A MEDIDA DO TEMPO
GEOLÓGICO E A IDADE DA
TERRA
by Ana Kastro
Biologia –Geologia (10º ano)
Escola Secundária c/ 3º ciclo D. Manuel I
Idade relativa e idade radiométrica
Memória dos tempos geológicos
O tempo em Geologia
A noção de tempoé um conceito fundamentalem
geologia …
E a idade da Terra,
uma questão central!
O tempo em Geologia
Unidade de tempo para o último século Ano
Unidade de tempo para o estudo da civilização
romana
Séculos
Unidade de tempo para o estudo da pré-história Milhar de anos
Unidade de tempo no domínioda Geologia MILHÕESDE ANOS
(M.a.)
O tempo em Geologia
O tempoem geologia tem uma dimensão diferente daquela
habitualmente usada por qualquer ser humano.
Os físicos e
químicos estudam
processos que
decorrem em
fracções de
segundo!
Os geólogos
estudam
processos que
podem durar
longos períodos…
Reacções químicas,
propagação das ondas
sonoras, etc.
Orogénese, expansão dos
fundos oceânicos, erosão
etc.
Reacções
químicas,
propagação
das ondas
sonoras, etc.
Orogénese
(formação de
montanhas),
expansão dos
fundos
oceânicos,
erosão , etc.
O tempo em Geologia
Mas será que todos os fenómenos geológicos
são lentos à escala humana?
Sismos
Erupção vulcânica
Impacto de um meteorito
Avalanches
Inundações
Actualmente
considera-se
que o nosso
planeta tem
4600 M.a.
O tempo em Geologia
Querem ter uma noção? …
Imagina uma ampulheta gigante cheia de
grãos de arroz! 1Kg de arroz tem 5000
grãos… A idade da Terra corresponderia
a uma ampulheta com 91 000 Kg de
arrozem que, por ano, caía um grão …
Por ano, é arrancado dos Himalaias e
por acção dos agentes erosivos, 1 mm
de material…
Ao fim de 1 M.a. Já 1Km foi arrancado!!!!
O tempo em Geologia
“OmovimentodasplacastectónicasdaTerra
produziuaolongodotempomaravilhascomoo
cumedoEveresteedispôsoscontinentesna
formacomoosconhecemos.Pelomeio
esqueceu-sedaBaíadeHudson,noCanadá.
Agora,cientistasdoCanadáedosEstados
Unidosdescobriramquenacostaorientalda
baíapodemestarasrochasmaisantigasque
seconhecedacrostaterrestre,produzidashá
4,28milmilhõesdeanos.
"Existem datas mais antigas para minerais isolados provenientes do Oeste da Austrália, mas estas
são as rochas mais antigas que se conhece até agora”, disse num comunicado Richard Carlson,
investigador do Departamento de Magnetismo Terrestre, do Instituto de Carnegie em Washington.
A descoberta foi publicada hoje na revista Science. Os investigadores estudaram amostras de uma
cintura de rochas metamórficas chamadas Nuvvuagittuq. Ao medirem a composição dos isótopos
de neodímio e de samário, elementos químicos raros que existem nestas rochas, conseguiram
datar as amostras entre os 3,8 e 4,28 mil milhões de anos.
A Terra tem 4,6 mil milhões de anos e é muito raro encontrar-se restos da crosta original, a
maior parte da qual foi esmagada e reciclada no interior do planeta várias vezes. (…)”
inPúblico, 2008
O tempo em Geologia
SeaTerrafor“jovem”,ficamos
praticamentereduzidosaumaopção–
foiDeusqueacriou…
SeaTerraforbem“velha”,aevolução
(dosseresvivos,porexemplo)é
teoricamentepossível!
Um milhão de anos … uma “migalha” de tempo na Terra …
Muitas questões podem ser colocadas sobre o que aconteceu ao longo
destes 4600 M.a. …
Quando apareceram e como evoluíram os primeiros seres vivos …
Que tipo de organismos povoaram a Terra? …
Será que existiram crises biológicas?
