RESUMOS socio- antropologia 2[586] (1).pdf

leticiaferreira985539 7 views 11 slides Nov 02, 2025
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SOCIO ANTROPOLOGIA

1. Objeto, método e história da Antropologia (PPW 3)
1.1

São princípios de natureza social porque não
repousam exclusivamente sobre noções
biológicas, mas sobre construções sociais
permitindo a uma sociedade um determinado
modo de organização e funcionamento.
- Parentesco
A sua importância é variável e relativa segundo a
sociedade. Nas sociedades europeias, o seu peso
apresenta contornos menos precisos e a sua
função está muito diminuída, mas não deixa de
ter um papel social relevante.
- Sexo
Não divide unicamente a sociedade em 2 grupos
no domínio da procriação, mas igualmente em
relação ao trabalho, religião, ao poder político,
etc.
- Idade
Todos os povos distinguem as diferentes etapas
do desenvolvimento do indivíduo, mas não de
modo idêntico.
- A Antropologia, estuda as formas e modos
concretos de organização da vida social em
comum de grupos de indivíduos agregados em
conjuntos mais ou menos numerosos e debruça-
se sobre as sociedades contemporâneas atuais.
- O objetivo da Antropologia, articulado com o seu
procedimento metodológico, é compreender
como funciona uma sociedade no presente, e não
exatamente perceber o que ela é, pelo que deve,
ou não deve, ao seu passado.
- O domínio de estudo dos antropólogos – uma
panóplia de organizações sociais – representa um
desafio da maior complexidade. O método
antropológico apresenta-se como um elemento
fundamental permanente que confere à disciplina
um rigor e uma certa unidade.
- O método antropológico é constituído por
diferentes procedimentos e etapas de construção
da investigação. A maior ou menor conjugação de
procedimentos depende das etapas e do tipo de
investigação a realizar.
- A investigação em antropologia tem como
particularidade: um método de pesquisa chamado
método etnográfico ou trabalho de campo. Os
antropólogos utilizam a observação direta no
terreno, envolvendo-se de forma longa e pessoal,
na comunidade em estudo.
- Como técnicas de pesquisa o antropólogo define
um plano de observação onde estão expressas as
interrogações que este se coloca, traduzidas em
múltiplos aspetos a observar, seguindo um
determinado protocolo no terreno.
- O trabalho de campo, enquanto método
etnográfico de pesquisa, têm ampla aplicação no
campo da saúde, essencialmente na área da
saúde comunitária, na qual o conhecimento das
condições socioculturais do meio onde os doentes
estão inseridos são dados fulcrais para a atuação
dos profissionais de saúde.
- As visitas domiciliárias permitiram aos
profissionais e estudantes de enfermagem
compreender melhor o contexto social no qual os
cuidados eram prestados, as dinâmicas familiares
e culturais, refletindo-se numa maior
compreensão dos estudantes sobre as diferenças
culturais entre os seus pontos de vista e o das
pacientes.
- A autora utilizou o registo de dados no diário de
campo e a observação participante do contexto

enquanto docente a desenvolver atividades de
extensão. Também selecionou o grupo de
informantes a partir das utentes dos serviços de
saúde.
- Torna-se necessário desenvolver e implementar
programas de saúde familiar, que capacitem estas
mulheres nos cuidados de saúde que prestam aos
filhos (higiene, nutrição e encaminhamento de
situação de agravamento de saúde) e também
estimular as mulheres a cuidarem de si próprias,
facilitando o seu acesso aos serviços de saúde.
A antropologia opera uma rutura com o seu
domínio de investigação inicial (o mundo exótico)
e confronta-se crescentemente com sociedades
(como as sociedades em vias de desenvolvimento)
cujas preocupações são também cada vez mais
semelhantes à sociedade do antropólogo. Existiu
sempre um projeto para pensar a relação entre a
diversidade e a unidade da humanidade. Na
prática, porém, os estudos antropológicos pouco
ultrapassaram os particularismos, procederam à
comparação ou foram capazes de enunciar
aspetos universais e leis gerais.
- Relações entre o local e o global
A antropologia não pode dispensar o estudo
etnológico dos particularismos locais, dado que é
por aqui que se inicia a investigação, antes de
proceder à comparação e pensar a universalidade
antropológica.
- O fim dos “selvagens”
Existe um processo generalizado de
transformação das próprias sociedades ditas
primitivas e tradicionais, fenómeno inédito na
história da humanidade. Este fenómeno de
transformação e tentativa de aproximação da
generalidade das sociedades ao modelo industrial-
urbano e tecnológico da sociedade do
antropólogo, reduz consideravelmente o campo
de ação tradicional dos antropólogos, obrigando-
os a repensar a disciplina.
- A inclusão do universo ocidental no campo
antropológico
O movimento de imposição dum modelo de
desenvolvimento universal (com a introdução de
relações comerciais, monetárias e capitalistas na
generalidade das sociedades) conduziu a
antropologia a integrar a modernidade no seu
campo de análise habitual.
- Ciência do tradicional e da modernidade
Os mundos rural e urbano constituem cada vez
mais um todo-sociologicamente difícil de recortar
- em cujas características os seus habitantes se
reconhecem. Não é possível reservar áreas
geográficas especiais para o estudo antropológico
e excluir outras do campo de estudo sob o
pretexto de que as primeiras seriam o
reservatório de particularismos tradicionais,
desaparecidos nas segundas.
2. TEMAS DA ANTROPOLOGIA DA SAÚDE

