Roustaing, o anti-kardec

helio11cruz 258 views 29 slides Feb 10, 2019
Slide 1
Slide 1 of 29
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29

About This Presentation

Mensagem espírita


Slide Content

Roustaing , o anti Kardec Pesquisa e Formatação Música: Fusion -Michel Pépé Transição manual dos Slides 10/02/19 14:17:56 HELIO CRUZ

A França do século XIX foi palco para os estudos dos fenômenos com espíritos que deram origem à duas doutrinas, o Espiritismo e o Roustainguismo . O Espiritismo foi fundado por Allan Kardec, enquanto este último por Roustaing . Quem foi Roustaing ? Para quem não sabe, Jean Baptiste Roustaing foi contemporâneo de Kardec. Nascido em 1805 numa família católica de Bordeaux na França. Concluiu seus estudos iniciais em Bordeaux e seguiu para Toulouse para fazer o curso de direito. Esgotados os recursos da família, tornou-se professor de literatura, ciências, filosofia e matemática, conseguindo desse modo o seu diploma de direito. Estagiou em Paris, e em 1830 de volta para a sua terra natal, ingressa na advocacia, é eleito secretário e mais tarde também bastonário (presidente) do Conselho da ordem dos advogados de Bordeaux, aos 42 anos,

... com grande prestígio e realizado economicamente. Em 1853, como quase todos na Europa, tomou contato com fenômenos das “mesas girantes e dançantes”, uma vez que em Bordeaux ocorreram diversos casos. Ao ver o grande interesse que o Espiritismo despertava na sociedade da época, ele resolveu também participar. Trava conhecimento com as comunicações com os espíritos, que já eram estudadas por Alan Kardec. Nessa ocasião caiu-lhe nas mãos um exemplar de O Livro dos Espíritos. Ao ler esse livro, Roustaing ficou empolgado pela nova visão que o livro oferecia. Mostra-se cético quanto a algumas informações e experiências. Não concordou com a posição de Kardec no tocante a figura do Cristo. Então, ele entendeu que faltou a Kardec a revelação da natureza do Cristo .

Mesmo meio descrente, começa a ler o livro dos médiuns e a consultar livros de filosofia profana e religiosa, antiga e recente, os prosadores e os poetas que refletiam as crenças, e os costumes dos diversos tempos, inclusive o Velho e o Novo Testamento e a buscar na literatura e na história, desde a antiguidade, como os povos encaravam essa relação entre o mundo real e o mundo espiritual, conforme ele nos relata na introdução de seu livro. Apesar da sua incredulidade, em junho de 1861 aproxima-se da família espírita do Sr. Émile A. Sabò ; frequenta algumas sessões e seis meses mais tarde conhece o casal Charles Collignon , cuja esposa Emilie viria a ser a sua principal médium e a psicografar as suas obras. Como ele se chamava Jean Baptiste, fez uma prece juntamente a médium e pediu ao Espírito de João Batista ...

... que viesse lhe esclarecer alguma coisa sobre a natureza do Cristo. Imediatamente o espírito evocado apareceu e, comunicando-se, deu-lhe uma teoria fantasiosa sobre a natureza de Jesus, que Roustaing transformou na base de sua obra. Logo a seguir vieram outros apóstolos seguidores de Jesus. Mateus, Marcos, Lucas e João que teriam ditado as mensagens, e nada mais nada menos do que o profeta Moisés. e outras figuras bíblicas a trazer informações sobre a vinda de Jesus à Terra. Até aí tudo bem. Cada um escreve o que quer. Mas, em termos de Espiritismo, a coisa não é bem assim. Todas essas informações bastante fantasiosas foram aceitas por Roustaing . Em dezembro de 1861 foi sugerido a Roustaing que fosse à residência da senhora Émillie Collignon , no intuito de observar um quadro mediúnico, pintado pela filha Jeannine .