Quais as suas causas?
Quem foi afectado por essas crises?
Para conseguir responder a tudo isto é necessário
determinar idades–precisamos de Relógios Geológicos
(rochas e fósseis)!
O tempo em Geologia –datação de
rochas
DATAÇÃO RELATIVA
by Ana Kastro
Princípio da Horizontalidade Inicial
Princípio da Sobreposição de Estratos
Princípio da Intersecção
Princípio da Inclusão
Princípio da Continuidade Lateral
Princípio da Identidade Paleontológica
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Princípio da Horizontalidade Inicial
Os sedimentos que estiveram na origem dos estratos são
depositados, em regra, segundo camadas horizontais paralelas à
superfície de deposição.
(Quaisquer fenómenos de deformação que alterem esta
horizontalidade das camadas é posterior à sedimentação!).
Cabo Sardão –costa vicentina
O dinossauro que caminhou neste local não estava
certamente a “andar de lado”…!
Princípio da Sobreposição de Estratos
Se não ocorrerem deformações, a deposição ocorre por ordem
cronológica, da base para o topo –uma camada é mais recente que
a que lhe serve de base e mais antiga do que as que lhe estão
acima.
O tempo em Geologia –datação relativa de
rochas
Mais recente
Mais antigo
Mais recente
Mais antigo
Mais antigo
Mais antigo
Mais recente
Mais recente
Princípio da Sobreposição de Estratos
As camadas que se encontram no topo de uma sequência estratigrágica original
(sequência vertical de estratos) são mais recentes que as camadas inferiores.
Isto permite analisar um perfil vertical de camadas como uma linha vertical
de tempo!
O tempo em Geologia –datação relativa de
rochas
Excepçõesao princípio da Sobreposição de Estratos
Este princípio nem sempre
pode ser usado para datar os
estratos de forma relativa! Se
ocorrerem determinadas
deformações nas rochas a
posição dos estratos será
alterada e, às vezes, até
invertida (como no caso das
dobras deitadas)!!!
Inglaterra, Crackington
Haven
1 -Dobras deitadas
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Excepçõesao princípio da Sobreposição de Estratos
Ossedimentosdepositadosemgrutassão
maismodernosdoqueascamadasque
lheservemdetecto.
3 -Grutas
2 –Terraços fluviais
Orio,porerosão,escavaumnovoleito,
provocandoaformaçãodedegrausonde
depositasedimentos–terraçosfluviais.Os
últimosaseremdepositadosforamosdazona
3(maisrecentes).
Mais antigo
Mais recente
Mais antigo
Mais recente
O tempo em Geologia –datação relativa de
rochas
Excepçõesao princípio da Sobreposição de Estratos
Estes estratos apresentam a mesma idade
apesar de não estarem “nivelados”
Blocos rochosos que
fracturam (“partem”) e que se
movimentam um em relação
ao outro.
4 -Falhas
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Excepçõesao princípio da Sobreposição de Estratos
O Princípio da Sobreposição
deve ser aplicado com
precaução, uma vez que em
terrenos que experimentaram
fenómenos de deformação,
como dobras e falhas, o
geólogo deve apoiar-se em
métodos de interpretação
complementares.
A sua aplicação poderá no entanto ser válida para estratos que se
encontrem em posição inclinada, desde que a deformação de origem
tectónica, posterior à deposição dos estratos, não tenha provocado a
sua inversão.
O tempo em Geologia –datação relativa de
rochas
Princípio da Continuidade Lateral
Um estrato delimitado pelo
mesmo tecto e muro e com
semelhantes propriedades
litológicas possuí a mesma idade
em toda a sua extensão lateral!
Osestratospodemestender-selateralmente
porlongasdistâncias.Aplicandoeste
princípiopodemoscorrelacionarlitologias
queseencontremmuitoafastadas.
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Princípio da Continuidade Lateral
Em vários ponto da Terra pode existir a mesma sequência estratigráfica,
isto é, há correlação entre estratos distanciados lateralmente!