Na abordagem de temas relacionados ao processo
saúde–doença, considerar os diversos contextos
sociais e culturais e lançar mão da antropologia
pode representar uma perspetiva complementar
e enriquecedora. Essa abordagem permite uma
nova construção de modelos de saúde-doença
que recuperam a dimensão experiencial, bem
como a psicossocial (Gualda, Bergamasco, 2004).
- Antropologia médica
Permite a aplicação das teorias gerais da
antropologia e dos seus métodos às temáticas da
doença, saúde, medicina e cura. O privilégio pelo
trabalho de terreno e por metodologias
qualitativas, a valorização do ponto de vista do
outro e das perspetivas holísticas, e a utilização da
etnografia conferem uma especificidade à
antropologia médica que a destaca de outras
investigações sobre as referidas temáticas. O
ponto de partida neste multifacetado campo da
antropologia médica é a consonância
relativamente à insuficiência da perspetiva
biológica nas abordagens da doença e da saúde.
- Perspetiva histórica
Para compreender o sistema de medicina de uma
cultura, os pioneiros afirmaram ser necessário
examiná-lo a partir de seu contexto sociocultural.
No entanto, para esses autores, a cultura existiria
a priori, sendo vista como um sistema fixo e
homogéneo no qual todos os membros
compartilham as mesmas ideias e agem de modo
análogo.

- Décadas de 1950 e 1960
A presença dos antropólogos em organizações de
saúde internacionais ficou a dever-se ao fracasso
das primeiras campanhas internacionais de saúde
pública, acima de tudo pela falta de sensibilidade
cultural no que dizia respeito às práticas médicas
das sociedades autóctones. Nesta sua função de
uma espécie de tradutor, os antropólogos teriam
que conhecer etnograficamente o grupo e
informar os profissionais de saúde das crenças
relativas à saúde dos nativos, favorecendo a
rápida aceitação, por parte destes, das conceções
e práticas biomédicas.
- Críticas
A biomedicina somente a partir dos anos setenta,
do século XX, é que vai começar a tornar-se alvo
do interesse antropológico. Até esta altura a
antropologia médica dedicou-se ao estudo de
lugares distantes – a etnomedicina - a partir dos
anos setenta começa a dedicar-se ao estudo de
lugares próximos - a biomedicina.
- Etnomedicinas
As abordagens dos antropólogos a estas
medicinas de lugares distantes focalizavam-se,
segundo Brown, Barrett e Padilla, em cinco
grandes áreas específicas de pesquisa: a descrição
etnográfica das práticas de cura; a comparação
dos sistemas etnomédicos; os modelos
explicativos da saúde e da doença; os
comportamentos de procura de saúde; e a
eficácia dos sistemas etnomédicos.
- Biomedicina
No fim dos anos setenta e principalmente a partir
da década de oitenta, do século XX, as críticas à
biomedicina puseram em causa que esta pudesse
ser concebida como um padrão para a
antropologia médica, mas apenas como um dos
seus múltiplos objetos.
- Diversidade de perspetivas
As consequências do investimento da
antropologia no campo da saúde não levaram
apenas ao desenvolvimento da antropologia
médica, mas também à diversidade de
abordagens no seu interior, como se pode notar
pelas várias designações que lhe foram atribuídas.