No segundo encontro que Roustaing teve com a médium, ela recebe mensagem psicografada, com orientações quanto ao trabalho mediúnico que se desenvolveria, sob a coordenação de Roustaing . Com a ajuda da médium, ele conseguiu escrever alguns livros. Mas ela não aceitou a realidade daquilo que recebia. Ela desconfiou dos espíritos reveladores e rejeitou a obra. Não obstante, Roustaing , cada vez mais empolgado com as comunicações que recebia, que considerou revelação do mais alto sentido, prosseguiu e organizou uma obra volumosa. Em maio de 1865, ficou pronta a primeira edição de Os Quatro Evangelhos. O livro é composto de duas partes; na primeira, encontram-se as explicações “ditadas” pelos espíritos dos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, assistidos pelos apóstolos; e na segunda, os mandamentos explicados por Moisés ...

... e pelos evangelistas assistidos pelos apóstolos, conforme explicações que encontramos na capa do livro em suas diversas edições. Revelação da Revelação, quer dizer, uma revelação nova que vinha esclarecer a revelação recebida por Allan Kardec. Uma coleção do original de Os Quatro Evangelhos chegou ao Brasil em 1870, pelas mãos de Luís Olímpio Teles de Menezes, fundador do primeiro centro espírita do país. As obras de Kardec eram então ainda estudadas no francês. Outro pioneiro do espiritismo no país, que promoveu a difusão da obra organizada por Roustaing , foi o professor Casimir Lieutaud , fundador do Colégio Francês, no Rio de Janeiro. Nesta cidade, foi constituída a Sociedade de Estudos Espiríticos , que teve papel expressivo na difusão da doutrina espírita à época. Nela, além do estudo das obras de Allan Kardec,

... também era feito o estudo de Os Quatro Evangelhos, embora não de forma sistemática. Posteriormente, Antônio Luís Sayão fundou o Grupo dos Humildes (1880), depois Grupo Ismael, que também adotaria o estudo da obra de Roustaing . Em 1883, Augusto Elias da Silva fundou o Reformador, periódico quinzenal cujo conteúdo assentava no binômio Kardec- Roustaing . Em 1884, com a fundação da Federação Espírita Brasileira, onde, desde os primórdios, foi estudada e divulgada a obra de Roustaing , o Reformador passou a ser o órgão oficial de divulgação da FEB. Bezerra de Menezes, em 1889, então presidente da FEB, transferiu o Grupo Ismael para as suas dependências, o qual se constituiu na célula espiritual da Casa Máter do Espiritismo, como é conhecida nos dias atuais.

Quando Bezerra de Menezes assumiu pela segunda vez a presidência da FEB (1895), formalizou estatutária e legalmente a obrigatoriedade do estudo e da divulgação da revelação coordenada por Roustaing . A primeira edição de "Os Quatro Evangelhos" em língua portuguesa veio a público em 1909, no Rio de Janeiro, editada em três volumes pela FEB. Francisco Raimundo Ewerton Quadros, o seu primeiro presidente, foi quem verteu a obra para o vernáculo, publicando-a inicialmente em série, nas páginas do Reformador. A partir de 1920, com tradução de Guillon Ribeiro, a obra passou a ter quatro volumes, com apostilas à margem de cada página, acrescentadas pelo tradutor a fim de facilitar a localização dos assuntos. O atual Estatuto da FEB, aprovado em Assembleia Geral Extraordinária, realizada em 23 de março de 1991,

... diz, em seu art. 1°, § único, que: “Além das obras básicas da Codificação de Alan Kardec, o estudo e a difusão do Espiritismo, compreenderão também a obra de J. B. Roustaing ” Roustaing x Kardec: A hora da verdade Allan Kardec havia estabelecido normas cautelosas, para se aceitar teses vindas do mundo espiritual. Mesmo tendo abraçado o “Espiritismo” e se tornado um estudioso, Roustaing jamais negou ou abandonou a religião em que fora batizado. Essa sua crença e a sua permanente ligação com a teologia católica viria a influenciar toda a sua obra de forma que ele se tornou um católico espírita. Ele chegou a trocar algumas correspondências com o Mestre de Lion no tempo em que Allan Kardec estava preparando a codificação, mas a amizade entre ambos não foi adiante.

