A IMPORTÂNCIA DO
PLANEJAMENTO NA CATEQUESE
INTRODUÇÃO
O OBJETIVO
A função do planejamento é "tornar clara e precisa
a ação, organizar o que fazemos, sintonizar ideias,
realidade e recursos para tornar mais eficiente a
nossa ação" (GANDIN, 2010, p.20).
O Diretório Nacional de Catequese, DNC, nos orienta:
"Para frutificar, a catequese necessita de
organização, planejamento e recursos" (DNC 236).
Planejar é pensar antes qual o melhor
caminho para chegar depois. Quando
não se planeja, se improvisa,
prejudicando o êxito do que se quer e
causando um incansável desperdício
de energia e recursos (ORFANO, 2004,
p. 21)
PLANEJAR SOB A LUZ
DO EVANGELHO
Lucas 14,28-29a
"De fato, se alguém quer construir uma
torre, será que não vai primeiro sentar-se
e calcular os gastos, para ver se tem o
suficiente para terminar? Caso contrário,
lançará os alicerces e não será capaz de
acabar".
QUAL O ALVO A SER ATINGIDO POR
MEIO DO PLANEJAMENTO
CATEQUÉTICO?
PLANEJAMENTO E CATEQUESE
Como fazer?
Com quem fazer?
Para que fazer?
Para quem estamos fazendo?
PARTE I
O QUE É PLANEJAR?
Planejar é organizar a própria
ação
Planejar é transformar a realidade
numa direção escolhida
O PLANEJAMENTO DEVE AJUDAR A
DECIDIR:
"O que se vai fazer".
"Para que fazê-lo".
O planejamento deve ser
instrumento metodológico da
realidade, de ideias que superam
o mero domínio cognitivo de
informações
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM
MODELO DE PLANEJAMENTO
CATEQUÉTICO, DEVE POSSUIR:
Leitura da realidade
O estabelecimento de objetivos
A organização das ações
A orientação na transformação
da realidade
A interação entre a proposta
(fé) e a vida dos intercolutores
A avaliação das ações
catequéticas
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O planejamento é uma
metodologia para construir (ou
transformar) a realidade
POR ONDE COMEÇAR?
Para que o planejamento catequético
participativo seja ativo e criativo, é
necessário que em todas as fases dessa
metodologia sejam envolvidos no
processo de educação da fé os
seguintes agentes: pároco, catequistas,
pais/responsáveis e catequizandos).
CASO CONTRÁRIO ...
... não alcançaremos a adesão e o
compromisso desses agentes nesse
processo de planejamento,
desvinculando-o da realidade com
a qual se pretende interagir.
O marco referencial é o primeiro
passo para se começar um
planejamento entendido como
processo
MAS O QUE É UM
DIAGNÓSTICO?
"O diagnóstico não é,
essencialmente, uma descrição da
realidade, mas o juízo dela. É
necessária a descrição da realidade
(o que estamos fazendo), mas o
essencial é o julgamento dessa
realidade, na comparação com
aquilo que queríamos que fosse."
PARÂMETROS DE
JULGAMENTO PARA UM
BOM DIAGNÓSTICO:
O que estamos
fazendo?
A que distância
estamos daquilo
que pretendemos
alcançar?
O diagnóstico compara aquilo que
se pensa e se quer com aquilo que
se faz na prática. O diagnóstico é
sempre um julgamento da
realidade e da prática, à luz de um
referencial. A intermediação entre
o pensar e o agir é feita pelo
diagnóstico
Durante o diagnóstico devemos
procurar os sintomas positivos da
realidade em que atuamos
(prática), que nos aproximam da
realidade desejada, e os sintomas
negativos (nós críticos), que nos
distanciam da realidade
desejada. Se possível, buscando
as causas positivas e negativas
PLANEJAMENTO E
PROGRAMAÇÃO
Se são diferentes, qual a
relação entre programação e
planejamento?
Qual o papel da programação
no processo de planejamento?
Como toda essa concepção
poderá se aplicar à catequese?
AFINAL, SÃO A MESMA COISA?
A programação é parte do
planejamento, assim como o
marco referencial é o diagnóstico.
Portanto, respondendo a primeira
questão em conjunto com a
segunda, a programação é parte
integrante do planejamento. E, se
tratando de um processo, essas
partes são inter-relacionadas
PORTANTO, PLANEJAMENTO (NA CATEQUESE) É?
UM PROCESSO
COMPOSTO DE FASES, ETAPAS OU PASSOS
CONTÍNUO
CONSTITUÍDO DE UNIDADE ENTRE AS ETAPAS
Sendo a catequese um processo
de educação da fé e de
evangelização, ela deve ser
realizada, também, de acordo
com a pedagogia divina da
Revelação: lenta, gradual e
progressiva; como vemos nas
Sagradas escrituras e na forma
que Jesus conduziu o diálogo com
os discíulos, no episódio de
Emaús.
A Sagrada Escritura apresenta
Deus como educador da nossa fé.
