O que faz o brasil, brasil resumo

luizaesopo 2,450 views 7 slides May 17, 2013
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DAMATTA, Roberto, © que faz o Brasil, Brasil? io de Janciro, Rocco, 1966.
luso das telas racials

tele, Antoni perccbeu alg interesante numa
social dividida entre senhars € eserav0,escreveu: 0 Brasil €
um inferno para osos, um purgatóo para os rancos um
paraiso para os mulatos”. frase fl, como sempre acontece comas
Coles profundas que so flags com simpliddo, ml entendida. €
‘que quase todos os seus Intérpretes vam nea uma anata o pe
dnleta, alg que se referia excusramente a um fenómeno bol
«racial, queno de ao ea di muito mais de atssocioéicos
básicos Na vordado, penso que, caso sequela ter uma,
compreeno mals profunda e anginal ds relates racials que
et no Bras, será noce tomar ess expreso nos seus
sentidos velado, considerando todas a sas implcaes moras e
ollcas. E ls, conforme veremos 3 Segul os evam mu longe de
“ma mera questo fsolpica de Faas.

Diga que a fate de Anto tam um sentido socle ©

simbólico profundo porque, n contest ds eos acaso
momento el no mimo contrast. Reaimente, no custa
relembrr que as todas astas curopéls e norte-amerianss

io rar tant contra negro 03 amarcl lo ndo,

positivos enguant “aa”. O problema mar desas deu, o
horror que decaavam era, sos, conta à möturacu
micigenacio das “aga. cat, diam es, quedo una
ida order natural qe graduara, escalera e lerarquízaa at
“raças humans", conforme ccrria com as espéces de time
plantas &eert também frmavarm tas eos, que 0 Branco se
‘stave no alto d escala, com o branc da Fura Ocidetal
“assumindo inicie pogo de Iderana a eriacio animale
amara da planeta, Mas era também seguro qua amarel e negros
‘inka qualicades que 3 mitra denegra lora 30 exterminio.
Saber por que as ars tinham ese horror miscigenagso£
onde a curiosidad melctal para um dos ponts-chaves que
“Getinguem e esarecem o "acismo à europa ou a amerkanı" €
rosso conbecido desimulado a dsseminado“acsmo brasa”.
Tomese o exemple mas famoso dessa iis, o Conde de
‘Gobineau, que, inl, rs o ode Janeiro como cónsul da
Franca e setomow amig e introcutor intelectual de nosso
imperacor,D.Pedro Ele cafamente, num ¡vr célebre pelas
dés rastas e pelos eres no que di resocte > Antropologia das
AerenciagBes humanas, que € pose ir as "agas de acordo
comtrésctéios fundamental: Inlecto, s propensés animals e
2 manfestagses meras No curs desa obra, sigifcaiamente
Inttulda A dwersizde moral e intelectual de as (publicada em
1856), Gobines entretanto, o realiza um arr simplista,

sentido de ir que "taa" brome er superior em tudo. HS
‘ta inteigénci nos preconceos € nes atortarsmes. Muito 30

‘contro, a comparar, por exempi,brancs eamareles no que dit
resp ds suas “propenedes animas”, ee tu os primeros abc.
des segunes. Quem nos salva, pordm, como infelzmente
“acontece at hoje na nosasocedsde, 30 os negro, sempre «em
tudo stuados abamo de brancos e amarlos.
Mas onde Gobineau realmente excedeu a mesmo e ousou
‘com confins usted, mesmo para quem estava Imbuico de uma,
¡decloga autortáia de sua próprasuperioriade, o! na previsto de
que o Brasil levar menos de 200 anos para se acatar como poso! Por
uk? Or, simplesmente porque ele via com seus próprisolos, ©
servi revotado a seus amis franceses o quanto a nossa
ssl permitia a mista sana de ac. ssa mscigenag €
ess acaslamento é que cerifcavam de nos Im como poro e
come proceso bioéico. Seu problema, conforme esto revelando,
‘no er a existéncia de rcas diferentes, desde que esas “agas”
obviamente ficszem no u logar e naluralmente no se
misturassem.Gobineau, como e 6, foo pa, ou mehor, ©
Vordadelro genio de um des valores mals caros ao preconceto
racial de qualquer sociedad hieraquizada, Ref mo 20 fate de
‘que ele do e coloca contra a Merarqua que governa,
conforme sununha,a dversidade humana no que dz 1espeto 305
mitantemeste contrario a0 contato