Princípio da Continuidade Lateral
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Isto foi usado para provar a
existência da Pangea–
margens da África e da
América do Sul contêm rochas
do mesmo tipo (idênticas
sequências estratigráfias)
Princípio da Inclusão
Este princípio aplica-se, por exemplo a rochas compostas por
fragmentos de outras (como o conglomerado)
Fragmentos ou
porções de uma rocha
que se encontram
incorporados (inclusão)
noutra são mais
antigos que as rochas
que os contêm.
Mais antigo
Mais recente
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Princípio da Inclusão
Mais antigo
Mais recente
Antes desta rocha se formar (por
sedimentogénese e diagénese), os
detritos já existiam e pertenciam a
uma outra, logo são mais antigos!
OU ….
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Magma invade
pequenas fracturas
A proximidade do magma faz
com que as rochas encaixantes se
fundam
O magma destaca fragmentos das rochas que estão próximas –a
maioria funde mas algumas ficam preservadas (as de ponto de
fusão mais alto)
Princípio da Intersecção
Este princípio aplica-se a estratos afectados por estruturas (falhas,
intrusões magmáticas, etc …)
A estrutura que
intersecta é mais
recente do que aquela
que é intersectada.
Mais antigo
Mais recente
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Princípio da Intersecção
“Não se pode cortar algo sem
esse algo já lá estar!” …
Filões
Magma invade as
fracturas
existentes nas
rochas
encaixantes (mais
antigas),
preenchendo-as e,
mais tarde,
solidificando
(filões).
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Sequência cronológica: A –B -C
Filão
Filão
FalhaIntrusão
Magmática
Mais recente
Mais recente
Mais recente
Mais
recente
Não esquecer!!! Que tipo de Datação estamos a fazer?
RELATIVA
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO DE
ESTRATOS
PRINCÍPIO DA INTERSECÇÃO
PRINCÍPIO DA HORIZONTALIDADE
INICIAL
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Uma discordância
corresponde a um
período de tempo
durante o qual não
ocorreu
sedimentação (e a
erosão actuou),
iniciando-se depois
uma nova
sedimentação.
Discordância
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Shepard Point ,
Utah –U.S.A.
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
Estratos com os
mesmos fósseis
possuem…
Os fósseis são
contemporâneosdas
rochas onde se
encontram!
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
D
I
A
G
É
N
E
S
E
O processo de
fossilização
acompanha o
processo de
formação da
rocha, logo
fóssil e rocha
possuem a
mesma idade
(datação
relativa)!
Rocha e fóssil
são
contemporâneo
s!
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
Mas nem todos os fósseis
podem ajudar a datar litologias
…
apenas os …
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
Sãofósseisdeseresquefossilizamfacilmente(têm
partesduras)e,porisso,ficammuitasvezesregistados
nasrochas!OCORRÊNCIA EMABUNDÂNCIA
Sãofósseisdeseresqueexistiramemgrande
quantidadeequeseexpandiramnumagrandeárea
geográfica(assim,permitemcorrelacionarestratosemdiferentes
pontosdoglobo)AMPLADISTRIBUIÇÃOGEOGRÁFICA
Sãofósseisdeseresquenãoviveramdurantemuitotempo
(àescalageológica).CURTADISTRIBUÇÃOTEMPORAL
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Astrilobiteseramartrópodes(como
asaranhas,lagostas,insectos,etc)
exclusivosdomeiomarinho!
Possuíamumexoesqueletode
quitinaendurecidocomcarbonato
decálcio(porissoosseusfósseis
sãotãoabundantes!).Amaioriadas
espéciesdetrilobitestinha
sistemadevisãmuitoapuradoe
olhoscomplexos.Oseutórax
tinhamuitossegmentose,por
isso,podiamenrolar-see
defender-sedospredadores
(comoosbichosdaconta!).
