Sítio do Pica Pau Amarelo - livro virtual

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About This Presentation

Projeto Leitura Literária Descartolada do Imaginário
Laboratório de Informática - Jalda
Biblioteca - Maria José
E. M. Brigadeiro Eduardo Gomes


Slide Content

MONTEIRO
LOBATO

O SITIO me nl Paz

O SITIO
DO
PICAPAU AMARELO

Copyright © by herdeiros de Monteiro Lobato.
Nenhuma parte desta publicacúo pode ser gravada,
‘armazenada em sistemas eletrönicos, fotocopiada,

reprodusida por meios mecánicos ou outros quaisquer
‘sem autorizagdo prévia da editora.

12° edigäo, 1995

Ediçäo de texto: Zezé Goncalves
Mustracdes: Moacir Rodrigues
Capa: Moema Cavalcanti

Dados Internacional de Cualogag na Publicacto (CIP)
Zámora Brasileira do Livro, SP, Brasil

Lobato, Monteiro, 1882 - 1948
© Sitio do Picapau Amarelo: fragmentos do
Relsates de Natio 0 Sacl/ Monieim Lotto

Nic

uma casinha branca, lá no Sitio do Picapau
— Am a uma velha de mais de sessenta
anos. Chama-se Dona Benta

pela estrada e a vé na varanda,
o e óculos de ouro

IMs engana-se. Dona Benta € a mais feliz das
vovós, porque vive em companhia da mais
encantadora das netas — Lucia, a menina do
rizinho arrebitado, ou Narizinho como tod
narizinho arrebi los =

dizem.

Narizinho tem sete anos, € morena como jambo * ,
gosta muito de pipoca e já sabe fazer uns
bolinhos de polvilho bem gostosos

JN | a casa ainda existem duas pessoas — Tia Nastäcia,
negra de estimagäo que carregou Lücia em pequena,
e Emilia, uma boneca de pano bastante desajeitada

de corpo.

Emilia foi feita por Tia Nastácia, com olhos de
retrós % preto e sobrancelhas täo lá em cima
que é ver uma bruxa.

A pesar disso Narizinho gosta muito dela; nao
almoga nem janta sem a ter ao lado, nem se deita
sem primeiro acomodá-la numa redinha entre dois

pés de cadeira.

TA] lem da boneca, o outro encanto da menina |
LAJES ribeirao que passa pelos fundos do pomar 5
Z
Suas Aguas, muito apressadinhas e mexeriqueiras%, a N
correm por entre pedras negras de limo, que
Lacia chama as ‘“Tias Nastácias do rio”.

Todas as tardes Lücia toma a boneca e v.
passear à beira d'4gua, onde se senta na raíz
dum velho ingazeiro para dar farelo de pao aos

lambaris.

IN
>

A

TSG 40,

Le,

2
S
3

[Pl lantado na i —W ~
© velhissimo pé de flor-de-cera, planta que Se =

os modernos já no plantam porque custa muito \r

a crescer. + E
Aé cravo-de-defunto existe lá, flor com que QU

Narizinho se implica por ter ““cheiro de cemitério”. 7

[E Jo pomar?

— ]O pomar fica nos fundos da casa, depois do
quita! da co ol ar

um tanque de la © o puxado da lenha

DO bes vato fora fechado depots que Dona Benta

mandou enca, agüinha do morro.
Passado o quintal vem o pomar — aquela delicia

de pomar!

| | or que delicia?

1%] Porque as ärvores sáo muito velhas, e árvore
quanto mais velha melhor para a beleza e à
frescura da sombra.