pessoas que, na tora rats, so Vus e lscadas como
Pertencenco 3 spécies rentes, Dala palavra "mulato", que vom
¡e mul, o animal ambiguo e ibid por exeltci; aque que é
incapaz de reproduire enquanto tl pls à resultado de um.
‘ruzamento entre pos genético aamente diferenciados
Mas, ne seu horror ao mulatiemo € 0 conato time e
amoroso entre os tips humanos, Gobineau no esta 46. Outros
teóricos Importantes, como Buel, Couty eAgasi — para fesrmos
(om aqueles que foram fuentes entre o teóricos o racismo no
Brandt cnica ese made más tam a
todo potencalrente degenerado de
ois forte ou posta. Nesse
"conten, vale apena tar um recho escrito por Agassi, opinando
precisamente sobre a nossa socedade: “Que qualquer um que
ida des males essa misuraderaas, es ncn, por mal entendida
Flantropa, a botar bis todas as bareras que 3s
Separam, venha ao Grail, No pedérd negra deseioacto
decorrent de amalgama de ras, mas geral aqui do que em
auslquer outro ais do mundo, e que val apagancorapidamente as
melhores qualidades do branco, de negro edo ini, delando um
{ipo Incefinid, herido, diente em ener ic e mental O
eblebrezo6loo de Harvard fecha com Gobine, postuando um
futuro terrvel paa o Basi, que cetamente nda hava descoberto o
valor positivo do mulatismo e, sobreudo,acapacidde brasier de
recupera etrabalnar o ambguo como dado pese, na

orica;3o a mulata € do mestizo como sonde, no fundo, uma
intse prtlt do mel que pode exist no neo, no banco e no
indio E agora, suponho, estamos em posiio para retorarmos à
Frase native! de Anton fim de entend em todaasup
profundidade.

Noto, pimelramente, que Anton no fala de branco, negro e
mulato numa equocdobiolégc. Ao contro, com ele constr

ume assocaçé sol ou normal, poi querelciona o braco com o
purgatóo, © negro como inferno eo mulato com oparaso. rio ser
primeira ve quese estabelece um triángulo par © entendimento
de sociedad bra e so, sustento, significativo e importante
Signieatue porque eu mesma tenho repetido seguidamente que o
Bras 30 & um país dl onde se opera somente com uma lógica de
entra ou fora; do cero au erado; do homem ou mulher; do
casado ou separado; de Deus ou Dabo; do preto ou branco. AO
Contra, no caso da nossa soledade, icldado parece sor
Justamente à de aplicar ese dualsmo de caäter excusho; où sla,
ums opos que determina a incluso de um termo e 3 automälica
exclus do outro, como é comu no racismo americano ou sularicano,
que nds brallrosconseramos brutal porque no nosso

caso tudo se passa conformeAntonl maravihosamente nt. sto 6,
entre o pret eo branco (que nos sistemas anglo-soxdo e sl sfcano
so termos exclusives) ds temes um conjunto infinito e varado de
‘categoria Ivermediárs em que o mulato representa uma

De modo plenamente coerenta com essa crdenacto
ierarquzaa das categorias derenciais do género humano, Antoni
as equacion simultaneamente a rs espagos sagrados, rios na
cosmologa cat romans: paras, oIfemo eo purest.

No será preciso notar que a correla aqu é Igualmente

perfta Seo mulato 6 um ser ntermediri e ambiguo, uma espécie
‘de Dona Flor das reugBes acl brasas categoria que ete de
{ato.e de ro na ideloga social da soc dde ese legitima
precisamente por insti o intermedi ea sites dos opotos como
algo positivo, ua essoclago com o Paraiso ns ajuda a entender

genial sensiildade de Antnl para s valores mals profundos da
nes sociedad Porque nic há vió aguma de que ele percebes
valor postive que asociamos av intermedi, categoria que

