OLAVO BILAC
Poeta símbolo do Parnasianismo, jornalista
e inspetor de ensino – foi chamado de “O
Príncipe dos poetas brasileiros”.
Biografia
\ Olavo Brás Martins Guimarães Bilac nasceu
no Rio de Janeiro em 16 de dezembro de
1865. Até descobrir sua verdadeira vocação,
Bilac tentou ser médico e advogado, mas
abandonou as duas carreiras ainda na fase
acadêmica. Após as tentativas profissionais
frustradas, Bilac encontrou-se como jornalista
e poeta.
\ Embora tenha feito parte de um período
literário mal compreendido na sua época por
causa da complexidade das obras –
o Parnasianismo, seu nome será sempre
lembrado como um escritor de grande
importância para a nossa Literatura e um dos
mais populares de sua época.
\ Olavo Bilac era a favor do serviço militar obrigatório e chegou
a participar de ações para aumentar a procura pelo
alistamento. Foi ele que fez a letra do Hino à Bandeira. O
escritor tinha ideais republicanos e nacionalistas. Estava na
oposição durante o governo de Floriano Peixoto e chegou a ser
preso por quatro meses na Fortaleza da Laje. Antes, tentou
fugir do governo ficando em Minas Gerais, mas foi só voltar
para o Rio que foi detido.
\ Ele marcou a história por outro motivo além da literatura: foi o
primeiro a sofrer um acidente de carro no Brasil, ele bateu em
uma árvore na Estrada da Tijuca.
Parnasianismo
\ Olavo Bilac foi um dos principais representantes do
parnasianismo no Brasil. Teve a companhia dos poetas Alberto
de Oliveira e Raimundo Correia no movimento literário. O poeta
parnasiano prezava pela estética dos versos e pela métrica.
\ O soneto era um dos principais estilos da poesia elaborada
por Bilac, sendo “Via-Láctea” e “Profissão de Fé” os sonetos de
maior sucesso. Nesse tipo de poesia, a forma fixa é uma das
principais características. Assim como outros poetas
parnasianos, a beleza dos versos era muito importante na
poesia de Bilac, com isso, os versos eram trabalhados
intensamente.
Via Láctea
Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e entender estrelas"