O Filósofo Henrique José de Souza

Muitos turistas que visitam São Lourenço já me perguntaram quem foi o filósofo Henrique José de Souza, espiritualista que nasceu em Salvador, Bahia, em 1883, e desencarnou em São Paulo, no ano de 1963. Querem saber se ele foi um educador ou se foi só um homem que tinha, para a sua época, uma capacidade intelectual muito aguçada e transmitiu à posteridade os conhecimentos que acumulou ao longo de sua vida como filósofo.

1. O FILÓSOFO HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA

Muitos turistas que visitam São Lourenço já me perguntaram
quem foi o filósofo Henrique José de Souza, espiritualista que nasceu
em Salvador, Bahia, em 1883, e desencarnou em São Paulo, no ano de
1963. Querem saber se ele foi um educador ou se foi só um homem
que tinha, para a sua época, uma capacidade intelectual muito aguçada
e transmitiu à posteridade os conhecimentos que acumulou ao longo de
sua vida como filósofo. Consciente de que todos nós temos um
compromisso com a divulgação da arte e da cultura, sempre respondi
assim: Educar, qualquer pessoa educa. Todos nós ensinamos com
nossas atitudes e opiniões diárias. Também ensinamos errado e
aprendemos errado. Por isso passamos uma vida inteira tentando
corrigir nossos erros do passado. A Teoria da Reencarnação, no
Espiritismo, postula que nascemos para quitar débitos dos erros que
cometemos em vidas passadas e prosseguir na evolução. Algumas
pessoas, como o filósofo Henrique, estudaram muito, aprenderam a
aprender sozinhas, desenvolveram a autonomia cognitiva que o filósofo
Schopenhauer aponta como sendo a habilidade mais importante que se
pode adquirir durante o processo de escolarização acadêmica, e
fizeram escola com o entendimento que tiraram da vida, dos estudos e
das percepções pessoais. Assim fizeram Paulo Freire, Lauro de
Oliveira Lima, Chico Xavier, Luiz Goulart e outros pensadores e
filósofos, cada um na sua área de atuação. Quanto ao filósofo Henrique,
fundador da Eubiose na estância hidromineral de São Lourenço, MG,
ESPIRITISMO com Marco Aurélio Rodrigues Dias
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2. O ESPIRITISMO com Marco Aurélio Rodrigues Dias
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ele criou a sua egrégora espiritualista. Tem um ditado que diz assim:
quem não tem competência, não se estabelece. Aqui eu uso a palavra
competência no sentido pedagógico mesmo, pois as escolas têm que
ajudar os educandos a desenvolverem as competências e habilidades
que os ajudarão no desenvolvimento da autonomia necessária e
indispensável para a contínua autocapacitação, conforme é o desejável
na formação acadêmica. Além disso, segundo o sociólogo Emile
Durkheim, quem se estabelece, e aqui estou dialogando sobre
educação, cria um fato social na comunidade, e os fatos sociais são
legítimos e inquestionáveis do ponto de vista da utilidade. Sem dúvida,
a filosofia de Henrique é um fato social, existe, é estudada e é citada,
assim como eu a estou citando. Dentre as peculiaridades dos seus
ensinamentos, podemos citar que ele descobriu a espiritualidade
avançada de Chico Taquara (1840-1916), cujo nome verdadeiro é
Francisco de Góes Gonçalves. Essa descoberta cultural de Henrique
tem sido importante para o desenvolvimento do turismo na cidade de
São Thomé das Letras, na Serra da Mantiqueira, Minas Gerais, e tem
incentivado muitas gerações de espiritualistas a buscarem uma
proposta de vida fora do capitalismo e do materialismo. Como se deu
isso? Na década de 1920 (ou teria sido antes?) o professor Henrique
apontou Chico Taquara como um espírito que ocupava uma função de
guardião espiritual daquela cidade. Hoje, passados 100 anos, é
conhecido, através de outras fontes, o engajamento de Chico Taquara
na filosofia Vedanta (que postula a unidade da vida e a unidade do
universo). Os Vedas, nos quais se baseia a filosofia Vedanta, foram
escritos por volta de 2000 a.C., e a tradição védica foi classificada pela
UNESCO em 2008 como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
O filósofo Henrique chegou a conhecer pessoalmente o místico Chico
Taquara, pois o substituiu na função de impulsionador da evolução da
humanidade. Ele não citaria com tanta propriedade as qualidades
espirituais de Chico Taquara sem conhecê-lo. Outra coisa importante
na biografia do filósofo é que ele descobriu o potencial da cidade de

3. O ESPIRITISMO com Marco Aurélio Rodrigues Dias
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São Lourenço para se projetar como a maior estância hidromineral do
Brasil, e lá fixou a sua escola. É inegável que o filósofo era dotado de
uma acentuada inteligência espiritual, essa que atualmente faz parte da
lista de inteligências múltiplas listadas pelo psicólogo Howard Gardner.
Não posso afirmar que Henrique foi um gênio, mas é inegável que sua
obra é genial. Tenho certeza de que ele foi um espírito que despertou a
atenção da sociedade para os seus ensinamentos, e, de fato, abriu a
sua escola de estudos esotéricos que está bem estabelecida e tem
raízes nos mais antigos estudos metafísicos, teológicos e espiritualistas
que a humanidade produziu. Ele falou que o homem sábio "é aquele
que não fica radicado nas mesmas ideias". Se muitas pessoas
aprenderam e aprendem com ele, evidentemente que ele foi um
educador. Sua filosofia se expandiu pelo mundo e conquistou
seguidores em todos os setores do conhecimento humano. Como
classificaríamos o filósofo Henrique José de Souza? Não tenho a menor
intenção de classificá-lo ou defini-lo, bem como não tenho estudo
suficiente para avaliá-lo. Os textos científicos e oficiais da Educação
orientam no sentido de não classificar ou rotular pessoas e
conhecimentos, principalmente quando o termo tem um bojo pejorativo
de discriminação da moralidade, da cultura ou das crenças do outro.
Não sei dizer o que foi Henrique, mas sei que ele foi filósofo, educador,
pensador, poeta, ator, político e quantos mais predicados quisermos
colocar em sua biografia. O importante é sabermos que ele foi alguém
que fez a diferença no mundo. Cada um que o coloque dentro do
contexto que faz a diferença para si. Sem dúvida, em termos de turismo,
nunca se poderá separar a figura de Henrique e a função da sua
Eubiose, do desenvolvimento do turismo nas estâncias hidrominerais,
notadamente em São Lourenço, Minas Gerais. Logo, o fenômeno da
educação é um fato social, conforme assinalou Emile Durkheim, o pai
da Sociologia, e é disso que estamos falando quando fazemos
comentários sobre quem foi o filósofo Henrique: ele é um fato social!
Marco Aurélio Rodrigues Dias – Licenciatura em Pedagogia