- Antropologia aplicada à clínica
Procura aplicar as teorias e os métodos
antropológicos a situações clínicas específicas. O
campo de ação encontra-se em dois grandes
domínios: a antropologia aplicada a situações
clínicas (por exemplo, hospitais) e a antropologia
aplicada em programas de saúde pública.
- Antropologia crítica da medicina
Mais uma vez, estamos perante um subgrupo da
antropologia médica que não se reveste de
homogeneidade, e do qual se propõem fazer
emergir duas dimensões particulares: a ampliação
das abordagens da doença e dos sistemas de
saúde até um nível macro e a crítica à
biomedicina.
- Antropologia da doença
As principais características da antropologia da
doença francesa são: predomínio de África como
área etnográfica; interesse por temáticas como os
itinerários terapêuticos e as representações do
corpo; combinação da descrição etnográfica com
teorias de «altos voos» como o estruturalismo, o
marxismo ou a psicanálise (Martínez, 1996: 377).
- A antropologia da saúde
Comparada à perspetiva anterior, a antropologia
da saúde, fiel à tradição relativista da disciplina,
considera todos os sistemas médicos, bem como
todos os discursos sobre o corpo, a saúde e a
doença, como categorias culturais, qualquer que
seja sua procedência, pelo simples fato de que
eles Existem e dedica-lhes o mesmo interesse
(Laplantine, 1999).
Para Geertz (1989), a cultura deve ser
compreendida como uma rede de significados que
incluem conflitos e relações de poder presentes
nas sociedades. Trata-se de uma construção
simbólica do mundo sempre em transformação,
no qual os atores sociais escrevem e reescrevem o
texto cultural inseridos em determinado contexto,
dentro do qual interpretam, organizam e dão
sentido à sua existência. Good (1994) afirma que a
cultura é entendida como um conjunto de ideias,
conceitos, regras e comportamentos
compartilhados em um determinado grupo e que
organiza a experiência da saúde e da doença nas

distintas sociedades. Kleinman (1980), inspirado
em Geertz, afirma que a cultura fornece modelos
de e para interpretar comportamentos humanos.
Em outras palavras, é a realidade simbólica que
permitiria ao paciente atribuir significados a partir
de sua experiência individual, segundo as normas
sociais e culturais do seu grupo (Oliveira, 2002).
- Sickness, disease e illness
Kleinman propõe-se desmontar o conceito de
doença (sickness) em duas partes: disease e
illness.
- Sistema de Cuidados de Saúde
Para Kleinman todas as atividades de cuidados em
saúde são respostas socialmente organizadas
frente às doenças e podem ser estudadas como
um sistema cultural: o Sistema de Cuidados de
Saúde (Health Care System). Kleinman (1980)
sustenta que o sistema de cuidados de saúde é
composto, de modo genérico, por três partes que
por vezes se sobrepõem: o sector popular, o
sector profissional e o sector folk, que pode ser
traduzido como sector paraprofissional.
- O sector popular
Em geral, o maior deles, é aquele em que a família
e o grupo social mais próximo desempenham
papel importante. É um espaço eminentemente
“leigo”, onde a doença começa a ser definida e
onde são desencadeados os vários processos
terapêuticos de cura.
- O sector profissional
Representa a organização formal da prática de
saúde, na maior parte dos casos, tendo a
Biomedicina como referência. É o sector que, em
certos países, por ser mais desenvolvido,
organizado e poderoso, acabou submetendo
todas as outras práticas de saúde à sua
autoridade.
- O sector paraprofissional
Abrange todas as demais práticas de saúde “não -
profissionalizadas”, como erveiros, benzedores,
práticas religiosas e outras formas alternativas de
cura.
Os pacientes circulam muito livremente entre
esses diversos sectores de atenção à saúde, que
na verdade possuem limites não tão estritos,
ocorrendo apenas uma mudança de linguagem e
postura frente a eles nesse “trânsito” de um
sector para o outro.
- Modelos explanatórios
A experiência da doença é moldada
culturalmente, o que determina a maneira como
percebemos e como buscamos superá-la.
Podemos dizer que nós literalmente “aprendemos
a ficar doentes”, de acordo com o nosso meio
social, que influencia diretamente a forma como
sentimos as doenças, expressamos seus sintomas
e utilizamos os recursos de cura à nossa
disposição.
Elementos do modelo explanatório:
1) etiologia do problema;
2) duração e características dos sinais e sintomas
iniciais;
3) fisiopatologia do problema;
4) evolução natural e prognóstico;
5) tratamento indicado para o problema.
É a base a que o paciente recorre para tentar dar
coerência ao que está ocorrendo com ele na
situação de uma doença específica. O que deve
ficar claro é que esse pensamento segue uma
lógica diferente daquela do modelo utilizado pelo
médico.
Embora haja um amplo reconhecimento, na área
da saúde, da irredutibilidade dos fenómenos
humanos à dimensão biológica, quando um
antropólogo toma como objeto de reflexão o
corpo, a dor, o sofrimento, a saúde e a doença,
ele terá um enfrentamento com um campo de
conhecimentos no qual os saberes biológicos se
constituem socialmente como referência.
- O corpo
Não há uma existência corporal prévia, ou seja,
uma ordem natural que anteceda à intervenção
cultural. O corpo faz-se humano porque está
constitutivamente inscrito em um sistema
simbólico. No âmbito da crítica à ideia do corpo
naturalizado da biomedicina, destacam-se, ainda,
os estudos de género, que problematizam a
construção social do corpo do homem e da
mulher.