Apresenta-se como sábio que
assume as pessoas nas condições
em que elas se encontram (cf. Sl
103,3-6), liberta-as do mal e
convida-as a viverem no amor a
fim de crescerem
progressivamente na fé, até a
maturidade em Cristo (cf. Ef 4,13-
15 e DNC, 138)
A programação dentro de um
plano, é uma proposta de ação
para diminuir a distância entre a
realidade da instituição planejada
e o definido no seu marco
operativo. Dito de outra forma, é a
porposta de ação para sanar as
necessidades apresentadas pelo
diagnóstico
A programação, a partir do
diagnóstico (investigação da
realidade), é um meio que
procura articular os conteúdos,
através de sua proposta de ação
(plano de ação); e também uma
forma de intervenção na
realidade com chances de
transformá-la. Por isso, utiizar o
planejamento na catequese é de
grande valia para uma
evangelização eficaz e encarnada
IMPROVISAÇÃO:
LIMITAÇÃO DA
PRÁTICA SEM
PLANEJAMENTO
O improviso leva ao (a):
Reducionismo
Desestímulo
Enfraquecimento da missão
A falta de planejamento pelo não
conhecimento e formação leva os
catequistas a se utilizar da
improvisação como rotina, e não
como exceção
A ação catequética precisa passar pelo
planejamento para diminuir a
improvisação e ser um instrumento eficaz
de evangelização, pois só a boa intenção é
incapaz de resolver situações complexas
capazes de levar o ser humano a porpor
mudanças de cunho existencial para si,
movido pela fé. A missão catequética não
se improvisa nem fica ao sabor do
imediatismo ou do gosto de uma pessoa. A
catequese é uma ação da Igreja e um
projeto assumido pela comunidade, como "
um processo de educação comunitária,
permanente, prograssiva, ordenada,
orgânica e sistemática da fé" (CR, 318)
É preciso que o CATEQUISTA seja
competente em sua ação
catequética, superando a
improvisação e a simples boa
vontade (DNC, 270)
PLANEJAMENTO CATEQUÉTICO,
REALIDADE DINÂMICA E FORMAÇÃO
Ler a a realidade.
Saber ler a realidade.
Aprimorar o conhecimento através da
formação.
Ver-iluminar-agir-celebrar-rever
PARTE II
PLANEJAMENTO NO CONTEXTO
DE UMA REALIDADE DINÂMICA
O método ver-iluminar-agir tem
sido utilizado na catequese como
meio de educar para a fé e a vida, a
partir da Bíblia e de uma leitura da
realidade em que se pretende
atuar, tendo o próprio Deus como
modelo de educador do seu povo
Deus, como educador da fé, comunica-se
através dos acontecimentos da vida do seu
povo, de forma adequada à situação
pessoal e cultural de cada um, levando-o a
fazer a experiência do seu mistério. A
pedagogia catequética tem como modelo,
sobretudo, o proceder de Jesus Cristo, que
a partir da convivência com as pessoas,
deu continuidade ao processo pedagógico
do Pai (DNC, 139-140).
NO ANTIGO
TESTAMENTO
Deus ouviu o clamor do seu povo.
Deus se lembrou da aliança que fizera
com Abraão, Isac e Jacó.
Deus viu a condição de opressão e
miséria de seu povo.
Deus conheceu os seus sofrimentos e
os levou em consideração.
Deus desceu para libertá-lo.
Deus decidiu fazê-lo subir para uma
terra fértil.
Deus chamou Moisés e o enviou ao
faraó para tirar o seu povo do Egito.
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ÊXODO 3,7-14
NO NOVO
TESTAMENTO
Jesus se aproxima.
Jesus pergunta.
Jesus escuta.
Jesus dialoga.
Jesus explica as escrituras.
Jesus toca o coração dos dois
discípulos e os faz enxergar,
avaliar, agir e retornar à
comunidade.
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LUCAS 24,13-25
Na ação catequética, a
mensagem e fonte da catequese é
a Palavra de Deus. Portanto,
conhecê-la profundamente, bem
como conhecer a realidade em
que se atua, é fundamental.
Além do conhecimento bíblico e da
realidade, deve haver também uma
grande sintonia entre a realidade socio-
cultural-religiosa e o contexto bíblico
que se pretende iluminar com a Palavra
de Deus. Caso contrário, não há como
comunicar a Palavra revelada para
iluminar essa realidade. Assim, a
evangelização perde em eficácia.
Também devemos levar em
consideração as necessidades
psicopedagógicas dos interlocutores.
Como é possível realizar um
trabalho com a criança,
adolescente, jovem ou adulto sem
conhecê-los adequada e
profundamente?
Ao lado da Palavra, existe a
necessidade de conhecê-la,
acolhê-la, estudá-la,
compreendê-la e contextualizá-la
para que ela possa ser repassada
com fidelidade e cumpra seu
papel evangelizador
VIVEMOS UMA
MUNDAÇA DE ÉPOCA
EG 41 e 52
DAP 44
A catequese deve se colocar como agente
transformador nessa mudança de época, para
não perder o seu papel missionário de ajudar
sues interlocutores no encontro pessol e
comunitário com Jesus Cristo. Essa missão
poderá ser potencializada com planejamento,
lembrando que o diagnóstico bem feito procura
fazer uma descrição da realidade atual, o
julgamento da mesma, e extrai dela suas
novas necessidades, propiciando a aplicação
de ações transformadoras, a partir de suas
reais necessidades e demandas
PROCESSO DE EDUCAÇÃO DA FÉ
E PLANEJAMENTO
A fé, uma das virtudes teologais,
nos é dada por Deus como "dom"
(presente), mas em forma de
semente, e esta amadurece e
germina como resposta humana à
Graça divina. A fé enquanto
resposta, pode e deve ser educada.
É tarefa da catequese
educar (a fé) para o agir
cristão
TAREFAS DA CATEQUESE
ENQUANTO MEDIAÇÕES
ECLESIAIS
Diaconia
Koinonia
Martyria
Liturgia
É tarefa da catequese educar para o
exercício da caridade e do serviço (sinal
da diaconia). Cabe à catequese educar
para o sentido da comunhão e para a
vida comunitária (sinal da koinonia). É
tarefa da catequese iniciar à escuta e ao
anúncio da Palavra (sinal da martyria).