4 À rvore nova pode ser muito boa para dar frutas
bonitas, baixinhas e fáceis de apanhar. Mas para
a beleza náo há como uma árvore bem velha, bem
\

eraquenta”, com os galhos revestidos de musgos,
liquens e parasitos

N El tao antigo aquele pomar que os vizinhos até
E | cagoam. Vivem dizendo:
6 pomar de Dona Benta está tao velho que
qualquer dia se poe a caducar * . As jaqueiras
Gomecam a dar mangas e as mangueiras a dar

laranjas.
Mas Dona Benta nao faz caso. Nao admite que
ge corte uma só árvore — nem o pobre pé de
fruta-de-conde encarangado *

jecer e misturar as coisas.
Jo; franzino; torto; raquitico,

N El tao antigo aquele pomar que os vizinhos até
E | cagoam. Vivem dizendo:
6 pomar de Dona Benta está tao velho que
qualquer dia se poe a caducar * . As jaqueiras
Gomecam a dar mangas e as mangueiras a dar

laranjas.
Mas Dona Benta nao faz caso. Nao admite que
ge corte uma só árvore — nem o pobre pé de
fruta-de-conde encarangado *

jecer e misturar as coisas.
Jo; franzino; torto; raquitico,

]
T | mpossivel haver no mundo lugar mais sossegado
Be fresco, e mais cheio de passarinhos, abelhas
e borboletas

Como Dona Benta nunca admite por ali nenhum
menino de estilingue, a passarinhada se sente
à vontade e faz seus ninhos como se estivessem
na Ilha da Segurança. O próprio bodoque de
Pedrinho náo funciona no pomar.

E que passarinhos existem?

| h, tantos!... No tempo das laranjas o pomar

| enche-se de sabiás de peito vermelho, amigos de
cantar a célebre música-do-sabiá que os pais

vao ensinando aos filhotes, sempre igualzinha, sem
a menor mudanca. E há os sanhaços cor de cinza
clara. E as saíras azuis. E as graúnas pretissimas.
E muito canärio-da-terra, muito papa-capim,

tiziu, pintassilgo, rolinha, corruíra.

E

|. de vez em quando cantam juntos aquele
| terrivel dueto que mais parece uma série de
marteladas estridentes e alegres.

— Que coisa interessante, vovöl — disse
Pedrinho um dia, quando passava as férias no |

Sitio. — Repare que eles sempre cantam ou
gritam juntos. Um faz uma parte e outro faz
© acompanhamento, como no piano.

Eé assim mesmo. Sao táo amigos que até para
cantar ‘‘cantam a duas máos”, como diz a boneca
Emilia*.

|| de vez em quando cantam juntos aquele
terrivel dueto que mais parece uma série de
marteladas estridentes e alegres.
— Que coisa interessante, vovöl — disse
Pedrinho um dia, quando passava as férias no
Sítio. — Repare que eles sempre cantam ou
gritam juntos. Um faz uma parte e outro faz
© acompanhamento, como no piano

Eé assim mesmo. Sao táo amigos que até para
cantar ““cantam a duas mios”, como diz a boneca
Emilia * .

“começa a falar n°*A Pilula Falante””

E |nauanto um se ocupava naquilo, o outro voava
em Busca de mais barro. Nunca estavam os dois no

mesmo servico; revezavam-se
4

A tardinha interrompiam o trabalho, cantavam
o dueto com toda a fora e depois se acomodavam
no ninho velho.

5 mais curioso foi que, depois de acabado o ninho

novo, eles, em vez de se mudarem, resolveram
fazer um segundo ninho em cima daquele.

Quem primeiro notou isso foi o Visconde de Sabugosa
que foi, todo assanhado, contar a Dona Benta.
— Venham ver — disse o sabuguinho. — Eles

% terminaram ontem a construcáo do ninho novo, mas

náo se mudaram do velho; em vez disso estäo
construindo um segundo ninho sobre o novo — uma
espécie de segundo andar.

stá claro que tm, meu filho. A inteligéncia
é uma faculdade que aparece em todos os seres,

‘no só no homem. Até as plantas revelam
inteligencia. O que há é que a inteligéncia varia
muito de grau. É pequeniníssima nas galinhas
© nos perus, mas já bem desenvolvida no
jodo-de-barro — e € um colosso num homem como’
ele que descobriu a Lei da
Gravitagäo Universal.

Vocés vio sempre encontrar

nos livros da Colegio Rocambole

historias e aventuras diferentes,
gostosas de ler!
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