O Céu e o Inferno - 160 anos - TEXTO - -

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About This Presentation

CÉU E INFERNO, em essência, SÃO ESTADOS CONSCIENCIAIS; e, se alguém agiu contra a Lei, ver-se-á dentro de si mesmo em processo retificador, tanto tempo quanto seja necessário.
André Luiz - No Mundo Maior Cap. 8 - No santuário da alma


Tesouro maior da Vida
É A MENTE TRANQÜILA E SÃ.
Err...


Slide Content

O CÉU E O INFERNO –
160 Anos

O Céu e o Inferno – 160 anos
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SUMÁRIO


1 INTRODUÇÃO 1
2 O CÉU E O INFERNO - Objetivos 4
2.1 Considerações Gerais 4
2.2 Objetivos Principais 4
3 O CÉU E O INFERNO - Importância 6
3.1 Considerações Gerais 6
3.2 Razões da importância 11
4 O CÉU E O INFERNO – Conteúdo 13
4.1 Considerações Gerais 13
4.2 Conteúdos Principais 13
5 O CÉU E O INFERNO – Estrutura 15
5.1 Considerações Gerais 15
5.2 Partes Principais 16
6 O CÉU E O INFERNO – Temas Principais 17
6.1 O Porvir e o Nada 17
6.2 O Temor da Morte 18
6.3 O Céu/ O Inferno/ O Purgatório 19
6.4 O Doutrina das Penas eternas/As Penas segundo o Espiritismo 21
6.4.1 Considerações Gerais 21
6.4.2 O Que é o Código Penal da Vida Futura 21
6.4.3 Quais as correlações entre Lei de Causa e Efeito e o Código Penal da Vida Futura 23
6.4.4 A Lei de Causa e Efeito e a Justiça Divina 24
6.5 Os Anjos/Os Demónios 32
6.6 Da proibição de evocar os Mortos 33

O Céu e o Inferno – 160 anos
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1 INTRODUÇÃO
“Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento.
INSTRUÍ-VOS, EIS O SEGUNDO”.
Espírito de Verdade – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 6 – item 5 (Paris, 1862)

Disse-nos o Espírito da Verdade: — “Amai-vos! — eis o primeiro ensino. Instruí-vos!
— eis o segundo”.
Por isso mesmo, podemos acrescentar que amando-nos uns aos outros e instruindo-nos
sempre, entraremos com Jesus na posse da Luz Eterna.
Emmanuel – Intervalos – Cap. 18 – Lê e medita

E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.
João Evangelista – 8:32
Sê escravo do saber se queres ser verdadeiramente livre.
Sêneca (4 aC – 65 dC) – advogado e escritor romano

A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: - tal é a lei da Justiça
Divina.
ALLAN KARDEC – O Céu e o Inferno

Examina o que sentes e pensas, o que dizes e fazes, porque a Lei multiplicará sempre
os recursos que ofereces à vida, restituindo-te compulsoriamente o bem ou o mal que
pratiques, de vez que inferno ou céu, alegria ou dor, felicidade ou obstáculo em nosso
caminho, é sempre a Justiça Divina a expressar-se conosco e por nós, conferindo-nos isso ou
aquilo, de conformidade com as nossas próprias obras.
EMMANUEL – Nós – Pag. 21

Depois da oração, o Livro é a única escada pela qual o Céu pode descer à Terra.
Humberto de Campos – Relatos da Vida – Cap. 19 – Livro, dádiva dos Céus

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Oh! Bendito quem ensina,
Quem luta, quem ilumina,
Quem o bem e a luz semeia
Nas fainas do evoluir;
Terá a ventura que anseia
Nas sendas do progredir.
Castro Alves – Parnaso de Além–Túmulo – Cap. 24 – Marchemos



Um livro que nos melhore
E nos ensine a pensar,
É luz acesa brilhando
No amor do Eterno Lar.
Casimiro Cunha – Cartas do Coração – 2ª Parte – Cap. 21 – Na jornada de luz

Considerando o momento grave que se abate sobre as mentes e os corações, sobre todas as
criaturas na Terra de hoje, a advertência do Espírito de Verdade, inserta em O Evangelho
Segundo o Espiritismo, tem urgência de ser vivida, convidando-nos a que nos instruamos e
amemos, a fim de podermos partir na construção do homem novo e na divulgação correta do
Cristianismo através da visão espírita, que abate a feição negativa que lhe impingiram os
homens através destes quase dois milênios, desfigurando a realidade da filosofia e da moral do
Mestre galileu.
Abílio da Silva Lima – Depois da Vida – 3º Parte – Cap. 9 – O Futuro do Espiritismo


“... Os Espíritos Superiores se exprimem com simplicidade, sem prolixidade. Têm o
estilo conciso, sem exclusão da poesia das ideias e das expressões, claro, inteligível a todos,
sem demandar esforço para ser compreendido.
Têm a arte de dizer muitas coisas em poucas palavras, porque cada palavra é empregada
com exatidão.
Os Espíritos inferiores ou falsos sábios, ocultam sob o empolamento, ou a ênfase, o
vazio de suas ideias.”
Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 24 – item 267/ 9º - Modos de se identificar os
bons do maus Espírtos

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“Convêm afastar das publicações tudo quando é vulgar no estilo e nas ideias ou pueril
pelo assunto...”. “...Todas as precauções são poucas para evitar as publicações lamentáveis.
Em tais casos, mas vale pecar por excesso de prudência, no interesse da causa.
Publicando comunicações fracas e insignificantes, faz-se mais mal do que bem.
Allan Kardec – Revista Espírita – 1859 – Novembro – Deve-se publicar tudo quanto
dizem os Espíritos?


“Em se submetendo todas as comunicações a um exame escrupuloso, em se lhes
perscrutando e analisando o pensamento e as expressões, como é de uso fazer–se quando se
trata de julgar uma obra literária, rejeitando-se, sem hesitação, tudo o que pegue contra a lógica
e o bom senso...”
Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. 24 – Identidade dos Espíritos

Selecionar atentamente os originais recebidos para publicação, em prosa e verso, de
autores encarnados ou de origem mediúnica, segundo a correção que apresentarem quanto à
essência doutrinária e à nobreza da linguagem.
Sem o culto da pureza possível, não chegaremos à perfeição.
André Luiz – Conduta Espírita – Cap. 15 – Na Imprensa

Sem exclusão de autor ou de tema versado, analisar minuciosamente as obras que venha
a ler, para não sedimentar no próprio íntimo os tóxicos intelectuais de falsos conceitos, tanto
quanto as absurdidades literárias em torno das quais giram as conversações enfermiças ou sem
proveito.
Os bons e os maus pensamentos podem nascer de composições do mesmo alfabeto.
André Luiz – Conduta Espírita – Cap. 41 – Perante o Livro

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2 O CÉU E O INFERNO - Objetivos
2.1 Considerações Gerais

O título desta obra indica claramente o seu objetivo. Aí reunimos todos os elementos
próprios para esclarecer o homem sobre o seu destino.
Como nos nossos outros escritos sobre a Doutrina Espírita, aí nada introduzimos que
seja produto de um sistema preconcebido, ou de uma concepção pessoal, que não teria nenhuma
autoridade: tudo aí é deduzido da observação e da concordância dos fatos.
REVISTA ESPÍRITA, setembro/1865, p. 377-378.

