Cinco diretores negros No Brasil, de acordo com o IBGE, os diretores identificados como negros foram apenas cinco: Jeferson De (“Bróder”, 2010), Fábio Barreto (“A paixão de Jacobina”, 2002, e “Lula, o filho do Brasil”, 2009), Estevão Ciavatta (“ Made in China”, 2014), Enrique Fernández (“O banheiro do Papa”, 2007) e Joel Zito Araújo (“Filhas do vento”, 2004). Joel Zito, que também é ativista do movimento negro, vê no passado colonial a origem da falta de diversidade no cinema nacional. É um problema da cultura latino-americana, não só brasileira. O projeto de colonização tem como base o branqueamento da população. Essa mentalidade se refletiu em romances, na TV e até em livros didáticos, nos quais o menino negro apareceu muitas vezes com os pés no chão, como um morador de rua. No fundo de uma igreja, os santos são louros e de olhos azuis. É uma segregação que atinge todos os segmentos, inclusive, é claro, o audiovisual. O último longa-metragem de ficção de Joel Zito foi justamente “Filhas do vento”, estrelado por nomes como Taís Araújo, Thalma de Freitas, Rocco Pitanga e Milton Gonçalves. Desde então, dirigiu apenas documentários. Ele diz que incluir artistas negros no elenco principal traz dificuldades para conseguir financiamento . “Vivi isso durante toda a minha história. Só este ano devo conseguir voltar à ficção. Tenho três roteiros prontos, mas ainda tento captar (recursos ).” afirmou o diretor.