O ESTILO O Naturalismo é estilo irmão do Realismo, mas que prefere observar a vida humana sob a ótica do biológico e do social (enquanto o Realismo prefere o psicológico e o social).
É a literatura expressão artística utilizada também como estudo da natureza humana . Recria‑se, na ficção, um microcosmo , a fim de demonstrar as leis “naturais” da vida (que norteiam o comportamento humano) aliadas à influência exercida por determinado agrupamento social. É o que ocorre em O cortiço, de Aluísio Azevedo, O Ateneu, de Raul Pompeia (que retrata um colégio interno) e Bom Crioulo, de Adolfo Caminha (que enfoca a classe subalterna da marinha).
Naturalismo é uma escola contemporânea do Realismo (séc. XIX). Mesmas preocupações do Realismo Contexto mundial : Industrialização (modernização das máquinas), descoberta da luz elétrica, invenção do automóvel movido a gasolina, telefone, motor elétrico etc. Ideia de que o progresso vem por meio da CIÊNCIA ( positivismo ) Escola fortemente influenciada pela investigação científica, comprovação do real. (Romances de tese) Definição e Contexto histórico-cultural
Literatura a serviço da ciência Personagens tratados com olhar científico Olhar racional e objetivo para a realidade Projeto literário do naturalismo
Aluísio Azevedo: O Mulato, O Cortiço (23 capítulos, determinismo, zoomorfismo , denúncia social) Adolfo Caminha: A Normalista, O Bom Crioulo Raul Pompeia: O Ateneu Domingos Olímpio : Luzia Homem Principais autores
“Thérèse Raquin” - 1867- Émile Zola Emile Zola: “ Em Théresè Raquin , eu quis estudar alguns temperamentos. Eis aí todo o livro. Escolhi personagens soberanamente dominados por seus nervos e sangue, desprovidos de livre-arbítrio, levados a cada ato de suas vidas pelas fatalidade da carne. Thérèse e Laurent são humanos brutos, nada mais. (...) Começamos, espero, a compreender que meu objetivo foi científico." (prefácio do livro Thérèse Raquin). “ Germinal” - 1885 - Émile Zola - temas: descaso com trabalhadores (operários das minas), miséria, pobreza, alcoolismo (personagem principal Lantier) Marco inicial do Naturalismo na Europa
Naturalismo no Brasil “O Mulato” (1881), de Aluísio de Azevedo, faz uma análise das condutas humanas, abordando: Determinismo biológico (racial) Discriminação racial Hipocrisia do clero Atrocidades, violência contra os escravos do Brasil. “Bom-crioulo” (1895) , de Adolfo Caminha (cearense) Tema da perversão sexual na época (homossexualidade) como desintegração moral Protagonista: Amaro é um ex-escravo que trabalha como marinheiro. Forte e de bom desempenho. Apaixona-se por Aleixo (loiro e de olhos azuis)
Naturalismo no Brasil “O Ateneu” (1888), de Raul Pompeia Personagem principal criança vai para um colégio interno Ambiente perverso; ânsia por poder e riqueza; perversidades juvenis O Cortiço (1890) , a grande obra-prima de Aluísio Azevedo. Toda a fórmula naturalista: Crítica ao materialismo Darwinismo social (a evolução da classe burguesa) Determinismo: o homem é determinado por RAÇA - MEIO - MOMENTO
Aluísio Azevedo (Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo) caricaturista, jornalista, romancista e diplomata, nasceu em São Luís, MA, em 14 de abril de 1857, e faleceu em Buenos Aires, Argentina, em 21 de janeiro de 1913.