- A doença
Tal como a conceção de corpo, os sistemas
classificatórios das doenças articulam-se ao
universo social que o constrói e o exprime. São
construções simbólicas. A tarefa do antropólogo
torna-se, assim, a de construir um conhecimento
sobre saúde e doença que não seja mero
subsidiário da biomedicina, mas ao mesmo tempo
possa com ela relacionar-se, posto que, como
cientistas sociais, não há como ignorar o discurso
no qual se assenta a conceção da sociedade
ocidental sobre aquilo que tomamos como objeto
de reflexão base do cuidado de nossas próprias
dores, doenças e sofrimentos
- Antropologia do idoso
De maneira particular, é preciso conhecer um
pouco mais sobre a forma como o idoso percebe
seus problemas de saúde, como procura resolvê-
los e quais são as dificuldades que encontra nesse
percurso. Delimitado inicialmente a partir de sua
dimensão biológica, o envelhecimento foi
associado à deterioração do corpo e, em
consequência, tratado como uma etapa da vida
caracterizada pelo declínio (Corin, 1985; Debert,
1999). Cristalizou-se, assim, uma visão orgânica do
envelhecimento. Estudos realizados em
sociedades não ocidentais tornaram conhecidas
imagens bem mais positivas da velhice e do
envelhecimento, questionando a universalidade
da visão ocidental e ensinando que uma
representação de velhice enraizada nas ideias de
deterioração e perda não é universal.
Gognalons-Caillard (1979) sugere que esta
exacerbação da visão deficitária do
envelhecimento estaria ligada à maneira pela qual
a velhice no Ocidente situa-se na contracorrente
de uma sociedade centrada na produção, no
rendimento, na juventude e no dinamismo.
Segundo Corin (1982, 1985), é a partir da ideia de
perda (perdas de papéis sociais, perda de
capacidades intelectuais) que se estruturaram os
programas destinados aos idosos. A autora (1982,
1985) alerta também para a marginalização que
uma definição tão negativa da velhice impõe aos
idosos.
3. ENFERMAGEM TRANSCULTURAL (PPW 1
PROF. CONSTANÇA) – (LER 2º TEXTO)
- Noções de Cultura
- Multiculturalismo
- Relativismo Cultural
- Etnocentrismo
Cultura, agregam o conjunto de saberes, hábitos,
crenças e tradições, que o Homem recebe,
acrescenta, modifica e transmite no sentido de se
perpetuar como ser cultural.
"a cultura fornece a matéria prima de que o
indivíduo faz a sua vida"
- A antropologia é o estudo dos seres humanos
como criaturas de sociedade. A Antropologia
concentra a sua atenção nas caraterísticas físicas,
nas técnicas industriais, nas convenções e nos
valores que distinguem uma comunidade de todas
as outras que pertencem a uma tradição
diferentes.
Etnocentrismo é um conceito da Antropologia. É
definido como a visão demonstrada por alguém
que considera o seu grupo étnico ou cultura o
centro de tudo, portanto, num plano mais
importante que as outras culturas e sociedades.
- Um indivíduo etnocêntrico considera as normas
e valores da sua própria cultura melhores do que
as das outras culturas. Isso pode representar um
problema, porque frequentemente dá origem a
preconceitos e ideias infundamentadas.
- O etnocentrismo tem uma vertente de
confronto, o relativismo aborda as diferenças de
uma forma apaziguadora.
O relativismo cultural é uma corrente de
pensamento ou doutrina que tem como objetivo
entender as diferenças culturais e estudar o
porquê das diferenças entre culturas distintas.
- Madeleine Leininger: Fundadora da Enfermagem
Transcultural --- Líder da Enfermagem
Transcultural --- Etnoenfermagem (Método de
Investigação Qualitativa)

