Poesia: ingênua e sentimental um ensaio.

LuizEduardo136978 48 views 9 slides Feb 22, 2024
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Poesia ingênua e sentimental II

Poetas ingênuos e sentimentais Os poetas são em toda parte os guardiães da natureza. Serão natureza ou buscarão a natureza perdida. Daí nascem duas maneiras de criar completamente distintas, mediante as quais se esgota e mede todo o domínio da poesia. Todos os que realmente são poetas pertencerão ou aos ingênuos ou aos sentimentais.

Ingênuo = frieza O poeta de um mundo juvenil ingênuo e cheio de espírito, trata o objeto (natureza) com uma seca verdade, a qual aparece como insensibilidade. Está por detrás da obra, assim como a divindade está por detrás do edifício do mundo; ele é a obra e a obra é ele. Assim, se mostram, por exemplo, Homero e Shakespeare. Citar p.57. Por outro lado, a poesia sentimental, aponta para a distância em relação à natureza. Citar Ludovico Ariosto, p. 58 e 59.

Estado de simplicidade natural e estado de cultura A harmonia entre o sentir e o pensar que no primeiro estado ocorria realmente, agora existe apenas idealmente. No estado de simplicidade natural, onde o homem atua simultaneamente com todas as suas forças como uma unidade harmônica, o que tem de constituir o poeta é a imitação mais completa do real (caráter mimético). No estado de cultura, ao contrário, onde o atuar em conjunto harmônico de toda a natureza é apenas uma idéia, o que tem de constituir o poeta é a elevação da realidade no ideal (caráter melancólico).

Ideal: retorno à unidade Os ingênuos nos comovem pela natureza, pela verdade sensível, pela presença viva; os sentimentais nos comovem pelas idéias. Esse caminho que a poesia seguiu é o caminho que o homem tem de trilhar. A natureza o faz uno consigo; a arte (artifício, cultura) o cinde e desune; mas pelo Ideal, ele retorna à unidade. Visto, porém, que o ideal é um infinito que nunca alcança, o homem cultivado jamais pode se tornar perfeito em sua espécie, tal como o homem natural pode se tornar na sua.

Cultura superior à natureza No entanto, dirá Schiller, a cultura é infinitamente preferível àquela que alcança mediante a natureza. Com efeito, o ingênuo obtém seu valor pelo alcance absoluto de uma grandeza finita; enquanto o sentimental o atinge por aproximação de uma grandeza infinita. Nesse sentido, só a última possui graus e um progresso. O valor relativo do homem inserido na cultura jamais é determinado enquanto todo. O ingênuo é poderoso pela arte da limitação, o sentimental pela arte do infinito.

Limitação da sensibilidade / infinitude da imaginação A força do artista antigo residia na limitação. A arte antiga tinha como fundamento as artes plásticas. No mundo moderno, há uma cisão entre poesia e artes plásticas. Uma obra para o olho só encontra sua perfeição na limitação; uma obra para a imaginação pode alcançá-la pelo ilimitado. Os poetas antigos vencem na simplicidade das formas, naquilo que se pode expor sensivelmente e é corpóreo, o moderno, por sua vez, pode deixá-los para trás na riqueza da matéria, naquilo que não se pode expor e é inefável, o que nas obras de arte se chama espírito.

Poeta sentimental: sentimento duplo O poeta moderno e sentimental reflete sobre a impressão que os objetos lhe causam. O objeto aqui é referido a uma idéia, e sua força poética reside apenas na sua referência. Por isso o poeta sentimental sempre tem de lidar com duas representações e sensações conflitantes. Com a realidade enquanto limite e com sua idéia enquanto infinito, e o sentimento misto que desperta sempre testemunhará essa dupla fonte.

Conclusão Em Schiller observamos a superação da noção de mímesis (arte como imitação), através da concepção do artista como aquele que se inspira no ideal (arte como criação). Ele exprime essa problemática através de dois gêneros distintos de poesia: poesia ingênua e poesia sentimental. O poeta ingênuo produz uma poesia mimética e natural, pois tem a natureza como um modelo fiel, enquanto o poeta sentimental, afasta-se da natureza e a estabelece como um ideal. Conseqüentemente o poeta sentimental, por não viver mais na natureza, não produz mais uma poesia mimética e plástica, mas produz uma poesia imaginativa e melancólica aonde a natureza permanece sempre como ideal inatingível.