2.2 Objetivos Principais

"O Céu e o Inferno" de Allan Kardec, como parte da codificação da Doutrina Espírita,
tem como objetivos principais:

• Esclarecer a natureza da vida após a morte:
o O livro busca apresentar uma visão racional e lógica da vida espiritual, em
contraste com as interpretações dogmáticas e simbólicas de diversas religiões.
o Visa demonstrar que a morte não é o fim da existência, mas sim uma transição
para outra forma de vida.
• Explicar a justiça divina:
o Kardec explora a lei de causa e efeito, mostrando como as ações humanas
geram consequências no plano espiritual.
o O livro busca desmistificar a ideia de punições eternas, apresentando a justiça
divina como um processo de aprendizado e evolução.

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• Descrever a natureza do céu e do inferno:
o O autor apresenta o céu e o inferno como estados de consciência, resultantes
do grau de evolução moral do espírito, e não como lugares físicos.
o O livro busca mostrar que a felicidade e o sofrimento no plano espiritual são
consequências das próprias ações e pensamentos do indivíduo.
• Promover a evolução moral:
o Ao apresentar as consequências das ações humanas, o livro busca incentivar a
busca pelo aprimoramento moral e a prática do bem.
o Visa despertar a consciência da responsabilidade individual e a importância do
desenvolvimento espiritual.
• Oferecer consolo e esperança:
o O livro busca oferecer uma visão consoladora da vida após a morte, mostrando
que a evolução espiritual é um processo contínuo e que todos têm a
oportunidade de progredir.
o Visa retirar o temor da morte, e mostrar que a vida continua após o desencarne.
Em resumo, "O Céu e o Inferno" busca oferecer uma compreensão mais profunda da vida
espiritual, da justiça divina e da importância da evolução moral, com o objetivo de
promover a transformação interior e a busca pela felicidade duradoura.

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3 O CÉU E O INFERNO - Importância
3.1 Considerações Gerais

“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.”
Jesus – Marcos, 16:15
Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que
exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque, principalmente entre os
mártires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis fervor e fé.
Arme-se a vossa falange de decisão e coragem!
Mãos à obra!
O arado está pronto; a terra espera; arai!
Erasto – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. 20 – Item 4 – Missão dos Espíritas
Compreendamos que a vossa tarefa na divulgação do Espiritismo é ação gigantesca, de
que não vos será lícito desertar.

Demonstrando a todos nós a grandiosidade da Justiça Divina, Allan Kardec apresenta,
com detalhes e exemplos, a vida no mundo espiritual, onde vamos encontrar os benefícios, as
alegrias, as dores e os sofrimentos, como resposta natural às nossas ações e realizações diante
da Lei Maior, enquanto encarnados.
E o faz, não assentado em conclusões puramente teóricas, mas calcado em revelações
e relatos consistentes de Espíritos habitantes do mundo espiritual, que falam das suas
experiências, as quais, submetidas ao crivo da razão, não deixam dúvida quanto à sua realidade.
REFORMADOR, agosto/2005, editorial

Kardec nos dá nas suas páginas o balanço da evolução moral e espiritual da
humanidade terrena até os nossos dias.
As penas e recompensas de após a morte saem do plano obscuro das superstições e
do misticismo dogmático para a luz viva da análise racional e da pesquisa científica.
(...) O grave problema da continuidade da vida após a morte despe-se dos aparatos
mitológicos para mostrar-se com a nudez da verdade à luz da razão esclarecida.
HERCULANO PIRES - Introdução de O Céu e o Inferno, edições Lake.

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(...)
Vivemos um grande minuto na existência planetária, no qual a civilização, para
sobreviver, há de alçar o coração ao nível do cérebro e controlar o cérebro, de tal modo que
o coração não seja sufocado pelas aventuras da inteligência.
Equilíbrio e justiça.
Harmonia e compreensão.
Nesse sentido, saibamos orientar a palavra espírita no rumo do entendimento
fraternal.
Todos necessitamos de luz renovadora.
Imperioso saber conduzi-la, através das tempestades que sacodem o mundo de hoje, em
todos os distritos da opinião.
(..)
Jesus na Revelação e Kardec no Esclarecimento resumem para nós códigos numerosos
de orientação e conduta.
(...)
Reflitamos: sem comunicação não teremos caminho. Estudemos e revisemos todos os
ensinos da Verdade, aprendendo a criar estradas espirituais de uns para os outros.
Estradas que se pavimentem na compreensão de nossas necessidades e problemas em
comum, a fim de que todas as nossas indagações e questões sejam solucionadas com eficiência
e segurança.
Sem intercâmbio, não evoluiremos; sem debate, a lição mora estanque no poço da
inexperiência, até que o tempo lhe imponha a renovação.
Trabalhemos servindo e sirvamos estudando e aprendendo. E guardemos a
convicção de que, na bênção do Senhor estamos e estaremos todos reunidos uns com os outros,
hoje quanto amanhã, agora como sempre.
Bezerra de Meneses – Revista Reformador – 1977 – Abril – Divulgação Espírita

A outra face da comunicação que interessa a nós, espíritas, é a da divulgação do
conteúdo espiritual da Doutrina entre os homens, através da palavra falada ou escrita.
Nesse campo temos à disposição todo o vastíssimo e aperfeiçoado aparelhamento
moderno, mas é evidente que esses mesmos métodos que nos facultam enormes possibilidades
de ampliação dos horizontes espirituais da Humanidade ditam, com igual força, as limitações
que nos aprisionam dentro dos rígidos esquemas da nossa era.

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É que a nossa mensagem de paz e de entendimento, de luz e de amor, tem de competir
com todo o imenso alarido que as baterias da publicidade moderna criaram para disputar a
atenção do homem, atraindo-a para fins imediatistas e materialistas.
(...)
Cabe-nos, pois, estar preparados para a divulgação das nossas idéias. Os métodos que
temos de usar são aqueles que hoje se nos oferecem.