Os livros de Roustaing eram o catolicismo disfarçado de Espiritismo. O advogado apresentou suas teses ao Codificador, que não lhes deu a importância que o autor julgava ter. Claro, não poderia ser diferente, tamanho o número de tolices que existiam nos ditados dos Espíritos. Muito educado, Kardec não condenou a obra, mas afirmou que os diversos volumes, poderiam ser resumidos a dois ou apenas um e que o futuro dessas ideias estaria ligado ao que diria delas a universalidade dos ensinos dos Espíritos. Isso foi como uma ofensa. No entanto, Allan Kardec, em seu comentário, publicado na Revista Espírita de junho de 1866, declarou: “Convém considerar essas explicações (que aparecem na obra de Roustaing ) como opiniões pessoais dos Espíritos que as formularam, opiniões que podem ser justas ou falsas,

... mas que, em todo caso, necessitam da sanção do controle universal, e, por isso mesmo, até mais ampla confirmação, não podem ser consideradas como partes integrantes da doutrina espírita”. Comentário que deu origem à grande polêmica. Este é um cisma que predomina no Movimento Espírita há mais de cem anos. Quando a Codificação Espírita aqui chegou veio junto com ela o livro de Roustaing . É bom que os Espíritas iniciantes ou até aqueles mais experientes que não tomaram conhecimento deste cisma, possam ficar alertas a este grave problema existente no Movimento Espírita. A Codificação Espírita foi feita a partir do Controle Universal, único método confiável para aferir a autenticidade do ensino dos Espíritos Superiores. Esse controle universal é uma garantia para a futura unidade do Espiritismo e anulará todas as teorias contraditórias.

A obra de Roustaing não foi aferida pelo Controle Universal, e foi psicografada por uma única médium, e é contrária a Codificação em vários pontos. Só para se ter uma ideia do absurdo desta obra, ela se auto intitula "Revelação da Revelação" Para que um fato seja verdade, ele precisa ser explicado e que seja eterno. E como aceitá-la se contem graves desvios doutrinários? "É melhor recusar nove verdades do que aceitar uma mentira". (Espírito Erasto) A gravidade do fato se resulta da divulgação e ser recomendado o seu estudo e a aceitação da obra feita pela própria Federação Espírita Brasileira, órgão que deveria zelar pela Doutrina e de seus postulados. Até hoje não foram criados o Comitê central e o Controle Universal, recomendações estas feitas por Kardec. Sem estes dois mecanismos, a Doutrina fica engessada e não progride,

... e o próprio Kardec disse que deveríamos revisá-la e atualizá-la a cada vinte e cinco anos. Além do mais as obras e estudos feitos após a Codificação ficaram sem analise, fazendo que fossem aceitas várias práticas que nada tem a ver com a Doutrina nos centros espíritas. Basta visitarmos algumas casas espíritas pelo país para verificarmos as distorções. Tudo isso pela falta de estudo regular e do conhecimento das obras básicas Kardequianas . A discussão em torno dos pontos controvertidos da obra de Roustaing nos remete não só à avaliação da diferença de conteúdo doutrinário em relação à obra de Kardec, mas igualmente à análise da metodologia empregada para a obtenção das mensagens mediúnicas que os dois autores utilizaram na compilação dos seus respectivos textos, pois, obviamente, os dois tópicos supracitados ...