A teoria de Leininger deriva das disciplinas de
Antropologia e de Enfermagem. Enfermagem
Transcultural “uma área principal da Enfermagem
que se centra no estudo e análise comparativa de
diferentes culturas e subculturas do mundo, em
relação com as suas condutas cuidativas, valores,
crenças e padrões de conduta relativos à saúde e
doença, com o objetivo de desenvolver um corpo
de conhecimentos na área cientifica e humanista,
para proporcionar a prática de cuidados de
enfermagem específica e universalmente
culturais”. A teoria é desenvolvida a partir da
crença que: “as culturas podem determinar quase
todos os cuidados que desejam e necessitam
receber por parte dos profissionais de saúde”.
- Nesta perspetiva serão os utentes/doentes que
determinam os Cuidados de Enfermagem que
realmente desejam receber, o que se orienta
claramente para a Construção Cultural dos
Cuidados de Enfermagem.
- “É possível identificar em Cada Cultura: formas,
padrões, expressões e estruturas de cuidar, para
saber explicar e predizer as situações de saúde e
bem-estar e situações de mal estar ou doença,
bem como o significado atribuído a cada uma
delas”.
- Leininger defende que o cuidar é a essência da
Enfermagem e o aspeto dominante, distintivo e
unificador da enfermagem;
- Leininger defende que existem diferentes
formas, expressões e padrões de cuidar que são
diversificados e alguns universais;
- Até a data Leininger estudou diversas culturas
em profundidade e estudou muitas culturas com
estudantes universitários, com estudantes de Pós-
graduações, utilizando os métodos de
investigação qualitativa
(Etnoenfermagem).Explicou 130 idealizações de
cuidar diferentes em 56 culturas, nas quais cada
cultura possui diferentes significados, experiencias
culturais e usos pelo povos de culturas diversas e
semelhantes;
- Afirma que o objetivo da teoria é prestar
cuidados culturalmente congruentes.

Saúde




- Cuidar Genérico (cuidado cultural)
“atos de assistência, suporte ou facilitação, que os
indivíduos desenvolvem uns aos outros e que
visam a melhoria da condição humana ou forma
de vida”
- Cuidado Profissional
“o conhecimento que é formalmente e
cognitivamente aprendido, assim como a perícia
da prática obtida através das instituições
educacionais, que são usadas para providenciar
atos de apoio, assistência, capacitação ou
facilitação a um indivíduo ou grupo, de modo a
poderem melhorar a sua condição de saúde, ou
bem estar, maneira de viver, incapacidade ou
morte”. (Leininger)
1. Preservação e/ou manutenção do Cuidado Cultural
“inclui as ações e decisões profissionais de auxilio,
apoio e capacitação, que ajudam as pessoas de
determinada cultura a preservar ou manter um
estado de saúde ou restabelecer-se de uma
doença, ou enfrentar a morte”
2. Acomodação e/ou negociação do Cuidado Cultural
“refere-se às ações e decisões profissionais de
auxilio, apoio e capacitação, que ajudam as
pessoas de determinada cultura a adaptar-se a
um estado satisfatório ou benéfico de saúde ou
negociar para tal, ou enfrentar a morte”
3. Repadronização e/ou restruturação do Cuidado
Cultural
“inclui as ações e decisões profissionais de auxilio,
apoio e capacitação, que ajudam as pessoas de
determinada cultura a modificar as suas formas
de vida em busca de padrões novos ou diferentes
que sejam culturalmente significativos e
Cuidado Genérico Cuidado Profissional

satisfatórios, ou que deem apoio a padrões de vida
benéficos ou saudáveis”
- Os três modos de decisão e ação propostos por
Leininger estão centrados no Cuidado e baseados
no uso do conhecimento do Cuidado Genérico
(EMIC) e do Cuidado Profissional (ETIC), obtido
através da investigação que desenvolveu da sua
teoria e que representou no Modelo SUNRISE.
- Propósito
Descrever e explicar os fenómenos de
enfermagem (cuidados, saúde, prevenção ou
recuperação de uma doença).
- Abordagem qualitativa
(observações detalhadas, reflexões, descrições,
experiências participadas e dados derivados de
entrevistas)
“estudo e análise das perspetivas, crenças e
práticas das pessoas locais (…) relativamente aos
cuidados de enfermagem”. Leininger (1978)
Portugal Multicultural