Não estamos mais nos doces tempos de Paulo, quando uma simples epístola manuscrita,
em uma só via, era remetida por mensageiros a pé, através do mundo, para alcançar Corinto,
Roma ou Éfeso. E lá ficavam e de lá se irradiavam lentamente para outros pontos, de mão em
mão, de século em século.
As comunicações são hoje impressas aos milhares, aos milhões, em livros, jornais,
revistas, folhetos e filmes, gravadas em fita magnética, confiadas à memória dos computadores.
A palavra falada é ampliada por microfones poderosos, espalhada pelo rádio, pelo
cinema e pela televisão, via satélites artificiais que giram acima de nossas cabeças.
Os fenômenos psíquicos explodem cada dia mais alto, nas manchetes dos grandes
diários da imprensa leiga. Mas, a atenção do homem é errática e superficial, porque inúmeras
outras solicitações veementes pululam à sua volta.
Temos, pois, de estudar os métodos do mundo e aperfeiçoar cada vez mais a nossa
técnica. Seja o nosso falar sim, sim; não, não, como queria o Mestre. Seja a linguagem direta,
sem floreados, que a época não mais comporta, mas com um conteúdo legítimo de
autenticidade, apoiado na coragem moral de declarar alto e bom som a nossa posição.
Somos espíritas, somos espíritos, temos uma mensagem intemporal de amor e paz. Se
falharmos na transmissão dessa mensagem, quem poderá estimar o retardamento das conquistas
maiores que nos esperam lá na frente, lá no alto?
Naquilo que recebemos dos nossos amigos espirituais, procuramos encontrar, com
honestidade e diligência, a pureza da idéia primitiva que os impulsionou.
Naquilo que transmitirmos aos nossos irmãos, tratemos de colocar em ordem o nosso
pensamento, para que saia puro o teor da mensagem. Ela corre sempre o risco de "azedar", se
não cuidarmos da limpeza imaculada do vasilhame que a recebe e a retransmite.
Acima de tudo isso, não abandonemos as fontes de onde flui toda essa água cristalina
que aplaca a nossa sede de luz e de amor: o Evangelho de Jesus e a obra monolítica de Kardec.
Hermínio de Miranda – Sobrevivência e Comunicabilidade dos Espíritos Cap. 1 – Técnica
da Comunicação Espírita

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Com o nascimento da Doutrina Espírita, porém, há pouco mais de um século,
paulatinamente o Cristo que o mundo olvidou retoma à tela mental e aos corações da
Humanidade, renovando as concepções da vida.
Não mais o "crê ou morre" das velhas e superadas dominações religiosas.
Não mais a cruz da aflição em nome da Fé.
Não mais aparatos impostos e ritos supostamente pertencentes a Jesus Cristo.
Agora fulgura a nova luz, semelhante àquela que brilhava nas lições primitivas do
Divino Vidente, o legítimo Embaixador do Celeste Pai.
Não basta, pois, simplesmente aceitar as experiências evangélicas de comunhão com as
Esferas Espirituais. É imprescindível propagá-las para conhecimento de todos.
A mensagem de alento, a revelação que esclarece, o ensino consolador, o roteiro seguro,
a lição que norteia ajudando o homem a vencer-se, equilibrado e livre, são oportunidades de
propaganda honesta que não podemos descurar.
A experiência cristã começou no estábulo, mas não terminou na cruz...
A mensagem espírita surgiu com Allan Kardec e jamais desaparecerá...
Vexilários da renovação cristã ao impositivo das leis do amor expressas na
reencarnação, desdobremos os recursos e avancemos no campo onde nos encontramos para
servir.
E dilatando a claridade do sol espírita conscientemente, através da exposição e da
narrativa, falando ou escrevendo, vivamos a mensagem excelente que reflete o amor de Deus a
todas as criaturas, porquanto, se até ontem recebemos uma fé desfigurada, enigmática e
simbólica, com o Espiritismo, nos moldes com que Allan Kardec no-lo ofereceu, ressurge a
verdadeira religião, apresentando o Senhor Jesus desvelado e simples, fazendo-se conhecer e
amar em nós, por nós e conosco, até o fim dos tempos!
Vianna de Carvalho – À Luz do Espiritismo – Cap. 30 – Propaganda Espírita

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Quanto mais se aperfeiçoam no mundo as normas técnicas da civilização, mais
imperiosas se fazem as necessidades do intercâmbio espiritual.
À vista disso, nos mecanismos da propaganda, em toda parte, os mostruários do bem e
do mal se misturam, estabelecendo facilitários para a aquisição de sombra e luz.
Nesse concerto de forças que se entrechocam nas praias da divulgação, em maré
crescente de novidades ideológicas, através das ondas de violentas transformações, a Doutrina
Espírita é o mais seguro raciocínio, garantindo a alfândega da lógica destinada à triagem correta
dos produtos do cérebro humano, com vistas ao proveito comum.
Daí a necessidade da divulgação constante dos valores espirituais, sem o ruído da
indiscrição, mas sem o torpor do comodismo.
Serviço de sustentação do progresso renovador.
Quanto puderes, auxilia a essa iniciativa benemérita de preservação e salvamento.
Auxilia a página espírita esclarecedora, a transitar no veículo das circunstâncias, a
caminho dos corações desocupados de fé, à maneira de semente bendita que o vento instala no
solo devoluto e que amanhã se transformará em árvore benfeitora.
Ampara o livro espírita em sua função de mentor da alma, na cátedra do silêncio.
Prestigie o templo espírita com o respeito e a presença, com o entendimento e a
cooperação, valorizando-lhe cada vez mais a missão de escola para a Vida Superior.
Como possas e quanto possas, relaciona as bênçãos que já recebeste da Nova Revelação,
reanimando e orientando os irmãos do caminho.
Disse-nos Jesus: — “Não coloques a lâmpada sob o alqueire”.
Podes e deves, assim, expor a tua ideia espírita, através da vitrina do exemplo e da
palavra, na loja de tua própria vida, para fazê-la brilhar.
Emmanuel – Revista Reformador – 1978 – Agosto – Exposição Espírita / Cura – Cap. 10 –
Divulgação Espírita

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3.2 Razões da importância
O Espiritismo, codificado por Allan Kardec, oferece uma nova maneira de
compreender a história, indo além dos eventos registrados e explorando as causas e
influências que moldam o curso da humanidade.
"O Céu e o Inferno" de Allan Kardec é uma obra de grande importância dentro do
Espiritismo e para a compreensão da vida após a morte, por diversas razões:
• Esclarecimento da vida futura:
o O livro oferece uma visão racional e lógica da vida espiritual, desmistificando
conceitos religiosos tradicionais sobre o céu e o inferno.
o Ele apresenta a ideia de que a vida continua após a morte, e que o estado do espírito é
determinado por suas ações e grau de evolução moral.
• Compreensão da justiça divina:
o Kardec explora a lei de causa e efeito, mostrando que cada ação gera consequências,
seja nesta vida ou na futura.
o Isso traz uma visão de justiça divina baseada no aprendizado e na evolução, e não em
punições eternas.
• Desmistificação do céu e do inferno:
o O livro apresenta o céu e o inferno como estados de consciência, e não como lugares
físicos.
o Isso permite uma compreensão mais profunda de que a felicidade e o sofrimento são
resultados de nossas próprias escolhas.
• Estímulo à evolução moral:
o Ao mostrar as consequências das ações, o livro incentiva a busca pelo aprimoramento
moral e a prática do bem.
o Ele nos torna conscientes de nossa responsabilidade individual e da importância do
desenvolvimento espiritual.