Surgiramhácercade540M.a.e
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
Osgraptólitossurgiramhácerca
de523M.a.eextinguiram-sehá
330M.a.Erampequenosanimais
marinhosqueviviamemcolónias
(apenasdealgunscm)equese
expandiramporváriasregiõesdo
globo.
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
Asamoniteseramanimais
marinhosetinhamcorpomole…
noentantouma carapaça
encarregava-sedeosproteger(e
facilmentefossilizava)!Osmaiores
podiamatingir1mdediâmetro!
Estessereseramcarnívorose
surgiramhácercade225M.a.e
extinguiram-sehá65M.a.
O tempo em Geologia –datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
Asamoniteseramanimais
marinhosetinhamcorpomole…
noentantouma carapaça
encarregava-sedeosproteger(e
facilmentefossilizava)!Osmaiores
podiamatingir1mdediâmetro!
Estessereseramcarnívorose
surgiramhácercade225M.a.e
extinguiram-sehá65M.a.
Mais informações sobre FÓSSEIS
Mas nem todos os fósseis apresentam características que lhes
permitem ajudar na datação de rochas…
Corais
Oscoraissãoformadosporpequeninos
animaisdecorpomole(pólipos)que
vivemjuntosnumgrandegrupo(colónia).
Aolongodotempovãoconstruindouma
estruturacalcáriaondesealojamevive
emconjuntocomumaalgaquese
chamazooxanthelae.Éestaalga
minuscularesponsávelpelascoresque
observamosnoscoraiscomoverde,
amarelo,azul,lilás,castanhoemuitas
outras.Quandomorrem,novospólipos
crescemporcimadosesqueletosde
calcárioqueficam(umkgdecoralpode
ternaisde80.000pólipos).Assim,
quandovemosumrecifedecoral,
apenasafinacamadasuperficialéqueé
constituidaporpóliposvivosnaverdade!
Os corais estão entre as comunidades
marinhas mais antigas que se
conhecem -a sua história remonta
desde há 500 milhões de anos atrás!!!!
NÃO SÃO BONS FÓSSEIS
DE IDADE!
Pólipos de corais
Mas… estes seres só conseguem
sobreviver em ambientes aquáticos de
águas quentes, calmas e pouco
profundas!!!!
Por viverem em ambientes tão
característicos e altamente específicos
eles são considerados …
Mais informações sobre FÓSSEIS
Recifes de coral
famosos;
Ameaças aos recifes;
Formas de protecção
Importância dos recifes;
Permitem caracterizar
paleoambientes
São fósseis de seres que apresentam uma
reduzida distribuição geográfica pois
habitam apenas locais com condições
específicas.
São fósseis de seres que viveram durante
muito tempo (à escala geológica).
Mais informações sobre FÓSSEIS
Seres que habitam a Terra desde há milhões de anos e que,
para além de existirem actualmente, são encontrado também
sob a forma de fóssil!
Mais informações sobre FÓSSEIS
Existem diversos motivos pelos quais um organismo sobrevive milhões de anos
sem sofrer mudanças. Uma das explicações é o simples facto desse organismo se
encontrar muito bem adaptado à diversidade de condições do meio que habita.
Já outros organismos não evoluem devido à continuidade mais ou menos
estável das características do seu habitat. A sobrevivência de alguns fósseis
“vivos” também pode dever-se ao facto destes habitarem ambientes isolados,
onde não enfrentam a competição com outros organismos potencialmente melhor
adaptados a esses ambientes.
Adaptado de
geo-ineti.pt
Permitem compreender a evolução dos seres vivos, as
adaptações e extinções ao longo da história da Terra;
Permitem reconstituir os organismos numa dada época, o
seu modo de vida, como é que interagiam entre si e como se
relacionavam com o meio ambiente onde viviam;
Permitem reconstituir os ambientes do passado e assim
reconstituir a geografia da Terra;
Permitem reconstituir os climas do passado;
Permitem efectuar a datação relativa dos estratos
rochosos.
Então isso significa que se eu
fizer uma pergunta TODOS
saberão responder.
