Redação nota 1000 enem 2015

VaniaValva 1,653 views 1 slides Mar 17, 2015
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zilah ferreira


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O tema da publicidade infantil esteve em alta no noticiário deste ano devido à
publicação, em abril, de uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente (Conanda) que considerava abusiva a publicidade
voltada para crianças e adolescentes. Confira a redação:
Entre piões e iPhones
Bola de gude. Pião. Peteca. Um dia, esses objetos fizeram parte do universo
infantil, passados de uma geração a outra sem muita dificuldade. Hoje, em
uma sociedade altamente globalizada, muitas crianças desconhecem esses
brinquedos e têm outros anseios e desejos de consumo, que são ainda mais
ampliados e influenciados pela propaganda. Nesse contexto, discute-se a
publicidade infantil no contexto brasileiro e até que ponto ela pode ser abusiva.
Cabe, então, avaliar a legitimidade e o impacto desse questionamento.
Em primeiro lugar, é preciso analisar o poder que a publicidade tem de ajudar a
construir a ideia de relevância social. Hoje, a cultura do ter em detrimento do
ser encontra-se bastante enraizada, e o que se tem determina o que se é.
Sabendo disso e da influência que as crianças, mais do que nunca, exercem
sobre os adultos, parte do mercado vira-se para esse público, com jogos,
roupas, emissoras e programas bastante atrativos. No Brasil, entretanto, tal
questão torna-se extremamente problemática, pois, em um país com profundas
desigualdades socioeconômicas, nem todas as crianças podem ter o que a
propaganda vende. Para além do consumismo desenfreado, isso pode
estimular o “bullying” e aprofundar a segregação social.
Além disso, faz-se necessário atentar para o fato de que a publicidade se faz
presente para além de comerciais e campanhas midiáticas. Ela está também
presente de maneira camuflada, escondida em “merchandisings” de novelas e
filmes, por exemplo. Um ídolo teen usando uma determinada marca de roupa é
capaz de catapultar as vendas desse produto – por vezes, muito mais do que
uma propaganda direta. Quando falamos de crianças, isso é ainda mais
preocupante, uma vez que elas são altamente influenciáveis e estão em fase
de formação de caráter e personalidade – atualmente, construídos por iPhones
e “tablets”, ou pela ideia deles.
Fica evidente, portanto, que, assim como na Biologia, na qual o mutualismo é a
relação harmônica na qual um precisa do outro para sobreviver, é necessário
um esforço mutualístico para preservar uma relação saudável entre a
publicidade e o público infantil. Por meio de leis, o governo deve punir com
multas propagandas deliberadamente abusivas. Já a família e a escola devem
se unir para passar às crianças os valores mais essenciais que escapam à
ideia do consumismo, bem como ajudar a construir consumidores críticos e
conscientes. Afinal, piões e bolas de gude podem estar no passado, mas o
cuidado com o nosso futuro – nossas crianças – não pode ser renegado.
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