É também tarefa da catequese iniciar ao
mistério da celebração cristã (sinal da
liturgia)
O planejamento procura
articular e organizar ações,
visando um objetivo
transformador da realidade.
Nesse sentido, o planejamento
ajudará o catequista no passo a
passo de sua ação (processual e
gradual), na qual o segundo
passo dependa do primeiro e
assim por diante, para evitar
perder-se em improvisações
PLANEJAMENTO: FACILITADOR
DO PRINCÍPIO METOLÓGICO DA
INTERAÇÃO FÉ E VIDA
O desafio da catequese é ser uma ação
transformadora da realidade (dimensão vida) e
evangelizadora do ser humano (dimensão fé), pois
ela procura agir na realidade e transformá-la a partir
so ser humano que busca respostas na Palavra de
Deus para seus questionamentos, conflitos e
problemas. Em virtude da mudança de época e
também de valores profundos da vida humana,
precisamos da contribuição de instrumentos
metodológicos na catequese para que tornemos
nossa missão evangelizadora mais eficaz.
Na catequese realiza-se uma inter-ação
(= um relacionamento mútuo e eficaz)
entre experiência de vida e a formulação
da fé; De um lado a experiência de vida
levanta perguntas; de outro, a
formulação da fé busca a explicação das
respostas a essas perguntas. Essa
confrontação possibilita uma formação
cristã mais consciente, coerente e
generosa (DNC, 152)
Diante de toda essa complexidade, que
atitudes os agentes evangelizadores, como
são os catequistas, devem tomar na
interação entre vida e fé: agir
improvisadamente ou planejadamente?
Evangelizar é coisa que não se pode fazer às
cegas ou e de improviso. Para alcançar
objetivos evangelizadores, o trabalho deve,
necessariamente, desenvolver-se de forma
planejada. O prodesso de planejamento
presta indispoensável serviço à missão
evangelizadora da Igreja
ENGAJAMENTO NA COMUNIDADE
O engajamento na comunidade é um dos objetivos da catequese.
Portanto, é de suma importância inserí-lo ao processo de
planejamento catequético para que se possa estabelecer linhas
de ação a fim de alcançá-lo.
Se o lugar do cristão é na comunidade e a
catequese deve ser por natureza uma ação
eclesial voltada para essa comunidade de
fé. Por ser educação orgânica e sistemática
da fé, a catequese se concentra naquilo que
é comum para o cristão, educa para a vida
na comunidade, celebra e testemunha o
compromisso com Jesus. É um processo de
educação gradual e progressivo,
respeitando os ritmos de cada um (DNC, 41)
Jesus, ao iniciar a sua missão, primeiro
formou uma comunidade de discípulos.
"Jesus propõe um caminho. No seu esforço
de ser um com seus discípulos (as), Jesus
oferece a todos uma convivência". Seguindo
essa pedagoga, a catequese busca no
planejamento um caminho, visando
articular sua ação para interagir junto à
comuniade de todos os baizados
(discípulos), para renová-la e troná-la viva,
através do testemunho e do engajamento
na missão que lhe foi confiada
CATEQUESE: NOVOS TEMPOS,
NOVOS DESAFIOS
A ação catequética improvisada e sem direção
não é capaz de transformar realidades
complexas simplesmente porque se utiliza da
simples boa vontade, age superficialmente e
sem objetivos concretos. O improviso acontece
na hora da ação, sem uma prévia preparação. O
planejamento antecede a ação, facilitando a
articulação desta com os objetivos previamente
estabelecidos.
A época atual surge de modo acelerado,
fazendo com que a mesma geraçõ sinta a
mudança na pele, algumas vezes de modo
bastante agudo. Os perigos são dois.
Atingem todas dimnesoes da vida e, por
consequência, também a catequese. O
primeiro é o não reconhecimento da
mudança de época. É dizer que as coisas
sempre funcionaram do jeito que
conhecemos e, portanto, o caminho, no
caso, da evangelização consiste em
continuar fazendo o que sempre foi feito.
O segundo perigo consiste em mergulhar de
tal modo na nova realidade que já não se
consiga fazer o discernimento entre o que é
evangélico e o que nao é. Esse perigo
consiste na total identificação da época que
está surgindo, de modo que a ação
evangelizadora acabe perdendo sua
capacidade de interpelação, de
questionamento, de profetismo e dimensão
escatológica (PORTELLA, 3º Semana
Brasileira de Catequese, 2010, p.50)
No planejamento deve-se fazer
uma boa leitura de uma realidade
dinâmica e das novidades
tecnológicas. Esses recursos
muito nos ajudam na
comunicação que tanto atrai os
interlocutores da catequese
É preciso encantar os nossos
catequizandos e as nossas
catequizandas a partir da pessoa
de Jesus Cristo
FORMAÇÃO: PRÉ REQUISITO
PARA O PLANEJAMENTO
O DNC estabelece como fonte inspiradora da
formação do catequista a pessoa de Jesus Cristo. É
ele que faz o convite: "Vinde e vede" (Jo 1,39); e
propõe maior profundidade, mais audácia no
compromisso: "Avançai mais para o fundo, e ali
lançai vossas redes para a pesca" (Lc 5,4). É ele
mesmo que se apresenta como mestre, educador
e servidor: "Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os
pés, também vós deveis lavar os pés uns dos
outros" (Jo 13,14) (DNC, 253).
