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O TDAH, em paralelo a base biológica possui também fortes elementos
comportamentais. A modo de ser de cada indivíduo, o funcionamento cerebral,
personalidade, preferências e hábitos são resultados de uma interação intrincada
entre a carga genética e todas as experiências vividas, desde anterior ao nascimento
(ROHDE, et al., 2000).
Em si, o cérebro, se desenvolve somente em função das interações, das
estimulações que recebe e das aprendizagens que decorrem das mesmas.
Entretanto, pode se dizer que o cérebro se reconstrói ao longo da vida, ou seja, ocorre
o processo de neuroplasticidade (ROHDE, et al., 2000).
A probabilidade de manifestação ou não do TDAH, assim como a intensidade
dos sintomas, possui direta relação com o estilo de vida e as experiências pessoais.
Ou seja, quando os sujeitos vivenciaram uma infância sem rotina, desorganizada e
sem hábitos regulares, que não tenham sido supervisionadas de maneira adequada
quando crianças, ou até mesmo quando adultos apresentam hábitos de realizar
multitarefas, possivelmente encontra dificuldade em finalizar suas atividades (SENO,
2010).
Portanto, se um sujeito com esta história, também sofra com as fragilidades do
TDAH, suas limitações e dificuldades poderão ser ainda maiores. Em contrapartida se
uma pessoa com TDAH conseguir desenvolver hábitos, criar rotinas e modificar seus
comportamentos, os sintomas terão uma intensidade menor, podendo até mesmo
desaparecer (FORTUNATO, 2011).
Somente com um diagnóstico preciso, será possível encontrar tratamentos
eficazes que leve em consideração as necessidades de longo, sem desconsiderar o
que é importante a curto prazo. No sentido lateral o TDAH não é uma doença e sim
uma síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas com causas e motivos multifatoriais,
por isso não existe uma única solução para a problemática (FONSECA; MUSZKAT;
RIZUTTI, 2012).
Apesar de toda complexidade, há várias alternativas de tratamentos, que
podem minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, portanto, embora não
possa ser curado, este transtorno pode e deve ser bem gerido. Assim, em sala de
aula, cabe ao professor unir o saber teórico com as práticas pedagógicas revelando o
ensino no sentido de estimular os alunos com TDAH a se descobrirem diante do
mundo (FORTUNATO, 2011).