• Identidade Nacional
• Comunidade Cigana
• Estrangeiros em Portugal
• Desafios dos Padrões de Qualidade - OE
É o conceito que sintetiza um conjunto de
sentimentos, os quais fazem um indivíduo sentir-
se parte integrante de uma sociedade ou nação…
- Estado Português
Século XII inicio da Nacionalidade (1139)
• Judeus e Ciganos constituem-se, desde cedo,
como as 2 principais minorias étnicas;
• Entre o século XV e o século XIX o comercio de
escravos deu origem â formação de minorias
étnicas africanas que parecem ter-se dissolvido na
massa geral da população;
• Século XX e o processo de descolonização --
movimentos migratórios para Portugal das ex-
colónias (Angolanos, Moçambicanos, Cabo
Verdianos);
• Século XXI imigrantes da Asia e Europa de Leste.
- Identidade Étnica
Uma identidade sócio histórica reconstruída em
diáspora, referenciada a uma pátria ou origem
distante ou perdida e, sobretudo a uma
genealogia vivida como minoritária, no interior de
um Estado multiétnico, identidade essa que é
mantida por um duplo processo de aculturação
antagonista, mais ou menos agonístico, o qual
impede a dissolução cultural da minoria, por
assimilação indiferenciadora, na maioria nacional.
- A defesa duma Identidade Étnica
Passa pela exacerbação de alguns, de entre uma
serie possível, de marcadores corporais e culturais
distintivos, como formas e posturas corporais, o
vestuário e os adornos, a alimentação, a língua ou
dialeto, a musica, a dança, a religião, os rituais, as
festas, os valores e os ideais, bem como por
formas permanentes ou cíclicas de congregação
sócio espacial, podendo socorrer-se, na relação
com os grupos dominantes, tanto de estratégias,
lúdicas ou agonísticas, de exibição identitária
como de estratégias de invisibilidade e ou
secretismo.
- Estima-se que no mundo existam 12 milhões de
ciganos (Moutouh, 2000) e que 2/3 destes vivam
na Europa. As maiores comunidades concentram-
se em países da Europa Central, como a Roménia
(1 milhão e 800 mil - 2 milhões e 500 mil), ex
Jugoslávia (entre 690 mil e 1 milhão), Bulgária
(700-800 mil), Hungria (550-600 mil), Eslováquia
(480-500 mil) e República Checa (250-300 mil)
(Moutouh, 2000). Apesar de os ciganos estarem
radicados em Portugal há mais de 5 séculos,
foram no passado e continuam, no presente, em
muitas circunstâncias e/ou contextos, a serem mal
vistos e alvo de discriminação, racismo e
desigualdade social.
- Os ciganos portugueses têm baixos níveis de
escolaridade, casam cedo, fazem da venda
ambulante a principal atividade económica,
muitos estão desempregados, bastantes recebem
Desafios para os
Cuidados de
Enfermagem