Com pouca formação ou com a
sua falta, o catequista empobrece
a sua ação e nao tem como se
sustentar. O catequista mal
preparado não conseguirá
planejar de forma satisfatória
seus encontros, deixando de
imprimir qualidade no que faz.
Todo cuidado é pouco. O ato de
catequizar é complexo, não é
brincadeira, pois envolve a vida
da pessoa humana
O momento histórico em que
vivemos, com seus valores e
contravalores, desafios e
mudanças, exige dos
evangelizadores preparo,
qualificação e atualização.
"Qualquer atividade pastoral que
não conte, para sua realização,
com pessoas formadas e
preparadas coloca em risco a sua
qualidade" DNC 252; DGC 234; cf.
CDC 773 a 780).
PLANEJAMENTO NA CATEQUESE
Planejar a catequese, como ação educativa da vida e fé.
Método catequético, meio de se educar na vida e na fé.
Dos conteúdos a mensagem
Da improvisação ao planejamento.
Do cronograma de ações à programação catequética.
Planejamento catequético geral.
PARTE III
PLANEJAMENTO NA CATEQUESE
O Manual de Catequética/CELAM
estabelece de forma clara e objetiva a
importância de se planejar a pastoral
catequética: "O planejamento (da pastoral
catequética) é uma expressão de
fidelidade a Deus e de respeito aos agentes
interlocutores" (CELAM, 2007, p. 259).
O modelo de planejamento
catequético deve ser simples,
mas não simplista e reducionista.
Deve ter o menor grau de
dificuldade possível, mas sem
perder qualidade, para que possa
ser elaborado e executado pelos
próprios catequistas
A catequese, como ação
educativa, não prescinde do
planejamento educacional que se
utilizará da pedagogia e da
didática no sentido de viabilizar
um verdadeiro processo
educativo, só que agora no
âmbito da fé. Como nos orienta o
Manual de Catequética do CELAM:
O ministério da catequese nutre-se
constantemente de dois mananciais: as
ciências teológicas, que determinam a
sua natureza e finalidade última; e as
ciências pedagógicas, que iluminam a
forma e o caminho a seguir, para
projetar e levar a termo o processo e o
ato catequético. A catequese, portanto,
sempre esteve vinculada à pedagogia.
A pedagogia faz parte das ciências da
educação (CELAM, 2007, p. 227-228)
PLANEJAR A CATEQUESE, COMO
AÇÃO EDUCATIVA DA VIDA E FÉ
"O planejamento (catequético) consiste no
ordenamento e na previsão dos processos de ensino
e aprendizagem da educação na fé" (CELAM, 2007, p.
259).
"Um bom plano, que contribui para a ação
evangelizadora, é sempre fruto de um processo de
planejamento [...] Todo processo precisa ser
preparado. Uma ação que não tiver um antes não
terá um depois" (DGAE, 2011-2015, p. 92).
Todo planejamento deve ser transformador, pois é
obra do Espírito Santo.
Entretanto, nenhum planejamento está
acima da ação do Espírito Santo e da
liberdade humana. Requer-se, portanto,
que todo agente de catequese esteja
imbuído da responsabilidade de fazer da
catequese uma ação devidamente
ordenada. Porém sabendo que quem a
faz realmente eficaz é o Espírito, que age
no interior das pessoas, de acordo com a
livre abertura destas a sua ação (CELAM,
2007 p. 251)
Planejar é construir a realidade
desejada.
Na catequese, a realidade que
pretendemos construir é aquela que
permite a vivência fraterna, tanto nos
níveis pessoal e familiar quanto no nível
comunitário, através da evangelização,
da educação da fé e do engajamento
das pessoas na comunidade de fé.
O planejamento serve para que a
catequese na prática possa ser por
excelência, uma ação transformadora
pela Boa-Nova de Jesus Cristo. Deve
promover que as pessoas encontrem
nos valores evangélicos, a práxis de
suas vidas, a sua renovação pessoal e
comunitária, e assim possam se tornar
pessoas melhores, para poder ajudar a
diminuir o mal do mundo.
O catequista juntamente com a
comunidade e o grupo dos catequistas é o
responsável pela prática catequética, pela
pedagogia a ser aplicada e pelo
planejamento de sua ação e pela aplicação
prática. O grupo de catequistas deve
buscar ferramentas simples e eficazes que
ajude a ecoar a Palavra de Deus da melhor
forma possível.
A vocação do leigo à catequese tem origem
no sacramento do Batismo e se fortalece
pela Confirmação (DGC 231)
Percebe-se, em grande parte das paróquias,
que a catequese é mal conduzida e prescinde
de planejamento adequado. Nesse cenário, o
conteúdo é supervalorizado em detrimento
das questões metológicas. É bastnte comum
subestimar o método em relação ao
conteúdo. Pensa-se que o que realmente
interessa à catequese é a mensagem a
transmitir, enquanto as questões
metodológicas e de planejamento
(programação do roteiro catequético, escolha
e articulação dos conteúdos, linguagem a ser
usada, técnicas e subsídios práticos etc.) são
coisas de menor importância, problemas
meramente "práticos".
Os problemas metológicos ficam, então, por conta
de um programa qualquer ou simplesmente da
experiência prática. Em muitas paróquias e
comunidades, desenvolve-se a catequese sem um
sério esforço de reflexão e de planejamento.
