Ramalho de Ortigão José Duarte Ramalho Ortigão nasceu a 24 de outubro de 1836 no Porto e morreu a 27 de setembro de 1915 em Lisboa. Em Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito, começando a trabalhar como professor de francês no colégio da Lapa, no Porto, no qual seu pai era director, e onde ensinou, entre outros, Eça de Queirós e Ricardo Jorge. Em 24 de Outubro de 1859 casou com D. Emília Isaura Vilaça de Araújo Vieira, de quem veio a ter três filhos: Vasco, Berta e Maria Feliciana. Em 1867, visita a Exposição Universal em Paris, de que resulta o livro Em Paris , primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua situação no Porto, muda-se para Lisboa com a família, agarrando uma vaga para oficial da Academia das Ciências de Lisboa. Reencontra em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreve uma obra á qual dão o nome de O mistério da estrada de Sintra (1870). Em parceria com Eça de Queirós, surgem em 1871 os primeiros folhetos de As Farpas , de que vem a resultar a colecção em dois volumes sob o título Uma Campanha Alegre . Mais tarde seguiu para um exílio voluntário em Paris, onde começou a escrever a obra Últimas Farpas (1911-1914) contra o regime republicano. O conjunto de As Farpas , mais tarde reunidas em quinze volumes, a que há que acrescentar os dois volumes das Farpas Esquecidas , e o referido volume das Últimas Farpas , foi a obra que mais o notabilizou por estar escrita num português muito rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando fina capacidade de observação. Vítima de um cancro, recolheu-se na casa de saúde do Dr. Henrique de Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, vindo a falecer em 27 de Setembro de 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, Freguesia da Lapa.