uma religião de caráter mediúnico, não é Espiritismo, nem alto e muito menos baixo, assim
como não podemos dizer que Umbanda e Candomblé sejam a mesma coisa.
Erasmino sem graça tentou consertar o que dissera, dando curso à conversa
e perguntando desta vez:
_ Mas por que todos falam “tenda espírita de Umbanda tal” ou “médium
espírita umbandista tal” referindo-se dessa forma ou à Umbanda ou aos seus médiuns?
Respondendo, Paulo disse-lhe:
_ A palavra “Espiritismo” foi criada, como já lhe disse antes, para referir-se
à Doutrina dos Espíritos, codificada por Kardec; no entanto aqui no Brasil, talvez por falta de
orientação, as pessoas tomaram emprestado o termo “Espiritismo” e passaram a designar toda
manifestação mediúnica – ou que julguem mediúnica, embora não o seja - como Espiritismo. A
confusão se estabeleceu por causa da desinformação por parte do povo, que, devido à
divulgação da Doutrina Espírita no Brasil, aproveitaram e tentaram unir as duas expressões,
Umbanda e Espiritismo, embora sejam distintas uma da outra. Por exemplo, posso lhe dizer
meu caro, com todo respeito que tenho pelos irmãos umbandistas, que a Umbanda é uma
religião que guarda muitos elementos ritualísticos, próprios do seu culto, utilizando-se os seus
médiuns de roupas brancas como uniformes, de colares, em alguns casos, banhos de ervas,
defumadores e todo um instrumental para canalizar as energias psíquicas no trabalho que
realizam. No Espiritismo no entanto, não temos nenhum ritual, nem roupas brancas, velas,
banhos e nenhuma outra forma externa de culto. Prima-se no Espiritismo, pela simplicidade
absoluta. Se você encontrar algum dia, alguma casa ou centro que diz ser espírita, mas
continua utilizando ritual ou não se encaixa na característica simplicidade, que encontramos
nos livros da Codificação, poderá ser qualquer outra coisa, menos Espiritismo, mesmo que
seus dirigentes digam o contrario.
26/11 Existem muitos centros que utilizam métodos próprios, com rituais,
uniformes e um monte de outras coisas com objetivos os mais variados; mesmo que sejam
bons, não refletem a natureza dos princípios espiritistas. São respeitáveis em seus propósitos,
mas se teimam em agir contrariamente às orientações de Allan Kardec, caracterizam-se como
espiritualistas mas não espíritas.
Mas por isso não podemos falar de nossos companheiros umbandistas.
Embora ambos trabalhemos com expressões do mundo espiritual, os seus métodos diferem
dos nossos pois não se baseiam nos ensinamentos de Allan Kardec, mesmo que leiam e
recomendem os livros espíritas; tem literatura própria, ensinamentos que em suas bases
refletem as verdades espirituais e na forma, diferem da maneira como estudamos nos centros
e nas fraternidades espíritas. Contudo continuam sendo merecedores do nosso carinho,
respeito e amor, os quais devem reger as relações da grande família espiritual.