"A catequese precisa de uma pedagogia para
responder adequadamente a sua tarefa
fundamental de educar a fé" (CELAM, p. 228-229)
Tudo isso se torna eficaz se aplicado dentro de um
processo, de uma metodologia (caminho). O
processo se constitui de uma série de ações
articuladas entre si e conduzidas por um fio
condutor: a linha de ação. É assim que devemos
fazer catequese, entendendo as suas
nomenclaturas e conceitos. Dessa forma
saberemos em que chão estamos pisando.
MÉTODO CATEQUÉTICO, MEIO DE
SE EDUCAR NA VIDA E NA FÉ
A escolha e a aplicação de métodos na
catequese respondem à pergunta:
COMO FAZER CATEQUESE?
Na catequese, o método é um meio para educar a
fé. O método pode ser descrito como o conjunto de
procedimentos seguidos de maneira sistemática e
ordenada para alcançar um fim determinado. Há
dois grandes grupos de métodos: os que partem
da vida para chegar à fé (indutivos), e os partem
do anúncio da mensagem cristã para chegar à
vida (dedutivos). Entre método e conteúdo há uma
profunda correação e interação. Um critério
fundamental para a seleção e emprego dos
métodos na catequese: os métodos devem estar
em sintonia com a pedagogia da fé (CELAM, 2007,
p. 245).
O planejamento, como instrumento
metodológico, conduz o ato
catequético e articula seus elementos,
dando-lhe início, meio e fim. O método
integra e dinamiza criativamente os
elementos do ato catequético
(experiência humana, Palavra de Deus
e expressão da fé) (CELAM, p. 245)
Um bom método catequético é
garantia de fidelidade ao conteúdo.
DOS CONTEÚDOS A
MENSAGEM
O planejamento deve imprimir
qualidade ao ato de catequizar.
Deve transformar conteúdos
em mensagem.
Não deve ser "conteúdo
cristalizado" e sim mensagem
encarnada e inserida na
cultura.
São João Paulo II nos recorda sobre
mensagem: Quem diz mensagem diz
algo mais que doutrina. Quantas
doutrinas jamais chegaram a ser
mensagem. A mensagem não se limita
a propor ideias: ela exige resposta, pois
é interpelação entre pessoas; entre
aquele que propõe e aquele que
responde. A mensagem é vida (DNC,97)
O QUE É PRECISO PARA QUE O
CONTEÚDO SE TRANSFORME EM
MENSAGEM?
É necessário que ele chegue ao
coração (interiorização) e transforme
a vida das pessoas.
Para que isso aconteça, esse
processo deve ser bem preparado e
planejado.
A MENSAGEM DE
JESUS
"Não estava ardendo o
nosso coração quando Ele
nos falava pelo caminho e
nos explicava as
escrituras?" (Lc 24,32)
DA IMPROVISAÇÃO AO
PLANEJAMENTO
O planejamento nos
ajuda a reduzir ou
evitar a improvisação
como prática rotineira
na catequese.
No âmbito da paróquia, as ações
práticas requerem um planejamento
adequado dos recursos, das
prioridades, dos métodos e dos
processos de avaliação - elementos
que ajudarão a fazer da catequese não
uma ação improvisada, e sim uma
tarefa à qual a Igreja dedica sua
atenção e seus esforços com a
seriedade devida (CELAM, 2007, p. 254)
Havendo planejamento, haverá uma
ação que tem mais possibilidades de
ser eficaz e de provocar
transformações. No caso de
improvisação, haverá um simples
ativismo, com resultados menos
eficientes, o que poderá deixar todo
mundo iludido de ter feito uma coisa
boa, porém apenas isso
Percebemos que a improvisação é uma
grande fábrica de ilusões com pouco
ou nenhum resultado plausível na
complexa ação catequética. Já uma
ação planejada, se bem feita e
executada, poderá surtir efeitos
extraordinários na realidade em que se
atua
ENTÃO:
Uma ação pastoral é considerada
eficiente quando é bem feita. Quando,
além de eficiente, ela for também
transformadora, ela será considerada
eficaz. As ações apenas eficientes não
contribuirão em nada para a
transformação das estruturas injustas
que nos rodeiam
Eficiente é o que executa uma tarefa
com qualidade, competência,
excelência, com nenhum ou com o
mínimo de erros. A eficiência está
ligada ao modo de fazer uma tarefa. O
eficaz faz o que é certo para atingir o
objetivo inicialmente planejado. O
eficiente faz com qualidade, mas nem
sempre atinge um objetivo
DO CRONOGRAMA DE AÇÕES À
PROGRAMAÇÃO CATEQUÉTICA
O cronograma de ações é uma mera lista de
ações esparsas a serem trabalhadas ao longo
de um tempo estabelecido, sem articulação e
linha condutora para interferir com eficácia
na realidade. Isso não é planejar, pois o
cronograma de ações não se origina no
julgamento criterioso da realidade, que é o
diagnóstico. Não é, portanto, produto de um
processo planejado. Programação é muito
mais que um rol de atividades.
A programação catequética é
parte integrante do processo de
planejamento, se nele é gerada e
articulada. Ela não pode ser
concebida de forma isolada e
desarticulada
No contexto do planejamento,
programar-se bem é buscar soluções
para as urgências constatadas, as
necessidades de estabelecer
prioridades e mudanças, tendo
presentes as reais possibilidades de
execução (meios e pessoas). É um
caminho para a realização dos
objetivos. Portanto, a programação é a
etapa final do processo de
planejamento e não a etapa inicial ou
única da ação de planejar
PLANEJAMENTO
CATEQUÉTICO GERAL
Fonte: DGAE, 2011-2015
Os 7 (sete) passos
metodológicos para o
planejamento pastoral
PASSOS METODOLÓGICOS PARA O PLANEJAMENTO PASTORAL
O melhor ponto de partida é sempre aquele onde nos
encontramos. Trata-se de colocar os pés no chão. Se
ignoramos a realidade, não evangelizamos; as boas
respostas pastorais dependem da identificação das
verdadeiras necessidades de evangelização (DGAE,
127).