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• Consolo e esperança:
o A obra oferece uma visão consoladora da vida após a morte, mostrando que a evolução
é contínua e que todos têm a chance de progredir.
o Tira o medo da morte.
• Análise comparativa das crenças religiosas:
o A primeira parte do livro, faz uma análise e comparação das doutrinas religiosas, e
com isso, mostra as raízes históricas, antropológicas e psicológicas, das idealizações
do céu e do inferno.
Em resumo, "O Céu e o Inferno" é uma obra fundamental para a compreensão da
doutrina espírita e para a reflexão sobre a vida, a morte e a importância do desenvolvimento
moral.

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4 O CÉU E O INFERNO – Conteúdo
4.1 Considerações Gerais

Exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual,
sobre as penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e demônios, sobre as penas, etc.,
seguido de numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois da morte.
• Esclarece o ser humano sobre o seu destino;
• Examina as diversas crenças sobre o céu e o inferno,
• Os anjos e os demônios, as penas e as recompensas futuras;
• Refuta o dogma das penas eternas;
• Desmistifica, com estudo de casos, a vida de além-túmulo, para firmar a fé no futuro e
na justiça de Deus.


4.2 Conteúdos Principais

"O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo" é uma das cinco obras
básicas da codificação da Doutrina Espírita, escrita por Allan Kardec e publicada em 1865. O
livro aborda temas como a imortalidade da alma, a justiça divina, a natureza do céu e do
inferno, e as consequências das ações humanas na vida após a morte.
A obra é dividida em duas partes principais:
Primeira parte: Doutrinas
• Análise comparativa das doutrinas religiosas: Kardec examina diversas crenças
sobre a vida futura, comparando-as com os princípios espíritas. Ele critica a ideia de
penas eternas e defende a progressão da alma através de múltiplas existências.
• A justiça divina segundo o Espiritismo: Explica como a justiça divina se manifesta
através da lei de causa e efeito, onde cada ação gera consequências para o indivíduo.
• O céu e o inferno: Apresenta o céu e o inferno não como lugares físicos, mas como
estados de consciência, resultantes do grau de evolução moral do espírito.
• Anjos e demônios: Aborda a natureza dos espíritos superiores e inferiores, suas
funções e influências sobre os seres humanos.

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Segunda parte: Exemplos
• Esta seção apresenta relatos de espíritos que viveram diferentes experiências após a
morte, ilustrando os conceitos apresentados na primeira parte do livro.
• Os exemplos descrevem as condições de felicidade ou sofrimento vividas pelos
espíritos, de acordo com suas ações e grau de evolução moral.
• Os relatos são apresentados com o objetivo de demonstrar a realidade da vida após a
morte e a importância do desenvolvimento moral para o progresso espiritual.
Em resumo, "O Céu e o Inferno" busca oferecer uma visão racional e consoladora da
vida após a morte, baseada nos princípios da justiça divina e da evolução espiritual.

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5 O CÉU E O INFERNO – Estrutura
5.1 Considerações Gerais

1º PARTE
• Conceitual
• O porvir e o nada
• Temor da morte
• O céu
• O inferno
• O purgatório
• Doutrina das penas eternas
• As penas futuras segundo o espiritismo
• Os anjos/Os demônios
• Proibição de evocar os mortos

2º PARTE
• Exemplos
• Espíritos felizes
• Espíritos em condições medianas
• Espíritos sofredores
• Suicidas
• Criminosos arrependidos
• Espíritos endurecidos
• Expiações terrestres

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5.2 Partes Principais
O livro "O Céu e o Inferno" de Allan Kardec é dividido em duas partes principais, cada
uma com seus objetivos e conteúdos específicos:
Primeira Parte: Doutrinas
• Esta seção é dedicada à análise e comparação das diferentes doutrinas religiosas sobre a
vida após a morte, o céu, o inferno, anjos e demônios.
• Kardec examina criticamente as crenças tradicionais, apontando contradições e
incoerências, e as compara com os princípios da doutrina espírita.
• Os principais temas abordados nesta parte incluem:
o A natureza da alma e sua imortalidade.
o A lei de causa e efeito e a justiça divina.
o A descrição do céu e do inferno como estados de consciência, não lugares físicos.
o A natureza dos anjos e demônios, e sua influência sobre os seres humanos.
o A refutação da doutrina das penas eternas.
• O objetivo principal desta parte é fornecer uma base doutrinária sólida para a
compreensão da vida espiritual, com base na razão e na lógica.
Segunda Parte: Exemplos
• Esta seção apresenta uma série de relatos de espíritos que viveram diferentes experiências
após a morte.
• Os exemplos ilustram os conceitos apresentados na primeira parte, mostrando as
consequências das ações humanas no plano espiritual.
• Os relatos são organizados em categorias, como espíritos felizes, espíritos sofredores,
suicidas, criminosos arrependidos, entre outros.
• O objetivo principal desta parte é fornecer evidências práticas da realidade da vida após a
morte e da justiça divina, por meio de testemunhos de espíritos.
Em resumo, a estrutura do livro combina a análise doutrinária com exemplos práticos,
buscando fornecer uma visão abrangente e esclarecedora da vida espiritual.

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6 O CÉU E O INFERNO – Temas Principais
6.1 O Porvir e o Nada
Vivemos, pensamos e operamos – eis o que é positivo.
E que morremos, não é menos certo.
Mas, deixando a Terra, para onde vamos?
Que seremos após a morte?
Estaremos melhor ou pior?
Existiremos ou não?
Ser ou não ser, tal a alternativa. Para sempre ou para nunca mais; ou tudo ou nada:
Viveremos eternamente, ou tudo se aniquilará de vez?
(...)
Três alternativas para o homem:
1. Materialismo: o nada
2. Panteísmo: absorção pelo todo universal
3. Religiões: individualidade da alma

E se a lógica nos conduz à individualidade da alma, também nos aponta esta outra
consequência:
A sorte de cada alma deve depender das suas qualidades pessoais
ALLAN KARDEC - Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 1

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6.2 O Temor da Morte

A Doutrina Espírita muda inteiramente a maneira de considerar o futuro.
A vida futura não é mais uma hipótese, mas uma realidade; o estado das almas após a
morte não é mais uma teoria, mas o resultado da observação.
O véu está levantado; o mundo espiritual nos aparece em toda a sua realidade prática;
não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os
próprios habitantes desse mundo que vêm nos descrever sua situação; nós ali os vemos em todos
os graus da escala espiritual, em todas as fases da felicidade e do infortúnio; assistimos a todas
as peripécias da vida de além-túmulo.
Aí está, para os espíritas, a razão da calma com que eles encaram a morte, da serenidade
de seus últimos instantes sobre a Terra
ALLAN KARDEC - Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 2