... estão intrinsecamente relacionados. A partir da leitura do prefácio de "Os Quatro Evangelhos" é possível constatar os seguintes pontos: 1) Roustaing superestimou a credibilidade dos textos bíblicos. À semelhança de católicos e protestantes, Roustaing considerou a Bíblia "a palavra de Deus" e tentou explicar absolutamente tudo, sem se dar conta de que muito do que está escrito pode não ter acontecido exatamente da maneira como está narrado nos textos bíblicos. Roustaing consciente ou inconscientemente elaborou uma espécie de Reforma, semelhante à Reforma protestante. Assim, a partir da superestimação da Bíblia, a sua fusão desta com os seus limitados conhecimentos espíritas seria uma temeridade. Reparem que, ao contrário da codificação kardequiana que nasce como ciência,

... a proposta roustainguista já nasce como religião, pois se trata de uma nova interpretação da Bíblia a partir da velha tese da infalibilidade dos seus textos. Tanto isso é verdade que a própria estruturação da obra "Os Quatro Evangelhos" é baseada nessa submissão aos textos bíblicos. Se a obra em questão foi realmente orientada pelos quatro evangelistas, que foram as principais e mais preparadas testemunhas oculares dos fatos evangélicos, por que os apóstolos não contaram o que de fato aconteceu diretamente, ao invés de se basearem literalmente no que sobreviveu de registro na Bíblia e que, obviamente, sofreu com quase dois milênios de interpolações, adulterações, traduções grosseiras e outros problemas? Kardec, ao contrário, parte da análise do fenômeno mediúnico em um estudo criterioso ...

... sem nenhuma ideia preconcebida e, em princípio, não utilizando de maneira nenhuma a Bíblia como referencial. Aplicando o método experimental, através de análise qualitativo-quantitativa, por meio de vários médiuns previamente selecionados, busca a chamada "universalidade do ensino dos Espíritos", submetendo todos os autores espirituais ao mais crítico interrogatório e aplicando a mais rigorosa lógica na avaliação do conteúdo das mensagens. Portanto, a codificação nasce como ciência, para gerar um corpo filosófico como consequência da verdade irrefutável da imortalidade da alma e da comunicabilidade dos Espíritos. E, finalmente, a filosofia espírita repercute nas inevitáveis consequências morais, que constituem o aspecto religioso do Espiritismo. Kardec jamais superestimou os textos evangélicos,

... o que é explícito tanto em "O Evangelho segundo o Espiritismo" como em "A Gênese". É por essa necessidade de nascimento como ciência e, subsequentemente, como filosofia antes de se aprofundar o seu aspecto religioso, nesse maravilhoso tríplice aspecto, que o primeiro e principal livro espírita é a obra "O Livro dos Espíritos" e o segundo livro publicado, considerado por Kardec como a continuação do primeiro, é "O Livro dos Médiuns". De fato, ao aplicar os princípios espíritas na elucidação dos pontos principais do Evangelho, toda a estrutura doutrinária já estava extremamente sólida, independentemente das inumeráveis controvérsias geradas pelas diferentes interpretações bíblicas. Portanto, o Espiritismo não é uma reforma, como a reforma Luterana, porque não nasce como uma releitura da Bíblia, mas como ciência através do estudo da mediunidade.

2) Roustaing "decidiu" que era necessária uma nova revelação. A partir da excessiva valorização dos textos evangélicos, Roustaing diz "senti a impotência da razão humana para penetrar as trevas da letra e, desde então, a necessidade de uma revelação nova, de uma revelação da revelação". Note que, a partir de uma premissa equivocada, o próprio Roustaing decidiu que era necessária uma nova revelação, porque, segundo ele mesmo explica no prefácio de sua obra, a codificação explicava muito bem os aspectos morais e doutrinários da Bíblia, mas, em sua opinião, não explicava a figura de Jesus. Ora, decidir sobre a necessidade de uma nova revelação não era tarefa para ele, e nem para nenhum de nós, mas sim trabalho da Providência Divina. Roustaing poderia elaborar o seu trabalho, mas daí a defini-lo, aprioristicamente, como a "revelação da revelação" foi um exagero.

