O NASCIMENTO DA O NASCIMENTO DA
PEDAGOGIA PEDAGOGIA
CIENTÍFICA E CIENTÍFICA E
EXPERIMENTALEXPERIMENTAL
O NASCIMENTO DA PEDAGOGIA
CIENTÍFICA E EXPERIMENTAL
•A segunda metade do século XIX assiste ao
nascimento da pedagogia científica e da
pedagogia experimental, que tendem a separar-
se da filosofia e a tornar-se independentes da
política para reconstruir o saber pedagógico em
contato com as ciências positivas, que tratam do
homem (a filosofia, a antropologia, a psicologia)
e da sociedade (a sociologia, a etnologia, a
criminologia). Renovando seu método e seu
conteúdo para adoção do paradigma científico
indutivo e experimental, articulada em
conhecimentos baseados em “fatos”.
PEDAGOGIA CIENTÍFICA
•A educação enquanto aprendizado de técnicas,
linguagens e normas sociais é uma função
fundamental da sociedade, que se organiza em
instituições específicas, administrada por profissionais
especializados (os docentes). A ciência pedagógica
deve refletir em torno desse estatuto social da
educação e produzir um saber inerente a este objetivo.
A pedagogia é uma teoria prática que a psicologia, a
sociologia, a história, unificadas em chave educativa,
vêm fundar.
•Um exemplo explicito dessa reformulação científica da
pedagogia é representado pelo aspecto educativo do
trabalho sociológico de Durkheim que elaborou uma
teoria da educação como socialização ampla e
coerente.
DURKHEIM
•Nasceu em 15 de abril de
1858, Épinal Lorena,
França. Morreu em 15 de
novembro de 1917 (59
anos) em Paris. Acadêmico,
sociólogo, antropólogo,
filósofo, é considerado um
dos pais da sociologia
moderna e teve um papel
muito importante na
pedagogia científica.
PEDAGOGIA EXPERIMENTAL
•A pedagogia experimental remonta ao fim do
século XIX, quando foi cunhada em estreito
paralelismo com a psicologia experimental e
se ocupa da criança através de um estudo que
se organiza como uma intervenção deliberada
numa situação ou fenómeno. (De Landsheere)
•A pedagogia experimental nasce como não
valorativa (deixa fora os juízes de valor).
Como primeiros autores de destaque no
âmbito da pedagogia experimental, devem ser
destacados:
•Pestalozzi – pelo estudo
rigoroso do método de
ensino desenvolvido em
“Como Gertrude instrui
seus filhos”.
•Herbart – pelos destaques dado à psicologia na
escola e à experimentação de métodos.
•J. M. Rice Bain – destaca-se pelo
desenvolvimento de uma técnica de enquête
aplicada ao rendimento escolar, como forma de
avaliar de maneira “objetiva” critérios
comportamentais observáveis, como freqüência
e participação nas aulas;
•W. Wundt – com seus estudos experimentais de
psicologia aborda igualmente problemas
educativos, tais como a memorização, a
mensuração dos tempos de reação, a resolução
de problemas e sua aprendizagem;
•Théodore Ribot e Alfred Binet – investigaram a
fadiga intelectual;
•J. Mckeen Cattell – primeiro professor de
psicologia no mundo, funda a psicometria com o
ensaio “testes mentais e mensuração”.
•Stanley Hall – funda a revista Seminário
Pedagógico em 1891, que se ocupa de psicologia
genética e usa técnicas novas, como o
questionário, nas suas pesquisas.
•Chrisman, aluno de Stanley Hall, cunhará o termo
“pedologia” para o estudo experimental da
criança.
•Por volta do fim do século é que o trabalho neste
âmbito se torna intenso.
•Dewey funda a sua “Escola-laboratório” junto
à Universidade de Chicago, uma verdadeira
escola experimental.
•Hermann Ebbinghaus, aperfeiçoa o seu teste
para medir as atitudes mentais dos
estudantes em 1897.
•Desde então, inicia-se um movimento de
grandes transformações nas escolas, dando
ensejo à elaboração de métodos e técnicas de
ensino, com atividades baseadas na execução
de tarefas de caráter prático. Tal movimento
teria criado nas escolas ativas um novo campo
de investigação e experimentação escolar.
TENSÕES PEDAGÓGICAS DO FIM DO SÉCULO:
NIETZSCHE E DILTHEY, BERGSON E SOREL
•O fim do século, também no âmbito pedagógico
(como ocorre nos âmbitos político, social e
cultural), apresenta-se como uma fase de
fermentação, de tensões e de crises.
•É nos anos 90, sobretudo na Alemanha e depois
na França, que o movimento de renovação
cultural se consolida e se expande, refutando,
ponto por ponto, todos os mitos do positivismo:
o progresso, a sociedade orgânica e colaborativa,
a ética social e produtiva, o culto da ciência.
Entram em cena outros fatores culturais: o eu e o
inconsciente, a ação e a vontade, a crítica e a
dissensão.
•A pedagogia estará envolvida nessa
fermentação cultural, sobretudo nos anos que
vão do início dos novecentos até a primeira
Guerra Mundial, quando o debate em torno
das inovações dos sistemas escolares e em
torno do estatuto da pedagogia e dos seus
modelos formativos se tornará intenso e
conflituoso, permeado de fortes tensões
políticas e filosóficas.
•Com Friedrich Nietzsche (1844-
1900), delineiam-se no plano
pedagógico uma crítica à tradição
educativa e a proposta de uma nova
Paidéia.
•A crítica da educação tradicional põe
em causa o modelo antropológico
grego-cristão-burguês, nascido com
Sócrates e confirmado com o
cristianismo, que é ligado a um
homem alheio aos valores trágicos e
imerso num horizonte de repressão-
sublimação, de oposição aos valores
vitais.
Friedrich Nietzsche
•A nova Paidéia deve ser crítica e
trágica ao mesmo tempo, deve
recusar o passado (como tal) e
reconstruir um homem que afirme
suas tensões vitais no centro do
próprio projeto existencial e,
portanto, da própria formação, bem
como da sociedade nova que se
dispõe edificar.
•Wilhelm Dilthey (1833-1911),
fundador do historicismo e teórico
da autonomia das ciências do
espírito, reafirmou uma pedagogia
que se construía em torno do
conceito de Bildung, em chave
antipositivista e desenvolvida no
sentido cultural formativo.
Wilhelm Dilthey
Dois aspectos devem ser destacados neste
quadro historicista da pedagogia:
1.O recurso à intuição, à capacidade de “reviver”
a cultura e a vida espiritual por parte do sujeito-
educando.
2.O apelo a um desenvolvimento formativo que
leve em conta a síntese imanente,
constantemente aberta e renovada, que
caracteriza a verdadeira vida espiritual e o
enriquecimento cultural por parte do sujeito e
que deve exercitar-se numa relação estreita
entre o individuo e a cultura.
•Na França estarão
ativas, entretanto, as
vozes de Henri Bergson
(1859-1941) e de
Georges Sorel (1847-
1922).
•Em escritos como A
especialização (1882)
ou O bom senso e os
estudos clássicos
(1895) ou De
inteligência (1902).
•Com Nietzsche, Dilthey,
Bergson e Sorel
estamos diante de
modelos pedagógicos
que terão uma
profunda incidência
sobre o debate
pedagógico do novo
século.