E quem diz uma, diz várias.
Quais os
melhore
s fósseis
de
idade?Ceratites,
goniatites,
belemnites e
amonites
(existiram em
grande número -
barra larga -e
tiveram uma curta
duração na história
da Terra!
É frequente os geólogos recorrerem ao estudo de
associações de diferentes fósseis de idade, evitando
datações baseadas apenas num
(seriam menos precisas!).
Quais dos estratos apresentados
possuem a mesma idade?
A e K ; B, E e L ; C, F e M ; D, G e N
(pois posuem os mesmos fósseis –Princípio da Identidade Paleontológica)
As camadas 1 e 5 sofreram deformações, inclinando, após a sua
formação (estas camadas experimentaram a mesma história
geológica pois a sua inclinação é semelhante).
Princípio da
Horizontalidade
Inicial
A intrusão 6 atravessa as camadas 1, 2 e 3 logo é mais
recente que estas.
As camadas 9 e 10 são “cortadas” pelo vale logo podemos afirmar
que este foi a última estrutura a formar-se.
Princípio da
Intersecção
Inclusões no
granito
Metamorfismo de contacto (devido
às elevadas temperaturas)
Inclusões de
granito
mais antigas que ele
Princípio da
Inclusão
Princípio da
Inclusão
mais antigas que a rocha
que as contém
Podem-se formar novas
rochas por alteração das
anteriores
As camadas de 1 a 10 depositaram-se horizontalmente umas sobre as outras.
Sofreram deformação, inclinando-se. Posteriormente ocorreu a formação de
uma intrusão magmática que deu origem ao granito (contém inclusões de outras
rochas mais antigas). Deu-se a erosão de todo este conjunto e, posteriormente
depositaram-se as camadas 11 (com inclusões do granito, mais antigo) a 14.
Os sedimentos acumulam-se
horizontalmente
Forças tectónicas provocam o
seu levantamento e
deformação
Surge uma intrusão magmática
com um “ramo” –dique –que
“corta” as camadas
deformadas
Surge uma falha (que corta o
dique e as estruturas
deformadas)
Princípio da
Horizontalidade
Inicial
Princípio da
Intersecção
1 -Deposição de A, B, C, D, E, F
e G e posterior inclinação;
2 –Ocorrência da falha H;
3 –Erosão e formação de uma
descontinuidade (I) –superfície
irregular;
4 –Deposição de J, K e L;
5 –Aparecimento daIntrusão M;
6 –Novo episódio de erosão com
formação de uma segunda
descontinuidade (N);
7 –Deposição de P (com inclusões de
rochas mais antigas) e Q;
8 –O filão R e as camadas de lava S e T surgiram depois da deposição de Q mas não é possível
concluir se R surgiu antes ou depois de S e T pois não o intersecta; Com certeza sabemos apenas
que a camada mais recente de todas é a T.
Conglomerado
Calcário
Aiii …
Como ordenar
cronologicamente as
estruturas de A a F?
Mais antigo
C D A B F E
Mais recente
DATAÇÃO ABSOLUTA
by Ana Kastro
O tempo em Geologia –datação
absoluta
O tempo em Geologia –datação
absoluta
A radioactividadeé uma das principais fontes de
energia térmica interna da Terra!
O tempo em Geologia –datação
absoluta
Os átomos fazem parte da
constituição da matéria (de tudo aquilo que
existe)! … Nas rochas também existem
átomos!
Alguns deles (urânio, rádio, etc)são
radioactivos, isto é, ao longo dos
tempos, e naturalmente, os seus
núcleos vão-se desintegrando
espontaneamentepara se tornarem
mais estáveis. Quando isso acontece
liberta-se energia!