O Céu e o Inferno – 160 anos
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6.3 O Céu/ O Inferno/ O Purgatório

A felicidade (o Céu) está ligada às próprias qualidades dos indivíduos e não ao
estado material do meio em que se encontram; portanto, ela está em toda parte onde existem
espíritos capazes de ser felizes; nenhum lugar circunscrito está assinalado para a felicidade no
Universo.
(...)
Enquanto o homem está dominado pela matéria, só imperfeitamente compreende a
espiritualidade, eis por que ele faz das penas e dos prazeres futuros um quadro mais material
que espiritual.
Assim, o quadro que ele fez dos sofrimentos da vida futura (o Inferno) é apenas o reflexo
dos males da humanidade, porém em maior proporção; nesse quadro reuniu todas as torturas,
todos os suplícios, todas as aflições que encontrou sobre a Terra.
Pelos exemplos que a revelação coloca sob os nossos olhos, ela nos ensina que a alma
sofre no mundo invisível por todo o mal que fez, e por todo o bem que poderia ter feito e
não fez durante sua vida terrestre; que a alma não é condenada a uma penalidade absoluta,
uniforme e por um tempo determinado, mas que sofre as consequências naturais de todas as
suas ações más, até que se tenha melhorado pelos esforços da sua vontade.
Ela carrega em si mesma seu próprio castigo, e isso em todo lugar onde se encontre; por
esse motivo não há necessidade de um lugar circunscrito.
O inferno, portanto, está em toda parte onde existem almas sofredoras, como o céu
está em toda parte onde existem almas felizes.
(...)
O Evangelho não faz nenhuma menção ao purgatório, que somente em 593 foi admitido
pela Igreja. É seguramente um dogma mais racional e mais de acordo com a justiça de Deus do
que o do inferno, porquanto estabelece penas menos rigorosas e resgatáveis para as faltas de
menor gravidade.
Mas a noção do purgatório devia necessariamente ser incompleta; isso porque,
conhecendo somente a pena de fogo, fizeram dele um diminutivo do inferno; as almas nele
também queimam, mas em um fogo menos intenso.
Se o pensamento inicial foi bom, o mesmo não aconteceu com as suas consequências,
pelo abuso do qual ele foi a origem. Por meio das preces pagas, o purgatório tornou-se uma
mina mais produtiva que o inferno.

O Céu e o Inferno – 160 anos
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Estava reservado à Nova Revelação (a Doutrina Espírita) preencher essa lacuna,
explicando-nos as causas das misérias da vida terrestre, das quais somente a pluralidade das
existências podia nos mostrar a justiça.
Cada existência é, para a alma, uma oportunidade de dar um passo para a frente; de sua
vontade depende que esse passo seja o maior possível, capaz de transpor vários degraus, ou
ficar no mesmo ponto.
Portanto, é nas encarnações sucessivas que a alma se desprende pouco a pouco das
suas imperfeições, em uma palavra, que ela se purga, até que esteja bastante pura para merecer
deixar os mundos de expiação e ir para mundos mais felizes, e mais tarde deixar esses mundos
para desfrutar da felicidade suprema.
O purgatório não é, portanto, mais uma ideia vaga e incerta; é uma realidade
material que nós vemos, que tocamos e que sofremos; ele está nos mundos de expiação, e a
Terra é um desses mundos; nela os homens expiam, purgam o seu passado e o seu presente
em proveito do seu futuro.
ALLAN KARDEC - Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 3/4/5/6

O Céu e o Inferno – 160 anos
21

6.4 O Doutrina das Penas eternas/As Penas segundo o Espiritismo

6.4.1 Considerações Gerais

1. O Sofrimento é inerente à imperfeição.
2. Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo
nas consequências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da
ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada
falta ou indivíduo.
3. Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode
igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade.
A cada um segundo suas obras, no Céu como na Terra: - tal a lei da Justiça Divina.
ALLAN KARDEC - Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 7/8

6.4.2 O Que é o Código Penal da Vida Futura

O "Código Penal da Vida Futura" apresentado por Allan Kardec no livro "O Céu e o
Inferno" não se trata de um conjunto de leis escritas, mas sim de um sistema de consequências
naturais que regem a vida espiritual, baseado na lei de causa e efeito. Ele descreve como as
ações e pensamentos de uma pessoa em vida refletem em seu estado espiritual após a morte.
Os principais pontos do "código" incluem:
• Consequências das imperfeições
o A alma sofre as consequências de suas imperfeições não corrigidas durante a vida
terrena.
o A felicidade plena é alcançada com a purificação completa do espírito.
• A natureza do céu e do inferno
o Céu e inferno não são lugares físicos, mas estados de consciência.
o O sofrimento ou a felicidade são resultados do grau de evolução moral do espírito.
o o inferno está onde há almas sofredoras, assim como o céu está onde há almas bem
aventuradas.

O Céu e o Inferno – 160 anos
22

• Lei de causa e efeito
o Cada ação gera uma reação, seja na vida presente ou futura.
o As aflições da vida terrena podem ser expiações de faltas passadas.
• Progresso da alma
o A alma progride através de múltiplas existências, buscando a perfeição.
o O bem e o mal que se faz são o produto das boas e das más qualidades que se possui.
Em essência, o "Código Penal da Vida Futura" é um guia para a responsabilidade
moral, enfatizando que as escolhas feitas em vida têm impacto duradouro no estado espiritual.

O Céu e o Inferno – 160 anos
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6.4.3 Quais as correlações entre Lei de Causa e Efeito e o Código Penal da Vida Futura

A lei de Causa e Efeito e o "Código Penal da Vida Futura" em "O Céu e o Inferno" de
Allan Kardec estão intrinsecamente ligados, sendo a lei de Causa e Efeito o alicerce
fundamental do código. Aqui estão as principais correlações:
1. A Lei de Causa e Efeito como base do Código:
• A lei de Causa e Efeito, também conhecida como lei da ação e reação, postula que toda
ação gera uma reação correspondente. No contexto do "Código Penal da Vida Futura",
isso significa que cada ação, pensamento e sentimento que temos em vida terá
consequências em nossa vida futura.
• O código, portanto, não é um conjunto de regras arbitrárias, mas sim a manifestação
natural da lei de Causa e Efeito no plano espiritual.
2. As consequências das ações:
• O código descreve como as consequências das ações se manifestam na vida futura. As
imperfeições morais, como o egoísmo, o orgulho e a maldade, geram sofrimento e
aflições no plano espiritual.
• Por outro lado, as ações virtuosas, como a caridade, a benevolência e o amor, geram
felicidade e bem-estar.
• A lei de Causa e Efeito garante que cada indivíduo colha os frutos de suas próprias
ações, seja para o bem ou para o mal.
3. O progresso da alma:
• O código e a lei de Causa e Efeito trabalham juntos para impulsionar o progresso da
alma. As consequências das ações, tanto positivas quanto negativas, servem como
aprendizado e incentivo para a evolução moral.
• O sofrimento gerado pelas imperfeições impulsiona a alma a buscar a transformação e
o aprimoramento. Já a felicidade gerada pelas virtudes reforça o caminho do bem.
4. A justiça divina:
• O "Código Penal da Vida Futura", fundamentado na lei de Causa e Efeito, expressa a
justiça divina. Cada indivíduo é responsável por suas próprias ações e recebe as
consequências correspondentes, sem exceções ou privilégios.
• Não existe punição eterna, mas sim um processo de aprendizado e evolução contínuo,
onde o espírito tem a oportunidade de reparar seus erros e progredir rumo à perfeição.
Em resumo, a lei de Causa e Efeito é a espinha dorsal do "Código Penal da Vida
Futura", garantindo que a justiça divina se manifeste de forma natural e precisa no plano
espiritual.