o Rendimento Social de Inserção e mais de
metade admite que já passou fome. Estes e outros
dados constam do primeiro estudo nacional sobre
as comunidades ciganas, encomendado pelo Alto
Comissariado para as Migrações (ACM) e, para o
qual foram entrevistadas 1599 pessoas ciganas,
dispersas por todo o território nacional, durante o
ano de 2014.
)
- Alguns resultados sobre a saúde (no OBCIG)
De acordo com a perspetiva dos entrevistados
(atores socioinstitucionais que intervêm de forma
próxima junto das pessoas e famílias ciganas,
localizadas em diferentes distritos de Portugal
continental), as “comunidades” que conhecem de
perto não apresentam problemas de saúde
particularmente graves, sendo quase unânime a
opinião de que há cumprimento da vacinação, de
algumas consultas de rotina, de planeamento
familiar e consultas pré-natais. Quando existem,
os problemas centram-se na higiene oral,
sobretudo das crianças, doenças do foro
psiquiátrico, como é o caso de depressões,
sobretudo nas mulheres e casos de
toxicodependência, hábitos alimentares menos
adequados, ou problemas causados pela
consanguinidade.
- Pág. 200 do OBCIG (Condições de Saúde e Nutrição)
Foram inquiridos 1.599 indivíduos a nível nacional,
de modo a que se captassem, tanto quanto
possível, contrastes do ponto de vista das pessoas
residentes nos diferentes concelhos, freguesias,
bairros e núcleos residenciais, bem como a
diversidade atendendo a variáveis como ao
género, a idade e a escolaridade. O questionário
podia ser respondido por pessoas com uma idade
mínima de 16 anos e sem idade máxima, de
nacionalidade portuguesa e apenas por uma
pessoa de cada agregado familiar.
Este ponto aborda variadas dimensões tais como,
o acesso a cuidados e serviços de saúde, hábitos
alimentares, métodos contracetivos, vacinação e
existência de doenças ou problemas de saúde no
agregado familiar. Cerca de 92% indicam que
todos os elementos do seu agregado familiar têm
médico de família.
• No referente aos acessos de serviço de
saúde, é possível verificar a predominância
das farmácias (66,5% com uma frequência
mensal ou semanal), seguido os médicos
de família (50,5%) e as urgências em
hospitais públicos (29,2%). As idas a
médicos particulares são escassas.
• No referente a momentos de dificuldade
nas famílias, cerca de 48% indicaram ter
passado fome, dos quais 18,6% passaram
1-2 vezes por ano. Esta situação tende a
ser mais frequente em indivíduos menos
escolarizados e numa faixa etária maior ( >
65 anos) em que se observam situações
extremas (46% passaram fome 1-2 vezes
por mês). Situações mais frequentes no
Algarve (máximo 18,4%)
• No referente à utilização do método
contracetivo, 39,5% são utilizadores
frequentes. O método mais recorrente é a
pilula (47,8%). Em contrapartida, 50,6%
dos inquiridos indicam não utilizar
qualquer método.
• No referente à vacinação, 71,3% dos casos
com indivíduos com menos de 18 anos,
têm as vacinas em dia. De entre aqueles
que não tomam, justificam essa situação
como falta de tempo, medo e toma
dolorosa e esquecimento.
- Apoios e prestações sociais:
- Prestador de apoios
• Segurança social (96%)
• Banco alimentar (12%)
• Familiares (10,6%)
• Igreja (3,6%)
Foi criado com o objetivo central de
promover a realização e edição de
estudos sobre estas comunidades

• Outros (10,4)
- Tipos de benefícios
• Rendimento Social de Inserção (RSI) 76,9%
• Abono de família (58,9%)
• Alimentos (32,6%)
• Vestuário (9,3%)
• Pensão de velhice (6,4%)
• Pensão de invalidez (4,6%)
• Subsidio de desemprego (1,7%)
- Doenças ou problemas de saúde nos agregados
familiares
Os inquiridos indicam existir no seu agregado
familiar um conjunto de doenças, destacando-se
as respiratórias, as relacionadas com o sangue, as
cardiovasculares e a obesidade. A prevalência de
doenças respiratórias aparece justificada pela
precariedade das condições de vida,
nomeadamente de habitabilidade (REAPN e FSG,
2009) em que ainda vivem uma percentagem
significativa de pessoas ciganas.








- Estrangeiros em Portugal
Em 2019, verificou-se, pelo quarto ano
consecutivo, um acréscimo da população
estrangeira residente, com um aumento de 22,9%
face a 2018, totalizando 590.348 cidadãos
estrangeiros titulares de autorização de
residência, valor mais elevado registado pelo SEF,
desde o seu surgimento em 1976.
- População Estrangeira em Portugal
A nacionalidade brasileira mantém-se como a
principal comunidade estrangeira residente
representando 25,6% do total (valor mais elevado
desde 2012).
Mantém-se a distribuição geográfica da população
estrangeira, incidindo sobretudo no litoral, sendo
que 68,6% está registada nos distritos de Lisboa,
Faro e Setúbal, totalizando 405.089 cidadãos
residentes, por oposição a 330.763 em 2018.
O Relatório de Imigração,
Fronteiras e Asilo de 2019,
enquanto documento de
referência, visa a apresentação
dos aspetos quantitativos e
qualitativos do contributo do
SEF para a prossecução das
políticas públicas em matéria
de imigração, asilo, segurança
interna e criminal, sendo
completado na sua dimensão
estatística pelo Portal SEFSTAT,
bem como pelo Relatório
Anual de Migração e Asilo da
Rede Europeia das Migrações e
refugiados.