O tempo em Geologia –datação
absoluta
O ambiente no qual vivemos é
naturalmente radioactivo. Por exemplo,
respiramos carbono-14, que é radioactivo;
comemos bananas que apresentam na
sua composição potássio-40, com núcleo
instável, nos nossos ossos e sangue existe
rádio-226 …
Vivendo em um ambiente radioativo, os
seres humanos, e todos os demais seres
vivos, são naturalmente radioativos. O
problema está na quantidade de radiação
à qual estes seres sãoexpostos: acima de
certo nível a exposição às radiações
provoca, no corpo humano, e nos demais
seres vivos, várias reações adversas
(danos nas células e no materal genético).
O tempo em Geologia –datação
absoluta
A datação absoluta pode também ser chamada de
…
O mesmo elementos químico (carbono, por exemplo), pode ter no núcleo do átomo:
O mesmo número de protões e neutrões (6P + 6N) C12
Diferente número de protões e neutrões (6P + 8N) C14
Diferente número de protões e neutrões (6P + 7N) C13
ESTÁVEL
ESTÁVEL
INSTÁVEL
… Isótopos …
Nota: C12, C13e C14são isótopos de carbono!
O tempo em Geologia –datação
absoluta
Urânio submetido a radiação U.V.
Os isótopos de urânio são muito
frequentes nas rochas (1g por cada 1000 Kg
de rocha) !
Estes isótopos são muito instáveis –os seus
núcleos desintegram-se espontaneamente
formando um átomo de um elemento químico
diferente, mais estável!
Átomo inicial: ISÓTOPO –PAI (instável)
Átomo formado após desintegração: ISÓTOPO –FILHO (mais
estável)
Nota: O isótopo Rubídio-87 forma o isótopo de Estrôncio-87 quando se desintegra!
O tempo em Geologia –datação
absoluta
Ataxadedecaimentoradioactivo
(desintegraçãodosisótopos-paiemisótopos-filho)é
constanteparacadaisótopo!
(nãovariacomcondiçõesdepressão,tenperaturaou
outrosaspectosassociadosaosprocessosgeológicos)
Adesintegraçãoéirreversível:oisótopo-
painãovoltaaadquiriraspropriedades
iniciais!
Quandoarochaseformaadquireelementosradioactivosquese
começamadesintegrarmarcandoomomentodeformaçãodaquelarocha!
O tempo em Geologia –datação
absoluta
… o conceito mais importante…
Período de semi-vida
ou período de semi-
transformação
Tempo decorrido para que metadedo número de
isótopos-pai radioactivos sofra desintegração,
transformando-se em isótopos-filho.
No final de um período de semi-vida, 50% dos isótopos-pai já foram
transformados em isótopos-filho… No final do 2º período de semi-vida,
metade da metade que restou (¼) do nº original de isótopos-pai ainda
permanecem na rocha… No 3º período de semi-vida 1/8e assim por diante!
(restará sempre uma quantidade residual de isótopos-pai na rocha)
O tempo em Geologia –datação
absoluta
Espectrometro de massa –consegue
detectar quantidades diminutas de isótopos!
O tempo em Geologia –datação
absoluta
Basta conhecer o período de semi-vida e o nº de isótopos-pai e filho
existentes na rocha para que se possa calcular o tempo decorrido desde
que o processo de desintegração se iniciou
O tempo em Geologia –datação
absoluta
À medida que os milhões de anos passam, o potássio 40 decai lentamente e, um a um, os átomos
de árgon 40 substituem os de potássio 40 no cristal. A quantidade de árgon 40 acumulada é uma
medida do tempo decorrido desde a formação da rocha. Decorridos 1,26 mil milhões de anos, o
rácio será 50-50. Ao fim de mais 1,26 mil milhões de anos, metade do potássio 40 remanescente
terá sido convertido em árgon 40, e assim por diante.
O tempo em Geologia –datação
absoluta
Há medida que o tempo passa aumenta
na rocha o número de isótopos-filho e
diminui o número de isótopos-pai!
A margem de erro é de apenas alguns
M.a.
O tempo em Geologia –datação
absoluta
Na altura em que a rocha se formou os isótopos ficaram incorporados nos minerais e, nesse
momento inicial, apenas existiam isótopos-pai e nenhuns isótopos-filho!