De fato, essa expressão "revelação da revelação" é repetida exaustivamente tanto no prefácio como na introdução e é quase sempre acompanhada pela expressão "revelação nova", em um esforço evidente para situar a obra realmente como uma revelação divina. Com efeito, na folha de rosto de "Os Quatro Evangelhos" Roustaing define sua obra como sendo "Revelação da Revelação" ou "Espiritismo Cristão", o que poderia sugerir que "há vários tipos de espiritismo" ou, até mesmo, que a Codificação não seria uma obra cristã. Se Roustaing pretendia que sua obra fosse considerada espírita, tendo mesmo enviado uma cópia para a análise de Kardec, conforme registrado na Revista Espírita, essa definição poderia ser considerada uma invigilância do advogado de Bordeaux.

A título de ilustração vale lembrar que da primeira revelação, personificada em Moisés, até a segunda, personificada em Jesus, foram aproximadamente 2 milênios e de Jesus até a codificação mais 18 séculos. Desta forma, seria muito estranho uma suposta quarta revelação começar a ser elaborada concomitantemente com a terceira revelação, já que a codificação do Espiritismo só seria concluída em 1868 com a publicação de "A Gênese", bem depois, portanto, do trabalho de Roustaing , que iniciou a confecção de sua obra em 1861 para publicá-la em 1866. Na mensagem intitulada "Meu Sucessor", em "Obras Póstumas", Kardec indaga sobre o continuador da obra, em função de já se apresentar com a saúde comprometida, e os Espíritos respondem que não era o momento de que o sucessor aparecesse,

... pois era necessário que a Codificação ficasse acentuadamente centralizada nas mãos dele, Kardec, para que a obra básica tivesse alta homogeneidade. 3) A Igreja Católica nas análises das obras de Roustaing e Kardec. No terceiro tomo da obra "Os Quatro Evangelhos" (p.65) os autores ensinam que o futuro espiritual da humanidade estará focalizado na Igreja Católica e no Papa. Eles afirmam o seguinte: "O chefe da Igreja católica, nessa época em que este qualificativo terá a sua verdadeira significação, pois que ela estará em via de tornar-se universal, como sendo a Igreja do Cristo, o chefe da Igreja católica, dizemos, será um dos principais pilares do edifício. Quando o virdes, cheio de humildade, cingido de uma corda e trazendo na mão o cajado do viajante". Esse comentário estranhíssimo, para dizer o mínimo,

... entra claramente em choque com a opinião dos Espíritos que orientavam Allan Kardec. Para citar apenas uma única fonte, basta ler as mensagens registradas em "Obras Póstumas" intituladas "Futuro do Espiritismo" e "A Igreja". Na primeira o autor espiritual assevera: "Cabe-nos retificar os erros da história e apurar a religião do Cristo, transformada, nas mãos dos padres, em comércio e em vil tráfico. Instituirá (o Espiritismo) a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente a Deus, sem dependência das obras da sotaina ou dos degraus do altar". Na segunda mensagem citada é comentado que "Chegou a hora em que a Igreja deve prestar contas do depósito que lhe foi confiado; do modo como praticou os ensinos do Cristo, do uso que fez da sua autoridade, da incredulidade,

... enfim, a que arrastou os homens ". 4) Ao contrário de Kardec, Roustaing utiliza uma única médium. Roustaing se isolou com a médium Émilie Collignon , evitando o intercâmbio com trabalhadores mais experientes que poderiam elaborar críticas aos textos e indagações mais exigentes e contundentes aos Espíritos orientadores da obra. Roustaing afirma "Mero instrumento, cumpri um dever executando tal ordem, entregando à publicidade esta obra". Roustaing se mostra muito submisso e passivo em relação aos Espíritos que orientam a obra, o que pode ser facilmente constatado em várias passagens do prefácio da sua obra. Aparentemente, Roustaing não eliminou nenhum texto, o que explicaria a grande extensão de sua obra de mais de 2.000 páginas em um prazo relativamente curto para um trabalho efetuado com uma única médium.