1º Passo - Onde estamos
Na ação evangelizadora o ponto de chegada está em
olhar para o horizonte do Evangelho, mostrado em
Jesus Cristo (DGAE, 128).
2º Passo - Onde precisamos estar
Debruçar-se sobre a realidade sociocultural e religioso-
eclesial, à luz do horizonte da fé cristã, nos leva a
identificaralgumas urgências pastorais, no contexto
atual (DGAE, 131).
3º Passo - Nossas urgências pastorais
Os resultados almejados por um processo de
evangelização estão registrados nos objetivos: geral e
específicos (DGAE, 132).
4º Passo - O que queremos alcançar
Tanto a unidade eclesial quanto e eficácia na obra
evangelizadora exigem critérios comuns na ação (DGAE,
133).
5º Passo - Como vamos agir
É o momento da programação (DGAE, 136).
6º Passo - Intervir na realidade
"Vinho novo, odres novos" (Mt 9,17); mudadas as ações,
é preciso igualmente mudar as estruturas que lhe dão
suporte (DGAE, p. 93-103).
7º Passo - A renovação das estruturas
A vida e a missão do discípulo
missionário de Jesus Cristo, segundo a
DGAE, consiste no exercício do tríplice
múnus (dever, obrigação), recebido no
Batismo: serviço da Palavra, serviço da
Liturgia e serviço da Caridade. Essa
vivência tríplice da vocação, se dá no
âmbito da pessoa, da comunidade e da
sociedade
PASSOS DO PLANEJAMENTO NO ITINERÁRIO CATEQUÉTICO
Apresenta uma visão global da realidade (contexto) e ação do
grupo (prática). Descreve a realidade em que se vive e se
trabalha.
1º Passo - Marco referencial situacional
É sempre um confronto entre o que se faz, o que existe e o
ideal. Não se deve confundir diagnóstico com duas outras
coisas: com a descrição da realidade e com um levantamento
de problemas. A pergunta a ser feita é a seguinte: qual a
distância entre a realidade em que se atua e a que se deseja?
3º Passo - Diagnóstico
Parte do que se deseja e para que se deseja realizar algo. Nele
se propõe uma ação para uma finalidade. Ao elaborarmos os
objetivos, devemos direcionar nossa ação e finalidade ao
desejo do Pai, revelado por Jesus Cristo, na força do Espírito.
4º Passo - Objetivos
São atitudes a serem tomadas para sanar as necessidades
diagnosticadas e, assim transformar a realidade definidas
no marco operativo. O conjunto de estratégias é aquele
espírito que serve de guia a tudo que faremos.
5º Passo - Estratégias
A programação temática propicia a escolha de
conteúdos que respondem às necessidades surgidas no
diagnóstico, a partir da realidade que se atua. Momento
de detalhar os temas, por etapas da catequese e suas
respectivas leituras bíblicas.
A programação da ação catequética corresponde à
discriminação das ações permanentes e de outras ações
inerentes à atividade catequética: encontros, eventos
externos, formação, calendários, locação de recursos
6º Passo - Programação temática e da ação
catequética
O processo avaliativo deve ser participativo. É necessária a
participação de todos os envolvidos e responsáveis pela
pastoral (padre, catequistas, pais/responsáveis e outras
pastorais envolvidas. Deve ocorrer durante toda ação
catequética (cada encontro) e, também, na sua conclusão
(anual e/ou término do período catequético). Deve
contribuir para elaboração dos marcos referenciais
(situacional e operativo).
7º Passo - Processo avaliativo
O marco doutrinal apresenta as orientações para a ação que se
quer programar, os princípios básicos da catequese. Apoia-se,
sobretudo, nos ensinamentos do Evangelho e nos documentos
da igreja. O marco operativo define para onde a pastoral
catequética quer ir, como vai se organizar; é a linha de ação a
ser assumida, como se quer agir. Define, também, o
posicionamento pedagógico da pastoral.
2º Passo - Marco referencial, operativo e
doutrinal
Para se elaborar uma programação, as
questões básicas são as seguintes: que
necessidades aparecem no diagnóstico?
Que objetivos, estratégias, normas,
atividades permanentes são aptas e
possíveis para superá-las em parte ou
totalmente? A programação é a proposta
concreta para fazer acontecer,
gradativamente, os valores, os princípios,
as prioridades e as opções ideais
estabelecidas.
Toda ação eclesial brota de Jesus
Cristo e se volta para Ele e para o
Reino do Pai. Jesus Cristo é nossa
razão de ser, origem do nosso agir,
motivo do nosso pensar e sentir.
Nele e com Ele mergulhamos no
mistério trinitário, construindo uma
vida pessoal e comunitária (DGAE,
2011-2015, p. 17).
As estratégias se diferenciam dos
objetivos. As estratégias propõem
uma atitude para sanar uma ou
mais necessidades e esta atitude
perdura. Os objetivos propõem uma
ação, também para sanar uma ou
mais necessidades, mas que se
esgota ao alcançar o resultado
esperado (finalidade)
PLANEJAMENTO POR
ETAPAS DA CATEQUESE
O planejamento por etapas
catequéticas corresponde ao
planejamento setorial no qual os
critérios bíblico-catequéticos são
definidos. Corresponde à
programação temática das diversas
etapas do processo educativo da fé e
conduzirá o planejamento dos
respectivos encontros catequéticos.
