta, reputação e marca, es-
colha a alternativa CORRETA:
a) Não há relação alguma, pois cada pessoa, profissional e organização tem
sua forma de agir.
b) A mídia não se interessa pela reputação das organizações, portanto, é
um stakeholder que não precisa de grande atenção.
c) O investimento em responsabilidade social é um movimento das organi-
zações para uma conduta ética, imagem e reputação positivas da marca.
d) O investimento em propaganda é suficiente para garantir a imagem e
reputação positivas das organizações, independente de sua conduta.
e) Somente ações voltadas para a comunidade garantem a imagem positiva das
organizações, construindo uma reputação que garanta aumento de vendas.
42. As organizações precisam se preparar para integrar as pessoas
com deficiência em seu ambiente de trabalho. Sobre este tema, é
CORRETO afirmar que:
a) Somente são foco da preocupação das organizações as pessoas com de-
ficiência visual.
b) Não há no Brasil lei que regule a reserva legal de cargos na organização
para pessoas com deficiência.
c) Todas as organizações brasileiras estão adequadas para integrar pessoas
com deficiência ao seu quadro de funcionários.
d) O governo brasileiro não disponibiliza qualquer financiamento para que
as organizações façam as adequações necessárias para receber pessoas
com deficiência.
e) A legislação brasileira estabelece que as empresas devem contratar um
determinado percentual de pessoas com deficiência em função do nú-
mero de empregados que tiver em seu quadro.e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas
115

43. Sobre a interculturalidade, relações interpessoais e a conduta éti-
ca profissional, pode-se afirmar:
a) A moral brasileira em nada difere da moral em outros países.
b) Todos os negócios nas filiais em outros países devem ser feitos segundo
o modelo do país sede.
c) Independente do país onde está instalada a filial da organização, a con-
duta ética será a mesma que na matriz porque a ética é universal.
d) Para fortalecer o relacionamento com os funcionários de outros países,
uma organização deve implementar as mesmas normas que na matriz.
e) As diferenças culturais implicam diferente conduta ética de um país para
outro o que leva uma organização a adaptar suas regras, respeitando a
ética daquela sociedade.
44. Conflitos estão presentes no cotidiano dos indivíduos e em sua
atuação profissional. Analise as afirmativas abaixo e escolha
aquela que apresenta a relação CORRETA entre os conflitos, às
negociações e à ética.
a) Qualquer que seja a negociação é eticamente aceitável no mercado que
uma parte use qualquer meio para vencer ainda que prejudique a outra
parte.
b) Não existem casos em que se rejeite uma pessoa na mesa de negociação
por saber que ela se utiliza de meios ilícitos e ilegais para vencer a outra
parte.
c) Não faz parte da negociação à estratégia de atuação durante a negocia-
ção assim como a busca por informações sobre a outra parte.
d) O sucesso de uma das partes numa negociação quando conquistado por
meios ilícitos ou antiéticos prejudica o relacionamento da organização
no mercado.
e) A continuidade do relacionamento entre aqueles que negociam em nada
facilita a condução de novas rodadas de discussões sobre interesses mui-
tas vezes divergentes. e-Tec Brasil
116Ética e Cidadania

45. Sobre a ética no setor público, pode-se afirmar:
a) Ao servidor é permitido danificar o patrimônio público.
b) Não existe qualquer código de ética para o servidor público.
c) Os princípios da Administração Pública nada têm a ver com a atuação
ética do servidor.
d) O servidor público deve ter consciência de que a razão de sua atuação é
o bem comum.
e) Aquilo que o servidor público faz em sua vida particular não influencia
sua reputação profissional.
46. Responsabilidade social é um conceito relacionado a:
a) doações.
b) filantropia.
c) benemerência.
d) ética e transparência.
e) preservação do patrimônio.
47. A gestão socialmente responsável é atribuição:
a) apenas do governo.
b) da Legislação brasileira.
c) somente dos voluntários.
d) das ONGs exclusivamente.
e) das organizações públicas, privadas e do terceiro setor.
48. Sobre a relação entre práticas socialmente responsáveis e a seguran-
ça no trabalho, é possível afirmar:
a) Não há relação entre organizações socialmente responsáveis e a retenção
de talentos.
b) Medidas de segurança no trabalho não causam impacto na reputação da
organização.e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas
117