fica no melo, 0 ser situado entre os extremos Que poro mes,

a sico racial
co (ou talvez, mais preckamente,em
com aquelsconbecidos refinamento coges
‘Gee nalegsiacionorte-americana, ram prödigos em desobrir
ore nfimas dacuilo que le ehamava de “sangue negro" nas
‘eis de pessoas de cor banca, que assim passavam aer
onsideradasprtas, mesmo que sua fentipia (ou aparénea externa)
fosseincofundivelmente “banca”, rata, conforme js pontos
um sociólogo brasileiro, Oraey Nogueira, de um tipo de preconeeto
racial que consider bélas as “riges” das pessoas, eno
Somente “mare” do tipo caca, como ocre no caso brasilero.
Desse modo, nossopreconceito seri muto mals contenualzadee
z , reto formal. À
ade. Na realcade scabamos
por desenvoer à preconcete deter preconcet, conforme dise
Florestan Fernandes numa face apar.
(ato de existir uma gap rigs, rita e dut nos
Estados Unidos ~ um conjunto de esque até bem pouco tempo
mpediam o movimento de quem era considerado negro em ceras
res urbanas, escoos, restaurantes, ot, bares e mulas ours
InsttigBes soils — revela esse dualismo claro que indica sem
maires embaragos quem está dentro ou frs; quem tem direitos
quem no tem; quem €branco cu é preto! Mas aqui, conforme
sabemos, há uma rada excusiode todas as cateporas
Intermedia, que sio absorvidas, com todos 0 riscos e penalidades,
‘dues categorias principal, em tranca opos e em arta
tin Aqul o mulato nto está no paraso de Anonl, mas ne
Inferno. Ee: motivos dessa equ so exatamente opasos. que
Mm soiedade qualia e protestante, como so os Estados.
Unidos, inermediáriorepesenta tudo o que deve ser xd da.
‘ealéade social, Dentro de uma soiedade qu tantou eliminar a
acid memoria das ee plas quel que podiam ser
aplicadas ou ndo, que podiam er lembradas où no, qu poda
vaa de acordo com quem gratcav o crime cu nfo, 0 mulato, 0
intermeciái, representa anegacio viva de tudo agul que ale
stable positivamente, Ee mostrava o pecado eo perio da
intimidade ente camadas socals que deveria permanecer
(Sferendads, mesmo que fossem teoricamente consideradas gua

Al disso, ein a prsenga objetiva de uma relao entre

canada que nfo pociam comunicar seal altamente.
Do mesmo modo que ses de uma sociedad gusta e iberal
no admitem 0 Jelinho" ou 0 “mals ou menos” a elacBes entre
rupos socials ndo podem admitir ntermedacio. E o mulato 6
precisamente esa possbilidade que, nesses sistemas, defini
como imoralidade. Ls, ent, ferentementodaqul o negativo &
que que está entre as coisas eas pessoas. O quese busca Enr
2 relgdo, pols a nase da ieologla social e ds valores é sempre
no papel ds indvido como centro e 22280 de ser dasocedade,
Aligunidado urea econsttuclonal dos membros da socedade
‘americana forma uma poderosa trado que chegou aque pals
om os Purkanos inglesas es consolidos nas doutrinas Ira que
marcaram o naseiment € à expansio da Sociedade americana
‘come acto. Ness sistema de Individuos teoricamente “Igual”,
‘experincia de escraviéio e dasherarqula que ela certamente
determina por sua prógranstreza enquant sistema — pois há.
scravos da casa e do eto, estrvos educados e som Intruso,
‘servos que am mais arto ou mai long dos seus senhores, eso
“engendra uma gradacto que ata de modo informa,

contrabalanganco ido das categorias uídas que tudo
Separam entre senhor e ecravo — fol cortamente mito mals
problemática do que no caso do ras.

Porque?

pels existia

ú«aptalsmo. E com iss veia prática de equacinar todos como
gas perante a lis. Fo al também que variantes radial do
protestantismo — como o purlnismo e o catvrismo — ganharam
ample terreno. so tudo conduz a um Individual radial
“possessvo”, no der de umtóric desas quests, o its
polis €. Macpherson, Tal ideologia ocálneza as rege
socias, com iso a presena das edesimperatvasde amado e de
Farentesco que sustentavam a chamada moral tradkionl; ou ej:
aquela moralidade que afirma a mportnca do todo (ou da
secedade) sobre individuo. Dentro dela, a pessaa importante
porque pertence uma famila tem compatre e amigos. à
relagáo que ajuda a defn como ser humano e como eme
socia sigifiativ. Na moralidade individualista modern, porn,
inaugurada com a Reform e coma Revolugo Industrial, famila ea
sociedado 6 que eram consttuias de individuos tl como os clubes,
25 paróquls e os partidos palcos, Aqui onal no €
possul au eglobado) por sua fea ou po seus pas, confssores
‘ou patos. Ap onträrio, dono des mesmo e pode, em
‘onseqdnca, lspor de sua fora de trabalho Indiviimente num
mercado de homens lives, mercado esse que desincula
moralmente quem ofrece de quem faz aban,

