bugigangas caras. Pensando que a venda da carga não daria para comprar tantas coisas,
Bela ficou em silêncio. “E você ? Não quer nada?”, o pai lhe perguntou. “Traga-me uma
rosa”, ela respondeu, docemente.
Ainda estava longe de casa quando uma tempestade de neve desabou. Tudo
ficou escuro, o vento uivava, os flocos de neve rodopiavam, e o pobre homem perdeu-se.
“Vou morrer gelado...”, pensou. Nesse momento, porém, deparou-se com o portão de um
imenso palácio. Mais animado, instigou seu cavalo a transpor o portão e foi ter ao
estábulo, onde encontrou tudo limpo e arrumado, porém não viu nenhum outro animal e
tampouco um cavalariço. Apeou-se, deu de comer à montaria e entrou no palácio. Durante
esse tempo não avistou ali uma alma viva. Mas no salão havia uma mesa posta com frango
assado e vinho. Como estava faminto, comeu até se fartar. Depois subiu, encontrou uma
cama pronta para recebê-lo e, exausto, adormeceu. No dia seguinte, acordou, vestiu uma
roupa que estava na cadeira para substituir seu traje enlameado, e desceu para o salão,
onde o desjejum o esperava. “Aqui deve morar uma fada bondosa que teve pena de mim”,
pensou. Lá fora a neve tinha derretido e o jardim estava repleto de flores. O mercador se
lembrou do pedido de Bela e saiu para colher uma rosa. Nesse momento ouviu um urro
terrível, que o fez estremecer dos pés à cabeça. Uma criatura horrenda, meio humana,
meio animal, postava-se bem atrás dele.
LÍNGUA PORTUGUESA -Gêneros textuais: romance e conto