A iniciação cristã é um desafio que
devemos encarar com decisão, com
coragem e criatividade, visto que
em muitas partes a iniciação cristã
tem sido pobre e fragmentada. Ou
educamos na fé, colocando as
pessoas realmente em contato com
Jesus Cristoe convidando-as ao seu
seguimento, ou não cumprimos a
nossa missão evangelizadora (DAp
278)
PLANEJAMENTO DOS
ENCONTROS CATEQUÉTICOS
O encontro catequético corresponde
à fase finalística da ação
evangelizadora, pela catequese. É
atraves dele que é comunicada a
mensagem revelada.
O ato catequético possui diversos elementos
em sua composição (experiências humanas,
palavra de Deus, confissão de fé. oração e
celebração). Deve ser bem planejado, para
que possamos articular os seus elementos
constitutivos, a fim de transformá-lo em
verdadeiros espaços de evangelização. É sinal
de responsabilidade e de respeito aos
catequizandos fazer uma preparação
antecipada e preventiva acerca dos objetivos,
dos conteúdos, das situações de ensino e de
aprendizagem, dos recursos, do tempo e dos
critérios de avaliação com respeito a cada
encontro e processo catequético (CELAM.
Manual de Catequética, 2007, p.253)
A PEDAGOGIA DIVINA NOS
ENCONTROS DE CATEQUESE
A ação catequizadora é uma pedagogia da
fé em ato. (DCG 144). Quando se fala da
pedagogia da fé, não se trata de transmitir
um saber humano; trata-se de comunicar,
em sua integridade, a Revelação de Deus.
Na catequese, uma técnica só tem valor à
medida que se põe a serviço da
transmissão da fé e da educação para a fé
(CT 58).
Falamos da pedagogia divina
quando nos referimos à forma como
Deus se revela para educar o ser
humano ao longo da história, nas
etapas do processo revelatório.
"Como um pai educa seu filho,
assim Deus educa seu povo" (Dt
8,5).
A Bíblia é uma revelação
progressiva do agir e do ser de Deus.
No antigo Testamento, Deus se
revela como o libertador do povo
escolhido, revela-se de maneira
gradual, progressiva e paciente.
Não tem pressa, respeita o
caminhar da gente e o ritmo do seu
povo. Sabe esperar a hora de cada
um chegar a crer, sem desesperar-
se nem pressionar ou violentar
ninguém (CELAM, 2007, p. 214).
No Novo Testamento, a pedagogia
divina é revelada plena e
continuadamente por Jesus Cristo,
e se caracteriza em sintese, por
atenção e respeito às pessoas;
partir da sua vida concreta;
acolhida aos que estão à margem;
denúncia profética; formação de
comunidade; fidelidade ao Pai e
docilidade ao Espírito (CELAM, 2007,
p 217).
Um exemplo surpreendente e
criativo do método pedagógico de
Jesus são as parábolas. Jesus se
utilizava de histórias ou fatos
comuns e corriqueiros na vida das
pessoas, como pescaria,
plantações, semeadura etc. As
parábolas vão além da
comparação. Elas são um convite à
reflexão. Partem de uma realidade
visível (vida concreta das pessoas)
para mostrar uma realidade
invisível do Reino de Deus.
As parábolas estão a disposição
para serem aplicadas na catequese.
Três merecem grande destaque,
são as parábolas do perdão: a da
ovelha perdida (Lc 15, 4-7); a da
moeda perdida (Lc 15, 8-10, a do
filho perdido (Lc 15, 11-32). Através
delas, Jesus nos revela o rosto terno
e misericordioso de Deus Pai.
Por isso, à luz da pedagogia de
Jesus Cristo, é importante que na
catequese procuremos mudar,
através do processo de educação
da fé, a imagem de um Deus cruel e
castigador que, às vezes, nos foi
apresentado, para o Deus de Jesus
Cristo, Deus de pura gratuidade e
infinito amor.
A ação pedagógica da catequese deve
ser fiel à pedagogia de Jesus Cristo,
ensinando por parábolas, histórias ou por
extratos da vida e projeto dele. Essa
fidelidade é que nos levará do conteúdo à
mensagem, para atingir o coração dos
interlocutores, o que poderá provocar
uma tomada de posição rumo à
transformação da realidade, por meio de
valores evangélicos. Não esqueçamos de
que a pedagogia divina é intermediada
pela ação humana, cabe ao catequista o
protagonismo dessa mediação.
ENCONTROS CATEQUÉTICOS
COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO
DA VIDA E FÉ
O ato catequético tem como fundamento a
verdade revelada e se viabilizará no
encontro catequético, cujo objeto é a
própria Palavra de Deus.
Deus nos fala, comunica-se
conosco por meio de sua palavra,
que é Jesus Cristo, Verbo feito carne
[...] Assim, a expressão "Palavra de
Deus" acaba por indicar aqui a
pessoa de Jesus Cristo, Filho eterno
do Pai feito homem (DGAE, 2011-
2015, p. 18-19).
O planejamento organiza as ações
para alcançar os objetivos, aplicá-
lo nos encontros catequéticos
constitui um casamento perfeito
para tornar essa ação eficaz.
O objetivo maior da catequese é ajudar
as pessoas a realizar o encontro
verdadeiro e pessoal com Jesus Cristo
(dimensão pessoal da fé). E, assim a
partir dessa experiência no terreno da
fé, inserir-se na comunidade Igreja
(dimensão comunitária da fé). Essas
dimensões são como duas faces da
mesma moeda, inseparáveis, e se
concretizam no acolhimento da pessoa
de Jesus e de seu projeto.