Pois bem, todos exes for tornavam dic convivbnca da
escravié com ss deologia que, no cso dos Estados Unidos, &
dominante. ertamenteiso que expla localiza geográfica

a economia ezravecrate nas Estados do Su De foo, até o
vento da Guerra Civ que comega em 1861 val 56140

fazendo mais de 617 ml morts), os Estados Unido se como se
fossam dus sociedades distintas em pola, economia e,
sobretuco,iologia e valores, H um Norte Iualtrio e

induits, que ndo pode admira escravio; e um Sul
hierarquizado, asocio relacional, onde existe uma sciedade
hela de nuances, parecido iso tudo com o Bra. A dferença &

ue, nos Estados Unidos, Sul perdeu eo Norte estabeleceu por todo
‘pais sua hegemoni morale pola. A conracigo gerad pelo
‘negro lve numa sciedage que pregova uma iguldade de odos

com todes foto preconceit acia radial, sustrtado no somente
por costumes attudes veladas e mulas vezes secretas de brancos ou
de mulatos, mas por uma série lls queexplctamente Impodlam a
competkäo económica de neros e brancos como Iguais num
mereade de trabaltadores vs.

“Tudo sso nos conduz a algumas correlagBes Interessantes que
permitem elucidr ocaso do “racsmo’ brasileira” e do nosso

“famoso wiingule rca. que primalramente devemosrssaltar como
as sociedades igualtras engendrar formas de praconcelto muito
ras porque su isccogs negava o intermediario, a grada ea
rola entre grupos que devram permanecer separados, embora
pudessem sr considerados teoricamente guns Tal ato ndo existia,

Ilerarqua das raas. Numa sociadade onde nio hs quldade entre
as pessoas, o preconcelto velado forma mul mal eficiente de
Ascriminor pessoas deco, desde que els fiquem no seu lugar e
“satan” qual é le.
Finalmente, ao lado ds, temos um “triángulo racial que
impede uma visto Nistórica e socaldanossaformaso como,
sociedade.£ que, quando acreitams que. Bras ollo de
negros, brancos ends estamos acetando sem muita erica a
dé de que eses contingentes humanos se encontaram de modo
‘espontineo, numa espécie de carnaval saca eEoláico. Mas rada
¿iso é verdade. O fto contundente de nossa Et que somos.
um pas eto por portugueses brancos e aristocrático, uma
Sociedade herarqisada e que ol formada dentrode um quadro
do de valores discriminatórics Os portugueses Enham uma
legilagño discrimimatéri contra judeus, meurs e negros, multe antes
ds terem chegado 20 Basle quando aquí chegaram apenas
ampliaram esas formas de preconceto. A mistur de agas ol um
modo de esconder profunda insta socia conta negros, nes ©
mulatos pol, situando no bilépico uma queso profundamente.
socal, económica epoca, deava-se de ado a problemática
mas básica da socecado, De at, € mas cl der que o Bras fol
formado por um trángulo de aca, o que nos conduz ao mito da
democracia aca, do que asumir que somos uma socedade
herarquizao, que opera por melo de gradaçes e que, or so
mesmo, pode tr, entr banco superior e o negro pobre.

pesas pela cor
où pia ira ce se
por sus conta basa

‘cial marcado pea desigualdad, como se tudo pudeise ser
transerto no plan do biológico edo rail Na nossa ideoogia
Ancona, emos um mito de r& agas formadoras Vi se pode
negar o mito. Maso que se pode neicar que o mito é precisamente
10: una forma sue ceconder uma sociedade que anda ndo se
Sabe hiorarquizada e bike entre müliplas posibilidades de
Cassese, Asim, o "ecismo à brasleira, paradoxaimente, tora
ist alo tolerdve ea cferenga, uma questo de tempo €
“mor. El, numa cpu, o segre da [Sula das tés cas
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