c) As empresas devem adotar medidas que preservem a integridade física
dos trabalhadores.
d) A legislação não interfere na conduta socialmente responsável nem na
segurança no trabalho.
e) Pessoas com deficiência não fazem parte do público alvo das medidas de
segurança no trabalho.
49. Sobre ética, cidadania e segurança no trabalho, escolha a alterna-
tiva CORRETA:
a) Não há relação entre estas 3 variáveis da gestão de uma organização.
b) A reputação de uma organização nada tem a ver com sua conduta ética
na segurança do trabalho.
c) O relacionamento da organização com seu público alvo não está vincula-
do ao exercício de sua cidadania.
d) A conduta ética de uma organização na segurança dos funcionários con-
tribui para o exercício de sua cidadania empresarial.
e) A gestão de uma organização não deve se pautar pela ética nem na cida-
dania empresarial na busca pelo desempenho extraordinário.
50. Quando abordamos o tema da cidadania, concluímos que:
a) diz respeito somente ao cidadão e nada tem a ver com as organizações.
b) o exercício da cidadania relaciona-se com a participação do cidadão na
gestão pública.
c) cidadãos não podem ser vistos como consumidores dos serviços do go-
verno porque não pagam por eles.
d) a área pública não pode ser cobrada por uma conduta ética porque é
composta por representantes eleitos pelo povo.
e) a cidadania se relaciona com o recolhimento de tributos pelos indivíduos
para o governo e nada tem a ver com as organizações.e-Tec Brasil
118Ética e Cidadania

e-Tec Brasil 119
Currículo da professora-autora
Elaine Cristina Arantes
Mestre em Administração (2006) pela Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUC/PR) onde desenvolveu pesquisa que relaciona o investimento
em responsabilidade social e o retorno para as empresas. É especialista em
Planejamento e Gestão de Negócios (2004) e graduada em Administração
(2002) pela FAE Business School (Faculdade de Administração e Economia).
É Técnica em Secretariado, formada pela Escola Técnica Walter Belian (1983).
Foi finalista do “Prêmio Ethos Valor de Responsabilidade Social” (2002)
ao relacionar a decisão de compra do consumidor e o investimento em
responsabilidade social feito pelas empresas.
Com 26 anos de experiência na iniciativa privada, no setor público e em
educação, trabalhou em organizações como: Whirlpool/Embraco; ISAE/FGV;
O Boticário; Herbarium Laboratório Fitoterápico; e Serrana S/A de Mineração.
Coordenou a implantação estratégica do processo de responsabilidade
social em unidades industriais no Brasil, China, Eslováquia, Itália e Estados
Unidos, além de participar do processo de elaboração e disseminação do
Código de Ética, nestes países. Trabalhou na área de marketing do Grupo
Boticário, no qual foi responsável por eventos institucionais e de lançamento
de produtos no Brasil e no exterior, bem como por apoios e patrocínios a
projetos culturais, esportivos e sociais e por materiais de comunicação como
o livro “A Essência dos Sonhos”.
Lecionou em cursos de graduação e pós-graduação, nas modalidades
presencial e a distância em instituições como: ISAE/FGV; Grupo Uninter e
Eadon em parceria com o Instituto Chiavenato. É autora de livros didáticos e
parecerista de obras na área de Administração. Atualmente, integra o corpo
docente do IFPR - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Paraná - Educação a Distância, onde coordena o Curso Técnico em Serviços
Públicos e leciona disciplinas relacionadas à sua formação e experiência
profissional. Integra o Comitê de Ética Pública do IFPR.