O Céu e o Inferno – 160 anos
24

6.4.4 A Lei de Causa e Efeito e a Justiça Divina

A lei de causa e efeito está diretamente relacionada à noção que se tem da justiça e,
mais ainda, da Justiça Divina.
Justiça significa, a rigor, respeito à igualdade de todos os cidadãos. É o princípio básico
que objetiva manter a ordem social através da preservação dos direitos individuais e coletivos,
expressa sob forma legal (constituição das leis) e devida aplicação nos casos específicos
(litígio).
O conceito espírita de justiça está sintetizado nestas conhecidas palavras de Jesus:
“Fazei aos homens o que gostaríeis que eles vos fizessem, pois é nisto que consistem a lei e os
profetas”. (Mateus, 7:12)
O entendimento de justiça divina está submetido às diferentes interpretações religiosas;
contudo, há unanimidade de que Deus quer o bem para todos os seus filhos, disponibilizando-
lhes condições infinitas para sua melhoria espiritual.
Dessa forma, Emmanuel ensina como entender a justiça divina:
(...) não digas que Deus sentencia alguém a torturas eternas. Tanto quanto podemos
perceber o Pensamento Divino, imanente em todos os seres e em todas as coisas, o Criador se
manifesta a nós outros — criaturas conscientes, mas imperfeitas — através de leis que Lhe
expressam os objetivos no rumo do Bem Supremo. É inútil que dignitários desse ou daquele
princípio religioso te pintem o Todo-Perfeito por soberano purpurado, suscetível de encolerizar-
se por falta de vassalagem ou envaidecer-se à vista de adulações.
(...) Deus é amor. Amor que se expande do átomo aos astros. Mas é justiça também.
Justiça que atribui a cada Espírito segundo a própria escolha. Sendo amor, concede à
consciência transviada tantas experiências quantas deseje a fim de retificar-se. Sendo
justiça, ignora quaisquer privilégios que lhe queiram impor. Não afirmes, desse modo, que
Deus bajula ou condena.
(...) O Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas se engrandeçam. Para
isso, sendo amor, repletou-lhes o caminho de bênçãos e luzes, e, sendo justiça, determinou
possuísse cada um de nós vontade e razão.
(...)
O Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas se engrandeçam. Para isso,
sendo amor, repletou-lhes o caminho de bênçãos e luzes, e, sendo justiça, determinou possuísse
cada um de nós vontade e razão.
A vida, assim, aqui ou além, será sempre o que nós quisermos.

O Céu e o Inferno – 160 anos
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Na matemática do Universo, o destino dar-nos-á sempre daquilo que lhe dermos.
Emmanuel – Justiça Divina – Cap. 51 – Nas leis do destino
(...)
Aliás, não é sublime a justiça unida à bondade, que faz a duração das penas depender
dos esforços do culpado para se melhorar?
Nisto se encontra a verdade do preceito: "A cada um segundo as suas obras".
Allan Kardec/Agostinho – O Livros do Espíritos – Perg. 1009
(...)
Não existe dor sem causa, nem alegria sem título de merecimento.
Em ambas as situações, mantém-te vigilante, porque ninguém passa pelo mundo sem as
suas vivências, e a dor faz parte do processo iluminativo.
O aperfeiçoamento moral do Espírito é da sombra para a luz, do bruto para o sublime.
Joanna de Angelis – Reformador – Maio/2016
(...)
Não nos esqueçamos, porém, de que NUNCA ESTAMOS SEM A PRESENÇA DE
MISERICÓRDIA DIVINA JUNTO ÀS OCORRÊNCIAS DA DIVINA JUSTIÇA, que O
SOFRIMENTO É INVARIAVELMENTE REDUZIDO AO MÍNIMO para cada um de
nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.
Emmanuel - Chico Xavier pede licença – Cap. 19
(...)
As dívidas, embora contraídas em relação às pessoas, não são resgatadas
diretamente com elas, de forma compulsória. Muitas vezes se defrontam os
comprometidos para a regularização, porém a agressão cometida, o débito contraído é
sempre contra a Ordem Divina, contra as Leis que regem o Cosmo, podendo-se liberar
daquelas desgraças praticadas, mediante a ação do bem, em qualquer direção, a quem
quer que seja.
A soma das ações dignificadoras diminui o peso dos males praticados. O amor
cobre a mul t i dão de pecados, conforme acentuou Jesus.
Joanna de Angelis – Sob a Proteção de Deus – Cap. 9
(...)
É na vida corpórea que o Espírito repara o mal de anteriores existências, pondo em
prática resoluções tomadas na vida espiritual.
Assim se explicam as misérias e vicissitudes mundanas que, à primeira vista,
parecem não ter razão de ser.

O Céu e o Inferno – 160 anos
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JUSTAS SÃO ELAS, no entanto, como ESPÓLIO DO PASSADO — herança que
serve à nossa romagem para a perfectibilidade.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 7 – item 31
(...)
NÃO ME CONFORMO! - Explodem, revoltados, aqueles que da VIDA somente
esperam vantagens e recompensas...
DEUS É INJUSTO! - Proferem, estentóricos, os que se supõem credores apenas de
receber dádivas...
NÃO MEREÇO ISTO! - Bradam, desatinados, quantos são colhidos pelo que
denominam infortúnios e desgraças...
NENHUMA DOR TE ALCANÇA SEM CRITÉRIO SUPERIOR DE JUSTIÇA.
DESGRAÇA REAL é o desconhecimento dos objetivos superiores da existência sem a
chama luminosa do amor como benção e a imperiosa necessidade de seguir, arrastado pelas
circunstâncias penosas.
Joanna de Angelis – Alerta – Cap. 20
Não nos esqueçamos, porém, de que NUNCA ESTAMOS SEM A PRESENÇA DE
MISERICÓRDIA DIVINA JUNTO ÀS OCORRÊNCIAS DA DIVINA JUSTIÇA , que O
SOFRIMENTO É INVARIAVELMENTE REDUZIDO AO MÍNIMO para cada um de
nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.
Emmanuel - Chico Xavier pede licença – Cap. 19
Há, no entanto, desgraças e desgraças . As primeiras são as que
irrompem desarticulando a emoção e desestruturando a existência física e moral da criatura que,
não raro, sucumbe ante a sua presença e aqueloutras, que não são identificadas por se
constituírem consequências de atos infelizes, arquitetados por quem ora lhes padece os
efeitos danosos.
Essa, sim, são as desgraças reais.
Joanna de Angelis – Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda – Cap. 6
(...)
A Sabedoria do Senhor não deixa margem à inutilidade.
O sofrimento tem a sua função preciosa nos planos da alma, tanto quanto a
tempestade tem o seu lugar importante na economia da natureza física.
Emmanuel – Fonte Viva – Cap. 162
(...)

