ecossistemas da Terra. Aproximadamente 20 a
30% dessas espécies são consideradas pragas e são
responsáveis por grandes problemas ambientais.
Isto indica o enorme desafio que deverá ser
enfrentado para o controle, monitoramento e
erradicação das espécies exóticas invasoras.
Os custos da prevenção, controle e
erradicação de espécies exóticas invasoras indicam
que os danos para o ambiente e para a economia
são significativos. Neste contexto, levantamentos
realizados nos Estados Unidos, Reino Unido,
Austrália, África do Sul, Índia e Brasil atestam que
as perdas econômicas anuais decorrentes das
invasões biológicas nas culturas, pastagens e nas
áreas de florestas ultrapassa os 336 bilhões de
dólares.
Exemplos de espécies exóticas introduzidas
no Brasil: lírio-do-brejo (Hedychium coronarium),
nim (Azadirachta indica), algaroba (Prosopis
juliflora), braquiária (Urochloa brizantha),
dinoflagelado (Alexadrium tamarense), tilápia-do-
nilo (Oreochromis niloticus), mosquito da dengue
(Aedes aegypti), abelha africana (Apis mellifera),
coral-sol (Tubastraea coccinea), mexilhão-
dourado (Limnoperna fortunei), caramujo-africano
(Achatina fulica).
4- Nossos ecossistemas
O Brasil é o maior país de biodiversidade
terrestre, que reúne quase 12% de toda a vida
natural do planeta. Isso pode ser explicado pela
combinação de ampla extensão territorial, alta
incidência de luz solar e um oceano (o Atlântico)
que contorna todo o leste do país. Tais condições
propiciaram o surgimento de duas das mais
significativas florestas tropicais do mundo: a
floresta amazônica e a mata atlântica.
Toda essa diversidade é distribuída pelos
diversos ecossistemas brasileiros, que são
agrupados em biomas. Os biomas são extensas
regiões de variações climáticas específicas,
principalmente no que diz respeito à temperatura e
às chuvas. Devido a essas características,
apresentam vegetação e formação de solo
peculiares, que abrigam espécies animais e
vegetais adaptadas a cada um deles.
O Brasil possui seis biomas principais,
divididos pelas áreas onde sua concentração é
predominante: Amazônia, cerrado, mata atlântica,
caatinga, campos do sul e banhados e pantanal.
4.1- Cerrado
É a versão brasileira da savana africana e a
segunda maior formação vegetal florestal do país,
superada apenas pela floresta amazônica.
Originalmente, estendia-se por cerca de dois
milhões de quilômetros, que ocupavam mais da
metade dos estados de Goiás, Maranhão, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins, além de
porções de seis estados. Estima-se que 19,15% do
cerrado ainda possua vegetação original.
Esse bioma se caracteriza por suas
diferentes paisagens, que vão desde o cerradão,
com árvores altas, passando pelo campo cerrado,
com árvores baixas e dispersas, até os campos
sujos e campos limpos. Ao longo dos rios há
formações florestais, conhecidas como matas
ciliares ou de galeria.
A vegetação varia de um lugar para outro,
ocorrendo desde plantas rasteiras até árvores,
geralmente não muito altas, com aspecto típico:
caules retorcidos e casca grossa.
O fogo é um importante fator ecológico no
Cerrado, ocorrendo geralmente nos períodos
secos. Entre suas causas naturais estão os raios. O
fogo regula a floração e a germinação de sementes
de muitas espécies de plantas desse bioma.
A casca grossa das árvores pode ser
considerada uma adaptação ao fogo, assim como
os caules subterrâneos, também comuns em
plantas da região. Apesar de importante fator
natural, o fogo também é provocado pela ação
humana. Neste caso, pode atingir proporções
preocupantes, motivo pelo qual precisa ser
evitado.
Muitas plantas possuem raízes profundas e
conseguem retirar água de lençóis subterrâneos,
superando, assim, a falta de água na região
superficial do solo, própria da estação seca.
Nas suas chapadas estão as nascentes dos
principais rios da bacia Amazônica, do Prata e do
São Francisco, que favorecem a manutenção de
uma biodiversidade surpreendente.
Espécies ameaçadas como o tatu-canastra,
o lobo-guará, a águia-cinzenta e o cachorro-
vinagre, entre muitas outras, ainda têm no cerrado
seu principal ambiente natural.
De fato, cerca de 80% do cerrado já foi
modificado pelo homem. Um dos impactos
ambientais mais graves na região foi causado por
garimpos, que contaminaram os rios com mercúrio
e provocaram o assoreamento dos cursos de água.