Curso PneumoAtual de Tomografia computadorizada do tórax – aula 01
1
Tomografia computadorizada do tórax: aspectos normais
Gustavo de Souza Portes Meirelles
1
1 Doutor em Radiologia pela Escola Paulista de Medicina UNIFESP
1 Introdução
Há três tipos de aparelhos de tomografia computadorizada (TC): convencional, helicoidal "singleslice" e
helicoidal "multislice". No aparelho convencional, para cada apnéia do paciente, uma imagem é gerada.
Para a realização das próximas imagens a mesa de exames é deslocada e novas apnéias são necessárias.
Nos aparelhos helicoidais, para cada apnéia do paciente, várias imagens são geradas, fazendo com que o
exame seja mais rápido e as imagens tenham melhor qualidade. Com isto, é possível a realização de cortes
mais finos e de técnicas como a angiotomografia. Nos aparelhos do tipo "multislice", com várias fileiras de
detectores (até 64 atualmente), o exame é ainda mais rápido, sendo possível a realização de todo o tórax
em uma única apnéia. Com este aparelho, novas técnicas podem ser realizadas, como a angiotomografia
das artérias coronárias.
Uma técnica que pode ser realizada em qualquer dos tipos de aparelho, convencional ou helicoidais, é a
tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR). As imagens são adquiridas de modo intervalado
(geralmente intervalos de 10 mm entre cada imagem), com cortes finos de 1 mm e técnica de alta resolução
espacial. A TCAR tem indicações precisas, como análise de alterações intersticiais ou bronquiectasias. Não
deve ser utilizada rotineiramente nos demais casos (ex: nódulo solitário, pesquisa de metástases) por não
englobar todo o pulmão (lembrar que os cortes são intervalados). Portanto, para a maior parte das
indicações, o método é realizado com a técnica de rotina, com cortes contíguos. Para indicações precisas,
como doenças intersticiais, bronquiectasias, realiza-se a TCAR.
Os exames de tórax são realizados em apnéia inspiratória máxima, dos ápices pulmonares às adrenais,
com o paciente em decúbito dorsal. Excepcionalmente, podem ser adquiridas imagens em expiração
máxima, como na suspeita de aprisionamento aéreo, ou com o paciente em decúbito ventral, por exemplo,
nas doenças de predomínio posterior, como pneumonia intersticial usual.
Após a realização do exame, as imagens podem ser analisadas nos filmes ou em estações de trabalho.
Este é o método ideal atual, devido ao grande número de imagens gerado pelos aparelhos mais modernos.
Pode-se avaliar as imagens com janelas diferentes (pulmão, osso ou mediastino), dependendo do que se
quer estudar sem a necessidade de se repetir o exame.