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Toda aflição se fixa em raízes que devem ser extirpadas. Algumas possuem causas
atuais, enquanto outras se prendem ao passado espiritual, constituindo tais fatores a justiça
impertérrita que alcança os infratores dos códigos divinos do amor e do equilíbrio.
Joanna de Angelis - Celeiros de Bênçãos – Cap. 35
(...)
A carga de aflições que conduzes não significa abandono a que estejas relegada, e
sim recordação de que não és esquecida.
A fé não libera a alma dos resgates que lhe cumpre atender, como esperam alguns
crentes apressados.
Ela é a fonte de energia e o dínamo de força, o penso que balsamiza a ferida e o
conforto que ampara a coragem, não um mecanismo de evasão das responsabilidades ou
documento para chantagear o equilíbrio da justiça.
Victor Hugo – Calvário da Libertação – 4º Parte – Cap. 7
(...)
Em momento algum deixa de confiar nos desígnios de Deus.
Não te encontras à deriva, apesar de supores que o rumo para a felicidade se perdeu em
definitivo.
A ausência aparente de respostas diretas aos teus apelos e necessidades faz parte de uma
programática para o teu bem.
Sem que o percebas, chegam-te os socorros imprescindíveis para o equilíbrio e
êxito, sem os quais, certamente, não suportarias as provas a que te propuseste por impositivo
da própria evolução.
Joanna de Angelis – Otimismo – cap. 51
(...)
Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente humana,
auxiliando-nos a descobrir os Estatutos Divinos, funcionando em nós próprios, no foro da
consciência, a fim de aprendermos, que a liberdade de fazer o que se quer está condicionada,
à liberdade de fazer o que se deve.
Estudemos os princípios da reencarnação, na lei de Causa e Efeito, à luz da Justiça e da
Misericórdia de Deus e perceberemos que mesmo encarcerados agora em constringentes
obrigações, estamos intimamente livres para aceitar com respeito e humildade as
determinações da vida, edificando o espírito de trabalho e compreensão naqueles que nos
observam e nos rodeiam, marchando, gradativamente, para a nossa emancipação integral, desde
hoje.

O Céu e o Inferno – 160 anos
28

Emmanuel – Livro da Esperança – Cap. 7


(...)
FELICIDADE é nascer no Mundo, e aprender a renascer na Vida.
FELICIDADE é reconhecer que o sofrimento é resposta das opções, e educar-se com
ele, para registrar o passado e prevenir o futuro.
FELICIDADE, ENFIM, é conquistar na Vida o admirável direito de Viver, tendo
consciência não apenas das Vitórias e dos erros, mas, principalmente, da constância e ânimo
para todas as lutas.
Jácome Góes – Jornal da Cidade – Sergipe
(...)
Não rogues justiça nos dias de tua dor e sim aumento de compaixão nos tribunais
da Divina Sabedoria, restaurando a ti mesmo, para seguir à frente, valoroso e sereno, na
própria redenção ante a Bênção da Lei.
Emmanuel – Construção do Amor – Cap. 5
(...)
Muitas vezes exclamas: — Justiça! Justiça!
E afirmas-te demasiadamente sofredor, perseguido pelas sombras ou desamparado pela
Bênção do Céu!
Nos dias de aflição e cinza, não te recolhas à blasfêmia e nem peças por maiores
manifestações da Justiça, em teu campo de ação, porque a Justiça mais ampla poderia
agravar-te as dores, mas sim roga o acréscimo da Divina Misericórdia, em teu benefício, a
fim de que disponhas de ombros fortes para que não venhas a lançar longe de ti os favores da
própria cruz.
Emmanuel – Assim Vencerás – Cap. 9
(...)
Não existe dor sem causa, nem alegria sem título de merecimento.
Em ambas as situações, mantém-te vigilante, porque ninguém passa pelo mundo sem as
suas vivências, e a dor faz parte do processo iluminativo.
O aperfeiçoamento moral do Espírito é da sombra para a luz, do bruto para o sublime.
Joanna de Angelis – Reformador – Maio/2016
(...)
Mas então se pergunta:

O Céu e o Inferno – 160 anos
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− Por que uns sofrem mais do que outros;
− Por que uns nascem na miséria e outros na opulência, sem nada terem feito
para justificar essa posição;
− Por que para uns nada dá certo, enquanto para outros tudo parece sorrir?
− Mas o que ainda menos se compreende é ver os bens e os males tão
desigualmente distribuídos entre o vício e a virtude;
− Ver homens virtuosos sofrer ao lado de malvados que prosperam.
A fé no futuro pode consolar e proporcionar paciência, mas não explica essas
anomalias, que parecem desmentir a Justiça de Deus.
Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 5 – item 3




(...)
Ao contrário, tudo se explica, tudo se esclarece, pela doutrina das vidas sucessivas.
A lei de justiça revela-se, nos menores detalhes da existência. As desigualdades que nos chocam
resultam das diferentes posições ocupadas pelas almas, em seus graus infinitos de evolução. O
destino do ser é apenas o desenvolvimento, através dos tempos, da longa série de causas e
efeitos desencadeados por seus atos.
Leon Denis – O Problema do Ser, do Destino e da Dor – 2º Parte - Cap. 13
(...)
Desde que se admite a existência de Deus, não é possível concebê-lo sem suas
perfeições infinitas.
Ele deve ser todo-poderoso, todo justiça, todo bondade, pois sem isso não seria Deus.
E se Deus é soberanamente justo e bom, não pode agir por capricho ou com parcialidade.
AS VICISSITUDES DA VIDA TÊM, POIS, UMA CAUSA, E COMO DEUS É JUSTO,
ESSA CAUSA DEVE SER JUSTA.
Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 5 – item 3
(...)
As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, têm duas origens bem
diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta
vida.
Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 5 – item 4

