1. INTRODUÇÃO
A atenção básica consiste no desenvolvimento de ações que visam promover,
prevenir, diagnosticar e tratar patologias. O Ministério da Saúde tem desenvolvido
projetos que visam garantir assistência básica à mulher, para se alcançar integralmente
essa assistência alguns desafios tem sido enfrentados, tais como a implantação de ações
de controle dos cânceres do colo do útero e da mama.
Segundo os dados do Caderno de Atenção Básica ao controle dos cânceres do
colo do útero e da mama, 2006, o câncer está entre as principais causas de morte na
população feminina e, a mudança de hábitos, aliada ao estresse gerado pelo estilo de
vida do mundo moderno, contribuem diretamente na incidência dessa doença.
Baixo nível socioeconômico e cultural, idade precoce ao início da atividade sexual,
múltiplos parceiros, multiparidade e tabagismo são fatores classicamente descritos como
predisponentes para essa neoplasia. O principal agente promotor na neoplasia cervical é
o Papilomavírus Humano (HPV) que é, atualmente, a doença sexualmente transmissível
(DST) mais frequente (Guarisi et al, 2004 ).
O câncer do colo do útero é um grande problema de Saúde Pública no Brasil e no
mundo, sendo a neoplasia maligna que mais acomete o trato genital feminino no nosso
país. De acordo com o INCA (2010), com aproximadamente 500 mil casos novos por ano
no mundo, o câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer mais comum entre as
mulheres, sendo responsável pela morte de 230 mil mulheres por ano. No Brasil, para
2010, são esperados 18.430, com um risco estimado de 18 casos a cada 100 mil
mulheres.
Dados da Nomenclatura Brasileira para Laudos Cervicais e Condutas
Preconizadas, publicado em 2006, mostraram que as mais altas taxas de incidência do
câncer de colo do útero são observadas em países pouco desenvolvidos, indicando uma
forte associação deste tipo de câncer com as condições de vida precária, com os baixos
índices de desenvolvimento humano, com a ausência ou fragilidade das estratégias de
educação comunitária (promoção e prevenção em saúde) e com a dificuldade de acesso
a serviços públicos de saúde para o diagnóstico precoce e o tratamento das lesões
precursoras. Esta situação torna indispensáveis políticas de saúde pública bem
estruturadas.
A evolução de uma lesão de baixo grau para um carcinoma invasivo pode levar 10
a 15 anos. É tempo suficiente para uma intervenção que poderá mudar o curso
da vida da mulher. O estudo pioneiro, realizado por Georg Papanicolaou na década de
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