O tempo em Geologia –datação
absoluta
O que inferir
quando a
quantidade de
isótopos-filho e
isótopos-pai é igual
?
O que inferir
quando a
quantidade de
isótopos-filho é 3
vezes superior à
quantidade de
isótopos-pai?
Passou umperíodo
de semi-vida!
Passaram dois
período de semi-
vida!
O tempo em Geologia –datação
absoluta
Qual o melhor isótopo
para datar rochas
jovens?
É que se a rocha for “velha” e a taxa
de decaimento for rápida, os
isótopos-pai já se transformaram
quase todos em isótopos-filho:
sabemos que o relógio isotópico
parou, não sabemos é há quanto
tempo isso aconteceu!
O tempo em Geologia –datação
absoluta
O Carbono-14 é muito usado
na arqueologia e é o ideal
para datar fósseis ou
quaisquer outros resíduos
orgânicos… Porquê?
Todos os seres vivos contém
carbono. Ele é aborvido pelos
seres fotossintéticos e daí
segue por toda a cadeia
alimentar! Quando os seres
morrem inicia-se o
decaimento! E a arqueologia
estuda eventos recentes –
interessam isótopos com
menor tempo de semi-vida!
O tempo em Geologia –datação
absoluta
Nãopermitedatarrochassedimentares!
(estemétodopressupõequeasrochassejamsistemasfechados,nãoexistindoentradasousaídas
deisótopos.Mas,seasrochassofreremerosãooumeteorização,podemocorrerperdasde
isótopos(paisefilhos)oqueiráinfluenciaraidadeatribuída!).
Cadagrãodeareiatemumrelógiocalibradoparaumadatadistinta,aqualremontaprovavelmente
amuitoantesdearochasedimentarseformar.Assim,emmatériadecronometragem,arocha
sedimentaréumaconfusão.Nãoserve!
Atribuíumaidadeaometamorfismoenãoàrochaantesde
osofrer!
(Setivermosemcontaqueasrochasmetamórficasresultamdemodificações,devidasapressãoe
tem-peratura,sofridasporoutrasrochas,ometamorfismoqueasafectounãoeliminaosátomos-
filhoqueelaspossamconternessemomentoe,dessaforma,obtém-seumaidadesuperioràque
deveriacorresponderàúltimafasedemetamorfismo.Nemsempreasrochascontêmgrandesquantidadesdos
isótopos
necessáriosàsuadatação.
O tempo em Geologia –datação
absoluta
Asrochasígneascostumamconter
muitos isótopos radioactivos
diferentes.Asolidificaçãodasrochas
ígneasdá-sebruscamente,oquetem
umaconsequênciafeliz:todosos
relógiosdeumdadofragmentode
rochasãocalibradosemsimultâneo.
Apenas as rochas ígneas
proporcionam bons relógios
radioactivos!
O tempo em Geologia –datação
absoluta
As rohas estão
constantemente a ser
recicladas e transformadas
noutras –é impossível datá-
las por completo!
O melhor que há a fazer é combinar todos
os métodos de datação para que se
consiga elaborar um calendário da
história da Terra! Em locais onde ocorram
afloramentos com mais do que um tipo de
rocha, podem-se datar as rochas
magmáticas por dataçao absoluta e, em
seguida, estabelecer uma equivalência
com os restantes fenómenos geológicos
que se encontrem representados na área
O tempo em Geologia –datação
absoluta
O tempo em Geologia
Os sedimentos não se acumulam numa taxa
constante em nenhum ambiente de sedimentação
(podem até haver longos momentos de ausência de
sedimentação). Por exemplo, durante uma inundação,
um rio poderá depositar uma camada de areia de
vários metros de espessura em questão de
poucos dias, enquanto durante todos os anos que
se seguirem entre as inundações ele apenas
deposita uma camada de areia com poucos
centímetros de espessura. Além disso a taxa de
erosão também não é constante.
Por que motivo a estratigrafia
não permite medir o tempo de
forma absoluta?