O Céu e o Inferno – 160 anos
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Há males, nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também outros que, pelo
menos em aparência, são estranhos à sua vontade e parecem golpeá-lo por fatalidade.
Em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que
devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve
ser justa.
Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 5 – item 6
(...)
Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, como os decorrentes de
causas atuais, uma consequência natural da própria falta cometida.
É dessa maneira que se explicam, PELA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS e
pelo destino na Terra, como mundo expiatório que é, as anomalias da distribuição da
felicidade e da desgraça, entre os bons e os maus neste mundo.
Essa anomalia é apenas aparente, porque só encaramos o problema em relação à vida
presente; mas quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de
existências, compreendemos que a cada um é dado o que merece, sem prejuízo do que lhe cabe
no mundo dos Espíritos, e que a justiça de Deus nunca falha.
Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 5 – item 7
(...)
Tudo isso muitas outras coisas ainda, chamam-se desgraça, na linguagem humana.
Sim, realmente são a desgraça, para aqueles que nada veem além do presente.
Mas a verdadeira desgraça está mais nas consequências de uma coisa do que na própria
coisa.
É assim que, para julgar o que é realmente feliz ou desgraçado para o homem, é
necessário transportar-se para além desta vida, porque é lá que as consequências se
manifestam.
Ora, tudo aquilo que ele chama desgraça, de acordo com a sua curta visão, cessa com a
vida e tem sua compensação na vida futura.
Evangelho Segundo o Espiritismo - Delphine de Girardin – Cap. 5 – item 24
(...)
O princípio da reencarnação é a chave que nos abre a compreensão para todos os
problemas humanos.
Sem ele tudo é mistério e confusão em nossos destinos e a justiça de Deus nos parece
absurda.
Herculano Pires – Na Era do Espírito – Cap. 27

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(...)
A cada um segundo suas obras, no Céu como na Terra: - tal a lei da Justiça Divina.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 8
(...)
E se a lógica nos conduz à individualidade da alma, também nos aponta esta outra
consequência:
A sorte de cada alma deve depender das suas qualidades pessoais.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 1
(...)
Sendo infinita a Justiça de Deus, o bem e o mal, são rigorosamente considerados, não
havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha consequências fatais, como
não há uma única ação meritória, um só bom movimento da alma que se perca.
Allan Kardec- O Céu e o Inferno. 1º parte/Cap. 7, n.º 8
(...)
A Bondade Divina nos assiste, de múltiplas maneiras, amparando-nos o reajustamento,
mas em todos os lugares viveremos jungidos às consequências dos próprios atos, de vez que
somos herdeiros de nossas próprias obras.
André Luiz – Entre a Terra e o Céu – Cap. 9
(...)
A cada um segundo suas obras, no Céu como na Terra: - tal a lei da Justiça Divina.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 7 – item 33

O Céu e o Inferno – 160 anos
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6.5 Os Anjos/Os Demónios

Que haja seres dotados de todas as qualidades atribuídas aos anjos, disso não se poderia
duvidar. Sobre esse ponto, a revelação espírita confirma a crença de todos os povos, porém, ao
mesmo tempo, ela nos faz conhecer a natureza e a origem desses seres.
As almas, ou espíritos, são criadas simples e ignorantes, isto é, sem conhecimentos
e sem consciência do bem e do mal, mas aptas a adquirir tudo o que lhes falta e que é obtido
pelo trabalho. O objetivo, que é o mesmo para todas, é a perfeição. Elas a alcançam mais ou
menos rapidamente em virtude do seu livre arbítrio e em razão dos seus esforços; todas têm os
mesmos graus para percorrer, o mesmo trabalho para realizar.
(...)
Segundo o Espiritismo, nem anjos nem demônios são seres à parte; a criação dos
seres inteligentes é una. Unidos a corpos materiais, eles constituem a humanidade que povoa
a Terra e as outras esferas habitadas; libertos desses corpos eles constituem o mundo espiritual
ou dos espíritos que povoam os espaços. Deus os criou suscetíveis de aperfeiçoamento e
lhes deu por objetivo a perfeição, e a felicidade que é a sua consequência, mas não lhes deu
a perfeição.
Desde o momento da sua formação, eles progridem seja no estado de encarnação, seja
no estado espiritual; chegados ao apogeu, tornam-se puros espíritos, ou anjos, segundo a
denominação comum.
Disso resulta existirem espíritos em todos os graus de adiantamento moral e intelectual,
conforme estejam no alto, embaixo ou no meio da escala. Por consequência, há espíritos em
todos os graus do saber e da ignorância, de bondade e de maldade. Nas classes inferiores,
encontram-se os que ainda estão profundamente inclinados para o mal, e que nele se
comprazem. Se quisermos pode-se chama-los demônios porque eles são capazes de todas as
más ações atribuídas a estes últimos. Se o Espiritismo não os denomina assim é porque tal
nome se prende à ideia de seres distintos da humanidade de uma natureza essencialmente
perversa, consagrados ao mal por toda a eternidade e incapazes de progredirem no bem.
ALLAN KARDEC - Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 9/10/11

O Céu e o Inferno – 160 anos
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6.6 Da proibição de evocar os Mortos

A Igreja não nega, de maneira alguma, a realidade das manifestações. Ao contrário, ela
as admite todas, porém as atribui à intervenção exclusiva dos demônios.
O supremo argumento a que se dá valor é a proibição de Moisés.
É preciso ser consequente; se reconhecemos que sua lei( de Moises) não está mais em
harmonia com nossos usos e nossa época para certas coisas, não há razão para que ela não esteja
quanto à proibição de que se trata.
É preciso, aliás, que nos reportemos aos motivos que provocaram essa proibição,
motivos que tinham, então, sua razão de ser, mas que, seguramente, não existem mais hoje em
dia. O legislador hebreu queria que seu povo rompesse com todos os costumes adquiridos no
Egito, onde o das evocações estava em uso e era motivo de abuso.
A proibição de Moisés era tanto mais justificada porque não se evocavam os mortos por
respeito e afeição a eles, nem com um sentimento de piedade; era um meio de adivinhação, da
mesma forma que os augúrios e os presságios, explorados pelo charlatanismo e a superstição.
Há duas partes distintas na lei de Moisés: a lei de Deus propriamente dita, promulgada
sobre o Monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar apropriada aos costumes e à característica do
povo; uma é invariável, a outra modifica-se segundo a época
Todos os motivos alegados contra as relações com os espíritos não podem resistir
a um exame sério; entretanto, da pertinácia que se coloca no assunto, pode-se deduzir que a
essa questão liga-se um grande interesse, se assim não fosse não haveria tanta insistência nisso.
Ao ver essa cruzada de todos os cultos contra as manifestações, poderíamos dizer que eles
têm receio delas. O verdadeiro motivo poderia muito bem ser o medo de que os espíritos,
muito perspicazes, viessem esclarecer os homens sobre os pontos que insistem em deixar
na sombra, e os fizessem conhecer ao certo o que é o outro mundo e as verdadeiras condições
para nele ser feliz ou infeliz.
Não aceitar as comunicações de além-túmulo, é rejeitar o poderoso meio de
instrução que resulta por si mesmo da iniciação à vida futura, e dos exemplos que elas nos
fornecem.
ALLAN KARDEC - Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 12

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