Variação e Mudança Linguística Dentro de nossas fronteiras falamos português; Ao nosso lado, fala-se espanhol; Muitas tribos utilizam como forma de comunicação uma língua bem diferente do português;
Variação e Mudança Linguística A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes O uso de uma língua varia de: região para região classe social para classe social, etc.
Variação e Mudança Linguística Existem dois tipos de variedades lingüísticas Dialetais: variedades que ocorrem em função das pessoas que utilizam a língua, ou seja, os emissores Registro: variedades que ocorrem em função do uso que se faz da língua, as quais dependem do receptor, da mensagem e da situação
Variação e Mudança Linguística Ao contrário da norma-padrão, a língua para a sociolinguistas é heterogênea; A língua é uma atividade social, um trabalho coletivo empreendido por todos os seus falantes; A verdadeira língua não se encontra registrada em dicionários e muito menos em gramáticas normativas;
A mudança, a variação é que “são o estado natural” das línguas; As línguas são faladas por seres humanos, inseridos em uma dada cultura, em uma dada sociedade, localizados em um determinado momento da história; As línguas acompanham essas transformações;
“O verdadeiro problema é considerar que existe uma língua perfeita, correta, bem-acabada e fixada em bases sólidas, e que todas as inúmeras manifestações orais e escritas que se distanciam dessa língua ideal são como ervas daninhas que precisam ser arrancadas do jardim para que flores continuem lindas e coloridas.” Marcos Bagno
A Sociolinguística estuda a relação da heterogeneidade social com a língua. Norma-padrão
Domínios sociais um domínio social é um espaço físico onde as pessoas interagem assumindo certos papeis sociais Domínio social doméstico, privado – relações imediatas Domínio social público – relações mediatas, hierarquização das relações sociais são mais evidentes
Variação fonético-fonológica a pronúncia de PORTA no português brasileiro Variação morfológica As formas PEGAJOSO e PEGUENTO Variação sintática Não quero / Quero não Variação semântica O vocábulo VEXAME
Variação lexical Mijo, xixi, urina Variação estilístico-pragmática Queiram se sentar por favor! Vamo sentano aí galera.
Fatores extralinguísticos Origem geográfica Status socioeconômico Grau de escolarização Idade Sexo Mercado de trabalho Redes sociais
Variação Estilística Tanto na modalidade escrita quanto falada; Há uma série de fatores implicados; Mínimo monitoramento Máximo monitoramento
Classificação das variedades Variação diatópica – lugares diferentes ; Variação diastrática – classes sociais ; Variação diamésica – diferenças entre modalidades; Variação diafásica – grau de monitoramento ; Variação diacrônica – história de cada língua .
Dialeto Socioleto Cronoleto I dioleto modo característicos de falar de uma determinada região/local Compartilham as mesmas características socioculturais Modo de falar de uma determinada classe social O modo próprio, particular que cada um dos falantes desempenha sua fala.
Nem tudo varia A pronúncia da consoante /f/; O artigo definido, o uso do pronome obliquo ANA ME SUSTENTOU DURANTE MUITO TEMPO e nunca ouve-se ANA ME DURANTE MUITO TEMPO SUSTENTOU; O verbo gostar; Regras categóricas e regras variáveis
Variação e mudança linguística Língua da região mineira
Variação e mudança linguística Língua da região sulista
Variação e mudança linguística Língua da região nordestina
Variação Regional Diferença lexical/semânticas
Fala de um cantor de “rap”
Texto médico
Variação Dialetal Variação Etária: diferenças linguísticas observadas em função da faixa etária
Variação de Registro Grau de Formalismo Varia de acordo com os interlocutores e as situações sociais O grau de formalismo se manifesta em diferentes níveis de construção do enunciado: Por exemplo: o vocabulário
Razoões desvairadas, que alguuns fallavam sobre o casamento delRei Dom Fernamdo Quamdo foi sabudo pello reino, como elRei reçebera de praça Dona Lionor por sua molher , e lhe beijarom a maão todos por Rainha, foi o poboo de tal feito mui maravilhado, muito mais que da primeira; por que ante desto nom enbargando que o alguuns sospeitassem , por o gramde e honrroso geito que viiam a elRei teer com ella , nom eram maravilha o que elRei fezera , e que ja a outros acomteçera semelhavel Fernão Lopes Crônica de D. Fernando , 1434
Vernáculo Vernáculo – o estilo em que se presta o mínimo de atenção ao monitoramento da fala; Fonte mais segura para investigação linguística ; Por meio do vernáculo podemos identificar quais as regras gramaticais que realmente pertencem ao português brasileiro contemporâneo, aquelas que são mais usualmente empregadas em suas interações cotidianas.
Nesta segunda variante, temos o emprego do pronome reto ele como objeto direto, regra que é muito comum no nosso português oral. Geralmente só empregamos os pronomes oblíquos átonos na linguagem escrita, ou falada, em estilos muito monitorados. Diz para ela vir amanhã, vou deixar ele arrumado e aí ela leva ele direto para escola. Diga-lhe que venha amanhã, pois vou deixá-lo arrumado para que assim possa levá-lo direto à escola.
Assim, as variedades faladas pelos grupos de maior poder político e econômico passam a ser vistas como variedades mais bonitas e até mais corretas. Mas essas variedades, que ganham prestígio porque são faladas por grupos de maior poder, nada têm de intrinsecamente superior às demais. O prestígio que adquirem é mero resultado de fatores políticos e econômicos