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May 08, 2016
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About This Presentation
Qual é a função social da História e dos historiadores? Por que nos tornamos historiadores? Como esse curso te transforma?
Size: 1.39 MB
Language: pt
Added: May 08, 2016
Slides: 18 pages
Slide Content
Qual é a função dos historiadores? André Augusto da Fonseca [email protected] andreaugfonseca.blogspot.com
Comecemos com a função da própria consciência histórica A História estuda... a história! Processo histórico e historiografia Todos os povos fazem história e tem algum tipo de consciência histórica. Mas nem todos produziram historiografia. Aqui estudam-se os processos históricos e reflete-se sobre as condições de produção e comunicação do conhecimento histórico. 5/8/2016 2
Comecemos com a função da própria consciência histórica ( Jörn Rüsen ) A consciência histórica é um fenômeno do mundo vital – é uma forma da consciência humana relacionada imediatamente com a vida humana prática ( Rüsen , p. 56-57). Consciência histórica é a “suma das operações mentais com as quais os homens interpretam sua experiência da evolução temporal de seu mundo e de si mesmos, de forma tal que possam orientar, intencionalmente, sua vida prática no tempo” (p. 57). 5/8/2016 3
Comecemos com a função da própria consciência histórica ( Jörn Rüsen ) A cada momento o homem, com os objetivos que busca na ação, “se transpõe sempre para além do que ele e seu mundo são a cada momento”. Esse “superávit intencional do agir humano para além de suas circunstâncias e condições foi denominado espírito ”. 5/8/2016 4
Comecemos com a função da própria consciência histórica ( Jörn Rüsen ) Essa é a carência estrutural do homem: a satisfação de determinadas carências é também a produção de novas carências. E isso ocorre também nas relações que todos nós estruturamos com o TEMPO, principalmente quando temos que lidar com as transformações temporais (p. 58). 5/8/2016 5
Comecemos com a função da própria consciência histórica ( Jörn Rüsen ) Todas as pessoas procuram interpretar as experiências de “mudança de si e de seu mundo ao longo do tempo, a fim de poder agir nesse decurso temporal” e realizar suas intenções. O homem projeta suas intenções e seus ideais no tempo: imagina uma “era dourada”; sabe que tem de morrer e sonha com sua imortalidade. 5/8/2016 6
Por que escolhemos esta carreira? É uma profissão intelectual. Não serve para quem tem preguiça intelectual, para quem não gosta de ler, de pensar. A História é uma disciplina que, por estudar os homens em sociedade ao longo do tempo (Bloch), é construída sobre a empatia humana. 5/8/2016 7
Por que escolhemos esta carreira? “[...] o bom historiador se parece com o ogro da lenda. Onde fareja carne humana, sabe que ali está sua caça” (BLOCH, 2001, p. 54). Bloch, Ginzburg, Gorender, G. Levi, o que eles tem em comum? 5/8/2016 8
Por que escolhemos esta carreira? Nós nos emocionamos com as aventuras, lutas, desventuras, sonhos, projetos de pessoas de carne e osso que viveram antes de nós. Encantamo-nos com o raciocínio e a perspicácia de outros historiadores(as) que utilizam os vestígios deixados pelas pessoas do passado como pistas para reconstruir uma realidade desaparecida, mas que interessa aos homens e mulheres de hoje. 5/8/2016 9
Como esta formação te transforma? 5/8/2016 10
Como esta formação te transforma? O bom historiador está lastreado para evitar conclusões apressadas e generalizações equivocadas. Por isso, geralmente, é ele que objeta, educadamente, contra afirmações preconceituosas e contra falsificações históricas. 5/8/2016 11
Como esta formação te transforma? Homens e mulheres com uma boa formação histórica rejeitam afirmações absurdas, mesmo que tenham se tornado senso comum, como a ideia de que “somente nos últimos anos algumas pessoa malvadas começaram a dividir o Brasil entre ricos e pobres, brancos e negros etc. Quem estuda um pouco de História sabe que o nosso país SEMPRE foi dividido em grupos extremamente desiguais. Uma suposta “harmonia social” no passado nunca existiu. Basta lembrar o que foi a Cabanagem, ou refletir sobre o que foi o tráfico negreiro e como o Brasil veio a ser o último país soberano a abolir a escravidão. As divisões sociais são gritantes há séculos. A diferença está no grau e na frequência com que a desigualdade é contestada. 5/8/2016 12
Como esta formação te transforma? Bons historiadores (homens e mulheres) não ficam limitados ao seu “campinho”. Valorizam e exercitam a erudição e a abertura intelectual. Os melhores historiadores marxistas leem e dialogam com as demais correntes teórico-metodológicas. Todo pesquisador sério de qualquer tradição científica reconhece a importância dos trabalhos das demais linhas. 5/8/2016 13
Como esta formação te transforma? Historiadores(as) geralmente são aqueles que pigarreiam quando, em uma roda de conversa, em um grupo nas redes sociais, alguém começa a dizer barbaridades ou propagar boatos inverossímeis, e pondera que não faz qualquer sentido dizer que as guerras civis e a fome na África acontece pela “maldição de Cam ”. Em pleno século XXI, ainda queimam-se livros e mulheres acusadas de feitiçaria. 5/8/2016 14
Como esta formação te transforma? Em pleno 2016, pagamos as consequências pelo amplo desconhecimento da história do mundo e do nosso país. Sobre o antigo regime, sobre o império, sobre a ditadura, sobre a história de Roraima. 5/8/2016 15
E o ensino de História? “Subdesenvolvimento não se improvisa. É uma obra de séculos” (Nelson Rodrigues). Precarização da formação, da profissão e das condições de trabalho: soluções emergenciais que duram 60 anos? Um projeto educacional que fracassou ou o projeto é mesmo o próprio fracasso? Quem repensa currículo, metodologia e avaliação? 5/8/2016 16
E o ensino de História? Por que abandonamos a gestão democrática? Militarizar escolas: professores deveriam patrulhar as ruas e fazer investigações policiais? Todos “defendem mais educação, saúde e segurança”. Discurso vazio. Defender educação é escolher lado. Há movimentos de professores, de pais, de estudantes. Há propostas contra e a favor da escola pública. 5/8/2016 17
Referências BLOCH, Marc. Apologia da história ou O ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. RÜSEN, Jörn . Razão Histórica: teoria da História – fundamentos da ciência histórica. Brasília: UNB, 2001. 5/8/2016 18