Essa atitude é bem diferente da postura altamente crítica do Codificador. O próprio Allan Kardec registra mensagens que ele considerou não condizentes com as assinaturas, mostrando que até mesmo ele estava sujeito às chamadas mistificações. O ponto-chave é que ele identificou essas mensagens como oriundas de Espíritos mistificadores e ainda as aproveitou como recurso didático. 5) Roustaing assevera no prefácio de sua obra: "O trabalho ia ser feito por dois entes que, oito dias atrás, não se conheciam". Está evidente que Roustaing não avaliou o nível moral de Émilie Collignon e nem sua capacidade mediúnica, pois não a conhecia e em um intervalo de 8 dias começou a obra sem um maior planejamento ou avaliação da viabilidade e dos perigos da empreitada.

O critério da avaliação moral do médium é fundamental pois pela sintonia o médium convive predominantemente com os Espíritos que correspondem à sua elevação espiritual. Todo dirigente de reuniões mediúnicas conhece minimamente a complexidade do fenômeno mediúnico e os riscos que procedimento semelhante à atitude de Roustaing pode acarretar. 6) Roustaing evocou somente Apóstolos e o Precursor João Batista. Realmente, há riscos óbvios de Espíritos embusteiros usarem nomes de grandes Espíritos para se fazerem mais respeitáveis e aceitos. Por outro lado, quanto mais evoluído é o Espírito, maior número de grandes responsabilidades ele tem no mundo espiritual, que acabam limitando sua capacidade de atender pessoalmente a todas as evocações, principalmente aquelas oriundas de pessoas pouco moralizadas e responsáveis.

7) João Evangelista seria coautor tanto da obra de Kardec como da obra de Roustaing ? João Evangelista é coautor da codificação, sendo citado até mesmo nos Prolegômenos de "O Livro dos Espíritos". Entretanto, supostamente, ele também seria coautor da obra "Os Quatro Evangelhos" tanto pela sua condição de Evangelista como também pela sua condição de Apóstolo, tendo sido, inclusive, um dos mais participativos e próximos a Jesus em todo o Evangelho. Assim sendo, como é que as obras em questão teriam pontos tão divergentes como, por exemplo, a questão da reencarnação, que para a Codificação é necessidade e para "Os Quatro Evangelhos" é castigo e o problema da metempsicose, rejeitada peremptoriamente pela Codificação e admitida pela obra de Roustaing ?

Essa questão da identidade dos autores merece ser analisada com cuidado, pois as obras em questão não tratam de opiniões pessoais de Espíritos, mas de Leis Universais e, ademais, sendo os autores, em princípio, da mais elevada evolução, eles não poderiam divergir tão intensamente em pontos capitais dos ensinos. João Evangelista não poderia ensinar algo em um lugar e outra coisa em outro, a não ser que em um desses lugares não fosse ele, mas alguém que se fizesse passar por ele, utilizando seu nome, algo bem comum em mediunidade, quando os cuidados fundamentais para a prática segura de tal intercâmbio não são considerados. Admitindo-se tal possibilidade, a credibilidade das informações contidas na obra em questão estaria comprometida. Em suma, Roustaing demonstrou desconhecer as problemáticas da mediunidade.

“Em nome da tolerância, grandes trabalhadores da seara espírita permitiram que o roustanguismo , mesmo não sendo espiritismo, dirigisse como dirige o pensamento e as ações da Federação Espírita Brasileira, em detrimento dos objetivos espíritas.” NOTA: Aqueles que não concordam com este trabalho certamente me julgarão entregue às trevas e a serviço do mal. De minha parte, continuarei exercendo meu direito de livre exame, analisando fatos, tirando conclusões, como discípulo da escola Kardequiana que sou. Muita Paz! Visite o meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a refletirem sobre a vida .
Tags