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prevalência de malignidade na população. Posteriormente, multiplicam-se todos os valores das
razões de verossimilhança, obtendo-se o odds de neoplasia. Para converter o odds de
neoplasia (odds Ca) em probabilidade de neoplasia do NPS, aplica-se a seguinte fórmula:
No endereço http://www.chestx-ray.com/SPN/SPNProb.html é possível calcular, de modo
simples e interativo, a probabilidade de malignidade do mesmo pela análise de Bayes.
18 - Qual o papel da broncofibroscopia na avaliação do nódulo pulmonar solitário (NPS)?
A broncofibroscopia tem papel limitado na avaliação do NPS. Seu rendimento depende do
tamanho do nódulo, sendo a sensibilidade para detectar lesões malignas de 10% em nódulos
menores que 1,5 cm, de 40-60% para os nódulos entre 2 e 3 cm. Outros fatores que interferem
no rendimento são a proximidade da árvore brônquica e a prevalência de câncer na população.
A presença do sinal do brônquio na TC do tórax, ou seja, quando a imagem revela a existência
de um brônquio que chega até o nódulo (inserir figura), aumenta o rendimento da
broncofibroscopia nos pacientes com NPS malignos para 60% a 80%. A broncoscopia
raramente é diagnóstica quando o nódulo é de natureza benigna.
Quando já se decidiu pela toracotomia na abordagem do NPS, a broncoscopia está indicada
para excluir a presença de tumor oculto ou sincrônico.
19 - Qual o papel da punção aspirativa percutânea com agulha fina na avaliação do
nódulo pulmonar solitário (NPS)?
NPS periféricos podem ser abordados com punção tran storácica com agulha fina. O
rendimento do método varia segundo alguns fatores, como o tamanho do nódulo e a
experiência da equipe (de quem executa o procedimento e de quem analisa o material). Para
lesões malignas, sensibilidade e especificidade variam, respectivamente, entre 80-95% e 50-
88%. As taxas de falsos-negativos variam de 3% a 29%, valores que não são desprezíveis
diante das implicações de não se fazer o diagnóstico precoce de um possível câncer de
pulmão.
A principal complicação é o pneumotórax, que chega a ocorrer em 30% dos casos, embora, na
maioria das vezes, sem necessidade de qualquer intervenção.
20 - Qual o papel da cirurgia na condução do nódulo pulmonar solitário (NPS)?
A cirurgia é o método diagnóstico definitivo para o NPS, ao mesmo tempo em que é um
procedimento de baixa mortalidade, a qual fica entre 3% a 7% nas lesões malignas e menos
que 1% nas benignas.
Idealmente, os NPS que não podem ser definidos como benignos, ou seja, os indefinidos e os
sabidamente malignos, devem ser ressecados. É claro que cada caso deve ser analisado
isoladamente, sempre se estabelecendo uma correlação entre a probabilidade de malignidade
do nódulo e os riscos da cirurgia naquele paciente.
Os nódulos indefinidos e obviamente os malignos devem ser ressecados. Deve-se lembrar que
os pacientes com tumores malignos do pulmão menores do que 3 cm e sem comprometimento
linfonodal loco regional têm sobrevida em 5 anos maior que 80%.
A toracoscopia vídeo-assistida tem sido cada vez mais utilizada na abordagem dos NPS,
reduzindo a morbidade e duração da internação em co mparação com a toracotomia
convencional. Ela deve ser acompanhada de biópsia de congelação e, na presença de lesão
maligna, convertida para toracotomia póstero-lateral padrão, pois somente ela permitiria o
estudo adequado dos linfonodos mediastinais.
21 - Diante de todas as possibilidades consideradas, como pode ser resumida a
abordagem do nódulo pulmonar solitário (NPS)?
Em primeiro lugar, é importante salientar que não uma abordagem de NPS que tenha sido
baseada em evidências científicas. Elas têm sido baseadas em experiências de autores e
serviços e, por isso, fluxogramas diferentes são encontrados nas diversas publicações sobre o
tema. A seguir apresentamos uma das diferentes propostas existentes (figura 12).