Psicologia Social e comunitária aula completa

psicologia social

1. Psicologia Social e Comunitária Psicologia da Libertação Prof. Me. Juliana Bernal Leme

2. Espanhol (Valladolid) - Padre Jesuíta, adepto da Teologia da Libertação e Psicólogo Social Cursou mestrado e doutorado como Psicólogo Social na Universidade de Chicago Viveu sua vida em El Salvador,  dedicou sua vida e seu trabalho às massas pauperizadas da América Central Assassinado em 16 de Novembro de 1989 no Massacre da UCA  Ignácio 'Nacho' Martín-Baró ( 1942-1989) "AOS PSICÓLOGOS LATINO-AMERICANOS NOS FAZ FALTA UM BOM BANHO DE REALIDADE, ESPECIALMENTE DESSA REALIDADE QUE OPRIME E ANGUSTIA AS MAIORIAS POPULARES." MARTÍN-BARÓ, 1987/2017, P. 78

3. Contexto El Salvadorenho Primeiro presidente eleito: deposto pela Ditadura Militar, de 1931 até 1979 Por sua postura anticomunista, a ditadura recebeu apoio dos EUA (Chomsky, 1999) Guerra Civil de 1979-92 - Exército versus FMLN (Frente de Libertação Nacional) 80 mil mortos - 30 mil desses, assassinados. Metade da população sofreu com desnutrição, e milhares de mortes por inanição.

4. Contexto El Salvadorenho Portanto, um dos principais temas de pesquisa de Martin-Baró foi a violência Ele analisou e vivenciou de forma crítica e rigorosa a mesma violência que resultaria na sua morte. O latino indolente - Posição fatalista dos povos latino-americanos, que justifica e naturaliza injustiças - assim como o domínio opressor de um povo sobre outro  Fatalismo: naturalização e "presentismo" que ignora memórias históricas e perspectivas de futuro O fatalismo não deve ser encarado como síndrome psicológica , mas  correlato psíquico de uma estrutura social de domínio Os esquadrões da morte, as milícias paramilitares que aterrorizaram a população sob a justificativa de combate aos subversivos, intensificavam a violência psicológica e a atmosfera de medo constante adicionando um exibicionismo macabro às suas ações. A guerra civil era convertida em um espetáculo de horrores e, ainda assim, era tratada com naturalidade cotidiana. Revista Jacobin (2021) 

5. Como construir uma Psicologia que Liberta ? Teologia da Libertação: o horizonte de Cristo - a libertação dos povos oprimidos (luta contra idolatria, opção pelos pobres, comunidades de base, ideais materialistas) Da mesma forma, a Psicologia deveria ser comprometida com os povos oprimidos As perguntas que interessam a uma psicologia libertadora devem partir da realidade e dos interesses do povo. Como forma de combater o presentismo , o tempo congelado e empobrecido, deve-se resgatar a memória daqueles que lutaram

6. Como construir uma Psicologia que Liberta ? Proposta Contra-hegemônica da Psicologia, com Inspirações na Teologia da Libertação, Materialismo Histórico-dialético e movimentos populares Latino-americanos (Paulo Freire)   Construiu uma obra de ciência psicológica a serviço dos pobres e na luta contra obstruções históricas e sociais - para que govenassem seu próprio destino Temas de estudo - violência e guerra, pobreza, racismo, família, fatalismo, problemas habitacionais Desideologização como um processo de remoção das camadas de ideologia que individualizam e naturalizam os fenômenos sociais.

7. Ideologia "Tem suas raízes em Maquiavel , Hegel e, principalmente em Marx que entende a ideologia como uma falsa consciência em que se apresenta uma imagem que não corresponde à realidade, a qual a encobre e justifica a partir dos interesses da classe social dominante" (Mendonça et al. , 2016, p. 12). Martín-Baró diz que a ideologia, a partir de suas funções, efetiva as forças sociais que  "se convertem em formas concretas de viver, pensar e sentir das pessoas, quer dizer, a objetividade social se converte em subjetividade individual" Oposição da alienação à consciência De um lado a alienação (despersonalizante, desumanizante, expressão da falsa consciência de classe) e, de outro, a conscientização (autenticidade, identidade social, formação de consciência de classe).

8. Como construir uma Psicologia que Liberta ? Para isso, o Psicólogo Social deve estar inserido em  comunidades, movimentos sociais, e organizações populares - fazer parte do campo de pesquisa. A libertação não é algo que pode ser dado - é algo que deve ser construído em uma consciência A consciência como um processo de compreensão e  decodificação da realidade - o conhecimento da realidade circundante leva a um novo entendimento de si mesmo sobre as raízes do que as pessoas são e do que elas podem se tornar.

9. É a partir de tal compreensão que as dimensões do social são incorporadas de fato como objeto de compreensão e intervenção da Psicologia. Juntamente com as dimensões de desigualdade e opressão.

10. Psicologia da Libertação Martín-Baró introduziu o conceito de 'psicologia da libertação' Ele argumentou que a psicologia deveria focar na transformação social e no bem-estar das comunidades oprimidas Martín-Baró criticou a psicologia tradicional Ele acreditava que a psicologia tradicional ignorava o contexto sócio-político e beneficiava os opressores A psicologia da libertação valoriza as experiências dos oprimidos Ela busca dar voz e poder às comunidades marginalizadas A psicologia da libertação introduzida por Martín-Baró busca transformar a sociedade e promover justiça social por meio da psicologia.

11. A psicologia latino-americana deve mudar o foco de de si mesma, deixar de se preocupar com seu status científico e status científico e social e se autodefinir como um serviço eficaz para as necessidades da grande maioria... que deve constituir o objeto principal de seu trabalho. (p. 26) O objetivo de atender à necessidade de libertação [...] requer uma nova forma de buscar conhecimento: a a verdade do povo latino-americano não deve ser encontrada em seu presente oprimido, mas em seu amanhã de liberdade; a verdade da numerosa maioria não é a ser encontrada, mas a ser feita. (p. 68)  Por uma Psicologia Latino-Americana

12. Legado Dar voz aos marginalizados Martín-Baró deu voz aos pobres e oprimidos através de sua psicologia da libertação. Psicologia da libertação Desenvolveu uma psicologia da libertação focada na consciência e transformação social. Consciência crítica Enfatizou o desenvolvimento de uma consciência crítica sobre as estruturas opressivas. Psicologia social comunitária Aplicou a psicologia para entender e melhorar as condições sociais das comunidades. Compromisso com a justiça Defendeu um compromisso ético com a justiça social e os direitos humanos.