de Canudos, em que o conflito de 1896 e 1897, opondo Antônio Conselheiro ao
Exército brasileiro.
22
LITERATURA DE CORDEL COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
A literatura de cordel como um meio de comunicação, retrata a cultura do
povo nordestino através da expressão de seus valores, convidando a refletir acerca da
realidade da sociedade em que vivemos, possibilitando a inserção de ideias e dessa
maneira influencia e modifica o leitor por meio de seus folhetos
23
. A literatura de cordel
evoluiu, passando da comunicação oral para a comunicação escrita, e atualmente
modificou a forma de se comunicar com seus leitores, se desprendendo de seu suporte
tradicional, o folheto, e indo para o mundo digital
24
.
A incorporação dessas novas tecnologias tem garantido “a sobrevivência
dos cordelistas, que não dependiam mais de um único suporte para a produção de sua
arte”
25
. Esta nova forma de se comunicar e manter viva a tradição do cordel também
permitem que surjam novos autores e novas formas de colaboração. As famosas pelejas
dos folhetos de cordel foram incorporadas no meio digital e não perderam seu
dinamismo, e seus leitores podem acompanhar tanto o resultado final desse embate.
OS TEMAS
O que os cordelistas falam em seus folhetos? Na literatura de cordel
nordestina há uma grande variedade de temas, tradicionais ou contemporâneos, que
refletem a vivência popular, desde os problemas atuais até a conservação de narrativas
inspiradas no imaginário ibérico. Portanto, os temas são os mais variados.
Eis alguns temas: Romances (histórias de amor não correspondido, virtudes
ou sacrifícios); Histórias mágicas e maravilhosas (histórias da carochinha, que falam de
príncipes, fadas, dragões e reinos encantados); Histórias ligadas ao cangaço e a tema
religioso (apresentam o imaginário nordestino ligado a figuras como Lampião);
22
O tema foi “retratado em versos por João Melquíades Ferreira da Silva, que fora soldado naquelas
batalhas e se tornaria um grande nome da primeira geração de cordelistas brasileiros”. Citado por Érica
Gregorino em Como surgiu a Literatura de Cordel. Acessado em 27 de agosto de 2012.
23
SILVA, Silvio Profirio da et. al. Literatura de cordel: linguagem, comunicação, cultura, memória e
interdisciplinaridade. Raídos, Dourados, MS, v. 4, n. 7, p. 303-322, jan./jun. 2010. Citado por ASSIS,
Regiane Alves de.; TENÓRIO , Carolina Martins; BARBOSA, Cleiton Garcia Literatura de cordel
como fonte de informação, p.9. Ver CRB-8 Digital, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 3-21, jan. 2012 |
http://revista.crb8.org.br. Acessado em 28 de agosto de 2012.
24
SILVA, 2010, p. citado por ASSIS, Regiane Alves de.; TENÓRIO , Carolina Martins; BARBOSA,
Cleiton Garcia Literatura de cordel como fonte de informação, p.9. Ver CRB-8 Digital, São Paulo, v. 5,
n. 1, p. 3-21, jan. 2012 | http://revista.crb8.org.br. Acessado em 28 de agosto de 2012.
25
DINIZ, Madson Góis. Do folheto de cordel para o cordel virtual: interfaces hipertextuais da cultura
popular. Hipertextus: revista digital. v. 1. 2007. Disponível em:
<http://www.hipertextus.net/volume1/artigo11-madson-gois.pdf>. Citado por ASSIS, Regiane Alves
de.; TENÓRIO , Carolina Martins; BARBOSA, Cleiton Garcia Literatura de cordel como fonte de
informação, .9. Ver CRB-8 Digital, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 3-21, jan. 2012 | http://revista.crb8.org.br.
Acessado em 28 de agosto de 2012.