O encontro de catequese, ao ser
planejado, exige do catequista:
Formação.
Estar aberto(a) à própria criatividade.
Diálogo permanente com a sua realidade e a
que seus interlocutores vivenciam.
Zelo e cuidado.
Propriciar resposta por parte dos interlocutores,
por ser um ato de fé.
O planejamento prévio é uma ótima
alternativa para interligar, de forma
eficaz e, portanto, transformadora,
os encontros catequéticos no
contexto geral da catequese. É num
contexto de planejamento que os
procedimentos didáticos e
educativos encontram seu próprio
lugar e realização.
No encontro catequético, o catequista
se torna mediador, em nome da Igreja,
para ajudar os interlocutores no
conhecimento, na acolhida da Palavra
de Deus e no seguimento a Jesus
Cristo. O ato catequético se realiza pela
mediação do catequista (CELAM, 2007,
p. 236)
Se considerarmos o encontro
catequético como veículo, como forma
de sintonia e mediador da Palavra,
teremos, através dele, uma catequese
viva e responsável, capaz de
transformar pessoas em pessoas
melhores, para que elas possam
transformar a realidade social, ou seja,
assumimos a catequese como veículo
de comunicação e de implantação do
Reino de Deus aqui e agora.
ENCONTROS CATEQUÉTICOS
COMO ESPAÇO DE INTERAÇÃO
ENTRE VIDA E FÉ
O papel da catequese é viabilizar uma
interação entre vida (realidade) e um
horizonte que dá maior autonomia aoser
humano ou que o faz enxergar além do
próprio umbigo, e que transcende aos seus
sentidos: a abertura da fé.
É preciso ajudar as pessoas a
conhecer Jesus Cristo, fascinar-
se por ele e optar por seguí-lo
(DGAE p. 42).
O MÉTODO VER-ILUMINAR-
AGIR-CELEBRAR-REVER, NO
ENCONTRO CATEQUÉTICO
Parte do conhecimento da realidade
sociocultural para depois julgá-la (iluminá-
la) com a Palavra revelada, assim se
constitui um processo normal de
planejamento, aplicado à catequese,
potencializado pela ação da Palavra de
Deus.
Nisto se manifesta Jesus Cristo
presente e atuante em meio à
realidade; à sua luz compreendemos a
realidade e com ela nos relacionamos
no firme desejo de que nosso olhar, ser
e agir sejam reflexos do seguimento
cada vez mais fiel ao Senhor Jesus.
Não há, pois, como executar
planejamentos pastorais sem antes
pararmos e nos colocarmos diante de
Jesus Cristo. Em atitude orante,
contemplativa, fraterna e servidora
(DGAE, 2011-2015, p. 17)
PRIMEIRO PASSO - VER
"É um olhar crítico e concreto a
partir da realidade da pessoa,
dos acontecimentos e dos
fatos da vida" (DNC 158). No
processo do planejamento,
corresponde ao marco
referencial da realidade que se
quer planejar.
SEGUNDO PASSO -
IMUMINAR
"É o momento de escutar a Palavra de
Deus. Implica reflexão e o estudo que
iluminam a realidade, questionando-a
pessoal e comunitariamente" (DNC
159). Já na técnica do planejamento é
momento de se identificar o
diagnóstico, a diferença entre o ideal,
o que se deseja e as prováveis
correções para se atingir os objetivos
propostos.
TERCEIRO PASSO - AGIR
"É o momento de tomar
decisões, orientando a vida na
direção das exigências do
projeto de Deus; no processo
do planejamento, é o momento
de identificar ações, projetos,
programações para serem
desenvolvidos.
QUARTO PASSO -
CELEBRAR
É o momento privilegiado para a
experiência da graça divina. "É o
feliz encontro com Deus, na oração
e no louvor, que anima e
impulsiona o processo
catequético" (DNC 161). Esse
passo se encontra no âmbito da fé,
portanto não faz parte dos demais
métodos de planejamento.
QUINTO PASSO - REVER
"É o momento para sintetizar a
caminhada catequética, valorizar os
catequistas e os catequizandos,
aprofundar as etapas do
planejamento prposto, revendo os
conteúdos e os compromissos
assumidos" (DNC, 162). Essa etapa
corresponde à avaliação, presente na
catequese e em todos os métodos do
planejamento.
A experiência de Emaús foi, por
excelência, um modelo de encontro
catequético. Nesse trecho, Jesus se
coloca como catequista, explicando as
excrituras e propiciando o verdadeiro
encontro pessoal dos discípulos com
ele: "Então seus olhos se abriram e o
reconheceram" (Lc 24,30).
Verificou-se em Emaús a interiorização ou
abertura de coração: "Não ardia o nosso
coração, quando ele nos falava pelo
caminho, quando nos explicava as
Escrituras?" (Lc 24,32). Acabou-se o medo
e houve mudança de atitude: "Naquela
mesma hora, levantaram-se e voltaram
para Jerusalém" (Lc 24,33). Antes, porém,
tinham medo de ficar em Jerusalém e de
caminhar à noite. Por fim, voltam à
comunidade, onde testemunharam a
profissão de fé: "É verdade! O Senhor
ressuscitou e apareceu a Simão!" (Lc
24,34)
A catequese não pode
ser como uma hora de
escola, mas é uma
experiência viva de fé”.
Papa Francisco