O exercício profissional de enfermagem centra-se na
relação interpessoal de um enfermeiro e uma pessoa
ou de um enfermeiro e um grupo de pessoas (famílias
ou comunidade). Quer a pessoa enfermeiro, quer as
pessoas clientes dos cuidados de enfermagem,
possuem quadros de valores, crenças e desejos da
natureza individual – fruto das diferentes condições
ambientais em que vivem e se desenvolvem. No
âmbito do exercício profissional, o enfermeiro
distingue-se pela formação e experiência que lhe
permite compreender e respeitar os outros numa
perspetiva multicultural, num quadro onde procura
abster-se de juízos de valor relativamente à pessoa
cliente dos cuidados de enfermagem. A relação
terapêutica promovida no âmbito do exercício
profissional caracteriza-se pela parceria estabelecida
com o cliente, no respeito pelas suas capacidades e na
valorização do seu papel. Os cuidados de enfermagem
procuram ao longo do ciclo vital, prevenir a doença e
promover os processos de readaptação, a satisfação
das necessidades humanas básicas fundamentais e a
máxima independência na realização das atividades de
vida, procurando igualmente a adaptação funcional a
múltiplos fatores, frequentemente através de
processos de aprendizagem do cliente.
- Competência Cultural
- Teoria do Cuidado Cultural de Madeleine
Leininger;
- Comunicação Transcultural: Contacto visual,
Toque, Silencio, Espaço e distancia, Crenças de
saúde;
- Passos para desenvolver a competência cultural;
- Educação e Enfermagem Transcultural.
Podemos descrever a competência cultural como
um processo contínuo de o individuo se esforçar
para se tornar cada vez mais auto consciente,
para valorizar a diversidade e tornar-se um perito
em conhecimento sobre os pontos fortes da
cultura.
- Os enfermeiros descrevem como competência
cultural a capacidade de compreender as
diferenças culturais, a fim para prestar cuidados
de qualidade a uma diversidade de pessoas.
- Enfermeiros com competência cultural
melhoram a eficácia na capacidade de
comunicação, apreciações culturais e aquisição de
conhecimentos relacionados com as práticas de
saúde de diferentes culturas.
Em síntese, a competência cultural é um
processo com o objetivo de alcançar a
capacidade de trabalhar efetivamente com
pessoas culturalmente diferentes.
Leininger salientou que os enfermeiros tinham de
adquirir um conhecimento aprofundado das
diferentes culturas a fim de prestar cuidados a
pessoas de diversas etnias e culturas. Mas, os
enfermeiros podem ter de prestar cuidados a
utentes de inúmeras culturas na prática diária. É
improvável que os enfermeiros possuam
conhecimentos sobre a cultura relacionada com a
saúde de todas as pessoas.
- Os enfermeiros podem adquirir conhecimentos e
competências em comunicação intercultural que
os ajudarão a prestar cuidados individualizados
que se baseiam nas práticas culturais.
A comunicação transcultural inclui alguns fatores
que devem ser considerados quando os
enfermeiros interagem com os utentes e seus
familiares a partir de contextos culturais que
diferem dos deles.
• Importante que os enfermeiros
reconheçam os seus próprios valores
culturais, suas atitudes, crenças e práticas
que adquiriram com a própria família
antes de aprenderem sobre outras formas
culturais - reconhecer os seus
preconceitos de modo a evitar
estereótipos e discriminação.

• Competência profissional, mediada por
processos de comunicação (verbal, não
verbal).
- A comunicação não verbal (contacto visual,
toque, silêncio, espaço e distância, crenças de
saúde) desempenha um papel fundamental na
transmissão das mensagens que podem variar
consideravelmente entre as diferentes culturas.
Entender a comunicação e os seus significados
para as pessoas de diferentes culturas torna-se
imperativo para que os enfermeiros atinjam e
mantenham a competência cultural.
Etapa 1 – Adotar atitudes para promover a
transculturalidade nos cuidados de enfermagem
- Atitudes têm sido associadas a cuidados de
enfermagem efetivos e culturalmente
competentes:
• Atitude Cuidativa
• Atitude Carinhosa
• Atitude de Empatia
• Atitude Flexível
Etapa 2 – Desenvolver a consciência das diferenças
culturais
- As culturas variam consoante os padrões de
comunicação e o estrato social. Embora seja útil
para obter informações sobre os hábitos culturais
dos utentes, os enfermeiros precisam se lembrar
de que mesmo em um grupo cultural existe,
ainda, a diversidade. A pessoa não é um
estereótipo de uma cultura. Os indivíduos têm
crenças, valores e práticas que podem afastar-se
de suas culturas.
Etapa 3 – Realizar uma avaliação cultural
- A avaliação cultural concisa é uma forma eficaz
de obter informações pertinentes sobre as
perspetivas dos utentes sobre os aspetos
importantes dos seus cuidados.
A enfermagem transcultural tornou-se uma
componente chave na área da saúde e uma
exigência por parte dos enfermeiros de hoje, por
causa do crescimento do fenómeno transcultural
que está a ocorrer na população portuguesa.
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